30.1.04
Idiota salgado
Há um blogue que tem um bonito nome - Mar Salgado. Mas tem um senhor (não é marinheiro, certamente) que adorava ver Oliveira Salazar a governar-nos. É outro inimputável, claro. Mas quem o criticar é que leva com um processo em cima. Valha-nos a resposta de Ana Sá Lopes. Por que há quem não esquece.
Inimputável
Sim, Celeste Cardona é inimputável, como disse Louçã. Os senhores do CDS-PP podem processar-me que eu não preciso de levantar qualquer imunidade parlamentar. Mais: é inimputável a senhora e hipócritas os seus comparsas que desviam a atenção de assuntos sérios com bocas idiotas.
Estes jornalistas
Durão anunciou aumentos para 2005 (na linha das suas promessas anteriores). A maldosa da jornalista da SIC Notícias disse que essa medida aconteceria no ano anterior às eleições legislativas. Tsss, tsss. Estes jornalistas, lembram-se de cada uma!
M-R-pum-pum
«Já o líder parlamentar do CDS/PP, Telmo Correia, apoiando o governo, acentuou: "O PS só se anima com o PREC, nunca com o PEC". Não haverá confusão? Isso era o Camarada Zé Manel do MRPP.»
[um leitor do PortugalDiário, a comentar o debate mensal na Assembleia da República]
[um leitor do PortugalDiário, a comentar o debate mensal na Assembleia da República]
Quem nos dera! (wishful thinking)
«Senhor primeiro-ministro, o seu tempo esgotou-se!»
Mota Amaral, presidente da Assembleia da República, hoje no debate mensal com Durão Barroso.
Mota Amaral, presidente da Assembleia da República, hoje no debate mensal com Durão Barroso.
29.1.04
O escrutínio do Público
Diz José Manuel Fernandes no título do seu (previsível) editorial de hoje no Público, depois de divulgado o relatório Hutton: «Enganos Não São Mentiras». Não, não são enganos, caro JMF. São grosseiras mentiras. Ou não se recorda que Bush e Blair nos prometeram armas de destruição maciça para começar uma guerra que, ela sim, é uma arma de destruição lenta? E que o nosso primeiro-ministro (a despropósito: para quando um editorial escrito por si a criticar tão veementemente o Governo de Durão como fez em relação ao ex-governador da Califórnia?) disse ter visto provas de coisas que não existem?
Mais: o próprio JMF está a sacudir água do capote. O "seu" Público escreveu muitas vezes sobre a iminente descoberta de armas de destruição em massa. Onde estão elas?, pergunto.
A resposta pode ser dada por Hutton:
«(...) os responsáveis de editores tinham obrigação de averiguar a sua veracidade".
· "O sistema editorial (...) falhou".
· "(...) não [averiguou] apropriadamente as [afirmações de Durão] (...)».
Mais: o próprio JMF está a sacudir água do capote. O "seu" Público escreveu muitas vezes sobre a iminente descoberta de armas de destruição em massa. Onde estão elas?, pergunto.
A resposta pode ser dada por Hutton:
«(...) os responsáveis de editores tinham obrigação de averiguar a sua veracidade".
· "O sistema editorial (...) falhou".
· "(...) não [averiguou] apropriadamente as [afirmações de Durão] (...)».
Novo exercício de memória
O cabeça-de-lista da lista conjunta do PSD e PP às eleições europeias será anunciado em Março. Lembro-me de, nas anteriores eleições europeias, o Nuno e o Zé terem ficado entusiasmados com a escolha de Pacheco Pereira (e também com Vasco Graça Moura). E zurziam na escolha do PS: Mário Soares. Entre outros motivos, havia sempre um à cabeça: o "bochechas" abandonaria Estrasburgo nos primeiros meses e assim se enganaria o eleitorado. Na imprensa, a generalidade dos "opinion makers" alinhavam pelo mesmo argumentário.
No momento em que se aproximam novas eleições europeias, é interessante constatar:
- Mário Soares abandonará o Parlamento Europeu ao mesmo tempo que Pacheco Pereira e (quase de certeza) Vasco Graça Moura.
- Duvido que o próximo nome venha a entusiasmar... Afinal, o Pequeno Partido (anti-federalista) imporá certamente uma agenda ao PSD. Essa agenda terá nome, sem rasgo nem rebeldia, como é o denominador comum entre a linha europeia dos dois partidos.
No momento em que se aproximam novas eleições europeias, é interessante constatar:
- Mário Soares abandonará o Parlamento Europeu ao mesmo tempo que Pacheco Pereira e (quase de certeza) Vasco Graça Moura.
- Duvido que o próximo nome venha a entusiasmar... Afinal, o Pequeno Partido (anti-federalista) imporá certamente uma agenda ao PSD. Essa agenda terá nome, sem rasgo nem rebeldia, como é o denominador comum entre a linha europeia dos dois partidos.
A culpa é do macaco!
«Os alunos do 9º ano que em Maio de 2002 fizeram provas de aferição tiveram médias negativas a Português e Matemática, tal como os do 6º ano nesta última disciplina, revela hoje o Público. O ministro da Educação, David Justino, já justificou estes resultados afirmando que «a culpa é do antigo Governo socialista». «São dados que revelam o descalabro do antigo Governo», disse à TSF. David Justino afirmou ainda que a culpa não era das escolas ou dos alunos mas sim do Ensino Educativo. «É necessário uma remodelação dos conteúdos e dos programas», avançou.» [in PortugalDiário].
Exercício de memória: este senhor ministro, que se esqueceu de declarar uns dinheiritos, esquece-se também de algumas coisas essenciais sobre "isto" dos «conteúdos e dos programas»: que, quando da intenção dos governos PS mudarem o programa de Português (empurrando Camões do 9º ano para o ensino secundário), gritou-se "aqui d'el-rei" que querem afogar o poeta. David Justino e Vasco Graça Moura foram os porta-vozes contra o crime de lesa literatura. Postos em sossego no poder, Justino "cortou" ainda mais do programa curricular o senhor Luís Vaz e Graça Moura escrevinhou sobre ser Pipi ou nem por isso. E não houve sobressalto cívico algum. E o Big Brother num livro escolar também deve ter sido opção pessoal de António Guterres e dos seus ministros da Educação, (os muito suspeitos) Marçal Grilo, Augusto Santos Silva e Guilherme d'Oliveira Martins. Haja memória.
Exercício de memória: este senhor ministro, que se esqueceu de declarar uns dinheiritos, esquece-se também de algumas coisas essenciais sobre "isto" dos «conteúdos e dos programas»: que, quando da intenção dos governos PS mudarem o programa de Português (empurrando Camões do 9º ano para o ensino secundário), gritou-se "aqui d'el-rei" que querem afogar o poeta. David Justino e Vasco Graça Moura foram os porta-vozes contra o crime de lesa literatura. Postos em sossego no poder, Justino "cortou" ainda mais do programa curricular o senhor Luís Vaz e Graça Moura escrevinhou sobre ser Pipi ou nem por isso. E não houve sobressalto cívico algum. E o Big Brother num livro escolar também deve ter sido opção pessoal de António Guterres e dos seus ministros da Educação, (os muito suspeitos) Marçal Grilo, Augusto Santos Silva e Guilherme d'Oliveira Martins. Haja memória.
28.1.04
No jardim da Celeste (II)
«Fui ao jardim da Celeste,
giroflé, giroflá,
fui ao jardim da Celeste,
giroflé, flé, flá.
O que foste lá fazer?
giroflé, giroflá,
O que foste lá fazer?
giroflé, flé, flá.
Fui lá buscar uns descontos,
giroflé, giroflá,
Fui lá buscar uns descontos,
giroflé, flé, flá.
P’ra quem é esse dinheiro,
giroflé, giroflá,
P’ra quem é esse dinheiro,
giroflé, flé, flá.
É p’ra a menina Manela,
giroflé, giroflá,
É p’ra a menina Manela,
giroflé, flé, flá.
Mas isso não é legal,
giroflé, giroflá,
Mas isso não é legal,
giroflé, flé, flá.
A lei não é para o Estado,
giroflé, giroflá,
A lei é só para os tansos,
giroflé, flé, flá.»
Parabéns, Daniel, por esta versão do «Jardim da Celeste».
giroflé, giroflá,
fui ao jardim da Celeste,
giroflé, flé, flá.
O que foste lá fazer?
giroflé, giroflá,
O que foste lá fazer?
giroflé, flé, flá.
Fui lá buscar uns descontos,
giroflé, giroflá,
Fui lá buscar uns descontos,
giroflé, flé, flá.
P’ra quem é esse dinheiro,
giroflé, giroflá,
P’ra quem é esse dinheiro,
giroflé, flé, flá.
É p’ra a menina Manela,
giroflé, giroflá,
É p’ra a menina Manela,
giroflé, flé, flá.
Mas isso não é legal,
giroflé, giroflá,
Mas isso não é legal,
giroflé, flé, flá.
A lei não é para o Estado,
giroflé, giroflá,
A lei é só para os tansos,
giroflé, flé, flá.»
Parabéns, Daniel, por esta versão do «Jardim da Celeste».
O Barnabé na praia
Às vezes gostava de poder ler o Miguel Fontes na blogosfera. Daria um país menos relativo?
Tradução simultânea
Televisor 1: um funeral em longos directos, a partir de uma pequena cidade húngara, sob um manto de neve branco. E as câmaras sempre lá.
Televisor 2: um juiz, Hutton, com voz pausada, lê um longo texto cheio de argumentos sustentados e fundamentados. Claro como a sua leitura.
Televisor 3: Um debate irritado entre Celeste Cardona, muito "amiga" dos trabalhadores precários do seu ministério, e deputados da oposição que teimam em não pedir a demissão de quem cometeu uma ilegalidade.
O mundo traduzido em simultâneo mostra-nos como este nosso canto é pequenino.
Televisor 2: um juiz, Hutton, com voz pausada, lê um longo texto cheio de argumentos sustentados e fundamentados. Claro como a sua leitura.
