31.1.05

"Natural contentamento" crítico

"Natural contentamento dos que são democratas com a corajosa participação eleitoral no Iraque contra a morte e o terror". Pois. Mas os democratas também não esquecem o essencial: "Os que celebram o novo Iraque escondem o preço desta liberdade, conseguida à custa da ocupação e das armas".

Upgrade (o liberalismo)

A empresa fez um inquérito sobre o refeitório e o bar. A avaliação menos positiva levou a empresa a mudar de concessionário. O novo concessionário cobra 50 cêntimos pelo café que antes custava 32. O aumento "brutal" é acompanhado de uns retoques modernaços (umas decorações "made in Habitat"), mas sem grandes mais-valias no serviço. E por detrás de uma suposta melhoria para os trabalhadores estes são os verdadeiros prejudicados com os aumentos. Os liberais acham que é o mercado a funcionar, claro. Eu acho que é o roubo organizado, mas devo ser só eu. Manias. Deve ser isto que me faz ser de esquerda.

Mensagem quase sem sentido?

A revolução do desejo que se inicia.

28.1.05

Sete andamentos e uma imagem
para o fim-de-semana



1. A paixão: A verdade inatingível é quando Jude Law diz "amo-te" mas estou apaixonado por outra.

2. A canção: «I should go out and honk the horn, it's Independence Day/But instead I just pour myself a drink/It's got to be love, I've never felt this way/Oh baby, this one's from the heart».

3. A construção: Ele inaugura o discurso directo e responde em alta voz ao que os outros personagens calam.

4. A ovação: Viria gente de todo o mundo ver a igreja que mudava de sinos continuamente.

5. O papão: 0,75 de escândalo.

6. A razão: Porque os poderes divinos não se manifestam na terra com mais frequência.

7. A opção: Este blogue... termina aqui.

Tempo de antena

[ou um olhar distraído sobre a campanha]

1. Santana parece que deveu uns dinheiros ao fisco. Quem conhece a história do senhor começa a achar que é uma certa forma de estar na vida.

2. Bagão promete demitir-se de sócio do Benfica por não ser «ética e deontologicamente» sustentável continuar a emitir pareceres que prejudicam o "seu" clube de futebol.

O lobo mau

Ó mãe, o partido engoliu o militante.

Pobre país, o nosso (versão incómoda)

Afirma Pacheco: «Em quem é que eu voto? É a pergunta que mais me fazem. É a pergunta que mais me faço. Já tive mais certezas do que as que tenho hoje. [...] Mas eu estou em oposição a Santana Lopes e não ao PSD, cujo papel na democracia portuguesa continuo a considerar vital. Seria mau para Portugal que Santana Lopes voltasse a ser Primeiro-ministro, mas seria péssimo que o PSD perdesse o seu papel único no sistema político português. [...] Dito isto, fique bem claro que o PS não é alternativo aos males do PSD. [...] Discordo por isso em absoluto da posição de Freitas do Amaral no plano político. [...] Freitas do Amaral tomou uma posição de consciência, pouco fácil para quem foi o que foi e é o que é. Merece respeito por isso e discordância política. [...]» [E é melhor ir ao "link" ler tudo.]

Nunca fui militante de qualquer partido, por isso não sei como lidaria com uma situação de ruptura com o líder desse meu partido. Também acho que não se exige a Pacheco que vote no PS. Mas, julgo, depois de ler a série de textos sobre pobre país, o nosso e muitos outros "posts", ao longo destes meses, que a ruptura com o status quo partidário mereceria uma reflexão mais liberta do argumento da fidelidade ao partido. [Os exemplos de outros partidos não serão água para sacudir do capote? Não me lembro de Alegre, depois de eleito Sócrates, dizer que este seria um péssimo primeiro-ministro; e muitos renovadores do PC foram até à última consequência de não votar no partido.]

A cabala na campanha

«Santana Lopes diz que está montada uma mega-fraude para condicionar os resultados eleitorais e lançou, na quinta-feira à noite, um aviso às empresas de sondagens: «Ou se vem a confirmar as previsões que são feitas nas sondagens, e nós saberemos reconhecê-lo se assim fosse, ou, desta vez, se tal não vier a acontecer, não vai ficar tudo na mesma e as responsabilidades vão ser pedidas», advertiu.»

Santana não anda de transportes públicos. Se andasse, era capaz de dar outro crédito às sondagens. Mas leiamos o especialista.

27.1.05

60 anos


Auschwitz, 2005. Uma vela por mais de um milhão de mortos

Sem critério de urgência

[ou à atenção do senhor do grupo Mello que se diz ministro da Saúde]

«À tarde "com gripe e anginas" [Santana] foi à Urgência dos HUC (os Hospitais da Universidade como ele diz). Lopes, que requisitou uma equipe de INEM para o acompanhar, vai à Urgência dos Hospitais da Universidade quando tem anginas. Depois queixem-se da má utilização dos serviços, do curto circuito aos médicos de família e aos Centros de Saúde.»
Luís, in A Natureza do Mal

(poesia)

Toma!

Nem com 10 nos ganham!


