30.11.06

Para ler

Peões à pancada. Caso prático.

Uma ideia para todos os dias

«Na próxima terça-feira a edição do jornal Metro vai contar com a edição de um novo director. O cantor David Fonseca foi o escolhido pelo jornal para, na segunda-feira, ocupar o cargo de Nuno Henrique Luz.» [in Meios e Publicidade]

29.11.06


...I can' take my eyes off you [The Blower's Daughter, por Damien Rice]

Cuidar

Andar em Lisboa a horas incertas, por ruas deformadas, no meio de obstáculos. O peão é bola de "flipers" entre passeios de buracos, artérias esventradas, tapumes de indiferença. Se os nossos governantes (chavão onde cabe tanto e tão pouco) não habitam esta cidade, que fazer? Insistir, bater na tecla, insistir. E continuar a pé.

«Flexisegurança»

«[...] A tensão entre a protecção legislativa do emprego (que é frequentemente considerada como apresentando grande rigidez) e a maior flexibilidade do mercado de trabalho (também frequentemente apontada como condição estratégica de competitividade) reflecte-se na existência de práticas não legais de relação laboral altamente flexível e precária bem como no apontar de orientações consideradas eficazes em alguns países da UE, e que, segundo alguns, deveriam ser adoptadas em Portugal.

Entre essas orientações tem ganho, recentemente, relevo cada vez maior a chamada “Flexisegurança”, a qual mereceria, a nosso ver, uma discussão mais alargada e aprofundada.

Com efeito, as condições institucionais e sócio-culturais do nosso País, tais como uma fraca cultura negocial, a fragmentação e défices de representatividade que caracterizam o nosso sistema de relações laborais (...) e, ainda, o baixo nível de protecção social no apoio à empregabilidade e ao desemprego, tudo isso levanta dúvidas sobre a oportunidade/possibilidade de se seguir, hoje, em Portugal essa orientação. Acresce ainda que a “flexisegurança” é exigente do ponto de vista dos encargos financeiros a que dá lugar.

Paralelamente à discussão deste tema, considera-se indispensável que se aumentem fortemente os esforços (preventivos e correctivos) para que o legislado e o convencionado colectivamente sejam efectivamente aplicados e prontamente sancionados os eventuais desvios. [...]» [Comissão Nacional Justiça e Paz, «Relações Laborais em Portugal: que perspectivas?», sublinhados nossos]

28.11.06

Nomes



Painel com os nomes dos mortos no WTC, no 11 de Setembro, no Ground Zero. [Nova Iorque, EUA, foto MM, Outubro de 2005]

Rostos



Fotos de imigrantes chegados a Buenos Aires, entre finais do século XIX e inícios do século XX. [Museu da Imigração de Buenos Aires, Argentina, foto MM, Dezembro 2004]

Nacional-parolismo

«Espanha provoca cheias nacionais» [manchete do jornal Metro, hoje].

Vão gozar outro!

Eu fiz isto tudo durante seis anos: flexibilizei horários e funções, demonstrei «maior capacidade de adaptação interna aos objectivos da empresa», e no fim, um senhor que nunca me viu nem perguntou o que fazia resolveu que «o trabalhador em causa ficava com o direito a um maior nível de segurança e protecção social» e assinou a carta para me pôr na rua, ao abrigo do «período experimental». Despedir neste país é fácil. A «flexisegurança» neste país funciona sempre para as empresas, nunca para os trabalhadores.

27.11.06

«No pussy blues»

While everything is quiet and easy
Mr. Grinder can have his way...
--Memphis Slim, 1941


On 5th April 2006, Nick Cave, Warren Ellis, Martyn Casey and Jim Sclavunos entered RAK studios, London, for a week with producer Nick Launay and recorded thirteen songs. It was mixed in September at Metropolis Studios. Calling themselves Grinderman, the album is set for a March 2007 release.

Sem saúde

Correia de Campos tem as suas neuras. Diz apostar na clínica geral, mas garante que não põe os pés nos centros de saúde, prefere "entupir" as urgências. Diz que não paga horas extraordinárias, mas quem engordam os gastos são os tarefeiros, pagos a peso para preencher equipas que não têm médicos que não entram nos quadros. E agora diz que «os grupos privados [do sector da saúde] têm a sua política e pagam aos senhores jornalistas para porem notícias nos jornais e nas televisões», mas mantém um pequeno-almoço mensal com jornalistas previamente inscritos, para quem os seus assessores eram (são) particularmente insistentes para irem... Coisas.