Televisor 3: Um debate irritado entre Celeste Cardona, muito "amiga" dos trabalhadores precários do seu ministério, e deputados da oposição que teimam em não pedir a demissão de quem cometeu uma ilegalidade.
O mundo traduzido em simultâneo mostra-nos como este nosso canto é pequenino.
A alta tensão, ou como só com choques o «homem-bom» vem ao de cima
Lembra aqui o nosso Marujo que a morte de um jovem jogador de futebol está a ser tratada com uma ultra-sensibilidade e, adito, um sensasionalismo natural dos dias que passam.
Ora, por muito que lamente a morte de Fehér, e faço-o, já expressei noutros fórums que o choque por ver um jogador morrer em campo se dá não apenas pela juventude do mesmo ou pelo clube a que pretence, bastião do futebol nacional, mas porque a comunicação social explorou - e o público foi atrás - a morte que, nos dias de hoje, se trata com recato.
O bom senso nos livre de voltar às ideias da idade média, ou dos romanos, ou dos gregos, onde a morte era mais mística e, por isso, mais pública. Aprendemos, e creio que evoluimos, com o tempo e com a experiência.
Fehér foi, infelizmente, apenas mais um. No dia em que caiu redondo no campo de Guimarães noticiava-se algo que, pessoalmente, considero mais terrível: crianças que morrem asfixiadas por gás butano, por causa de um esquentador colocado numa casa de banho. Em pleno Portugal do século XXI. Mais: as mortes que se sucedem a nível laboral, de imigrantes incógnitos e ignorados, são também tenebrosos sinais de uma sociedade que se preocupa com os mortos mediáticos mas que depressa esquece os mortos incógnitos.
Isto não é de hoje, é de sempre. Mas os pressupostos que levam a «decidir» que morte «é mais importante» são viciados. O jogador, figura pública, tem direito à atrocidade maior que pode existir: três tv's em directo, câmaras apontadas à urna, adeptos a protestar contra a polícia porque esta não os deixava chegar ao local onde o corpo estava em câmara ardente. «Estamos aqui para a festa do Fehér», gritava um adepto aos microfones da TVI.
Apesar de tudo, continuo a pensar que a sociedade lida mal com a morte. E lida pior com a morte dos que são próximos, como era este jogador para os adeptos do futebol e, em especial, para os benfiquistas. Mas a resposabilidade da exposição é dos jornalistas e do público ávido de emoções fortes.
No sonambulismo a que a vida urbana nos obriga, só um choque eléctrico como este mobiliza. Terá sido isto que levou o presidente do clube do atleta falecido a declarar que tinha de ir repensar o seu futuro. Se estiver a ser sincero, compreendo-o. É que depois das guerrilhas mais ou menos sui generis do mundo do futebol, uma morte parece fazer com que os resposáveis pelo espectáculo se dêem conta que nem tudo vale a pena.
Não creio que existam grandes mudanças no comportamento. Aliás, não darei mais de uma semana para que, após o funeral, surjam as piadas sobre a morte do jogador. Mas a verdade é que nenhuma morte é mais importante que outra. Há é circunstâncias mais arrepiantes. O que prova ainda o nosso emotivo comportamento. E este é saudável. Pena que outras ideias, objectivos ou propostas não reúnam os portugueses como o fado da morte. Deve ser o nosso destino.
Ora, por muito que lamente a morte de Fehér, e faço-o, já expressei noutros fórums que o choque por ver um jogador morrer em campo se dá não apenas pela juventude do mesmo ou pelo clube a que pretence, bastião do futebol nacional, mas porque a comunicação social explorou - e o público foi atrás - a morte que, nos dias de hoje, se trata com recato.
O bom senso nos livre de voltar às ideias da idade média, ou dos romanos, ou dos gregos, onde a morte era mais mística e, por isso, mais pública. Aprendemos, e creio que evoluimos, com o tempo e com a experiência.
Fehér foi, infelizmente, apenas mais um. No dia em que caiu redondo no campo de Guimarães noticiava-se algo que, pessoalmente, considero mais terrível: crianças que morrem asfixiadas por gás butano, por causa de um esquentador colocado numa casa de banho. Em pleno Portugal do século XXI. Mais: as mortes que se sucedem a nível laboral, de imigrantes incógnitos e ignorados, são também tenebrosos sinais de uma sociedade que se preocupa com os mortos mediáticos mas que depressa esquece os mortos incógnitos.
Isto não é de hoje, é de sempre. Mas os pressupostos que levam a «decidir» que morte «é mais importante» são viciados. O jogador, figura pública, tem direito à atrocidade maior que pode existir: três tv's em directo, câmaras apontadas à urna, adeptos a protestar contra a polícia porque esta não os deixava chegar ao local onde o corpo estava em câmara ardente. «Estamos aqui para a festa do Fehér», gritava um adepto aos microfones da TVI.
Apesar de tudo, continuo a pensar que a sociedade lida mal com a morte. E lida pior com a morte dos que são próximos, como era este jogador para os adeptos do futebol e, em especial, para os benfiquistas. Mas a resposabilidade da exposição é dos jornalistas e do público ávido de emoções fortes.
No sonambulismo a que a vida urbana nos obriga, só um choque eléctrico como este mobiliza. Terá sido isto que levou o presidente do clube do atleta falecido a declarar que tinha de ir repensar o seu futuro. Se estiver a ser sincero, compreendo-o. É que depois das guerrilhas mais ou menos sui generis do mundo do futebol, uma morte parece fazer com que os resposáveis pelo espectáculo se dêem conta que nem tudo vale a pena.
Não creio que existam grandes mudanças no comportamento. Aliás, não darei mais de uma semana para que, após o funeral, surjam as piadas sobre a morte do jogador. Mas a verdade é que nenhuma morte é mais importante que outra. Há é circunstâncias mais arrepiantes. O que prova ainda o nosso emotivo comportamento. E este é saudável. Pena que outras ideias, objectivos ou propostas não reúnam os portugueses como o fado da morte. Deve ser o nosso destino.
27.1.04
A morte pública
Talvez a comoção ou a indignação sejam resultado de uma morte pública, quase em directo. Arrepia. Mas (acho eu) a morte de Fehér impressiona mais por ser pública: hoje, a morte quer-se reservada, empurrada para os hospitais - ou nas clínicas de rectaguarda, para não afectar as estatísticas de produtividade dos "hospitais SA". Todos negam a morte. Todos fogem da morte. Sofrer em público já é criticável, morrer publicamente é inconcebível. Muito longe das "ars moriendi" - a arte de bem morrer ou a "boa morte"- da Idade Média.
No jardim da Celeste
Vou formar uma empresa. Apetece-me. Mas depois não cumprirei as minhas obrigações com a Segurança Social e reterei os descontos dos meus funcionários. Durante um ano. Quando for "apanhado" direi que a situação está em vias de ser regularizada e que o farei nos próximos dias. Ora nem mais. E, ai da Ferreira Leite ou do Bagão!, que me ameacem. Digo-lhes para irem falar com a Cardona! Toma.
26.1.04
Fehér
Miklos Fehér morreu em Guimarães, aos 24 anos, na sequência de uma paragem cardio-respiratória ocorrida durante o jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica.
Tinha acabado de ver um cartão amarelo e a câmara mostrava o seu sorriso irónico. Voltou-se, recuou, parou, curvou-se e caiu inanimado. Dois minutos antes tinha feito o passe para o golo que deu a vitória à sua equipa.
Manuel Cajuda considerava-o o melhor ponta-de-lança a jogar em Portugal. Apesar de nunca ter deixado de ser a segunda ou terceira opção nos clubes por onde passou, "tapado" por jogadores como Jardel, Nuno Gomes ou Sokota, o internacional húngaro nunca virou a cara a luta, nunca desistiu e empenhava-se em todos os jogos como de finais se tratassem.
O Benfica obteve ontem a vitória mais triste da sua centenária história. Miklos Fehér saiu derrotado da final de ontem, mas viverá para sempre na nossa memória.
Vai ser difícil esquecer as imagens vistas em directo. A morte de um jovem ser humano, transmitida em directo pela televisão... Ainda por cima, a morte de um futebolista da nossa equipa, ocorrida no estádio da terra que dizemos nossa.
Os homens também choram quando assim tem de ser... Ontem teve de ser!
Tinha acabado de ver um cartão amarelo e a câmara mostrava o seu sorriso irónico. Voltou-se, recuou, parou, curvou-se e caiu inanimado. Dois minutos antes tinha feito o passe para o golo que deu a vitória à sua equipa.
Manuel Cajuda considerava-o o melhor ponta-de-lança a jogar em Portugal. Apesar de nunca ter deixado de ser a segunda ou terceira opção nos clubes por onde passou, "tapado" por jogadores como Jardel, Nuno Gomes ou Sokota, o internacional húngaro nunca virou a cara a luta, nunca desistiu e empenhava-se em todos os jogos como de finais se tratassem.
O Benfica obteve ontem a vitória mais triste da sua centenária história. Miklos Fehér saiu derrotado da final de ontem, mas viverá para sempre na nossa memória.
Vai ser difícil esquecer as imagens vistas em directo. A morte de um jovem ser humano, transmitida em directo pela televisão... Ainda por cima, a morte de um futebolista da nossa equipa, ocorrida no estádio da terra que dizemos nossa.
Os homens também choram quando assim tem de ser... Ontem teve de ser!
Da sobriedade
A imagem de Fehér a tombar no relvado já foi mostrada à exaustão. Agora são os jornais televisivos da tarde levados à exaustão. Com mais de 35 minutos de jornal, apenas se falou da morte do jogador nos três canais televisivos. Noutros campos, a sobriedade também parece ter estado de fora (a primeira página do JN é má...). Valeu a primeira página de A Bola.
Sobre a laicidade
O André Belo, no Barnabé, ao falar dos 30000 alunos de escolas portuguesas [que] vão copiar em conjunto a Bíblia à mão, disse esperar «sinceramente que seja uma medida laica, isto é, sem a participação do Estado nem de alunos e professores exteriores à opção de religião e moral» [sublinhado nosso]. Na caixa de comentários ao texto disse-lhe que a laicidade não era isto...
