11.8.03

Depois de Marilyn

1. Apetecia-me deixar Marilyn a dar as boas-vindas a todos os que aqui aportam, aos amigos e aos outros. Está mais abaixo.

2. As «Associações Juvenis [estão] em Dificuldades Financeiras» lê-se hoje no Público. No caso reportado, tratam-se das associações que têm campos de férias. Nada que não suspeitasse já. Por estes dias o Governo anuncia com pompa e circunstância o lançamento do «primeiro portal temático» da Juventude. A mentira tem tanto de grosseira como o programa para a Juventude de inexistente na política deste governo. Esta área não dá votos, como o Euro2004, e é perfeita para os "anti-Estado" reclamarem, confundindo a árvore com a floresta.
Recordo-me, quando militante nestas coisas do associativismo juvenil, da luta de muitas associações contra a subsidiodependência. Mas separe-se o trigo do joio: em Portugal, os jovens associados não chegam aos 20 por cento (se me lembro dos números), quando na Dinamarca - por exemplo - anda pelos 100 por cento (corrige-me, Diogo, se estiver errado). Não tem, então, o Estado responsabilidades? Tem. Mas não em substituir-se como uma vulgar associação às associações juvenis. Deve apenas dar dinheiro? Deve, mas co-responsabilizando as associações: valorizando o auto-financiamento destas, obrigando a uma contabilidade minimamente profissional. Mas sem as asfixiar depois de se comprometer no financiamento. Como na notícia do Público.

O que acho extraordinário é o apagamento das associações - e dos seus representantes, como o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) - face a estas situações. O facto de as associações dependerem em demasia, ou já estarem asfixiadas, não as deve inibir de criticar o governo, a começar pelo secretário de Estado do Desporto - que parece tutelar a Juventude.

3. «Começar como Acabou». Não sei se o título do Público se refere à vitória do FCPorto ou ao tradicional golo polémico de Costinha.
[Uma provocação afectuosa aos meus amigos, que devem andar de férias, e ao Francisco José Viegas.]

4. Glória fácil, promete um novo blogue de jornalistas (João Pedro Henriques, Maria José Oliveira, os dois "públicos", mais o dê-éne Nuno Simas). O debate sobre a TSF - e a PT como "dona" de muitos órgãos de comunicação social - que ali se propõe é muito interessante. Sobretudo se o lermos a olhar para o que se passa em Itália.