26.11.06

Lisboas

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa é não haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora - ah, lá fora! - rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes à mostra


«Pastelaria», Mário Cesariny, in Quinze Poetas do Século XX [selecção e prefácio de Gastão Cruz, Assírio & Alvim, Dezembro de 2004].

Com Mário Cesariny, o Chiado da minha Lisboa era familiar. Com o César Oliveira, os meus dois primeiros anos de Lisboa, foram de aprendizagem.

24.11.06

Panda para adultos (II)

«Depois de tentativas falhadas com Viagra, medicamentos ocidentais e receitas afrodisíacas da medicina tradicional chinesa, os especialistas descobriram a solução ideal para convencer os pandas a acasalar: mostrar aos machos vídeos pornográficos. Filmes de pandas a rebolar com pandas têm feito maravilhas pela proliferação da espécie.» [in DN]
Bem me parecia que aquilo do Panda não era inocente...

23.11.06

Mais do cinema paraíso



AFP 2 - 23-11-2006 19:13:00 - France-cinéma-décès

URGENT Décès de l'acteur français Philippe Noiret

[via Wasted Blues]

Blogoxplicação

A coisa modesta que ali se desenha é para ir construindo devagar. Não se espere, num dia, Roma e Pavia. Por aqui, guardaremos tempo para as diatribes de sempre.

22.11.06

Lx Repórter

Sem rosto

Procurei saber como está o meu processo. No posto de atendimento, onde entreguei a papelada toda: «Ainda não há nada. E aqui não lhe sabemos dizer. Só telefonando para a secção de desemprego, mas é muito difícil», diz-me a funcionária a arrastar o muito difícil. É um facto: liga-se e nunca ninguém atende, para os diferentes números. Maldito Estado sem rosto.

Fazer prova de que estás vivo, não és criminoso, não roubaste o Estado, não assinas sob pseudónimo, não te drogas e estás mesmo no desemprego!

Por portas travessas (é assim, sempre, que se sabem as coisas) soube que a Segurança Social tem dúvidas sobre se o despedimento teria sido voluntário ou não! Claro, claro. Mas tirarem essas dúvidas atempadamente, não? Não, espera-se dois meses, não se diz nada, e agora vai lá o despedido para explicar do seu involuntarismo na causa do desemprego. Só neste país, como canta Sérgio Godinho.

1925-2006

Nos Óscares deste ano, Robert Altman revelou ter sido submetido a um transplante de coração. «Recebi o coração de uma mulher de 30 anos. Por isso, penso que ainda me restam mais 40 anos. E pretendo utilizá-los.» O filme da vida dele passa desde ontem no cinema paraíso.

21.11.06

Os melhores de uma ínfima escolha

O blogue Geração Rasca promove os melhores blogues de 2006 [regulamento disponibilizado aqui]. Também eu caio na tentação. Sei que todas estas escolhas são subjectivas e representam uma ínfima parte do universo dos blogues, apenas aqueles que conheço e leio regularmente. Havia outros a escolher e tentei dividir o mal pelas aldeias (evitar repetições). Apenas em duas categorias me repito: o «melhor blog» é feito, quanto a mim, pelo «melhor blogger», um pouco à semelhança do Óscar para melhor filme e melhor realizador...

Eis a minha lista de seis nomeados nas seis categorias (por ordem alfabética), que podem e devem comentar e, mais ainda, visitar:

- Melhor Blog Individual Feminino: Cenas de Gaja, Dias de uma princesa, Educação Sentimental, O Mundo Perfeito, Tralha Ralha, Wasted Blues
- Melhor Blog Individual Masculino: Adufe, A matéria da Bretanha, Arrastão, Bandeira ao vento, Palombella Rossa, Voz do Deserto
- Melhor Blog Colectivo: Aspirina B, Baixa Autoridade, Cinco Dias, Enchamos tudo de futuros, Glória Fácil, Sociedade Anónima
- Melhor Blog Temático: Capas de Culto, Diário de um quiosque, Foram-se os anéis, Fotoben (diário d'imagem), Passado/Presente, Sabor a sal
- Melhor Blog: A Origem das Espécies, Avatares de um desejo, Estado Civil, French Kissin', Vidro Duplo, Welcome to Elsinore
- Melhor Blogger: Bruno Sena Martins, Carla Carvalho, de Elsinore, Francisco José Viegas, João Morgado Fernandes, Pedro Mexia, Sara Pais
.