Para mim, a laicidade do Estado não se joga na ausência do Estado de iniciativas que partam da Igreja Católica - ou de outras igrejas e comunidades.
A laicidade do Estado joga-se na pluralidade de todas as religiões no espaço público (podemos discutir se é isso que acontece na prática, mas isso é outro ponto). Não me incomoda uma manifestação religiosa - cristã, muçulmana, judaica, ... - ter a "participação" «de alunos e professores exteriores à opção de religião e moral». Ou as religiões apenas são toleráveis metidas na sacristia ou enfiadas em sinagogas clandestinas?
É uso e costume de algum discurso da esquerda se insurgir contra o discurso da Igreja (assim se identificando a Igreja de Roma, o Vaticano) na moral sexual. Que devia ser outro o discurso do Papa. Concordo. Mas a seguir parece querer remeter-se as igrejas para o interior dos seus templos. Este sinal também é dado, sobretudo em espaços à direita, quando as questões são políticas. Por exemplo, no fórum de leitores do PortugalDiário, a propósito das declarações críticas do bispo católico Januário Torgal Ferreira, sobre a política de imigração deste Governo PSD-PP, houve comentadores que escreveram: "a igreja não se deve meter na política" (claro: se for contra este Governo; se for a favor, lá escreverão que "até os senhores bispos falam bem"). Noutros sítios, há quem reclame ainda por mais intervenção da Igreja Católica na área social, na denúncia de más políticas sociais (como as do católico Bagão, por exemplo)...
São dois ou três exemplos. A condição da laicidade também é a minha. Defendo a laicidade do Estado, mas esta não se deve basear no totalitarismo da "ausência" de sinais religiosos, como na Albânia de Enver Hoxa ou, salvas as devidas proporções, na França de Chirac, que se meteu (como bem sublinhaste) numa alhada com a "lei do véu"...
Por fim, remeto para um texto do Movimento Católico de Estudantes, redigido já em 1993: «O cristão não é "a alternativa a este mundo corrompido", a única possibilidade de salvação. Evangelizar a partir da cultura, discernir como viver a fé no diálogo reconhecedor da autonomia e da pluralidade da Cidade e das especificidades culturais, exige que os cristãos não se posicionem paralelos a nada, mas numa cidadania feita com outros [...]».
Para mim, a laicidade do Estado não se joga na ausência do Estado de iniciativas que partam da Igreja Católica - ou de outras igrejas e comunidades.
A laicidade do Estado joga-se na pluralidade de todas as religiões no espaço público (podemos discutir se é isso que acontece na prática, mas isso é outro ponto). Não me incomoda uma manifestação religiosa - cristã, muçulmana, judaica, ... - ter a "participação" «de alunos e professores exteriores à opção de religião e moral». Ou as religiões apenas são toleráveis metidas na sacristia ou enfiadas em sinagogas clandestinas?
É uso e costume de algum discurso da esquerda se insurgir contra o discurso da Igreja (assim se identificando a Igreja de Roma, o Vaticano) na moral sexual. Que devia ser outro o discurso do Papa. Concordo. Mas a seguir parece querer remeter-se as igrejas para o interior dos seus templos. Este sinal também é dado, sobretudo em espaços à direita, quando as questões são políticas. Por exemplo, no fórum de leitores do PortugalDiário, a propósito das declarações críticas do bispo católico Januário Torgal Ferreira, sobre a política de imigração deste Governo PSD-PP, houve comentadores que escreveram: "a igreja não se deve meter na política" (claro: se for contra este Governo; se for a favor, lá escreverão que "até os senhores bispos falam bem"). Noutros sítios, há quem reclame ainda por mais intervenção da Igreja Católica na área social, na denúncia de más políticas sociais (como as do católico Bagão, por exemplo)...
São dois ou três exemplos. A condição da laicidade também é a minha. Defendo a laicidade do Estado, mas esta não se deve basear no totalitarismo da "ausência" de sinais religiosos, como na Albânia de Enver Hoxa ou, salvas as devidas proporções, na França de Chirac, que se meteu (como bem sublinhaste) numa alhada com a "lei do véu"...
Por fim, remeto para um texto do Movimento Católico de Estudantes, redigido já em 1993: «O cristão não é "a alternativa a este mundo corrompido", a única possibilidade de salvação. Evangelizar a partir da cultura, discernir como viver a fé no diálogo reconhecedor da autonomia e da pluralidade da Cidade e das especificidades culturais, exige que os cristãos não se posicionem paralelos a nada, mas numa cidadania feita com outros [...]».
Última Vontade
«Morrer assim / como outrora o vi morrer – , / o amigo que lançou relâmpagos e olhares / divinos na minha escura juventude: / – malicioso e profundo, / um bailarino na batalha –, // entre guerreiros o mais jovial, / entre vencedores o mais grave, / um destino sobrepujando o seu destino, / duro, pensativo, clarividente –: // estremecendo porque vencia, / exultando porque morrendo vencia –: // ordenando, ao morrer, / – e ordenou o aniquilamento... // Morrer assim / como outrora o vi morrer / vencendo, aniquilando...» (Nietzsche)
Luís Afonso, in A Bola
Luís Afonso, in A Bola
25.1.04
23.1.04
Adesão elevada
A escassas horas do fim da greve, a administração e os trabalhadores deste blogue podem garantir uma adesão elevada à greve de hoje (aqui no blogue, claro). O Governo escusa de assobiar para o lado.
PS - Lembram-se do despacho do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares, publicado aqui mais abaixo? Foi assunto, hoje, no PortugalDiário. Se não houvesse outros motivos para a greve, este seria um deles: «Assessora do ministro, advogada desde 2001, ganha 883 contos», que é como quem diz a contenção quando nasce não é para todos. Mas a blogosfera, pelos vistos, prefere andar a discutir isto.
PS - Lembram-se do despacho do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares, publicado aqui mais abaixo? Foi assunto, hoje, no PortugalDiário. Se não houvesse outros motivos para a greve, este seria um deles: «Assessora do ministro, advogada desde 2001, ganha 883 contos», que é como quem diz a contenção quando nasce não é para todos. Mas a blogosfera, pelos vistos, prefere andar a discutir isto.
22.1.04
Ele voltou...
... como podem ver, aqui ao lado, na coluna dos blogues «clássicos». Carlos Vaz Marques, o "Outro eu", tem uma nova morada porque tinha perdido a "chave" para entrar na sua (antiga) casa. Mas a mudança é óptima - para quem sentia a falta de CVM: «Tive de procurar outra morada. O nome é o mesmo, o habitante também. Só mudou a rua e o recheio da sala. Quis que as paredes fossem iguais mas ainda me falta a mobília. Talvez com o tempo seja capaz de voltar a ter um lugar minimamente habitável e suficientemente digno de visita.»
Ouvir o desassossego
Lembrete: hoje à noite, Vozes Que Dizem o Canto, música sacra portuguesa e música ortodoxa, pelos Grupo Vocal Olisipo e o Coro da Igreja Ortodoxa Romena.
Santana a arder
Os boys laranjas e azuis continuam a tomar de assalto a Câmara Municipal de Lisboa. António Monteiro, o senhor EMEL, vai passar a ser vereador na autarquia, no lugar de Pedro Feist (antigo dirigente popular), que disse que o senhor dos parquímetros não tem currículo nenhum, só ambição. A prová-lo está esta notícia: «Lisboa: nomeação de vereador pode ser ilegal. Presidente da EMEL pode vir a ser vereador. Mas António Monteiro parece ter mais cargos que tempo».
Certamente Santana já terá engendrado uma qualquer fuga para trás...
Certamente Santana já terá engendrado uma qualquer fuga para trás...
Quem tem medo da Volkswagen?
«Foram muitas as pessoas que se deslocaram às boas instalações da Academia do Sporting para assistir ao jogo-treino entre o Sporting e o Wolfsburgo, apesar de ser quarta-feira, dia útil. Mas a figura mais ilustre que presenciou o joguito de futebol foi o ministro da Economia. Tinha o intervalo acabado há pouco, quando Carlos Tavares se sentou ao lado do presidente do Sporting e assistiu aos últimos 45 minutos de bola. Não se sabe se o seu homólogo alemão faria o mesmo no caso do Boavista (actual sétimo classificado do campeonato português) realizasse em terras germânicas um jogo-treino com o Bayern de Munique (segundo na Bundesliga). Mas talvez tivesse alegado uma agenda demasiado preenchida e optasse por se manter no seu gabinete ministerial. A verdade é que o titular da pasta económica do Governo português lá aceitou o convite da Volkswagen, proprietária do Wolfsburgo, e ocupou grande parte da sua tarde de quarta-feira a ver o jogo-treino entre Sporting e Wolfsburgo. É que a um ministro que se preze não se pode recusar, sem mais nem menos, um convite de uma multinacional que, na fábrica de Palmela, produz 600 automóveis por dia e que representam 7,8 por cento das exportações nacionais, 1,9 por cento do Produto Interno Bruto português e dá trabalho a 3200 pessoas.
No final da jogatana, batedores da GNR facilitaram a vida ao ministro, que não teve que penar longos minutos para conseguir andar alguns metros na "estrada" que separa a Academia do Sporting da Estrada Nacional.»
Texto publicado hoje na secção de Desporto do Público [sublinhados nossos].
No final da jogatana, batedores da GNR facilitaram a vida ao ministro, que não teve que penar longos minutos para conseguir andar alguns metros na "estrada" que separa a Academia do Sporting da Estrada Nacional.»
Texto publicado hoje na secção de Desporto do Público [sublinhados nossos].
Quem tem medo de Alberto João?
«Governo continua a dever dinheiro à Madeira», lê-se no Público. E o presidente do governo regional madeirense deixou-nos mais esta pérola: «"Há uma ideia de que sempre que o Governo Regional da Madeira reúne com o Governo da República vimos aqui buscar dinheiro. Não foi disso que se tratou", disse Jardim, que se afirmou "solidário" com o todo nacional. "Nunca fui tão solidário com um Governo da República como tenho sido com este", acrescentou, acabando por dizer: "Quem deve neste momento é o Estado à região."»
