23.9.03

Boatos, ainda

Lanço mais boatos para o debate. Um amigo de CVM escreveu-lhe sobre a tese da propagação da boataria. Já o "linkei" lá atrás (o "post" das 16:07). Vale a pena ler.
«"De acordo com o mais famoso perito em boatos do mundo, estás enganado. Remeto-te para o livro de Jean-Noel Kapferer, "Rumores". Acontece que os boatos sobrevivem da tua forma de pensar: alimentam-se do conceito instintivo de que não se deve dar gaz ao boato. É por isso que eles têm livre curso. Há muitos exemplos históricos de boatos. Todos eles se propagaram porque os visados os ignoraram, muitas vezes no pressuposto de que, se reagissem a eles, estavam a dar-lhes importância. Os boatos "vencidos" foram-no devido a estratégias totalmente opostas, de total exposição e combate frontal com recurso a informação, porque nessa ocasião o mentiroso encolhe-se, com medo que o descubram. Assim JPP, ainda que tenha "lucrado" com o assunto (tema "juicy"), na verdade deu uma machadada no assunto porque o mentiroso tenderá a recolher à toca."»

Mas não há glórias fáceis nestas coisas! E JPH troca-nos deliciosamente as voltas, com este "rumor": «A existência de Deus - esse sim é um grande rumor. Há 2000 mil anos (no mínimo) que não se fala doutra coisa. Pelo que será difícil, a partir deste exemplo, concluir que falar muito de um rumor contribui para o abafar [...]».

No Glória Fácil, JPH insiste no assunto e critica a «hipocrisia» de Pacheco - e dá uma machadada, que eu infelizmente não posso dar (um blogue colectivo e democrata e participativo, como a Cibertúlia, é assim...): «Esta é a primeira vez que o Glória Fácil fala do assunto. É relevante (decisivo mesmo) o facto de o MM não estar "no ar"».