A cegonha

A pequenita, de bibe, não terá mais de cinco, seis anos, e diz com um ar quase pungente:
- O Dudu disse na escola que a Flor acorda e está grávida!
- Não é verdade, responde a mãe.
- É, é.
- Não é.
- Vamos ver na telenovela quando chegarmos a casa, remata a miúda.

Incompetências privadas, gastos públicos

É dito e repetido até a pedra dura ceder: a função pública supostamente improdutiva custa muito ao país. O contrário seria a excelência do privado. Mas dos incompetentes no privado - administradores, directores-gerais, directores disto e daquilo (posso nomear uns quantos, sem pensar muito) - ninguém fala, dizem que é problema de cada uma das empresas. Não é: a partir do momento que esses incompetentes despedem alguém ou alguéns, o Estado passa a cuidar dessas pessoas, com o subsídio de desemprego, e a arcar com a improdutividade de alguém atirado para a rua porque um qualquer medíocre assim decidiu.

20.11.06

[msg]

Os quatro textos por acabar de que me dá conta o visor do telemóvel obrigam-me a deixar este blogue a marinar.

19.11.06

Pequenas coisas

Haja pneus, haja deus.

Uma terra...

... assim tão bonita.

País para adultos

Numa semana, onde os protagonistas foram Santana Lopes, Cavaco Silva, Durão Barroso e a biblioteca de José Veiga, é caso para nos querermos refugiar deste país x-rated. Nem que seja no canal Panda.

18.11.06

Panda para adultos


Num zapping preguiçoso páro no canal Panda: os meus olhos não acreditam ao verem os Scissor Sisters em palco. Se começo a duvidar ter sintonizado o canal infantil, as dúvidas adensam-se com o clip seguinte: quatro garotas, não mais de 10, 12 anos, de nome Doce Mania, com roupas inenarráveis a cantarem velhos sucessos das Doce, pela mão da ex-ali-babá Lena Coelho. Alguém pode chamar ao palco Litte Miss Sunshine?!

O que aqui se dá a ver...


[Jessica Lange, em O carteiro toca sempre duas vezes]

A causa das coisas

"Um crítico americano queixava-se de que no último Ridley Scott «todas as mulheres são bonitas». Bom, mas isso é o cinema, meu amigo. A quantidade de mulheres bonitas nos filmes é muitíssimo superior à quantidade de mulheres bonitas no nosso quotidiano (excepto se alguém trabalha na Elite). É também para isso que servem os filmes, e o respeitadíssimo Antoine de Baecque esclarece tal ponto sem espinhas em La Cinéphilie: Invention d’un Regard, Histoire d’une Culture (2003). Desde os início que os homens se entusiasmavam com as mulheres belas no cinema e iam ao cinema para ver essas deusas. E mesmo os críticos mais conhecidos, por exemplo os da Nouvelle Vague, falavam quase tanto de olhos e pernas como de travellings. O cinema tem demasiadas mulheres belas? Que ideia absolutamente atroz." [«As mulheres belas», Pedro Mexia, no Estado Civil, com ilustrações possíveis em E Deus criou a Mulher]

Rifão

Não ao aborto, não ao preservativo, não ao prazer. Há quem continue a meter tudo no mesmo pacote e ainda diz que é pela vida.

Adágio

Uma Cúria romana que insiste no celibato dos padres não é da ordem da teologia, mas sim da teimosia.

17.11.06

Aforismo

Blogue que anda à chuva, molha-se.

A caixa de alguns jornalistas

A Caixa dos Jornalistas vai acabar, anunciou o secretário de Estado. O Sindicato está contra - e bem. Mas o que lamento é não ver nesta defesa um pedido alargado a uma caixa para todos os jornalistas. Explico-me: as empresas jornalísticas constituídas depois de 2004 não podem inscrever os seus jornalistas nesta caixa, mas sim no regime geral da Segurança Social. Muitos jornalistas não beneficiam da "sua" caixa. E a mim serve-me de pouco assinar um manifesto para defesa de uma coisa que afinal não se preocupa comigo.

