Pintasilgo. Adeus.
[Primo Galarza: aproveito o teu «adeus» para a memória.] Fiz campanha por ela em 1985, na primeira volta daquelas presidenciais únicas. Em Aveiro, desconfiei das sondagens. As centenas que a receberam no largo da Estação não eram a onda que a faria chegar a Belém. Mas, como ela, fomos ingénuos: acreditámos no sonho, ousámos acreditar. Ela em cima de um caixote, falou com a convicção de quem acredita. Antes de muitos ela falava no ambiente e nas pessoas: «cuidar o futuro» é um extraordinário legado que nos deixou. E depois havia o olhar intenso, de constante curiosidade, e a atenção! Sempre atenta a quem a ouvia, nem que fossem os miúdos imberbes prontos para mudar o mundo, naquele mês de Abril de 1995... Obrigado, Maria de Lourdes Pintasilgo. [M.Marujo]