21.1.04
À espera do sobressalto
Enquanto aguardamos notícias do vento que passa, trago outras pequenas ajudas:
- o vereador das Obras Públicas de Lisboa (peço desculpa, ministro das Obras Públicas de Portugal), Carmona Rodrigues, lembrou que os passes têm de subir até oito por cento - e 3,9 por cento em termos médios - e que para conter os prejuízos seria necessário aumentar os preços em 25 por cento. Às malvas a aposta no transporte público!
- o ministro dos soldadinhos de chumbo (peço desculpa, ministro da Defesa da Raça), Paulo Portas, devia ler o relatório da OCDE hoje divulgado: «Em Portugal, há mais saídas de portugueses que entradas de estrangeiros, pelo menos desde 1993».
- a ministra das obsessões só para alguns (peço desculpa, ministra das "suas" Finanças), Manuela Ferreira Leite, levou hoje um puxão de orelhas da Comissão Europeia: «Comissão Europeia deixa aviso a Governo: Défice "excessivo" e viabilidade "incerta" das contas públicas são "pontos negativos"» (e agora quem acusa Guterres, citando Bruxelas?).
- o ministro da comunicação social deve andar contente, com a nova 2: (schiu! não se pode criticar este canal!) e com as audiências da TSF, que baixaram na Grande Lisboa e no Grande Porto, onde estão os "eleitores-decisores"...
- o ministro dos assuntos particulares (peço desculpa, ministra dos Assuntos Parlamentares), Marques Mendes, contratou (certamente à revelia da ministra das obsessões) uma "técnico-jurídica" para o ajudar. E por isso vai pagar-lhe 3703,84 euros mais IVA. Que é como quem diz 742 contos, na moeda antiga, mais o "ivazinho"...
agradecimentos aos Galarzas por esta última dica
- o vereador das Obras Públicas de Lisboa (peço desculpa, ministro das Obras Públicas de Portugal), Carmona Rodrigues, lembrou que os passes têm de subir até oito por cento - e 3,9 por cento em termos médios - e que para conter os prejuízos seria necessário aumentar os preços em 25 por cento. Às malvas a aposta no transporte público!
- o ministro dos soldadinhos de chumbo (peço desculpa, ministro da Defesa da Raça), Paulo Portas, devia ler o relatório da OCDE hoje divulgado: «Em Portugal, há mais saídas de portugueses que entradas de estrangeiros, pelo menos desde 1993».
- a ministra das obsessões só para alguns (peço desculpa, ministra das "suas" Finanças), Manuela Ferreira Leite, levou hoje um puxão de orelhas da Comissão Europeia: «Comissão Europeia deixa aviso a Governo: Défice "excessivo" e viabilidade "incerta" das contas públicas são "pontos negativos"» (e agora quem acusa Guterres, citando Bruxelas?).
- o ministro da comunicação social deve andar contente, com a nova 2: (schiu! não se pode criticar este canal!) e com as audiências da TSF, que baixaram na Grande Lisboa e no Grande Porto, onde estão os "eleitores-decisores"...
- o ministro dos assuntos particulares (peço desculpa, ministra dos Assuntos Parlamentares), Marques Mendes, contratou (certamente à revelia da ministra das obsessões) uma "técnico-jurídica" para o ajudar. E por isso vai pagar-lhe 3703,84 euros mais IVA. Que é como quem diz 742 contos, na moeda antiga, mais o "ivazinho"...
agradecimentos aos Galarzas por esta última dica
Sem tabus!
Obrigado Filipe e Miguel pelas palavras de encorajamento!
Aproveito para esclarecer o equívoco: não se trata de criar tabus nem falta de consciência de que não podemos esperar muito. Trata-se simplesmente de escolher o melhor timing... em função das minhas próprias limitações.
É que amanhã inicio o gozo da minha licença parental. São 15 dias que vou dedicar à consolidação dos laços que me unem ao Francisco. Mas são 15 dias que quero também aproveitar para dar forma às ameaças.
É só isso. De resto, devo dizer que gostei da imagem dos moinhos de vento e, se o Filipe estiver de acordo, talvez venha a utilizar o conceito.
Aproveito para esclarecer o equívoco: não se trata de criar tabus nem falta de consciência de que não podemos esperar muito. Trata-se simplesmente de escolher o melhor timing... em função das minhas próprias limitações.
É que amanhã inicio o gozo da minha licença parental. São 15 dias que vou dedicar à consolidação dos laços que me unem ao Francisco. Mas são 15 dias que quero também aproveitar para dar forma às ameaças.
É só isso. De resto, devo dizer que gostei da imagem dos moinhos de vento e, se o Filipe estiver de acordo, talvez venha a utilizar o conceito.
Construir moínhos
Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moínhos de vento. (Prov. Chinês)
Sim, ajudo
Ameaçava este espaço transformar-se em monocultura, quando o Diogo semeou ventos e tempestades, daquelas sementes que não nos deixam ficar quietos, que nos instigam a ir mais à frente. Aguardo, como o Filipe, o desafio. «Mais cedo do que tarde».
Tabus
O Diogo ameaça provocar-nos! E muito bem. Se as razões são a do desespero perante a "situação", muito bem! Se se sente desinstalado e com iniciativa para transformar essa sensação em capacidade interventiva, muito bem!
Ficamos a aguardar, ansiosos e... curiosos, pelas novidades.
Mas não podemos esperar muito... não podemos criar tabus, antes de existirem.
Deita cá para fora o que te vai na alma e depois responderemos a esse desafio.
Ficamos a aguardar, ansiosos e... curiosos, pelas novidades.
Mas não podemos esperar muito... não podemos criar tabus, antes de existirem.
Deita cá para fora o que te vai na alma e depois responderemos a esse desafio.
Mais me ajudas!
Na semana passada, a propósito de queijos, escrevi aqui que achava que era preciso que todos fizéssemos alguma coisa para mudar o estado a que chegou o nosso país. E terminei o meu texto com a ameaça de que me preparo para tomar, eu próprio, uma iniciativa.
Ainda não é hoje que vou concretizar as minhas intenções, mas ando a maturar umas ideias e, mais cedo do que tarde, torná-las-ei públicas. Continuo a dizer que espero poder contar convosco!
«A prosperidade não existe sem muitos medos e desgostos», disse um dia Francis Bacon. E acrescentou que «a adversidade não existe sem muitos confortos e esperanças». Enfim, com os limites que é devido impor a estas afirmações absolutistas, acho que Francis Bacon tinha razão.
O conforto é agradável, mas quando o conforto é aparente ou momentâneo, apenas serve para que nos vamos habituando à nossa própria destruição. É como uma cama confortável: é fácil entrar nela, mas é difícil sair!
Há um momento em que temos de trocar o nosso conforto pelo futuro do mundo e da humanidade. Para os portugueses, parece-me que esse momento já chegou. Há bastante tempo!
Ainda não é hoje que vou concretizar as minhas intenções, mas ando a maturar umas ideias e, mais cedo do que tarde, torná-las-ei públicas. Continuo a dizer que espero poder contar convosco!
«A prosperidade não existe sem muitos medos e desgostos», disse um dia Francis Bacon. E acrescentou que «a adversidade não existe sem muitos confortos e esperanças». Enfim, com os limites que é devido impor a estas afirmações absolutistas, acho que Francis Bacon tinha razão.
O conforto é agradável, mas quando o conforto é aparente ou momentâneo, apenas serve para que nos vamos habituando à nossa própria destruição. É como uma cama confortável: é fácil entrar nela, mas é difícil sair!
Há um momento em que temos de trocar o nosso conforto pelo futuro do mundo e da humanidade. Para os portugueses, parece-me que esse momento já chegou. Há bastante tempo!
Temos os patrões que merecemos
Anuncia-se um aumento de 3,9 por cento para os transportes públicos, o dobro da inflação prevista. Os senhores das empresas dizem que os aumentos são demasiado «baixos». Deviam ser 25 por cento. E que os transportes portugueses são os mais baratos da União Europeia. Já cá faltava, este argumento!
O que os senhores das empresas não dizem/não explicam/não fazem é:
- que continuamos a ter transportes com horários descoordenados, sem um efectivo funcionamento em rede;
- que continuamos a ter autocarros velhos (apesar da melhoria substancial da Carris, em Lisboa);
- que continuamos a ver as empresas a não responderem às necessidades de transporte em determinadas localidades (exemplo próximo: apesar do aumento exponencial de trabalhadores e empresas em Queluz de Baixo, a Lisboa Transportes/Vimeca mantém uma oferta risível para esta zona);
- que o transporte público continua a ser preterido em relação ao privado;
- que o nível de vida (salários) dos portugueses é muito mais baixo que o dos europeus;
- ...
Há muitas outras questões. Estas são as respostas óbvias para o absurdo da medida.
P.S.: O título deste "post" inspira-se na reacção clássica do patronato às dificuldades em épocas de crise (curioso, como alguns, só lembram o "imobilismo" dos sindicatos, esquecendo o "conservadorismo" patronal): os despedimentos, travestidos de "reestruturações", e o aumento dos serviços, sem qualquer melhoria de qualidade.
Mais: ontem, o patrão dos patrões comentou o aumento do tempo de licença de maternidade para os quatro meses e meio desta forma: «"É claro que um patrão prefere ter um homem do que raparigas novas. Porque sabe que vão casar e querer ter filhos", afirmou Francisco Van Zeller da Confederação da Industria Portuguesa (CIP).»
O que os senhores das empresas não dizem/não explicam/não fazem é:
- que continuamos a ter transportes com horários descoordenados, sem um efectivo funcionamento em rede;
- que continuamos a ter autocarros velhos (apesar da melhoria substancial da Carris, em Lisboa);
- que continuamos a ver as empresas a não responderem às necessidades de transporte em determinadas localidades (exemplo próximo: apesar do aumento exponencial de trabalhadores e empresas em Queluz de Baixo, a Lisboa Transportes/Vimeca mantém uma oferta risível para esta zona);
- que o transporte público continua a ser preterido em relação ao privado;
- que o nível de vida (salários) dos portugueses é muito mais baixo que o dos europeus;
- ...
