30.6.07

Natureza artística ou literária

Quando Santana Lopes era presidente da Câmara da Figueira da Foz, passou a escrever no jornal A Bola e no Diário de Notícias artigos de opinião sobre desporto. Era também comentador na RTP. Durante o mandato, foi posta em causa a acumulação das funções de presidente de Câmara a tempo inteiro com as referidas colaborações, pelo que só recebeu metade da remuneração como autarca. Protestou, e o Tribunal deu-lhe razão: agora vai receber uma indemnização no valor de cerca de 75 mil euros – o correspondente à quantia que deixou de auferir de 1998 a 2001, anuncia hoje o Sol. Segundo o Tribunal, as colaborações eram de «natureza artística ou literária», ou seja, compatíveis com outras funções. É um facto: o país lembra-se bem da actividade de natureza artística ou literária deste senhor.

Bonde do Role


Descubro estes cariocas no El País. Divirto-me com eles - e com a irreverência da recensão: «Tres gamberretes sacados de una película de Kevin Smith, unos Beastie Boys con acné ávidos de follar, una cantante que juega a ser tan putón verbenero como Peaches y actitud punk más hedonista que discursiva. Son un chiste, sí, aunque al menos hace reír.» E venha co'a gente.

29.6.07

O mundo ao contrário

Há um homem (vejo-o da minha janela) a andar às voltas no Marquês de Pombal, de costas, para protestar contra a violência infantil. E há um piloto de Fórmula 1 que diz ter sido salvo de um acidente a 230km/h por ter o nome de João Paulo II no capacete. Os jacarandás já perderam a cor, deve ser isso.

Um milhão

Confirma-se: o E Deus Criou a Mulher ultrapassou esta quinta-feira um milhão de visitantes (e, neste momento, quase dois milhões de páginas vistas). Há números que importam. Obrigado!

28.6.07

Dúvida metódica

Como limpar um pólo riscado por um marcador de feltro? Hoje à noite: ler com especial cuidado as bulas científicas dos pacotes de detergentes.

Longe das facadas

"É evidente que houve reservas em função do perfil que foi apresentado quase de forma monárquica pelo dr. Durão Barroso e o presidente Sampaio limitou-se a ver se não havia alternativas dentro do maior partido que formava a coligação governamental", disse aos jornalistas. [João Gabriel, ex-assessor de Sampaio]

Surpresas boas

A Raquel surpreende-nos hoje com a notícia do 1º Lugar na 1ª FotoAventura organizada pela TMN na cidade de Lisboa, uma maratona fotográfica de 12 horas onde participaram cerca de 50 concorrentes. Os trabalhos estão expostos na Loja Dimensão em Alvalade e ser depois publicadas no site http://www.tshirtmania.pt/fotoaventura.

Teaser

Há números que contam. O défice? A emissão de CO2? O jackpot do euromilhões? Tudo importante, mas hoje não será nada disto. Ou muito me engano ou, ao fim do dia, comemoraremos um milhão que eu cá sei.

Up(ing) street

No in and out de Blair e Gordon, há um aspecto a reter: a delícia que é acompanhar esta sucessão na imprensa inglesa. Do Guardian (renovado, bonito) ao Independent passando pela Sky. Admirável internet.

Down(ing) street

Blair sai, Gordon entra. O mundo continua - e passa pelo Iraque, remember?

27.6.07

O comendador desportivo

[clicar para aumentar e ler]


[no cartaz: Despachar Rui Costa com um fuck him, ao melhor estilo fato de treino das docas de Manchester, despedir Mega Ferreira só porque o tipo não é merceeiro ou distribuir benesses a quem anda a estudar alternativas à Ota, prova aquilo que os meus pais sempre me ensinaram: o dinheiro não compra a educação, nem uma colecção de arte disfarça a borregada. ]

26.6.07

Se o New York Times o diz, quem somos nós para não nos embevecermos

[foto de Susana Raab para The New York Times]

Este país

Agora, é a Portela+2. Não se riam, que eles todos falam muito a sério.

Extinga-se

Há uma campanha nas ruas: a poluição visual de cartazes não nos deixa esquecer. Mas há quem bata recordes na confusão aos eleitores. Fernando Negrão quer «ser presidente» (essas eleições já foram há um tempito) mas também extinguir o Ippar ou a EPUL ou nada disto ou tudo isto ou meter água na EPUL quando afinal ele mete água é na campanha. E não se pode extinguir um candidato assim?

«avisos de Sandro

se a sua mulher lança pedras enquanto aspira poderá estar na presença de uma intifada do lar.»

