9.7.04

A farsa de São Bento

Depois da viagem na televisão, voltei à Assembleia da República. Ali a meia dúzia de lugares dos deputados da Nação, o barulho é ensurdecedor. Não há uma intervenção em silêncio, ou pelo menos escutada sem o constante vozear das senhoras e dos senhores parlamentares. De todos os quadrantes, as bocas são constantes. Uns quantos rostos nunca vistos a intervir parecem ter uma única missão: compor as bancadas e arremeter em peixeiradas sucessivas contra a opinião de quem toma a palavra. Não se ataca a liberdade de expressão, o que ali se vê é má educação, baixa política. Mota Amaral, enquanto não cita curiosos números, lá vai pedindo algum silêncio.

Em qualquer sala de aula, daquelas hoje muito desdenhadas por senhores políticos e opinadores, a maioria daqueles deputados eram expulsos por mau comportamento. E, por uma vez, a televisão leva vantagem: quem vê/ouve as transmissões da AR-Tv (o ex-Canal Parlamento) não se apercebe desta agitação. E não sai de lá com uma forte dor de cabeça.