["post" copiado daqui. continuo sem me lembrar em que estádio jogou o Porto]

Respigador de bordalices


Luiz Pacheco - e o manguito celebrizado por Bordalo


manguito: Respigo do Barnabé (por estes dias apresentado como «Bordalo») dois comentários que lá deixei. tal e qual como os que escrevi: primeiro a citaçãozinha que quis "sublinhar", depois a minha diatribe. e são diatribes, um comentário é apenas isso. escrito à flor da pele.

citaçãozinha primeira: «O PS não ganhará nem perderá a maioria absoluta pelo 1 a 1,5% que consiga roubar ao BE que não a ganhe nem perca muito mais rapidamente pelos 5% que deixar Santana recuperar», escreve o Rui Tavares.
diatribe primeira: Ó Rui, os lisboetas também assim pensaram, nas autárquicas de 2002, e entregaram a CM de Lisboa a Santana Lopes. Lembras-te por quantos? 800 e tal votos... Muito menos do que teve o Bloco (com a influência em Lisboa que NÃO se conhece - que fez o BE de diferente na CML? Miguel Portas já nem lá "mora"!). Depois daquela vitória, Santana pôde invocar legitimidades que nunca tinha tido, no PSD e no país. Com todas as consequências que teve!

citaçãozinha segunda: «Oh Pedro, há limites para a demagogia! Ficas hipersensível com a frase do Louçã e apresentas como alternativa o partido de Lello e Candal? De facto, Pedro, nem a campanha eleitoral em que definitivamente entraste permite tamanho desplante.» - escreve Daniel...
diatribe segunda: E, por acaso, na lista de dezenas/centenas de candidatos do BE ao Parlamento não haverá nenhum candidato a "Lello" e "Candal"? Assim, de repente, gostava de ouvir o discurso do major Tomé sobre liberdades e garantias nalgumas partes do globo, ou do 28º da lista do BE por Aveiro (mas onde anda o Candal que não o vejo no PS?) sobre o futebol, ou até da cabeça-de-lista daquele distrito (que é o meu de nascimento) sobre a "centralização" portuense de serviços, em detrimento de Aveiro... Ou outras questões menores, mas que muitas vezes permitem o «maior desplante» dos candidatos. Abraços!

MacDonald e Cassiel

As respostas e novas questões às dúvidas eleitorais de George Cassiel trazidas por MacDonald. É a cultura, estúpidos!

Saber do que se fala

«Os períodos de nojo estão como as estações, cada vez mais curtas, cada vez mais inconstantes. Guterres não fez a travessia no deserto que prometeu. Foi ali à praia de Cacilhas e voltou. Suspeito que o país vai tendo os políticos que merece.» Rodrigo Moita de Deus - do blogue-facho* da direita portuguesa, O Acidental - assina esta pérola (entre outras). Porque sabe do que fala. Ele foi (é?) assessor de Leonor Beleza, no Parlamento.


* - para que não restem dúvidas ou saltem indignadas vozes: «facho: s. m., archote; luzeiro; farol [...]».

26.1.05

Desaconselhável ao João César das Neves

"Jesus Cristo - da realidade e da ficção", pelo frei Bento Domingues, hoje, pelas 18.30, no Colégio do Sagrado Coração de Maria (Av. Manuel da Maia, 2 - em Lisboa, junto ao Instituto Superior Técnico).

O tio Óscar lembrou-se dela...


Kate Winslet, in Eternal Sunshine of the Spotless Mind


... apesar de se ter esquecido outra vez desta e nunca se ter lembrado desta aqui. Feitios.

25.1.05

Serviços públicos back to normal

1. Os elogios foram apressados. Como todos os serviços públicos, a experiência de horários da Carris por SMS arrancou bem, mas nos últimos dias, em três ou quatro utilizações, os dados foram transmitidos com erros.

2. O Metro era um sossego, apesar da selecção musical nem sempre ser desejável e apesar da multidão. Mas era um sossego: ali esquecíamos a televisão a berrar ou os omnipresentes telemóveis. Tudo acabou, primeiro com a TV interna, a partir de 31 de Março, com tô sim ao nosso lado.

Um Barnabé muito culto

"Velho amigo, brilhantíssimo paginador do livro do Barnabé, tipógrafo, fonógrafo, daltónico. Também é pai – ora toma. É o gajo mais culto do Barnabé, razão pela qual diz que não sabe se vai escrever. Será o nosso director artístico". De quem fala o Barnabé? Do Olímpio, nosso compincha de muitas andanças e comentador à distância desta casa. Agora, disponível ali nos amigos barnabitas.

De como se pode votar no PS de Sócrates

"(...) É gente que votou em Guterres em 1995 e desde então tem alternado entre o voto em branco e o Bloco. Lamentaram o regresso ao poder da direita em 2002 mas, porventura com alguma razão, acharam que o PS merecia uma cura de oposição. Com o Barrosismo veio a austeridade e as terapias dolorosas da direita. Com menos dinheiro no bolso, os anos de Guterres começaram a ser recordados com nostalgia, mas a memória d episódios como o “totonegócio”, o referendo ao aborto ou o orçamento limiano, tornou muito difícil a reconciliação com o PS. Até que entra em cena Santana Lopes. A mera possibilidade desta criatura continuar politicamente activa, liderando com Portas a oposição de direita a um governo minoritário do PS, incutiu-lhes as primeiras dúvidas. (...)" Pedro Oliveira, in Barnabé - que continua um exercício crítico muito interessante sobre a importância de votar no PS de Sócrates.