[no sempre imprescindível Irmão Lúcia. oremos]

25.6.07

Blogo

Escrita minimalista, polémicas evitadas. Há aborto de novo, não apetece, enjoa-se a Ota e alternadeiras, dispensam-se folclores eleitorais ou achaques populistas. Este blogue tem uma agenda assim. Volátil. Interessa?

Wishful thinking

24.6.07

Turn-off the light (continued)

[um dia tramado] Um telemóvel perdido ad eternum num táxi, duas nódoas ao almoço, agora na TV, Demi Moore em inenarrável "Striptease". Deve ser o serviço público na RTP a alinhar pela actualidade de um salão erótico em Lisboa.

23.6.07

Turn-off the light

No deserto da televisão de sexta à noite (e com o bailarico dos santos a abanar a casa por todo o lado), desliga-se a coisa e ouve-se o Requiem de Fauré. Há uma alegria imensa, nesta decisão.


Que fizemos nós...

Reparo na edição de "Que fiz eu para merecer isto!", de Pedro Almodóvar, que o Público vendeu em tempos: na contracapa, as fotos que acompanham a sinopse são do filme "Negros Hábitos". Dois títulos que são duas belas metáforas para os descuidos habituais das edições de DVD em Portugal.

22.6.07

Actualizar a canção

O FMI aterrou hoje na Portela, sim senhor.

Olha, estou nas estatísticas!

«O número de inscritos nos centros de emprego caiu 13 por cento em Maio, abaixo da barreira dos 400 mil (397.482), o que equivale a menos 59.527 indivíduos do que no mesmo mês de 2006, avança hoje o Instituto de Emprego e Formação Profissional.» Mas (importante mas): quase 400 mil ainda estão desempregados.

Acusações

Terceira acusação para Pinto da Costa. Deve ser este o tri de que falava o papa há dias!

De Lisboa

Uma estrela cadente rasgou há pouco o céu limpo de Lisboa (sim, esta noite vêem-se as estrelas). Foi direitinha para Glasgow.

O melhor telejornal


O mundo todo cabe na mordacidade do melhor pivô do melhor telejornal nas televisões portuguesas. Neste momento, é com Jon Stewart que mais sei sobre Iraque ou as eleições americanas ou descobertas científicas ou literatura ou história ou... Incontornável.

[sim, dá a desoras na SIC Radical, but who cares?!]

21.6.07

Drenados

À bufaria da DREN ninguém contrapõe a de Rui Rio, que manda funcionários da Câmara filmar cidadãos para os denunciar publicamente. Temos pena.

20.6.07

A piada do ano

Hoje, uns senhores engravatados, de microfones assestados, mui bem postos e sentados, lançaram um livro com o título "Revolucionários!". Tal e qual: com exclamação. Não fosse trágico, dava vontade de rir. O país sentado e engravatado do Compromisso-para-eles-Portugal diz-se revolucionário. Kidding, right?

19.6.07

Importam-se de repetir?

«A lista do PSD à Câmara de Lisboa é encabeçada novamente por um independente, Fernando Negrão (...).» Desculpem? Inde...quê

[actualize-se, com o início de uma nota biográfica publicada pela Lusa: «O candidato social-democrata à Câmara de Lisboa, Fernando Negrão, é um independente que tem ocupado vários cargos políticos pelo PSD, e classifica-se como um "OPNI" ("objecto político não identificado"). Foi ministro da Segurança, da Família e da Criança no governo de Pedro Santana Lopes (PSD/CDS-PP), deixou recentemente a vereação na Câmara de Setúbal, onde garantiu ao PSD o melhor resultado de sempre naquele distrito, e é actualmente vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata.» Os sublinhados, quase desnecessários, são meus.]

Globalização

No sábado, em Edimburgo, chovia muito. Amigos comentaram: este tempo, nesta altura do ano, só neste país. Hoje, em Lisboa, está pior.

Luta de classes

Os mesmos que todos os dias nos convencem do perigo da invasão espanhola, como se não trabalhassem e ganhassem com ela, gostam de dar trunfos a essa Espanha. TGV? Nem pensar, é caro. Como se o melhor continuasse a ser o Sud Express, para chegar à Europa, ou como se o Alfa Pendular ou o Intercidades fossem suficientes para quem vai de comboio ao Porto. Afinal, eles usam a ponte aérea Lisboa-Porto ou voam nos reluzentes bê-émes a 220 km/h. Ota ou outro aeroporto? Uma chatice, que não lhes interessa porque eles têm executive lounge e chegam 15 minutos antes da hora e não lhes fazem check-out. A luta de classes, já se vê, desenha-se na charneca.