Há muitas outras questões. Estas são as respostas óbvias para o absurdo da medida.
P.S.: O título deste "post" inspira-se na reacção clássica do patronato às dificuldades em épocas de crise (curioso, como alguns, só lembram o "imobilismo" dos sindicatos, esquecendo o "conservadorismo" patronal): os despedimentos, travestidos de "reestruturações", e o aumento dos serviços, sem qualquer melhoria de qualidade.
Mais: ontem, o patrão dos patrões comentou o aumento do tempo de licença de maternidade para os quatro meses e meio desta forma: «"É claro que um patrão prefere ter um homem do que raparigas novas. Porque sabe que vão casar e querer ter filhos", afirmou Francisco Van Zeller da Confederação da Industria Portuguesa (CIP).»
20.1.04
O mau gosto em diálogo
(na fila de espera para pagar a conta da água)
«- Que bicha...
-... mas as bichas estavam todas presas!»
«- Que bicha...
-... mas as bichas estavam todas presas!»
América Libre
Afinal, a «boda do século» foi posta a nu.
Letizia Ortiz, futura rainha de Espanha, no seus tempos latino-americanos.
Letizia Ortiz, futura rainha de Espanha, no seus tempos latino-americanos.
Nova ministra da Economia
Durão mantém a sua política de igualdade entre homens e mulheres. Sem necessidade de recorrer a quotas, o primeiro-ministro substituiu Carlos Tavares na pasta da Economia. A nova ministra chama-se... Carlota Tavares. Acredite se quiser, aqui.
Lusa não chega ao Iowa
A cidade de Des Moines fica longe. O Partido Democrata americano também não interessa a ninguém - e, afinal, hoje Bush, o Todo Poderoso, falará à Nação, que é como quem diz a todos os nós. Não se vêem notícias sobre a escolha do seu concorrente na Agência Lusa, que prefere dar conta da «chegada de militares japoneses a Samawa, no sul do Iraque». Luís Delgado é o melhor comissário político de Bush.
Os homens não param
A Quadratura do Círculo já é blogue. Pacheco Pereira ainda não escreveu por lá. Nem José Magalhães, nem os outros dois (neo)blogueiros. Apenas leitores o fizeram. E para além da quadratura haverá espaço para a novidade?
Boletim confirmado
«O Instituto de Meteorologia (IM) prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, vento em geral fraco predominando de nordeste, geada no início da manhã e neblina ou nevoeiro matinal nas regiões de vale.»
Fazia frio às 6:30. Muito frio. Os dedos ainda enregelados tropeçam nas teclas.
Fazia frio às 6:30. Muito frio. Os dedos ainda enregelados tropeçam nas teclas.
19.1.04
Derrotado no terceiro "round"
Ele, Miguel Marujo, não resistiu: ao terceiro assalto foi-se abaixo - "Goldie Hess knocked out Mike Marujo in the third round in that bout». O combate em causa terá acontecido a 13 de Abril, há muitos anos, e parece ser o único registo que ficou para a posteridade.
Afinal, de quem falo? De um Marujo, Miguel Marujo, também conhecido por «Mike» Marujo. Um outro eu: «[...] Miguel (Mike) Marujo, who fought during the 1920's. All that I have been able to confirm so far, is that he fought (and lost) to Goldie Hess, on April 13, 1927 in Ocean Park, California. I have checked numerous boxing print resources (Who's Who in Boxing, Boxing Register, Ring: Record Book and Boxing Encyclopedia, etc) and did not find any mention of this fighter.»
Segundo a mesma fonte, este outro Marujo, Miguel Marujo (aka Mike Marujo) terá 97 anos, mais coisa menos coisa, e viverá na Califórnia. Não há mais dados disponíveis sobre este homem (português?) que nos idos dos anos 20 terá tentado a sua sorte no ringue e soçobrou ao terceiro "round". Pena minha.
Afinal, de quem falo? De um Marujo, Miguel Marujo, também conhecido por «Mike» Marujo. Um outro eu: «[...] Miguel (Mike) Marujo, who fought during the 1920's. All that I have been able to confirm so far, is that he fought (and lost) to Goldie Hess, on April 13, 1927 in Ocean Park, California. I have checked numerous boxing print resources (Who's Who in Boxing, Boxing Register, Ring: Record Book and Boxing Encyclopedia, etc) and did not find any mention of this fighter.»
Segundo a mesma fonte, este outro Marujo, Miguel Marujo (aka Mike Marujo) terá 97 anos, mais coisa menos coisa, e viverá na Califórnia. Não há mais dados disponíveis sobre este homem (português?) que nos idos dos anos 20 terá tentado a sua sorte no ringue e soçobrou ao terceiro "round". Pena minha.
O frio também mata
Hoje, dia de muito frio, mesmo em Lisboa, soube-se que o calor do Verão afinal não matou as quatro pessoas que o senhor ministro disse que o calor matou, numa contabilidade mirabolante feita perante os deputados da Assembleia. Terá morto mais de duas mil pessoas. Hoje, dia de muito frio, o senhor ministro que falou em quatro mortos por causa da canícula remeteu-se ao silêncio. Não fala, não comenta, não quer saber. Pergunta retórica: ele quer saber da saúde dos portugueses - ou só se preocupa com a saúde do Grupo Mello?
Reacção
«Two Fronts: Promoting Marriage, Fighting Poverty»: O que dirão os saudáveis bushistas-solteiros-e-habitualmente-anti-rendimento-mínimo da blogosfera a estas novas medidas anti-terroristas?
Insólito
Ao frio, com carros de fundo, um ministro desceu à cidade para explicar as medidas de uma autarquia. Carmona Rodrigues despiu a fatiota de membro do Executivo de Durão para assumir a sua condição de santanista e defender e explicar as obras do Túnel do Marquês. Nem o facto do actual ministro das Obras Públicas ser o antigo responsável da Câmara de Lisboa para aquele empreendimento justifica o que vimos ontem, na SIC: um ministro a defender uma autarquia laranja.
Esperam-se novas atitudes solidárias: o ministro do Ambiente, Amílcar Theias, em acto de contr(ad)ição a defender o presidente da Câmara de Ílhavo com a construção da marina na Barra de Aveiro. O ministro David Justino a explicar os contratos a prazo dos vereadores da câmara de Oeiras. A ministra das Finanças a passar os cheques dos administradores dos hospitais SA e a zurzir nos sindicatos por causa dos aumentos zero na função pública.
Esperam-se novas atitudes solidárias: o ministro do Ambiente, Amílcar Theias, em acto de contr(ad)ição a defender o presidente da Câmara de Ílhavo com a construção da marina na Barra de Aveiro. O ministro David Justino a explicar os contratos a prazo dos vereadores da câmara de Oeiras. A ministra das Finanças a passar os cheques dos administradores dos hospitais SA e a zurzir nos sindicatos por causa dos aumentos zero na função pública.
18.1.04
O país à janela do Intercidades
O comboio Intercidades, quando surgiu há uns anos, fazia as paragens que hoje faz o Alfa Pendular em alguns horários. Hoje, não: entre Lisboa-Santa Apolónia e Aveiro pára oito vezes.
Não sei se todas as paragens são em cidades (Caxarias?), mas acredito na CP, sobretudo conhecendo a fúria criadora de deputados anónimos cuja produtividade (ora aí está) se traduz num requerimento a elevar a cidade a terreola que o fez eleger. Estas são as promessas que o vento não leva.
Hoje, da janela do Intercidades, vi que este comboio está como o país - foi despromovido.
Não sei se todas as paragens são em cidades (Caxarias?), mas acredito na CP, sobretudo conhecendo a fúria criadora de deputados anónimos cuja produtividade (ora aí está) se traduz num requerimento a elevar a cidade a terreola que o fez eleger. Estas são as promessas que o vento não leva.
Hoje, da janela do Intercidades, vi que este comboio está como o país - foi despromovido.
Tocá rufar!
O Adufe, de Rui Branco, e João Pedro Henriques, da Glória Fácil, foram premiados "primus inter blogus", numa iniciativa da Ânimo. Parabéns a todos!
imagem do acontecimento, copyright: Ânimo.
imagem do acontecimento, copyright: Ânimo.
16.1.04
Um possível relato de um jogo de futebol do Sporting
Na Índia. Para que se saiba
Está a decorrer mais uma reunião do Fórum Social Mundial. Pode saber-se mais aqui. Para romper o silêncio que se abate sobre este evento. No Público, no PortugalDiário, no Diário de Notícias, na Agência Lusa não se lê nada. A TSF abriu (vá lá) o noticiário das 8:30 com esta informação. Mas se houver quem (minoritários e radicais) parta umas montras não faltará quem aponte o dedo. Estamos conversados sobre a agenda setting dos jornais.
Actualização: o PortugalDiário fez o que devia, entretanto - noticiou o evento.
Actualização: o PortugalDiário fez o que devia, entretanto - noticiou o evento.
15.1.04
Está de chuva, dói-me a cabeça e estou quase nos 32...
Just a perfect day
Drink sangria in the park
Then later, when it gets dark, we go home
Just a perfect day
Feed animals in the zoo
Then later a movie too, and then home
Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on
Just a perfect day
Problems all left alone
Weekenders on our own, it's such fun
Just a perfect day
You made me forget myself
I thought I was someone else, someone good
Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
Lou Reed, Perfect Day (in «Transformer», 1972)
Drink sangria in the park
Then later, when it gets dark, we go home
Just a perfect day
Feed animals in the zoo
Then later a movie too, and then home
Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on
Just a perfect day
Problems all left alone
Weekenders on our own, it's such fun
Just a perfect day
You made me forget myself
I thought I was someone else, someone good
Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
Lou Reed, Perfect Day (in «Transformer», 1972)
14.1.04
Amanhã, em debate no Parlamento...
... o projecto de Lei nº 377/IX que «prevê a obrigatoriedade da divulgação detalhada das remunerações dos administradores das sociedades emitentes de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado (altera o Código das Sociedades Comerciais)» - da autoria do PCP.