Para indecisos [teaser]

«Tudo isto lembra o velho, o sábio conselho de Álvaro Cunhal: dia 20, é virar a cara para o lado ao fazer a cruzinha.» Ivan Nunes, in A Praia

Mau tempo no canal

«É tão lindo, tão lindo ver as evoluções de tantas criaturas - nomeadamente na imprensa - quando começa a cheirar a um eventual futuro governo PS [...].» Ana Sá Lopes, in Glória Fácil

[aviso à navegação]

O barco anda à bolina em demanda de novos mares, com pouco tempo para acostar em porto seguro ou desembarcar, por instantes que seja, em terra firme. Os horários e os ritmos desta viagem serão outros. Para o visitante ir descobrindo.

[adenda: enquanto a navegação não se ajusta, esta viagem será preenchida também com a ajuda de outros navegantes. não se estranhem, pois, as cartas de marear que aqui se citam]

24.1.05

Os extremos tocam-se

«Quanto ao debate Louçã / Portas, acrescento que estão bem um para o outro. A questão resume-se em saber quem estica melhor o indicador direito.» [in Adufe]

23.1.05

Margens de erro*

sondagens com resultados (diríamos) óbvios. Mas um pequeno universo do eleitorado já pode avançar com as suas conclusões. Sem qualquer margem de erro, suspeitamos.

[* - dedicado a quem se tem desiludido com a blogosfera. porque há outros motivos para deixar de justificar longas ausências...]

Esta segunda-feira será o pior dia do ano

The silicon chip inside her head
Gets switched to overload.
And nobody's gonna go to school today,
She's going to make them stay at home.
And daddy doesn't understand it,
He always said she was as good as gold.
And he can see no reason
'Cause there are no reasons
What reason do you need to be shown?

Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
I want to shoot
The whole day down.

The telex machine is kept so clean
As it types to a waiting world.
And mother feels so shocked,
Father's world is rocked,
And their thoughts turn to
Their own little girl.
Sweet 16 ain't so peachy keen,
No, it ain't so neat to admit defeat.
They can see no reasons
'Cause there are no reasons
What reason do you need to be shown?

Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
I want to shoot
The whole day down.

All the playing's stopped in the playground now
She wants to play with her toys a while.
And school's out early and soon we'll be learning
And the lesson today is how to die.
And then the bullhorn crackles,
And the captain crackles,
With the problems and the how's and why's.
And he can see no reasons
'Cause there are no reasons
What reason do you need to die?

Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
I want to shoot
The whole day down.

dos Boomtown Rats

Uma águia voou mais alto

A águia do Beira-Mar desancorou-se do símbolo do clube. A do Benfica só voou ao intervalo, sem resultados. A palavra a quem topou tudo, a degustar ovos moles: «[...] temos o futebol ainda na cabeça, os ovos-moles na boca e as mãos teimam em dobrar o lenço que se agita em enxovalho. Mau grado as olheiras pisadas por um qualquer Tanque Silva visando a baliza de Quim e os brindes à moda da Luz, temos por nós que a malapata se deve à pieguice desse malfadado meeting entre o cangalheiro Filipe Vieira e o piegas Dias da Cunha. [...]» [in Almocreve das Petas]

Sócrates, forças e fraquezas

[ou como se pode votar no PS, sem demagogias]

«[...] Numa leitura superficial, o [programa do PS] ontem apresentado parece-me traduzir uma combinação equilibrada de ambição e realismo. Os tempos são de austeridade e seria irresponsável prometer aquilo que o Estado não está em condições de oferecer – expansão dos serviços públicos, abatimentos fiscais para as classes médias, etc. No entanto, fazer do saneamento das finanças públicas uma das prioridades máximas dum futuro governo PS sem referir medidas concretas de combate à evasão fiscal e à "informalidade económica", não deixa de ser decepcionante. Para um Partido comprometido com o ideal da justiça e da coesão social, essa deveria ser uma questão absolutamente prioritária – e muito importante para fidelizar votos que correm o risco de migrar para o Bloco de Esquerda. Enfim, espero que seja apenas uma distracção minha e que em breve tenhamos notícias animadoras sobre esta matéria.

Um apontamento final: a convocação de eleições antecipadas apanhou o PS desprevenido em relação às propostas governativas. De forma injusta, Sócrates viu ser-lhe colada a imagem do político de plástico, vazio de ideias. Injusta, desde logo, porque a sua eleição para secretário-geral teve lugar em Julho e a dissolução da AR foi decretada em Novembro, graças às trapalhadas indecorosas de Santana.
[...]». Pedro Oliveira, in Barnabé.

