Os blogues podem espoletar debates interessantes. Sobre a TSF, o jornalista da casa Carlos Vaz Marques criticou o poeta e crítico literário Pedro Mexia, por este ter dito que «sendo mesmo incrivelmente esquerdista [a TSF] é a nossa melhor rádio». CVM pede-lhe exemplos. PM dá-lhe vários de memória. Há um que me (nos) toca particularmente, por ser simplesmente idiota.
«- O programa religioso da TSF, Como se Visse o Invisível, tem três participantes católicos: D. Januário Torgal Ferreira, Anselmo Borges e Maria de Lourdes Pintasilgo; esses três nomes são tão representativos dos católicos em Portugal como seria representativo do eleitorado português um Parlamento onde tivessem apenas assento o PCP, o PEV e o BE.»
Mexia está no direito de não gostar do que dizem e pensam os «três participantes católicos», mas acho notável o "seu" profundo conhecimento sobre o "povo" católico que não se reverá naqueles três intervenientes - como se as leituras do Evangelho fossem passíveis de serem lidas como "direita" e "esquerda".
Mais que a "leitura evangélica" do quotidiano, o que incomodará o jovem poeta e crítico (também eclesial?) devem ser as posições políticas dos três intervenientes católicos noutros espaços, longe das adorações e venerações particulares de Pedro Mexia. Mas isso é outro problema, que não o de «Como se visse o invisível».
Para PM, o programa da TSF só seria incrivelmente neutro - ou, já agora, de direita, que só aí temos coisas boas e saudáveis! - com o padre João Seabra e o bispo de Viseu. Ou então uma versão radiofónica da Canção Nova.