Chove...
... e eu que pus aquelas calças a secar! E eu que esperava que a chuva em Queluz de Baixo ficasse por aqui, a molhar asfaltos desertos à espera das horas apressadas de saída dos empregos. Agora, quando chegar a casa, terei de pôr as calças de novo de molho.
Mais um perigoso anti-americano
«A guerra desencadeada pelos Estados Unidos no Iraque não só foi "desnecessária" como resultou de um erro estratégico ao reunir "regimes como o de Saddam Hussein e a Al-Qaeda como se fossem uma única ameaça não diferenciada", afirma um relatório publicado ontem pelo War College do Exército dos Estados Unidos. Mais: a guerra ao terrorismo, "tal como é actualmente definida e conduzida, é estrategicamente confusa, promete muito mais do que pode cumprir, e ameaça dissipar os recursos militares norte-americanos e outros numa procura sem esperança da segurança absoluta".»
Notícia do Público, a partir de um relatório, que o Pentágono diz reflectir apenas as opiniões do autor e não do Exército.
Notícia do Público, a partir de um relatório, que o Pentágono diz reflectir apenas as opiniões do autor e não do Exército.
13.1.04
Por falar em queijos...
Olá a todas e a todos!
Andei há uns tempos para mandar uma posta sobre a polémica proposta pelo Miguel Marujo em torno de se o ano passado foi bom ou mau. Acabei por não ter tempo para o fazer na altura certa e, depois, achei que já não valia a pena. Enfim, a derrota do Benfica ante o Sporting também não propiciou grandes elogios ao novo ano... Detesto quando o Benfica perde pontos nos confrontos com as equipas pequenas!
Bom, na verdade o ano passado, no plano pessoal, também foi bem positivo para as minhas bandas, mas a minha análise pretendi escapar ao egocentrismo e ser mais abrangente. Disse e mantenho que 2003 foi um ano mau para o mundo e para a humanidade. E, apesar do perclitante início para essa enorme fatia da população que se diz benfiquista, ainda mantenho a esperança de que 2004 seja um bocadinho melhor.
De qualquer forma, o que me traz aqui hoje são os queijos. Em primeiro lugar, porque gostei da ilustração que o Miguel postou (eu adoro queijo! todos os tipos de queijo!). E, depois, porque no Natal me ofereceram um calendário para 2004 baseado nos ensinamentos do Dr. Spencer Johnson, um médico norte-americano que ganha a vida a ajudar os outros a lidar com a mudança. Ora, precisamente, a sua obra mais conhecida chama-se Who Moved My Cheese?
Bom, a verdade é que nem sequer sei se a obra é boa ou não... limito-me a ler as citações que acompanham cada dia do ano no calendário que me ofereceram. Por exemplo, a citação de hoje é «Não posso mudar a direcção do vento, mas posso adaptar as velas para chegar sempre ao meu destino» e foi proferida por um tal de Jimmy Dean, artista e empresário.
Mas a mudança é um tema que me interessa. Em abstracto («todo o mundo é composto de mudança») e no concreto.
As notícias que nos são trazidas todos os dias pelos jornais, pelas revistas, pelas rádios e pelas televisões, as postas na blogosfera e sobretudo a nossa vida quotidiana, provam, à saciedade, que é preciso que algo mude... para que pelo menos alguma coisa não fique na mesma!
O processo da Casa Pia, a crise económica, a acção do Governo e muitas outras desgraças estão a conduzir-nos a um estado de degradação cívica que poucos julgavam atingível. E todos os dias o record é batido, todos os dias descemos mais baixo, todos os dias cavamos mais fundo!... Precisamos de mudança como de pão para a boca! Precisamos de sair do pântano que, afinal, o afastamento de Guterres não evitou.
Mas a verdade é que não basta dizer que isto está tudo mal e que é preciso mudar. O que é preciso é mudar mesmo! Revitalizar a cidadania!
Todos temos um papel a desempenhar e eu também quero dar o meu contributo.
Isto é uma ameaça: brevemente terão notícias minhas!
Espero poder contar convosco.
Andei há uns tempos para mandar uma posta sobre a polémica proposta pelo Miguel Marujo em torno de se o ano passado foi bom ou mau. Acabei por não ter tempo para o fazer na altura certa e, depois, achei que já não valia a pena. Enfim, a derrota do Benfica ante o Sporting também não propiciou grandes elogios ao novo ano... Detesto quando o Benfica perde pontos nos confrontos com as equipas pequenas!
Bom, na verdade o ano passado, no plano pessoal, também foi bem positivo para as minhas bandas, mas a minha análise pretendi escapar ao egocentrismo e ser mais abrangente. Disse e mantenho que 2003 foi um ano mau para o mundo e para a humanidade. E, apesar do perclitante início para essa enorme fatia da população que se diz benfiquista, ainda mantenho a esperança de que 2004 seja um bocadinho melhor.
De qualquer forma, o que me traz aqui hoje são os queijos. Em primeiro lugar, porque gostei da ilustração que o Miguel postou (eu adoro queijo! todos os tipos de queijo!). E, depois, porque no Natal me ofereceram um calendário para 2004 baseado nos ensinamentos do Dr. Spencer Johnson, um médico norte-americano que ganha a vida a ajudar os outros a lidar com a mudança. Ora, precisamente, a sua obra mais conhecida chama-se Who Moved My Cheese?
Bom, a verdade é que nem sequer sei se a obra é boa ou não... limito-me a ler as citações que acompanham cada dia do ano no calendário que me ofereceram. Por exemplo, a citação de hoje é «Não posso mudar a direcção do vento, mas posso adaptar as velas para chegar sempre ao meu destino» e foi proferida por um tal de Jimmy Dean, artista e empresário.
Mas a mudança é um tema que me interessa. Em abstracto («todo o mundo é composto de mudança») e no concreto.
As notícias que nos são trazidas todos os dias pelos jornais, pelas revistas, pelas rádios e pelas televisões, as postas na blogosfera e sobretudo a nossa vida quotidiana, provam, à saciedade, que é preciso que algo mude... para que pelo menos alguma coisa não fique na mesma!
O processo da Casa Pia, a crise económica, a acção do Governo e muitas outras desgraças estão a conduzir-nos a um estado de degradação cívica que poucos julgavam atingível. E todos os dias o record é batido, todos os dias descemos mais baixo, todos os dias cavamos mais fundo!... Precisamos de mudança como de pão para a boca! Precisamos de sair do pântano que, afinal, o afastamento de Guterres não evitou.
Mas a verdade é que não basta dizer que isto está tudo mal e que é preciso mudar. O que é preciso é mudar mesmo! Revitalizar a cidadania!
Todos temos um papel a desempenhar e eu também quero dar o meu contributo.
Isto é uma ameaça: brevemente terão notícias minhas!
Espero poder contar convosco.
E Deus?, perguntava-se na praia
«Desconfio sistemática e prudentemente de tudo aquilo a que se possa chamar milagre. Mas acredito sem limites que a Deus tudo é possível.
Tenho-me como fazendo parte daqueles "felizes que não viram e acreditaram" (cf. Jo 20, 29) e vou pedindo ao Senhor que me livre de ser algum dos que são infelizes por não saberem muito bem o que viram.»
[Obrigado (ainda) ao Rui. Pode ser que seja uma continuação de conversa sobre o catolicismo.]
Tenho-me como fazendo parte daqueles "felizes que não viram e acreditaram" (cf. Jo 20, 29) e vou pedindo ao Senhor que me livre de ser algum dos que são infelizes por não saberem muito bem o que viram.»
[Obrigado (ainda) ao Rui. Pode ser que seja uma continuação de conversa sobre o catolicismo.]
As notícias não são milagres. Os jornalistas às vezes julgam-se profetas
Escreve Rui Almeida: «Fala-se por aí de milagres, a propósito da utilização do termo em actos jornalísticos.
[Acho ridícula a mania (contrária ao rigor apregoado...) de os jornalistas usarem indiscriminadamente este tipo de metáforas, tal como acho ridículos os excessivos adjectivos.]» Eu aplaudo. E olho em volto... à espera de um milagre mais terreno dado à responsabilidade do que fazemos.
[Acho ridícula a mania (contrária ao rigor apregoado...) de os jornalistas usarem indiscriminadamente este tipo de metáforas, tal como acho ridículos os excessivos adjectivos.]» Eu aplaudo. E olho em volto... à espera de um milagre mais terreno dado à responsabilidade do que fazemos.
(pausa para uma mensagem aos amigos)
Aos leitores regulares ou menos regulares, àqueles que nos visitam pela primeira vez ou que julgaram tratar-se de um "bug" no computador... O que se segue é mesmo pessoal e (quase) intransmissível.
É para os meus amig@s: peço-vos que consultem o vosso e-mail e que corram directamente a ler a mensagem que vos deixei lá. Obrigado.
Actualização: o nosso amigo Asceta respondeu à letra. Toma!
É para os meus amig@s: peço-vos que consultem o vosso e-mail e que corram directamente a ler a mensagem que vos deixei lá. Obrigado.
Actualização: o nosso amigo Asceta respondeu à letra. Toma!
O Governo do Queijo
Guterres sem maioria comeu um queijo limiano. Este Governo de virtudes públicas e muitos vícios privados come também muito queijo (de todo o tipo): Isaltino esqueceu-se de declarar uns trocos e umas contas na Suíça, Pedro Lynce esqueceu-se de que há regras de acesso ao Ensino Superior e Martins da Cruz esqueceu-se de ser solidário com o seu colega de executivo. Agora, é o ministro da Educação que se esqueceu de declarar uns euros ganhos na Câmara de Oeiras, em dois curtos meses para atingir o tempo da reforma antecipada. David Justino esqueceu-se. E de esquecimento em esquecimento, eles esquecem-se que, no tempo de Guterres, houve ministros que caíram por outros esquecimentos.