5-3


De Ferenc Puskás não recordo mais do que as memórias do meu Pai, quando o Benfica joga(va) mal, sobretudo na Europa, e se lamenta(va) pelo Eusébio e de como o Benfica, em 1962, tinha despachado o Real Madrid de Puskás e Di Stéfano, por 5-3, e de como isso me parecia um relato épico de davides e golias. Há memórias que perduram. O antigo futebolista húngaro morreu na madrugada de hoje aos 79 anos.[Foto: EPA/IMRE Foeldi]

Cavaquinho

«Lendo os comentários à entrevista de Cavaco nos blogues que nele votaram nas presidenciais, tudo fica ainda mais claro: quando votaram nele, não era nas presidenciais que estavam a votar.» [JMF]

16.11.06

Vinhateiro


Devido aos problemas com os muçulmanos, o Papa radicou-se no Douro, onde tem andado disfarçado na faina das vindimas (clicar na foto, para aumentar)! Bento XVI, recorde-se, iniciou o seu mandato com uma metáfora do homem que cuida das vinhas...
[a Madrinha mandou por e-mail, eu não resisti a postar]

A cultura do automóvel

«Cultura com mais peso na economia europeia do que no sector automóvel» [Público].
Rui Rio acaba com subsídios à cultura.
Rui Rio gasta milhões em obras duvidosas na Avenida da Boavista para uma corrida de automóveis antigos.

Um apelo

«Giant drug company Novartis is challenging Indian Patent law in the courts, to protect its exclusive right to sell medicines in India.
If they win, it will threaten India's ability to produce and export cheaper generic drugs, including HIV medicines, which benefit millions of people in developing countries.
This action is against an international agreement that allows developing countries to produce and import cheaper versions of medicines in the interests of public health. You can stop this action
Basta assinar e enviar um e-mail à empresa farmacêutica.

15.11.06

Lá fora, o dilúvio

Magnolia

Da Constituição rasgada

CAPÍTULO III
Direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores

Artigo 53.º
(Segurança no emprego)
É garantida aos trabalhadores a segurança no emprego, sendo proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos. [sublinhado nosso]

Simplex (sem juízo)

Actualize-se o post: para além de ser fácil despedir neste país, muito fácil, o trabalhador deve gozar de boa saúde e esperar quando a coisa segue para tribunal. Porque a espera para que o processo se processe, se o juízo em causa estiver atrasado, pode chegar aos quatro anos (sim, sim, no 4º juízo do Tribunal do Trabalho em Lisboa, estão agora a ser marcados casos de 2002). A empresa ganha: não teve mais aquele trabalhador, não lhe pagou ordenados e, daqui a quatro anos, o trabalhador despedido ilegalmente pode esperar ser ressarcido. Sim, os tribunais de trabalho são rápidos. Estão em causa direitos dos indivíduos, diz a Constituição, antes de ser rasgada por estes tribunais sem juízo.

E o que mais haveria se nos livrássemos do medo?



frames do filme Irreversível [este post nasceu por causa de um outro de Carla de Elsinore, que depois comentou aqui assim]

14.11.06

A letra C

Em Havana, Cuba, vai um miúdo pela estrada, cruza-se com Fidel Castro.
Este, ao ver que o miúdo o ignora, pergunta-lhe:
- Oye niño, sabes tú quién soy yo?
- No señor, no se quién es usted, ni me interesa.
Fidel muito chateado diz-lhe:
- Como castigo por no conocer al comandante Castro, ahora mismo tienes que decirme 20 palabras que comiencen con la letra "C" paraque nunca más en tu vida se te olvide que mi apellido es Castro con la letra "C".
E o miúdo responde:
- Compañero Comandante Castro, cómo y cuando, carajo, comeremos carne con cerveza Corona como comen los camaradas comilones del Comité Central Comunista Cubano...?
Fidel ficou de boca aberta, e após um momento disse:
- Falta una!
- Cabrón!
[recebida por e-mail]

Homem ao rio

Rui Rio vai apresentar mais um projecto para acabar com a subsidiodependência no país - no Parlamento, com a caução do seu partido, que certamente o apoiará como apoiou Jardim, e em sede própria (na Câmara do Porto), conforme os casos: 1) acabar com os subsídios de financiamento dos partidos*; 2) acabar com os subsídios de apoio aos deputados deslocados; 3) acabar com os subsídios de representação que os autarcas portuenses auferem, com Rio à cabeça.

