20.7.04

Um veto que se espera

Os médicos internos - em fase de formação geral e especializada - asseguram o real funcionamento dos hospitais portugueses, SA e não-SA. Mas o senhor ministro quer acabar com uma carreira médica que faz funcionar o Serviço Nacional de Saúde. Assim, serão destruídos anos de um funcionamento (apesar de todos problemas) menos mau dos hospitais.
Sou casado com uma médica, e sei o que lhe custa trabalhar 42 horas por semana mais 12 horas extraordinárias, impostas pela administração porque sem esses médicos - sem as suas horas extraordinárias - não haveria urgências a funcionar naquele hospital SA.
E faz 24 horas seguidas na urgência do hospital, onde se leva um miúdo com uma afta às duas da manhã ou uma criança com febre há uma hora (não são situações de urgência). E, depois daquelas 24 horas, vai ainda à enfermaria, trabalhar mais 4/5 horas, o que é ilegal, mas é necessário para manter o funcionamento das enfermarias dos hospitais...
São estes médicos que o Governo, com nova legislação, ataca, obrigando-os a mais trabalho e pior remunerado. De Sampaio espera-se o veto. A sério, senhor Presidente.