21.1.05

Ainda o incómodo da pergunta incómoda


Alex, in caricaturas.no.sapo.pt


Pacheco Pereira vai responder em quem votará ele, afinal. Depois de ter dito que votava naquele a quem acusa de incoerente, agora vem prometer uma nova resposta, por ser «a pergunta que mais [recebe] e mais [lhe] fazem». Mas, assobiando para o ar, mete o PSD e o PS no mesmo saco - «as faces da mesma moeda», como já lhes chamou. Querendo esconder o fim do PSD em que se revê (afinal, o partido agora é outro, algo entre o PP-PSL), Pacheco continua a querer fazer do PS de Sócrates um partido igual ao "seu" PSD. Não é, e ele disse-o, quando das eleições internas do PS.

A pergunta insistente que lhe fazem «é o sinal de uma crise de representação por parte de um eleitorado que votava PSD ou PS, a que se soma os que já afirmaram que iriam votar em branco», acredita Pacheco. Não, não é. A pergunta insistente que lhe fazem é de quem não acredita que o autor do Abrupto seja o mesmo que afirmou na Quadratura do Círculo que ia votar em Santana.

Um blogue...

... como o país.

A minha popularidade desde... 1900

Miguel
[means: Who is like God]



[A rank of 1 means it is the most popular name for that gender. A rank of 1000 means it is the 1000'th most popular. Bar graph statistics are compiled and published by the Social Security Administration, based on samplings of applications for Social Security cards.]

em compensação, noutra pesquisa: «Sorry, Marujo has never been a top 1000 name so we are unable to display a graph for the name Marujo.»

A verdade da mentira

Na quarta-feira à tarde, o PortugalDiário noticiou que «o CDS admite viabilizar Governo minoritário do PS». Mota Soares, secretário-geral do partido - certamente com instruções superiores -, veio desmentir «categoricamente» a notícia. Na quinta-feira à noite, em entrevista à SIC Notícias, Paulo Portas admitiu esses entendimentos.

«Credibilidade», dizem eles nos cartazes.


[blogo-nota: afinal aquilo que não podia ser confirmado, confirmou-se apenas 24 horas depois, caro Paulo.
outra-nota: raramente "trago" a este blogue notícias da minha autoria no PD, mas esta forma de fazer política do PP tem de ser aqui "estampada"]

20.1.05

O post anterior...

... é da "responsabilidade" de um Macintosh. Correu mal.

[edição ao texto anterior retira sentido a este breve "post"]

Há quem ria

O Governo demissionário de gestão fez 2446 nomeações.

19.1.05

E nós? Choramos ou rimos?

ou a letra da música que acompanha a entrada em cena de Santana nos comícios

Guerreiro Menino (um homem também chora)

«Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura

Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos

É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama

Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz»

Detector de spin

Sócrates disse aos jornalistas espanhóis na quinta-feira que era contra a retirada das tropas do Iraque. A notícia saiu no sábado no El País e no El Mundo. Ontem e hoje (quase uma semana depois) a comunicação social portuguesa sai com essas citações, depois de um trabalho de assessoria persuador das hostes do PSD. Na mesma altura em que Santana puxou o assunto, num comício em Mira. A esquerda domina o quê?

Nestas coisas da moda & cinema & elas

... chapeau para o azul...

Nicole (à esq.) e Charlize, nos Globos de Ouro

[para o CC não chorar]

Desgraças

Maremotos e eleições. Porque se pode votar à esquerda e não ofender a Deus. E porque a natureza se revolta sem ser por Deus estar ofendido.

18.1.05

E ela perdeu



Scarlett Johanson, nos Globos de Ouro*


* - o post iconográfico habitual para subir audiências, levantar a moral e exercitar os comentários.

Definitivamente, o mundo perdeu

«O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ontem, em entrevista ao canal de televisão norte-americano ABC, que não põe de parte a hipótese de atacar o Irão, se a diplomacia não conseguir persuadir o regime de Teerão a pôr fim ao seu programa nuclear.» [in Público Última Hora]

Um Código que merece ser lido...

Sobre Da Vinci e o sucesso que todos leram e instituíram como cânone e dogma, um "post" certeiro.

A política que não quero

«A Administração Bush determinou, informalmente, um tecto de 250 mil dólares para cada contributo, inflaccionando em 150 por cento o limite de 100 mil dólares fixado na anterior "inauguration", em 2001.

A entrada em funções de Bush será a mais cara da História, contrariando a tradição que tem prevalecido na América: habitualmente, os presidentes reconduzidos optam por celebrações mais modestas. Entre os principais contribuintes encontram-se grandes companhias, empresas multinacionais, "lobbies" ou executivos de topo, todos eles com interesses directos nas políticas federais decididas em Washington.

Um exemplo: o Instituto de Energia Nuclear, um grupo de pressão que defende a construção de mais equipamentos nucleares, doou 100 mil dólares para a tomada de posse. Todos os grandes contribuintes estão a retribuir os ganhos obtidos com as políticas da primeira Administração Bush, especialmente as grandes empresas que obtiveram cortes fiscais e beneficiaram do aligeiramento na regulação do mercado.

