1.
Têm acompanhado a saga do governo italiano desde que começou a Presidência Italiana da União Europeia? Fantástica, não é? O Berlusconi, não fosse ele o chefe, deu o mote logo no princípio, ao insultar os deputados europeus (e um alemão em particular) em pleno Parlamento Europeu; depois, veio o subsecretário de estado da economia insultar os alemães no geral e os que fazem turismo em Itália em particular. O Schroeder, depois de ter aceite o pedido de desculpas de Berlusconi, resolveu agora cancelar as suas férias em Itália, como forma de retaliação pelas declarações do tal subsecretário de estado.
Assim, nem com o cristianismo no preâmbulo da constituição lá vamos! É a isto que chamam construção europeia?! Ou será esta a verdadeira divisão entre a nova e a velha Europa? Em vez da referência ao cristianismo não se podia pôr na constituição europeia algo que impedisse fascistas sub-normais (será um pleonasmo?...) de presidir, ainda que por apenas seis meses, aos destinos da União Europeia? Façam a petição, que eu assino!
2.
Outra coisa que eu não entendo é a razão de neste país serem sempre os que berram mais alto a serem recompensados... Refiro-me ao acordo que a ANTRAL, em representação da classe empresarial dos taxistas, obteve do Governo. O resultado imediato deste acordo (ainda que efémero, positivo) é ter-se evitado o protesto pelas ruas de Lisboa, que os proprietários de táxis haviam prometido; o resultado a longo prazo (duradouro e altamente negativo) é a isenção dos industriais deste sector do famoso PEC - Pagamento Especial por Conta. Não está aqui em causa se o PEC é justo ou não é; o que está aqui em causa é que estes empresários, porque ameaçaram o Governo, conseguiram um regime de excepção fiscal. Ou seja, mais uma vez o Governo cedeu às pressões, tornando-se refém do terrorismo civil dos taxistas. Evasores fiscais - 2; Portugal - 0
3.
Na segunda-feira fui ao cinema. Às vezes também vou ao hipermercado, mas desta vez fui ao cinema...
Fui ver o "Phone Booth". Gostei muito, mas o filme é estranho... Recomendo, mas preparem-se para estar 81 minutos dentro de uma cabina telefónica! O Colin Farrell, que até agora não tinha feito nada de jeito, faz um papelão e só é pena que em alguns planos seja tão parecido com o Deco... de resto, apesar de quase não o vermos, o Kiefer Sutherland também está muito bem e o Forest Whitaker ao seu nível. De salientar também as presenças agradáveis à vista da Radha Mitchell e da Katie Holmes (lembram-se da "Tempestade de Gelo"?). O filme torna-se especialmente interessante neste tempo em que as escutas telefónicas voltaram a estar na moda...