[* - esta ideia li-a ontem algures, peço desculpa por não a poder atribuir a quem de direito.]

Zás, blasfémia!

Zapatero é um destrambelhado. Aprovou casamentos gays, separou as coisas de césares e deus, conseguiu a paz (por enquanto, frágil) no País Basco, mantém a economia forte, deu espaço às autonomias sem desagregar o estado. Tudo isto irrita a direita, que gosta de lembrar que o presidente do Governo espanhol ganhou as eleições graças ao terrorismo (quem não lê os ataques furibundos de Helena Matos no Público ou no Blasfémias?), omitindo as mentiras de Aznar. Tudo isto irrita a direita que adora aplaudir esse mesmo Aznar (vd. Helena Matos). Mas essa direita calou-se com os recentes desmandos aznarentos (vd. Helena Matos). Pode parecer um pormenor ou coisa menor, mas não é. A direita se calhar ainda é marialva ou prefere defender públicas virtudes e manter vícios privados. E se fosse Zapatero, amigo de terroristas e de coisas fracturantes, aí sim, a coisa seria grave.

Que a força esteja contigo!

13.11.06

Sem tento nem tino [caso prático]

«Dificilmente» poderia ter feito as coisas de outra forma, garantiu Santana Lopes. Não há nenhuma alma caridosa que lhe diga que ele é mau, mesmo mau, e ainda não percebeu?!

Sem tento nem tino

«Percepções e realidade»: obra de ficção chega hoje às bancas. Advertência: não é o novo livro dos Gato Fedorento.

Tenham tento

Católicos e ateus na marmelada.

Stick to the plan!

Ooops, afinal os democratas têm planos para o Iraque: querem começar a retirar dentro de meses. E Blair veio defender uma solução com sírios e iranianos. Já estou a ver a direita a espumar dizendo que não se negoceia com terroristas! «Ninguém pode estar feliz com a situação actual», diz a Casa Branca. Será um lamento.

Peronistas, quem?

«Várias operações praticadas por instituições de crédito lesaram o Estado em mais de seis milhões de euros ao aproveitarem um "buraco" na lei que permitia comprar prédios sem pagar o Imposto Municipal sobre a Transmissão onerosa de Imóveis (IMT), o imposto que substituiu a antiga Sisa. A falha legislativa foi detectada e a proposta de Orçamento do Estado para 2007 já consagra normas que apertam a possibilidade de prosseguir com estas práticas abusivas.» [in Público]

12.11.06

O que aqui se dá a ver é o nosso medo



[há foto disto]

«Farturas à Otário». Na 24 de Julho, em Lisboa.

11.11.06

[de partida]


Friederich, 1805
[partiu daqui]

10.11.06

«É apenas fumaça!»
[imagens para estes dias]


«Não tem perigo! O povo é sereno!»
(Pinheiro de Azevedo, Novembro de 1975)

«E agora vou almoçar»


«Fui sequestrado. Já duas vezes. Não gosto de ser sequestrado. É uma coisa que me chateia.» [Pinheiro de Azevedo, primeiro-ministro de Portugal, 1975-1976]

[visto no Aspirina B]

«buscaré otro mar»

Qual padre Borga, qual quê?! Padre Jony, pescador de hombres, é que é!

«Não podemos sabê-lo se não cavarmos mais fundo»



Tom Sawyer, tu andas sempre descalço!
[descoberto por aqui]

9.11.06

[post-it]

Prova de vida

A partir de Janeiro, as regras do desemprego vão mudar, anuncia-se em tom sério. Os desempregados terão de comparecer de 15 em 15 dias e fazer prova de que andam activamente à procura de emprego. Já é assim: um desempregado tem de se apresentar mês a mês (ok, reduzem o tempo, não vá o malandro fugir) e mostrar que anda à "procura de". Nas entrelinhas, estas notícias fazem passar a ideia que o desempregado é-o porque quer, ou porque quer enganar o Estado. Um indigente, é o que ele é, parece soltar-se na voz do pivô.