Mas os donativos mais expressivos provêm de empresas que encontram nas promessas eleitorais de Bush uma oportunidade de crescimento do negócio: os bancos de investimento e seguradoras interessados na privatização da Segurança Social e nos cortes fiscais ou a indústria farmacêutica que espera alterações na lei de prescrição de medicamentos.

Também há importantes donativos em nome individual, quase todos assegurados por personalidades que financiaram igualmente as organizações não governamentais que fizeram campanha por Bush.
»
in Público

O Público misógino
(à atenção da Vanessa)

Os aniversariantes de hoje, segundo o Público, são só homens. Não há uma única mulher em todo o mundo a quem se cante os parabéns.

O Público errou

Ontem, nos aniversários do dia, o Público esqueceu-se do Popeye e da minha irmã gémea.

15.1.05

Um post anual

Segunda-feira, três marujos fazem anos. Um deles é o Popeye. Vamos ali e já vimos.

[síntese impossível de um jantar]


Loustal, Letter from Cambodia, 'Home for dinner'
[illustration couleur (25 x 24)]


viagens. poetas. futebol. trabalhos. elas. livros. filmes. janelas para o mundo. mourinho. saramago. mexia. santana. sócrates. nós. arroz de cabidela. bacalhau à zé do pipo. leite creme. vinho da casa. café. loustal. deus. ou não. religião. mas pouco. perplexo. a bordo. timóteo. ausências.

14.1.05

O que os anos 90 fizeram contigo?

1. Tentas teclar o teu pin no display do micro-ondas.
2. Não jogas paciência com cartas de verdade há anos, ou então nunca conheceste outra forma de jogar paciência!
3. Perguntas, via e-mail, se o teu colega ao lado vai almoçar contigo e ele responde-te, por e-mail claro: "Dá-me cinco minutos!"
4. Tens 15 números de telefone diferentes para falares com a tua família de 3 pessoas.
5. O motivo pelo qual perdeste o contacto com os teus antigos amigos e colegas é porque eles têm um novo endereço de e-mail.
6. Não sabes o preço de um selo para correio azul.
7. Para ti, ser organizado significa ter vários bloquinhos de Post-It de cores diferentes.
8. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sozinho...).
9. Já dizes o nome da firma onde trabalhas quando atendes o telefone em casa.
10. Digitas o 0 para telefonar de tua casa.
11. Vais para o trabalho quando ainda está escuro, voltas para casa quando já escureceu de novo.
12. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu coração que parou. Ficas sem saber o que fazer, sentes-te perdido.
13. Sentes-te nu quando te esqueces do telemóvel.
14. Leste este email e balanças afirmativamente com a cabeça em diversos pontos.
15. Já estás a pensar a quem vais enviar esta mensagem...
16. E LÁ ESTÁS TU A RIR-TE SOZINHO OUTRA VEZ.

Se fosse nos EUA...


... mas não, foi no Brasil.

13.1.05

Mais um fax do gabinete de Portas

«No sentido de ser dado a conhecer o início da campanha hidrográfica com vista à recolha de dados para a extensão da Plataforma Continental, o Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Paulo Portas, e o Secretário de Estado dos Assuntos do Mar, Nuno Fernandes Thomaz, vão embarcar a bordo do navio Hidrográfico "D. Carlos 1", amanhã, dia 13 de Janeiro de 2005, às 14h45.
O navio encontra-se atracado no porto do Funchal, a partir do qual será iniciada a campanha Hidrográfica. Às 15h00, no Porto do Funchal, efectua-se a largada do navio.
Durante a viagem será feita uma demonstração dos equipamentos de recolha de dados, análise e tratamento da informação recolhida, apresentação do programa de trabalhos para a campanha hidrográfica
[sublinhados nossos, sublinhados desnecessários: trata-se - em bom português - da continuação da campanha eleitoral]

Transportes públicos

Todos as manhãs apanho o comboio e o autocarro. E agora também o metro.

12.1.05

Dúvidas Culturais

A propósito das "invisíveis" propostas partidárias em matéria de política cultural arrisquei uma provocação, cuja discussão julgo que "encaixa" bem na Cibertúlia.

Não estamos a falar de Morais Sarmento

De como ninguém deve ser obrigado a viver no Inferno. E de como há quem deteste o desconforto e fique facilmente agressivo em situações físicas penosas. E de um certo modo de higiene espiritual.

Mergulho (abaixo de) zero

Morais Sarmento quis demitir-se também ele de um Governo demissionário. O primeiro-ministro demissionário segurou-o. A imprensa fez figura de corpo presente porque o senhor ministro não quis ouvir perguntas.

11.1.05

E de que Igreja fala o senhor bispo?

«Toda a gente sabe qual é a posição da Igreja [sobre o aborto]», afirmou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.

Para pensar as eleições

Um blogue essencial - para ler sondagens, entender os números, perceber as políticas. De Pedro Magalhães. [Descoberto na Praia.]

Declaração de (não) voto

Porque não voto no Bloco de Esquerda? Porque o Bloco de Esquerda prefere a direita.

[pergunta incómoda sobre um «caso único»]

«É tudo incoerente.
E toda a gente acha normal.
»
Toda a gente acha normal, acusa Pacheco, sobre mais uma ideia peregrina de Santana Lopes. Mas quem é que vai votar nessa normalidade? Eu não. Pacheco sim.