18.6.07

Sem notas

Não sou pela Ota, nem por Alcochete, nem por Rio Frio, nem pela Portela. Faltam-me estudos. Mas estranho a estranha unanimidade contra a Ota (durante anos, muitos que a contestam defenderam-na), estranho o estranho silêncio que se abateu sobre Rio Frio (afinal era tão bom e já não serve?), estranho a estranha unanimidade a favor de Alcochete (que interesses repentinos estão lá representados?) e estranho que nunca se estranhem os voos rasantes sobre a cidade por causa da Portela (alguém já viu a Torre Eiffel ou o Big Ben de tão perto como se vê a Torre de Belém?). Resumindo: faltam-me estudos, mas sobram-me questões. E ninguém parece interessado em responder.

Buenos dias, Lisboa

Às 9h05, aterragem; 9h18, chega-se ao terminal, de autocarro; às 9h23, estão cumpridas as formalidades de identificação; às 9h43, está prevista a bagagem, anuncia o ecrã; a primeira mala sai às 10h05, uma hora depois. Barajas fica mais perto que a Portela.

13.6.07

Eilean a' Cheò

Por estes dias, aproveita-se o santo casamenteiro (para namorar). Voltamos já.

12.6.07

Perdoai-vos uns aos outros

O senhor padre que afinal é autarca, ou o autarca que gosta de usar a sua condição de padre (e, mal que pergunte, ó senhores bispos, porque é que os cristãos na política só merecem reparos, quando estão à esquerda?), devia saber que o perdão deve nortear as nossas vidas.

Lament*

A mais bela despedida de um Pai

(por agora em três partes, e a música de Newman, visceralmente bela).

* - A lament or lamentation is a song or poem expressing grief, regret or mourning. Many of the oldest and most lasting poems in human history have been laments

Paisagem

Passeio junto ao rio, Cacilhas, Maio/07

11.6.07

Chouriços

Encher chouriços dá nisto: a SIC Notícias passa um programa sobre cinema onde se publicita a programação dos canais Lusomundo, da TvCabo, que serão exibidos a... 10 de Junho.

Insuflar

Começa com as palavras que inauguraram a Cibertúlia (lembram-se?), para depois propor-nos como blogue da semana E Deus Criou a Mulher. Pedro Rolo Duarte na sua Janela Indiscreta (Antena 1) falou assim de nós. O ego insuflou um cadinho, pronto.

[Novo agradecimento transatlântico pela dica.]

10.6.07

Este país, no divã



Ota, Alcochete, Rio Frio. Charrua, DREN, insultos. Apito Dourado, Felgueiras, Casa Pia. Maddie, Rui Pedro. Défice, desemprego, pobreza. Estas possíveis legendas - e outras, idênticas - são desnecessárias.

9.6.07

Oxalá, ninguém se vá embora



No Sushi Leblon (a diáspora a lembrar-nos o bom que temos, sempre), descubro um vídeo que acho que nunca tinha visto, apesar de gostar muito da canção: «Oxalá», dos Madredeus. Agora que está na moda não gostar da música deles, dizer que é sempre a mesma coisa, que a voz dela já não sei quê, recupero este tema, porque continuo a gostar muito. E a pensar que se todas as coisas fossem tão boas assim, continuassem a ser tão boas assim, este país era bem mais suportável. Oxalá.

Charruas

Das duas, uma: ou Margarida Moreira é uma mulher de pêlo na venta, ou não gosta de laranjas, ou é uma malcriada, ou nada disto, e agora andam todos à procura de uma frasesinha menos espirituosa da senhora. Coisas dos jornais.

8.6.07

Cogumelos

Nem Ota, nem Rio Frio. Alcochete! Queremos o aeroporto na carreira de tiro, diz-nos mais uma cabecinha pensadora. Eu acho que ali nas Amoreiras ficava melhor: era pertinho de casa e acabava-se com as torres do Taveira.

[Agora (mais) a sério: leiam este comentário sobre a Portela.]

4 anos! (reprise)

Exige-se um agradecimento público a todos os que nos deixaram os parabéns (e aos outros, também). Sabem bem, leitores e amigos assim.

7.6.07

Reformar a reforma (caso prático)

"Morreu no passado sábado à espera da reforma, depois de há um ano lhe ter sido diagnosticada leucemia. Era professora na Escola Básica 2/3 de Cacia, em Aveiro, e tinha batalhado pela aposentação que ainda não foi oficialmente decretada."