12.1.04
«As jogadas que o Mundo nunca esqueceu»
Lembro-me de um estoiro do meio da rua do Sócrates no Mundial de 82. Do Maradona a ultrapassar meia Inglaterra para marcar um golo antes de fazer outro, com a «mão de Deus». Lembro-me também de outra mão - a de Vata, em Marselha. E a (menos boa) do Abel Xavier em França. Lembro-me de um Bayer Leverkusen-Benfica que me deixou sem fôlego. Lembro-me de ser campeão no ano dos famosos sete a um. E lembro-me do João Pinto a comer a relva como nunca voltou a fazer no 6-3. Lembro-me do toque de calcanhar do Madjer em Viena e do voo de cabeça de Jardel em Milão. Lembro-me de ver um Benfica de reservas ganhar 8-2 ao Beira-Mar, na primeira vez que vi o Benfica ao vivo no "velhinho" Mário Duarte.
Foram estas as jogadas que me lembrei este fim-de-semana, depois de ver nas ruas uma publicidade do «Record». Hoje, depois de ler no Barnabé uma crítica "àquilo", lembrei-me também de dizer que o "cogumelo" atómico de Hiroxima não é uma jogada que o Mundo nunca esquecerá - nem é publicidade. É mau gosto. Da empresa de publicidade que desenhou imagem de tão mau gosto para o jornal «Record».
Aventurado mistério público
Em tempos um senhor fazia gala de dispensar cinco minutos à leitura de jornais. Devia ter lido mais: não tinha acabado a comer bolo-rei de boca aberta. Hoje, o senhor procurador da República na Madeira, Orlando Ventura, garantiu não ter conhecimento de «quaisquer redes organizadas de pedofilia» na região. Ora, o senhor Orlando nunca deve ter ouvido falar em Edgar Silva, no Movimento do Apostolado das Crianças, nas denúncias de 1992 e 1997. Pior ainda: o senhor desventura nunca se passeou pelas ruas do centro do Funchal e nunca viu os "miúdos das caixinhas"... O jardim, afinal, tem ervas daninhas.
Ao ATTAC!
Aí está. Imprescindível, obrigatório, para pôr um grão de areia na engrenagem! Actualizado também na lista de blogues...
A coordenação do Governo ou mais uma vez o PSD a reboque do PP
A direita na blogosfera vai certamente desmentir qualquer das hipóteses incluídas no título deste "post" - ou assobiar para o ar -, mas é significativo que Celeste Cardona diga hoje aquilo que Durão desmentiu sexta-feira. A ver vamos, quem ganha a guerra...
PS - O Bloguítica escreveu uma nota sobre os interesses do CDS-PP nesta matéria [ver "post" Liberdade de Imprensa II - 9/1/03].
PS - O Bloguítica escreveu uma nota sobre os interesses do CDS-PP nesta matéria [ver "post" Liberdade de Imprensa II - 9/1/03].
Como podemos nós duvidar do Ministério Público?
«Nem Bruno, nem os amigos, tiveram o apoio de que hoje dispõem as vítimas da Casa Pia - judicial ou médico. Rebentaram fogos partidários e algumas teorias da "cabala", mas o poder público não se interessou por eles. Só puderam, em 1999, exercer os seus direitos, designadamente pedir uma indemnização cível, graças à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a uma sociedade de advogados - o Ministério Público negou-lhes ajuda.»
Excerto do dossier de hoje do Público [ver "post" anterior], reportagem iniciada já ontem no destaque, sobre a pedofilia na Madeira e os "miúdos das caixinhas".
Excerto do dossier de hoje do Público [ver "post" anterior], reportagem iniciada já ontem no destaque, sobre a pedofilia na Madeira e os "miúdos das caixinhas".
Lembram-se dos miúdos das caixinhas?
Falei deles há algum tempo, quando muitos se indignaram porque Mário Soares perguntou pela pedofilia na Madeira. O Público conta hoje a história da Sónia, do Bruno, da Carla, do Márcio e de tantos outros. Eu revi-os na minha memória. Quase 12 anos depois.
11.1.04
Nenhum, nenhum
tempo para a Cibertúlia. Volto em breve.
- A 6 de Janeiro, às 01:38, era assim que escrevia Pacheco Pereira, no seu Abrupto. Tinha estado um dia sem colocar "postas" e voltou 19 horas depois - desde então escreveu em cinco dias quase trinta entradas. Dois dias depois de estarmos em silêncio apeteceu-nos imitá-lo... Só não temos tempo para 30 reflexões, imagens, odes, early morning blogs, objectos em extinção, bibliofilia... Fosse ele Santana e estava a candidatar-se a Presidente da República!
- A 6 de Janeiro, às 01:38, era assim que escrevia Pacheco Pereira, no seu Abrupto. Tinha estado um dia sem colocar "postas" e voltou 19 horas depois - desde então escreveu em cinco dias quase trinta entradas. Dois dias depois de estarmos em silêncio apeteceu-nos imitá-lo... Só não temos tempo para 30 reflexões, imagens, odes, early morning blogs, objectos em extinção, bibliofilia... Fosse ele Santana e estava a candidatar-se a Presidente da República!
9.1.04
«Trataram-no bem?»
Os estrangeiros e os emigrantes voltam às terras de Aviz. As perplexidades de Francisco José Viegas passam também pela «forma como são tratados os estrangeiros nas fronteiras, sim — o modo como os brasileiros são recebidos, por exemplo, sobretudo "se têm aspecto de emigrantes" ou de "prováveis emigrantes". A forma como se fazem as perguntas, o tom de voz, o empurrão na fala.»
Não é de agora, como certamente sabe FJViegas. Lembro-me nos idos de 1993 (com mais uma crise Portugal-Brasil, por causa de migrantes "presos" em salas de ninguém dos aeroportos, como pano de fundo), ao viajar para o Rio de Janeiro, do pedido de um funcionário do SEF: «Se o tratarem mal, lá, diga-nos». «Como?», perguntei. «Se lhe fizerem alguma coisa, diga-nos, tá bem?». Disse: fui recebido com um sorriso e um sonoro: «ah! patrício!».
Não é de agora, como certamente sabe FJViegas. Lembro-me nos idos de 1993 (com mais uma crise Portugal-Brasil, por causa de migrantes "presos" em salas de ninguém dos aeroportos, como pano de fundo), ao viajar para o Rio de Janeiro, do pedido de um funcionário do SEF: «Se o tratarem mal, lá, diga-nos». «Como?», perguntei. «Se lhe fizerem alguma coisa, diga-nos, tá bem?». Disse: fui recebido com um sorriso e um sonoro: «ah! patrício!».
Por um fio
É um dos melhores e (quase) esquecidos filmes de Martin Scorsese. «Por um fio» (Bringing Out the Dead, no original) é também um retrato possível do mundo dos hospitais públicos americanos e aquilo que vemos está longe da imagem imaculada de corredores limpos e brancos. O corredor mais tenebroso do Hospital de Santa Maria parece um palácio ao pé dos hospitais públicos americanos.
Em séries de TV americanas, que têm por ambiente os hospitais, há um pormenor que surge sempre no diálogo de funcionários hospitalares e familiares dos doentes: «Têm seguro?». As respostas negativas provocam sempre a nega do hospital no atendimento desses doentes. Agora, o ministro da Saúde diz ser esse «caminho a seguir». E o serviço nacional de Saúde fica «por um fio». Luís Filipe Pereira devia alugar o DVD no clube de vídeo lá da rua.
Em séries de TV americanas, que têm por ambiente os hospitais, há um pormenor que surge sempre no diálogo de funcionários hospitalares e familiares dos doentes: «Têm seguro?». As respostas negativas provocam sempre a nega do hospital no atendimento desses doentes. Agora, o ministro da Saúde diz ser esse «caminho a seguir». E o serviço nacional de Saúde fica «por um fio». Luís Filipe Pereira devia alugar o DVD no clube de vídeo lá da rua.
Quando a obsessão nasce não é para todos
Manuela Ferreira Leite perdoou o pagamento especial por conta aos taxistas. E o seu Ministério tentou manter a medida em segredo. O episódio é lamentável, mais ainda vindo de quem exige «obsessivamente» o "apertar do cinto" aos portugueses. Pelos vistos, com excepções. Os taxistas - e a Alemanha e a França....
8.1.04
7.1.04
Vamos todos sair à rua de cravo na mão!
Depois de 13 anos, José Mário Branco vai regressar com um novo disco de temas inéditos.
Desde «Correspondências», de 1990, que o compositor não rompia o silêncio, a não ser num álbum ao vivo e em projectos colectivos nas áreas de música, cinema, teatro e política. No ano em que se comemoram os 30 anos do 25 de Abril, José Mário Branco presenteia-nos novamente com a sua música. Os concertos de apresentação do novo disco estão já confirmados para os dias 1 de Maio (Coliseu - Porto) e 7 de Maio (Coliseu - Lisboa).
Como disse?
Apresentação do concerto de Nick Cave no CCB no "site" do próprio CCB: «Nick Cave, carismático, artista de culto, num espectáculo de baladas inesquecíveis com o cantor mais alternativo da pop contemporânea.»
Desafio 1: quem será o cantor mais alternativo que acompanhará Nick Cave?
Desafio 2: Nick Cave pertence ao Renovamento Carismático?
6.1.04
As pessoas, claro (duas sugestões de "ilustração")
Entrei neste metro, de António Jorge Gonçalves, por indicação de José Mário Silva. Uma viagem imperdível, com os rostos de quem viaja em dez cidades do mundo. Outros rostos, outras viagens são os que todos os dias percorrem as ruas de Nova Iorque, pela pena de Jorge Colombo. De uma maneira ou outra, estes dois ilustradores marcaram momentos únicos da minha história.
Maria - e as boas festas
A propósito das boas festas que aqui deixei, com a representação da Virgem grávida por Paula Rego, lê-se uma interessante reflexão sobre a Arte e o cristianismo (resumo simplista) no blogue amigo de Rui Almeida: «A vida de Maria é usada enquanto história de um imaginário não exclusivamente cristão, deixando de lado teologias ou interpretações religiosas para dar relevo a uma dimensão humana, que passa, obviamente, pela mediação subjectiva da autora.» Foi, de facto, a humanidade que se respira naquele quadro que me fez optar por ele.