[teaser]

Hoje A Capital fala-nos dos profissionais da política. Entre eles, muitos "jotinhas". Prometo para breve histórias de encontros imediatos.

10.1.05

Mergulho no fisco

O fisco quer notificar os clubes de futebol. Os clubes de futebol não querem ser notificados (eu também não quero, acha que posso senhor Bagão?). Santana incomodado quer saber se Morais Sarmento fez mergulho. Morais Sarmento nem mergulhou tudo a que tinha direito porque ainda está a recuperar de uma gripe que o afastou do passou bem a Sampaio. Portas já recuperou da gripe que o levou a procurar a cura na base aérea de São Jacinto também em detrimento dos cumprimentos ao sô presidente. O fisco ainda notifica Morais Sarmento e Portas por despesas de saúde duvidosas...

Contraditórios

Deus e o tsunami e o Papa Pio XII. Motivos para polémicas.

Rir de quê?

[a propósito de um texto de José Luís Peixoto contra as anedotas sobre os maremotos na Ásia]

Num jantar de amigos, notávamos a ausência de piadas sobre a tragédia da Ásia. E a violência dos acontecimentos tolheu qualquer possibilidade de também nós ali fazermos qualquer "gracinha".

Mas recordo um outro exemplo (contrário?), de um acontecimento igualmente brutal: o 11 de Setembro. O então "mayor" Rudolph Giulliani pediu - pouco mais de um mês depois dos atentados - aos nova-iorquinos para voltarem a rir, terminado o período de luto pelas vítimas.

Em Nova Iorque, as primeiras piadas apareceram ao quinto dia, noticiou na altura o New York Times. Em Portugal, circularam na internet as mais variadas graças sobre as torres (muitas com origem nos EUA) - e as pessoas riam, apesar de tudo. Depois veio Osama bin Laden, um alvo bem mais fácil para americanos e outros, como atestavam as dezenas de "cartoons" que invadiam "sites" humorísticos e as caixas de correio electrónico. Ou jogos em que o "responsável número um" dos ataques era literalmente o alvo a abater.

A 26 de Setembro de 2001, também naquele diário nova-iorquino, contava-se: «O público começa a regressar aos clubes de comédia, e os comediantes já começam a incluir piadas sobre os acontecimentos de 11 de Setembro, levados por um desejo de escape, mas também pelo dever de fazer rir as pessoas».

Outros não pensaram assim. Dino Ignacio, o "webmaster" de um sítio de humor, retirou da net a página em que satirizava o Becas da «Rua Sésamo», comparando-o a Bin Laden. «Bert is Evil!», defendia o humorista. Mas a frase deu lugar a um acto de contrição público, na hora de retirar a imagem: «Não estou a ser mariquinhas! Faço isto porque sinto que isto se aproximou demasiado da realidade e decidi ser responsável o suficiente para parar com isto imediatamente». "Isto" referia-se a cartazes empunhados por manifestantes paquistaneses pró-taliban com Becas ao lado de Bin Laden.

O humor é um pau de dois bicos. E muitas vezes a fronteira é muito ténue...

9.1.05

De como o futebol pode beneficiar os trabalhadores

Depois do jogo de ontem (Sporting-Benfica), há ali matéria suficiente para mexer no Código de Trabalho: um trabalhador pode ausentar-se em parte incerta, por tempo indeterminado, sem qualquer justificação (e ultrapassando os 25 dias estabelecidos pela lei), se no fim cumprir os objectivos que a empresa lhe definir. Já tenho título para esse artigo: «De como o crime pode compensar». Valerá a pena: andaremos todos com um sorriso meio-tonto na cara.

Divórcio com vizinhos

A Sara e o Zé recebem-nos para uma noite de paixões irracionais. Eu perdi. Eles e o Nuno ganharam. Mais tarde discutimos política e justiça. Como fizemos tantas vezes. Os vizinhos devem ter protestado. Nós gostámos. Às vezes, há quem ache que não devemos ser amigos. Os vizinhos deles devem ter achado o mesmo.

Estarei a ver TV ou estarei no computador?

Na SIC Notícias, Daniel e Pedro discutem «o eixo do mal». Acaba o programa, muda-se para a RTP N e Daniel e Pedro continuam a discutir, agora livros e blogues, sob a moderação de Francisco. Em rodapé passa a morada de um blogue do próprio programa. Que ecrã é este?

8.1.05

O PS e as poupanças da geração anterior

Há um senhor que teme a maioria ou minoria do PS, desde que seja uma vitória socialista. E entre vários disparates, escreve: «A vitória do PS, mesmo que minoritário, não me traz alegria alguma. Faz-me sempre lembrar aquela malta que, logo a seguir ao desbaratamento comunista do pós vinte e cinco do quatro, acabou definitivamente com as poupanças da geração anterior.»

Eis as poupanças da geração anterior, que este senhor glorifica: um atraso atávico do país, um Banco de Portugal alegadamente cheio de ouro num país de analfabetos, de reduzida escolaridade, de pobreza em larga escala, mas escondida em paredes de casas honradas. [Escuso de trazer à liça: a PIDE, a falta de liberdade individual, a censura, a tortura, os campos de concentração, a guerra colonial.]