Ainda estou para saber como faço "prova de" ou mostro que estou à procura. Enquanto espero dois meses para que chegue pela primeira vez o subsídio, posso ir mostrando a factura detalhada das chamadas telefónicas, os recibos dos selos, os e-mails ou os faxes enviados, para provar que estou vivo. Que me mexo, mas que o mercado (ainda) não quer nada comigo. Não sei se chega.

Gosto da obrigatoriedade de comparecer no centro de emprego: desempregado que se preze (pensa o Estado) tem todo o tempo do mundo para ele, por isso, pode despender umas horas sentado numa sala encafuada, com mais umas duas dezenas de pessoas, enquanto espreita o quadro de ofertas de empregos: cozinheiros ou serventes, técnicos de informática ou contabilista. Acho que devo aceitar, se não o pivô do telejornal ainda me lembra com a voz acusadora que «um em cada nove dos desempregados recusa uma oferta».

[Não se arranja por aí um subsídio ao subsídio de desemprego, não?!]

A greve vista aqui da rua

O camião do lixo passou esta noite, pouco depois da uma, e os autocarros têm passado em intervalos regulares.

8.11.06

Extra! Extra! Extra!

Pá, o Bloco de Esquerda infiltrou-se na Administração Bush!

Não esquecer

«Sono una geisha, sono una ragazza, sono una diva, sono una donna, sono una gata, sono una bomba a mano.» Em sete capítulos.

Houston, we have a problem


Vasco Pulido Valente na sua habitual crónica irreal do Público, no fim-de-semana passado, dizia que Bush ia perder pela "esquerda", por defender questões "à esquerda", o que irritaria os conservadores que o elegeram. E acrescentava: o Iraque não interessava nada aos americanos, à classe média americana. A ideia absolutamente hilariante e anedótica, dita com a habitual displicência dos irresponsáveis, é negada pelos próprios americanos, como o confirma uma sondagem da CNN. O que motiva o "castigo" a Bush e aos seus republicanos é, por esta ordem: corrupção, 40%; terrorismo, 39%; corrupção e ética (42%), terrorismo (40%), economia (39%), Iraque (37%), valores (36%) e imigração ilegal (29%).

Há um ano, quando estive nos EUA, já a classe média queria saber e muito do Iraque, e a mortandade ainda não tinha atingido os números de hoje. E republicanos ou democratas apontavam o dedo a Bush. Mas Pulido garante que não (no próximo fim-de-semana teremos mais iluminação sobre as nossas cabeças de como perdeu Bush, vão ver...).

E para a nossa direita blogosférica, a derrota explica-se por questões miudinhas e locais (mas os americanos preocuparam-se mais com temas nacionais - 62% -, e não locais - 33%), subvertendo a leitura da sondagem. Pulidos menores. So typical.

[actualização: leia-se também esta aspirina]

[eh pá, inventam tudo]

7.11.06

...

E como é um blogue desempregado?
"no me hagas llorar, que los fantasmas no lloran"
[Volver, finalmente]

6.11.06

Lugar comum

Nas próximas eleições legislativas é urgente perguntar ao senhor primeiro-ministro onde estava o lugar comum nesse dia. Ass: um dos comuns.

Frei Tomás

Da coerência

Este post foi reformulado e enviado como comentário a Pacheco Pereira. Não foi publicado. Como aliás já tinha feito com este outro, de JMF. Cereja no bolo: esta história exemplar.

Verão, Outono

Não deixes que a coerência estrague um bom post [V]

Eu acho que o blasfemo João Miranda tem uma grande cara de pau! O mesmo que se farta de dizer aos quatro ventos que o aquecimento global é ficção de uns cientistas da esquerdalha, desdenhando relatórios sérios e únicos, posta umas imagens das inundações em Portugal (e que tal nos EUA ou Alemanha?, também se arranjam!) e pergunta impavidamente se este é o país do TGV?! Que fale das temperaturas de quase Verão em Novembro, das chuvas e tornados repentinos, quase tropicais. De como o clima está alterado, e nada parece ser feito para acudir a uma eventual catástrofe. Só isso.