Reformar a reforma

Conclui-se por estes dias que a produtividade não é culpa de férias e feriados. Os finlandeses têm mais e saem-se melhor. Os patrões explicam muita quota parte deste insucesso, pois explicam: maus gestores, preocupados com o imediato, sem vistas largas e duradouras. Depois, há o país que gasta demais onde não deve, nem tem: reformas milionárias, como as que o número dois do PSD à Câmara de Lisboa vai ganhar aos 53 anos, pela PT (empresa do Estado). Quando o Governo estende a idade da reforma para lá do sol posto, estes senhores reformam-se ainda novos para verear a cidade, a acumular dinheiros. Lembro-me dos desempregados: estes podem receber uns dinheiritos extra, se biscatarem coisas incertas, precárias e temporárias, até 50 por cento do salário mínimo. Leram bem: menos de 200 euros ao mês, a juntar ao lu(i)xo do subsídio de desemprego. Mas eles, os desempregados, é que são uma praga de preguiçosos e chulos. É, deve ser.

Feriado, por deus

Hoje é feriado. Do Corpo de Deus. Corpus Christi, que tantos desconhecerão. Tocarão os sinos das igrejas, ao compasso da procissão, que descerá pelas ruas da Sé de Lisboa à Praça do Município. Muito a propósito esta mania de cruzar fé e política. Do dia que serve «para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo», alguém se lembrou de terminar o cortejo na praça maldita que tantos desejam. Há uma transubstanciação nesta estranha ligação.

6.6.07

Aos aviões

Este blogue preocupa-se com a Ota. E com Rio Frio. E desvelados os interesses que se unem em torno de uma e outro, propõe nova aerogare em Barajas. Aliás, parece que já há uma bem desenvolvida, e assim podemos carpir as lágrimas dos castelhanos continuarem com tudo. Mas depois não vale queixarem-se da hora à espera da bagagem depois da viagenzinha de autocarro porque não há mangas para aviões com mais de 200 lugares, das malas perdidas aos pontapés, dos check-ins acotovelados, dos taxistas que se chateiam com percursos de meia dúzia de metros... Otices, é o que é.

5.6.07

4 anos!

A Cibertúlia fez ontem quatro anos (eternidade!). Valha-nos a atenção dos outros. Obrigado a todos - e fiquem com a Scarlett, aí em baixo nas fotos e no vídeo, a padroeira deste lar.

Jesus & Mary... honey


The Jesus and Mary chain with Scarlett Johanson singing "Just Like Honey"

4.6.07

Desperdícios

Não percebo para que temos uma Louis Vuitton na Avenida da Liberdade, se a montra não tem o mais importante da marca.

Livros no túnel

Fernando Negrão passeou-se na feira (fui mais tarde, felizmente) e propõe-se revitalizar a dita (diz-nos a voz off). Como? "É preciso marketing e essas coisas...", "e trazer mais jovens". O sr. Negrão vai pouco à feira, ao falar dos jovens, e fala do resto como se o mal fossem cartazes cinzentos ou frases pouco bombásticas (estaria a pensar no cartaz dele?). Ao ouvir a reportagem, percebe-se o mal de Lisboa: muito marketing, pouca cidade. Ali ao lado, está o túnel para o provar.

3.6.07

Lisboa-Glasgow

Pub

Queixam-se amigos e leitores da publicidade que pinga quando abrem este blogue. A gerência pede desculpa mas a responsabilidade desses espaços é dos intervenientes. (Se alguém souber como, mata-se já a coisa.)

2.6.07

Intelectual, et pour cause...

O ex-ministro da Cultura Pedro Roseta pergunta se aquele livro vai a "livro do dia". Que sim (júbilo), e que não (lamento). Um intelectual sabe preservar a sua carteira.

Feira

A feira faz-se de encontros e desencontros, alguns inesperados. Todos os anos, é assim.

Buzinão

Chego a casa a estas horas e o mês de Junho é-me anunciado pelo bailarico da rua de cima. Mês de santos populares. O que me vale é que o Presidente da República vive para aqueles lados. Toquem lá bem alto.

1.6.07

Muito mais que boas intenções

É preciso que se ofereçam a todas as pessoas, independentemente do sexo, idade, origem racial ou étnica, religião ou crença, deficiência ou orientação sexual, as mesmas oportunidades.

Criança

O dia da Criança tem essa coisa boa da feira do Livro abrir às 10h. E sendo sexta estende-se até à meia-noite. Acho que hoje conseguirei a terceira escapadinha, apesar do ano pobre.