Aquele senhor (ou os seus) deve(m) ter vivido no bem-bom, refasteladinho sob a capa do regime ditatorial que manteve Portugal fora da Europa durante quase 50 anos. Para aquele senhor, pouco importa a verdade de gerações que se perderam graças a esse seminarista tolhido de Santa Comba. A ele, pouco importam as gerações. E avisa ele para os netos se cuidarem. É melhor, é. Com avós destes...

Ele há dias assim

Pode demorar a carregar, como por exemplo eu (hoje).

7.1.05

Sem top que nos valha (II)

Não fiz listas, disse-o. Pior: fiz uma lista do que não vi - no cinema. Uma cábula, confesso. Para melhores dias cinéfilos. Os meus companheiros na sétima arte redimem-me e dizem o que acharam de 2004 no escurinho do cinema.

[serviços públicos]

SMS. A Carris tem um serviço de informação de horários e carreiras nas paragens. Envia-se uma SMS para o número dado, com o código da paragem e o número do autocarro. A resposta é (quase) célere: em Sete Rios, às 16:12, anunciam-me a chegada do 58 para daí a «3 minutos». Confirma-se. Nas Amoreiras, a tecnologia foi derrotada pelo autocarro que fez a curva ainda antes da resposta: «O minutos».
[O único senão: só é gratuito até 16 de Janeiro.]

RTP Memória: às 19 horas, todos os dias: «Grandes Séries» com o inesquecível Zé Gato.

Cantinho de outro hooligan*

Vai uma grande agitação com a contratação de um jogador argentino pelo Benfica, diz-nos um jornal de Buenos Aires. «Imaginem se ele fosse com elas», acrescentam maliciosamente em legenda a esta foto...



* - a nossa homenagem ao mestre de Aviz, correspondente no Hemisfério Sul e adepto portista

A bonança antes da tempestade


Atol de Malé Norte, Maldivas (MM, Abril de 2003)

É preciso continuar a contribuir.

Parabéns

O Pedro e o João fazem anos. Fica o aviso para os amigos distraídos.

6.1.05

Sem top que nos valha

Não dei prémios, não elegi favoritos. Os blogues de que gosto estão aqui à direita (devidamente actualizados, com amigos que estavam ainda esquecidos ou desconhecidos que já acompanho há muito ou há pouco). Os livros, os filmes e os discos de que gosto fui falando deles (basta procurar nos arquivos). De resto, posso citar-me, no início de 2004: «Não vi todos os filmes, não ouvi todas as músicas, não li todos os livros, não espreitei todos os blogues, não folheei todos os jornais, não fui a todas as exposições, não visitei todos os lugares. Por isso, não faço qualquer lista [...]. O que fica dos dias que passaram são memórias de coisas boas e de um mundo aflito.»

Buchholz - visita guiada

Alguns motivos que me fizeram optar por outros lados: «[...] gostava de por lá andar sem ser chateado (e ficava sempre com a sensação que me agradeciam que não chateasse muito - uma espécie de disponibilidade só para compradores habituais, um clube do qual nunca me senti parte). [...] não gostava nada de não ter dinheiro para trazer metade dos discos que lá estavam. [...] o curto horário da livraria da Duque de Palmela era exasperante quando à sua porta se chegava e já ninguém lá estava para nos atender [...]». [in Planeta Reboque, via Lutz]

Respôncio de Sant'Ana à inteligência

Santana quis fugir depois de dissolvida a Assembleia. Seria inédito e talvez impossível, pela Lei. Disseram-lhe que era melhor ficar, para não dar mais munições a uma oposição que já colecciona um arsenal notável, mesmo sem andar à procura dele.

Mas, os dias vão passando, e os desastres acumulam-se. Ele é Pôncio, ele é a Margarida Rebelo Pinto, ele é o Lux, ele é o cartaz que não passa cavaco, ele é uma ministra que não tem noção do disparate.

A lei eleitoral estabelece um enorme intervalo de tempo entre a dissolução do Parlamento e a tomada de posse de um novo governo. O que já é um disparate, é agravado com os dislates de um governo demissionário - até da inteligência.

O momento mais ridículo do dia...

... é à saída do cabeleireiro de homens com o cabelo todo puxado pela escova e pelo secador. Nesses instantes, restam duas alternativas: enterrarmo-nos na revista - comprada previamente para evitar angústias entre bolas e correios da manhã - para não nos cruzarmos com olhares de gozo ou caras conhecidas; ou, dobrada a esquina, sacudirmos logo os cabelos com a mão e desarranjar o glorioso tufo.

5.1.05

Will Eisner (1917-2005)


in A Contract With God, de Will Eisner, 1978

Uma livraria em perigo

À atenção do Filipe - e outros amigos. A Buchholz* - um espaço que descobri com a reverência de quem não tinha Livrarias na sua cidade - está em pré-falência, conta-se aqui. O João Pedro avança com uma ideia interessante. Pedem-se ideias, para evitar lamúrias do facto consumado.

