Recordações. Voltei ao Quarteto. Aliás, voltei ao cinema (dois filmes em duas semanas consecutivas é uma pequena conquista!) - agora para ver «25th Hour/A Última Hora», de Spike Lee (belíssimo! mesmo de férias, corram a ver, quem - poucos? - ainda não viu). Do Quarteto relembro as suas noites longas de aniversário, a saltar de sala em sala, com gente sentada no chão porque naquelas cadeiras de "pau" já não cabia mais ninguém. Foi assim no meu primeiro ano de Lisboa, já há um ror de anos. Aquelas «quatro salas, quatro filmes» tornaram-se passagem obrigatória, por causa de alguns filmes-que-só-passavam-lá ou de outros-que-já-só-estavam-ali-em-exibição (como o filme de Spike Lee).
Entretanto, mudaram as cadeiras, chegaram e desapareceram as pipocas, os televisores da entrada passaram a transmitir a Eurosport e não os "trailers", o som melhorou (mas continua a ouvir-se a banda sonora da sala ao lado, quando a explosão é maior ou o bandido grita mais alto). Mas o Quarteto foi decaindo: lê-se de quando em vez, sobretudo quando fecha outra sala algures na cidade, e vê-se quando se repara na tela da projecção deteriorada. Ninguém lhe pega? Não vale a pena?
Monopólios. O Quarteto sofre do mal de ser "independente" (que é como quem diz, fora do chapéu da Lusomundo). Em Aveiro, o Estúdio 2002 não chegou ao ano que lhe deu nome e o Estúdio Oita aguenta-se nas mãos da Medeia Filmes, de Paulo Branco. Há mais 14-catorze-14 salas, sete no Fórum Aveiro e outras sete no Glicínias Shopping, todas nas mãos da Lusomundo e... Warner-Lusomundo. A diferença é óbvia: ontem, estavam em cartaz oito filmes (apenas um era diferente entre os dois multiplexes, com direito a uma exibição única às 23h45).
Cinzas. Os fogos ainda matam (já vamos em 15 mortos «restritos»), mas a situação está a melhorar, dizem os jornais e a Protecção Civil. Mantendo o que escrevi, há dias, reconheço a serenidade de Francisco José Viegas (que contestei então), recolocando algumas questões importantes. Como escreve, em «equívocos sem importância», «Portugal é o culpado. Mas nesses momentos é necessário, rigorosamente, recomeçar. Chorar; mas recomeçar.»
"Páses". O Lidl tem dos melhores iogurtes do mundo. Provem os de pedaços!
Cadáveres. Já tínhamos a democracia na Coreia do Norte, segundo Bernardino Soares. Depois veio a condenação da pena de morte em geral e a sua aceitação para a Cuba-que-sofre-o-bloqueio, na versão de Ruben de Carvalho. Agora, temos o «Avante!» a suavizar os crimes do estalinismo - e a clamar pela pureza socialista de Estaline. Os milhões de mortos são justificados pelo «inimigo nazi». Estas teses revisionistas são tão repugnantes como as que querem "apagar" o Holocausto.