5.11.06

Não deixes que a coerência estrague um bom post [IV]

[post para memória futura] Pacheco Pereira usou a Wikipédia na sua saga anti-RTP, por causa dos documentários do 11 de Setembro, sem qualquer leitura crítica, como lhe assinalei em comentário (devidamente publicado no fim de outros comentários panegíricos - e sobre manipulação vamos estando conversados). Agora, vem duvidar desta enciclopédia por causa da entrada sobre o PCP.

Crua

Hediondo

Por mais hediondo que seja o crime, a pena de morte é uma resposta bárbara.

[adormecer]



É porventura a minha canção preferida dos Smiths (e que me desculpem todos os smithianos e morrisseyanos do planeta). O poema, a sonoridade, o sussurro, as vozes, o piano, tudo.

Ok, e depois há Reel Around the Fountain, belíssima canção de amor. E o resto. Mas esta... [Descobri este clip - que parece ser uma criação autónoma a partir da música - no Estado Civil. Onde Pedro Mexia nos lembra que «há uma espécie de felicidade no momento de adormecer».]

4.11.06

E ao sétimo dia

o blogue descansou.

3.11.06

[sonhar]


Trabalhar num jornal assim [O Independent hoje].

O filme do mês

... é este. E como se vê a Igreja Maná está atenta ao cartaz cinematográfico.



Simplex (caso prático)

Ao contrário do que dizem os nossos empresários, é fácil despedir neste país. Muito fácil. Mesmo sem razão, a coisa segue para tribunal, quando segue, se o trabalhador tiver meios e paciência. Depois, aguarda. A empresa, quando é condenada, se for, já ganhou: não teve mais aquele trabalhador, não lhe pagou ordenados e, agora, já ninguém se lembra. Entretanto, o trabalhador tenta a sua sorte noutro lado, incluindo o desemprego. Aqui, para além da culpa que carrega, tem de esperar dois meses para receber qualquer subsídio. Sim, leram bem: dois meses. Até para se ser desempregado, é preciso ser-se privilegiado.

Susto

Ontem, na aula de código (sim, já o sabem), dissertação sobre condução defensiva - com vídeos e tudo. Depois da aula, um tipo fica na dúvida se quer ir para a estrada, mesmo. Conclusão: deviam mostrar estes vídeos depois dos exames de condução. Nem que fosse só para lembrar como é.

Não se arranja...

... por aí um Independente para espicaçar a sexta?!

2.11.06

E tão simples

Um quiosque, uma ideia genial e... um blogue.

Não tão simples

A revista Pública tem publicado o lixo dos famosos, uma série artística de dois recolectores de caixotes. Mas a nenhum deles saiu a sorte grande, como a um certo homem do lixo que pode afirmar categoricamente como é Marcia Cross, a desesperada dona de casa.

Simples

Simplex

A PT é uma empresa única, fantástica, maravilhosa. Veja-se: o 118 on-line foi desactivado, e agora é 1820pt. Coisa modernaça. Depois: para consultar telefones e moradas já não é possível uma simples pesquisa. É preciso registarmo-nos antes. E se já estiver registado no portal da PT (myPT, dizem eles) não serve. É preciso novo registo. «Em Breve, irá receber, no endereço de E-mail que nos indicou, uma mensagem indicativa de como Activar o seu Registo neste Portal.» Ficamos à espera, já que é coisa habitual em muitos sites. Mas eis que chega a surpresa saloia da PT, para sacar mais uns cobres?, não se percebe. «Para finalizar o seu processo de registo no Portal 1820pt, agradecemos que ligue do Número de telefone que registou para o numero Azul 808 20 12 10 - custo de chamada local, para saber a sua chave/senha de confirmação. Confirme os dados, clicando de seguida no link abaixo indicado.» [sublinhado nosso] A idiotice paga imposto, e eu recuso-me a ser idiota.

1.11.06

Os excluídos da SportTv

O meu Pai ouve o Benfica na rádio, eu acompanho a vitória contra o Celtic pela net.

Eternidade e um dia


[Eternity and a Day]


«Não se expõem as feridas, não se mostra luto, esconde-se o sofrimento pelo pudor da compaixão.» [Miss Pearls]

O cabelinho


Tranquilidade, tranquilidade, tranquilidade.