[actualizado: Francisco José Viegas também comenta esta notícia. E divulga um texto de Pedro Tamen, que se inicia com um pedido: «Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando. Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.»]
* - o site da livraria está «em remodelação» e promete-se brevidade. Será?

O silêncio e a esperança

Silêncio, também aqui (George Cassiel).

Como se desenham três minutos de silêncio?



in Via Dupla

Amazing earth

«Amazing grace! (how sweet the sound)
That sav'd a wretch like me!
I once was lost, but now am found,
Was blind, but now I see.
»

[largos dias têm os blogues]

1. Os rapazes fazem anos a 1 de Janeiro. Desde 2003 em que anunciaram um mundo novo. Os parabéns (ainda na ressaca das festas) atrasados.

2. Outros rapazes andam cá há menos tempo, mas já editaram livro e tudo. E dão um conselho avisado aos seus leitores em papel: um conjunto de blogues a ler. Entre os quais, esta humilde página. Obrigado, barnabés.

3. Obrigado também a Lolita e Babugem - pelas palavras e pela companhia. Apetece cantar... blogame mucho como sí fuera la última vez.

4.1.05

... and now for something completely different

Quando o Natal foi raptado, é uma forma diferente de ver cinema, num blogue que também ousa falar da eutanásia ao falar de cinema. Porque o cinema é vida.

O «salvador»

Veja-se o cartaz aqui "postado". Santana sorri num quase-ombro-a-ombro com o inevitável Sá Carneiro. Do outro lado, em igual plano, Cavaco Silva, que recusou aparecer na foto. Lá atrás, Durão e (quem?) Balsemão. O regresso de Sá Carneiro em plano divino («Santa Maria», diria o ainda primeiro-ministro) fez-me recordar outro homem muito próximo da divina providência.

PSD assume desastre da sua governação


in Diário Digital,
em que se conta que Cavaco recusou aparecer na foto

Não esquecer

as campanhas de solidariedade

"SOS Crianças da Ásia" UNICEF
CGD NIB: 003501270002824123054

Médicos do Mundo
BPI NIB: 0010 0000 94449990001 70
CGD NIB: 0035 05510 000772213032

Missão na Ásia da AMI
BES NIB: 000700150040000000672

Cáritas - vítimas do Sudeste asiático
CGD NIB: 003506970063091793082

Apelo de emergência Cruz Vermelha
BPI NIB: 001000001372227000970

Conta Montepio Geral
MG NIB: 0036 0088 99100039366 18

3.1.05

Cruzadas morais

«O novo problema de todos estes países é o do dispêndio exagerado do sistema de "social welfare", melhor, o gasto exagerado de um modelo de Estado social de tipo colectivista e universalista» [sublinhados meus]. Leram bem: é a perspectiva do bom católico Mário Pinto, que depois das cruzadas pró-Buttiglione regressa à cruzada do neoliberalismo.

É engraçado que, nestas questões, Mário Pinto esqueça o discurso do Papa. Afinal, era M.P. que assim escrevia em Novembro: «A democracia do século XXI não excluiria ninguém, por delito de opinião, do exercício dos seus direitos políticos, excepto os católicos coerentes. Coerentes são os que livremente estão em união (de inteligência e de vontade) com a doutrina e a autoridade da Igreja - porque há muitos, e até padres, que fazem uma administração autónoma da doutrina e se importam pouco com os mistérios (isto... digo eu)».

Invocar o nome de deus só quando nos dá jeito será pecado?

À procura da Terra do Nunca

Mais irregular, mas o mesmo blogue de sempre. Breve e incisivo. JMF regressa à blogosfera de qualidade. Ponto.

A conversão na praia

Ivan descobriu Taizé no Bloco de Esquerda.

Pão com manteiga

Longos diálogos. Melhores textos. Se não tiver tempo ou a vista se cansar, imprima e leia no recato.

Um natal des-sacralizado

Aquilo que aqui se apresentou em vésperas de Natal, mexeu com amigos e leitores. Como poderia eu representar a anunciação pela sensualidade? Socorro-me do amigo Rui, que, há um ano, fazia uma leitura de outra des-sacralização do Natal aqui "postada", a partir de um quadro de Paula Rego: «A vida de Maria é usada enquanto história de um imaginário não exclusivamente cristão, deixando de lado teologias ou interpretações religiosas para dar relevo a uma dimensão humana, que passa, obviamente, pela mediação subjectiva da autora.» Tal quadro, tais fotos - idênticas mediações. Ou será que me atirarão pedras, por isto?

2.1.05

[sorrirão eles, ainda?]


ilha no atol de Malé Norte, Maldivas (MM, Abril, 2003)

Quero outro ano

A noite envelheceu depressa. Mas há quem nos escreva a dizer que podemos esperar mais: «A propósito do teu escrito, quero outro ano... Ou melhor um ano outro. Dizer isto só é possível porque a gente tem esperança. "O que me espanta, diz Deus, é a esperança" - segundo Péguy. Só ela nos faz saltar da cama todos os dias e nos alimenta os futuros. Que as epifanias suportem esse mistério que é a esperança.» [Obrigado, X.]