Já reparou como Lisboa está mais suja?
A greve da Carris levou-me a descer a Alcântara calcorreando os imundos passeios das ruas de Lisboa. E é difícil admirar a calçada portuguesa: não há um metro quadrado limpo ou arranjado. Antes (sim, no tempo da anterior vereação) as ruas estavam mais limpas e eram constantemente lavadas. Antes (sim, no tempo da anterior vereação) os cartazes eram usados para sensibilizar os cidadãos de Lisboa para apanhar a "caca" dos cães que os (seus) porcos-donos levam a conspurcar a cidade. Agora, não. A cidade não está mais linda e na ânsia de dizer que se alcotroou as ruas (o que nem é totalmente verdade) esqueceu-se de limpar e arranjar os passeios. Também não quero acreditar que a CML considera mais os passeios da Lapa que os de Alcântara.
PS - Podem ler outras "lisboas a arder", aqui, no dia em que se faz o balanço de dois anos para pior.
PS - Podem ler outras "lisboas a arder", aqui, no dia em que se faz o balanço de dois anos para pior.
5.1.04
Um voto em branco...
Fica aqui, antes de mais, o meu voto de um 2004 melhor que 2003 para o pessoal aqui da Cibertulia. Cá por estes lados as coisas começaram ambiguas... O pão aumenta (mau), O Sporting ganha ao Benfica (bom), a Inês com varicela (mau), O Sporting ganhou por 3-1 ao Benfica (bom), A RTP2 tem outro nome (indiferente)...
Mas temos que ser optimistas. E para começar o ano de sorriso nos lábios uma Metáfora Politica:
Um homem idoso vai ao seu médico de familia e queixa-se de dores na perna esquerda.
- Atão mas Sr. Joaquim quantos anos tem o senhor? - pergunta o médico.
- 94 anos, dôtor.
- Isso é da idade...
- Olhe que não, que a perna direita tem a mesma idade e não me dói...
Mas temos que ser optimistas. E para começar o ano de sorriso nos lábios uma Metáfora Politica:
Um homem idoso vai ao seu médico de familia e queixa-se de dores na perna esquerda.
- Atão mas Sr. Joaquim quantos anos tem o senhor? - pergunta o médico.
- 94 anos, dôtor.
- Isso é da idade...
- Olhe que não, que a perna direita tem a mesma idade e não me dói...
From here to eternity
«Não vendi nada de jeito»
Retomo (em dia de retoma anunciada) esta expressão fantástica de Manuela Ferreira Leite, que se queixava em Novembro da pouca rentabilidade na venda do património do Estado.
Um pouco à imagem e semelhança dos pequenos comerciantes, que se queixam sempre - dos hipermercados à falta de investimento das autarquias, dos impostos às lojas de chineses - a nossa ministra das Finanças lamentava-se não conseguir fazer render o peixe para cumprir défices e obsessões.
Hoje, soube-se que a venda dos anéis se saldou por uns míseros 2,22 milhões, menos de dez por cento do valor base de licitação dos bens levados a hasta pública. Ferreira Leite bem pode exclamar de novo: «Não vendi nada de jeito»! Não podemos leiloar este Governo? Se calhar, arranjavam-se mais uns trocos...
... e 2004 melhor que 2003
O primeiro-ministro português vai, em tempo de antena do PSD, dizer urbi et orbi que vai ter «mão pesada» para a fuga aos impostos, que a retoma chegará este ano e que não vai haver despedimentos na função pública. Em tempo de antena, leram bem...
2003 melhor que 2004
Eu bem disse, Diogo, que o ano passado não tinha sido assim tão mau. Pelo menos, não começou com uma dupla derrota por 3-1 (o Beira-Mar com o Moreirense e o Benfica com o Sporting). Mas uma coisa boa teve esta derrota: já houve uns quantos amigos que ainda não tinham conseguido falar comigo e que, agora, já me desejaram bom Ano...
3.1.04
Coisas que se aprende com a familia e amigos
Natal e ano novo dão sempre para descobrir o estado do mundo familiar e das amizzades. Não das próximas, que essas acompanham-nos tranquilas durante o ano, como se este não estivesse lá. Mas dos outros, os distantes.
Ora, depois das conversas de entrada, há que acalentar outras, mais introspectivas. Neste Natal e Novel Ano, descobri que o sistema de ensino nacional (composto por escolas, pais e demais meio) não ensinam às criancinhas coisas essenciais. A saber:
- Que a Terra é um planeta do Sistema Solar
- Que nunca ninguém lhes disse que a órbita da Terra forma uma elipse
- Que a Terra está mais próxima do sol no Inverno do que no Verão
- Que os Maias não são a única obra do Eça
- Que o Camões não nadou com um LIVRO (impresso e com capa dura) até à costa, depois do naufrágio
- Que existe algo chamado «História Trágico-Marítima», onde se lê o que correu mal nos Descobrimentos
- Que «O Senhor dos Anéis» é velho como um raio e os filmes sucederam aos livros (!)
- Que a Maddona tem idade para ser mãe de muito boa gente que já anda no secundário
- Que o 25 de Abril não COMEÇOU a Guerra Colonial
- Etc...
Deus! Que andam a fazer estes pais? Fim ao Canal Panda já!
Bom ano a todos.
Ora, depois das conversas de entrada, há que acalentar outras, mais introspectivas. Neste Natal e Novel Ano, descobri que o sistema de ensino nacional (composto por escolas, pais e demais meio) não ensinam às criancinhas coisas essenciais. A saber:
- Que a Terra é um planeta do Sistema Solar
- Que nunca ninguém lhes disse que a órbita da Terra forma uma elipse
- Que a Terra está mais próxima do sol no Inverno do que no Verão
- Que os Maias não são a única obra do Eça
- Que o Camões não nadou com um LIVRO (impresso e com capa dura) até à costa, depois do naufrágio
- Que existe algo chamado «História Trágico-Marítima», onde se lê o que correu mal nos Descobrimentos
- Que «O Senhor dos Anéis» é velho como um raio e os filmes sucederam aos livros (!)
- Que a Maddona tem idade para ser mãe de muito boa gente que já anda no secundário
- Que o 25 de Abril não COMEÇOU a Guerra Colonial
- Etc...
Deus! Que andam a fazer estes pais? Fim ao Canal Panda já!
Bom ano a todos.
2.1.04
Pelas Mãos de um Ano que é Novo !
Agora volto a vocês. Nem sempre o caminho é feito de coisas boas, mas apesar de todo o mal do último ano, recordo que entre os nossos houve vários pais, tios, etc. (nos outros também há-de ter havido com certeza!) de qualquer modo o círculo começa, e talvez eles escrevam coisas nossas no futuro que é deles connosco. Bom ano para todos.
Uma proposta de desassossego
DESASSOSSEGOS
o espírito sopra onde quer
Janeiro 2004 | 21h30
Encontros na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa
8 de Janeiro
Vento do Espírito
Poemas de Teixeira de Pascoaes
ditos por João Grosso e Teresa Lima
15 de Janeiro
Uma Bolha Sobre a Água
Imagens / Projecção
Bárbara + Tomás Cunha Ferreira
22 de Janeiro
Vozes Que Dizem o Canto
Música Sacra Portuguesa / Música Ortodoxa
Grupo Vocal Olisipo / Coro da Igreja Ortodoxa Romena
29 de Janeiro
Vida Consentida ou Com Sentido?
Perspectivas
Ana Sousa Dias e Manuel Carmo Ferreira
As listas de 2003 que não se podem fazer
Não vi todos os filmes, não ouvi todas as músicas, não li todos os livros, não espreitei todos os blogues, não folheei todos os jornais, não fui a todas as exposições, não visitei todos os lugares. Por isso, não faço qualquer lista de 2003. O que fica dos dias que passaram são memórias de coisas boas e de um mundo aflito. M.: ela foi o melhor do primeiro dia do resto da minha vida toda...
[e depois há o Lucas, a Mariana, a Júlia, o Francisco, o João, a Marta, a Leonor...]
[e depois há o Lucas, a Mariana, a Júlia, o Francisco, o João, a Marta, a Leonor...]
Em defesa de 2003
Para mim, Diogo, o ano que passou foi óptimo. O mundo todo, à nossa volta, é que não esteve à altura!
(Jorge Colombo)
(Jorge Colombo)
1.1.04
2004
Antes de mais nada, e porque este parece ser o primeiro post do ano, Bom Ano para todos e todas!
Acordei há não muito tempo e não tenho sinais nem sintomas de ressaca... O réveillon foi calmo, passado em casa, na companhia de alguns amigos e de (muita!) boa comida! A bebida também era boa, mas os comensais não eram muito dados à adoração de Baco e, por isso, nem da primeira garrafa se viu o fundo... parecia o réveillon da Associação dos Alcoólicos Anónimos!
Enfim... como estava a dizer, acordei há não muito tempo e devo dizer-vos que estou muito contente! 2003 foi-se e não vai voltar e 2004 ainda tem direito ao benefício da dúvida! 2003 foi muito mau (guerras, incêndios, processos estranhos, crise económica, mau governo, etc.) e estou contente por ver que já acabou. E 2004 dificilmente será tão mau! Também por isso, estou contente. Muito contente!
Acordei há não muito tempo e não tenho sinais nem sintomas de ressaca... O réveillon foi calmo, passado em casa, na companhia de alguns amigos e de (muita!) boa comida! A bebida também era boa, mas os comensais não eram muito dados à adoração de Baco e, por isso, nem da primeira garrafa se viu o fundo... parecia o réveillon da Associação dos Alcoólicos Anónimos!
Enfim... como estava a dizer, acordei há não muito tempo e devo dizer-vos que estou muito contente! 2003 foi-se e não vai voltar e 2004 ainda tem direito ao benefício da dúvida! 2003 foi muito mau (guerras, incêndios, processos estranhos, crise económica, mau governo, etc.) e estou contente por ver que já acabou. E 2004 dificilmente será tão mau! Também por isso, estou contente. Muito contente!
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