30.6.04

Questões para estes dias (II)

Deve um primeiro-ministro apresentar-se sorridente, acolitado pela distância, pedir aos que abandonou para não fazerem do seu assunto matéria de luta partidária?
Deve o país convergir neste assunto como no futebol, como pediu o líder parlamentar "laranja"?
Deve um grupo minoritário de portugueses definir o novo líder do país, sem que o país conte?
Deve o país só contar para futebóis e banhos?
Devo eu ir a banhos, por causa do calor extremo, derivado (em futebolês) da avaria do ar condicionado?
Devo ir para casa ver o futebol e aplaudir um país que parece marcar golos na Europa e falhar campeonatos cá dentro?
As respostas estão à vista de todos. No país e no mundo, como diria o outro. O que (me) vale é a Maria, que desde há 12 anos (me) deixa descobrir que há uma esperança imensa em encher tudo de futuros.

Questões para estes dias

Pode um católico ser de esquerda?
Sabe um católico utilizar o vocábulo «caridade»?
Como um católico pode usar óculos?
Deve um católico ter atenção?
Pode um católico ter prazer no sexo?
Dão-se alvíssaras. Aqui.

Eleições, claro!*

«Terça-feira, dia em que escrevo, Durão Barroso já foi embora mesmo que esteja por cá. A partir de agora, deixou de poder e de ter a legitimidade para controlar os acontecimentos do seu país. Por muito menos que isto, foi Guterres sacrificado mas, Guterres escolheu a opção moral, o compromisso com o eleitorado. Foi depois da recusa, e na honra desse compromisso, que Guterres falhou.

Faço parte do grupo de pessoas que achava que Barroso nunca aceitaria ir para a Europa, a Europa que o escolheu, li eu nos jornais estrangeiros, como «o mal menor», «o menor denominador comum», e o «José quem?» como dizia o principal jornal alemão (que li em Berlim, assistindo com pasmo aos comentários de todo este episódio visto de fora). Não vislumbro onde está a honra deste convite, que prolonga um projecto de poder pessoal e atira um país em profunda crise social, política económica para o caos.

Dito isto, essa Europa que convida primeiros-ministros em exercício, desrespeitando as ordens políticas internas, enche-me de desconfiança e repulsa. Os cargos políticos de peso não se herdam, conquistam-se. A Europa não deveria convidar políticos no activo, sobretudo aqueles que estão a meio da sua missão. A direita portuguesa ganhou as eleições e tinha pelo menos quatro anos para provar um projecto. Com esta decisão, deitou fora dois anos de trabalho e de sacrifícios dos portugueses, e abandonou-os.

Custa-me a crer que o Presidente da República não decida a favor de eleições antecipadas, porque nenhum Governo, de Santana Lopes ou de outro dirigente do PSD, tem legitimidade moral e política (e, como diria a Sophia de Mello Breyner, a política é um capítulo da moral) para poder governar em paz e firmeza e muito menos para aprovar sérias medidas económicas e financeira ou legislação disciplinadora dos vícios administrativos portugueses. Barroso deixou um trabalho inacabado, e tal como Bush no Iraque, nunca se deve começar nada que não se tenha intenção de acabar.

O povo português teria assim que escolher entre Ferro Rodrigues e Santana Lopes, os dois líderes que os respectivos partidos querem matar, o que torna tudo ainda mais irónico. Porque o PSD não se conseguirá livrar de Santana, tal como o PS não se conseguiu livrar de Ferro, apesar de o tentar matar repetidas vezes e no pior momento. Nos dois partidos, são eles que ganharão congressos extraordinários, e são eles que ficarão. O bloco central acabou, e será também entre a direita e a esquerda que o país terá de escolher.

Barroso não pode querer ser tudo, primeiro-ministro de Portugal em Bruxelas, por procuração e designação sucessória, e presidente da Comissão Europeia. Este Governo acabou, e esta política também. O que vier, será diferente e esperemos que seja para ficar. Portugal não aguenta mais adiamentos nem mais ambições destas. Eu continuo a pensar que o ser. Berlusconi é mais importante que o sr. Prodi. E que Barroso mandou o seu país, e o seu partido, às urtigas. Passe bem.
»

Clara Ferreira Alves (antes conhecida por santanete), in Diário Digital, 29-06-2004, 11:13:47.

29.6.04

Sucessão dinástica

O primeiro aviso tinha sido dado em Oliveira de Azeméis. Mas ninguém acreditou.

Sim, senhor primeiro-ministro*

«Espantosa, a comunicação de hoje do Sr. primeiro-ministro a um país suspenso das consequências das suas opções pessoais: ficámos a saber exactamente o que já sabíamos desde sexta-feira!
A comunicação resultou em menos do que nada. Ele decidiu, vai mesmo embora (a bem do interesse nacional - disso nunca duvidámos!), confiante de que somos maduros para tratar do imbróglio em que nos deixa. Bravo! Ele já é europeu, nós ainda só somos porteguesinhos! Ele dá as cartas, distribui as tarefas e toma o avião para Bruxelas. Quem fica que feche a luz, porque o "show" já acabou!
Safa! Por que razão fui acreditar que uma das condições que Durão Barroso colocou aos seus pares europeus - garantir que em Portugal a sua saída não causaria instabilidade política - era para valer? Talvez por todo este processo ser demasiado surreal, acreditei nessa...
Agora, começo a sentir a aproximação de eleições gerais... o único modo do Presidente pôr termo à instabilidade instalada.
»

* - Jorge Wemans, in Causa Nossa

Manuela Ferreira Leite substitui Durão Barroso

Rápido Sampaio!
Não sei quanto tempo aguentaremos!

Não fica bem, mas é eficaz

O "banner" aqui colocado em cima não fica muito bem. Mas é eficaz...

Parabéns?

Segundo a edição de hoje do Público, Pedro Santana Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, faz hoje anos. Mais precisamente, faz 48 anos.

Será que Durão Barroso e Jorge Sampaio lhe vão dar o Governo como prenda?

Antecipadas, já!

Terça-feira, dia 29, 19h00.
Em Coimbra, em frente ao Governo Civil.
Em Lisboa, em frente ao Palácio de Belém.
No Porto, em frente à Câmara Municipal.
Seremos mais contra o golpe de Santana Lopes.

28.6.04

Argumentos contra Santana

Há um blogue que se apelida de Acidental. É o blogue oficial da proto-candidatura-em-forma-de-golpe-palaciano-de-acordo-com-MFL de Santana Lopes. Perguntam-nos, inefáveis, quais são os argumentos contra Santana: «"Não tem condições" para ser PM. Aqui, entramos no domínio do misterioso. Muitos o afirmam, mas ninguém o explica devidamente. Parece-me que agora é a altura para o fazer. Está na altura de desenvolverem os argumentos e não se ficarem pelas insinuações e pelas opiniões pessoais (todas respeitáveis mas, como diziam os gregos, e com o todo o respeito, a opinião é o nível mais baixo do conhecimento).» A minha opinião (pelos vistos, "baixa") é: devemos ter um primeiro-ministro devedor?, não cumpridor de contratos? Não falo de política, claro. Mas os acidentais amigos podem perguntar ao incidental candidato...

PS - Sobre a legitimidade democrática perguntam sempre por «João Soares [que] subiu a presidente da Câmara de Lisboa sem ir a votos por Jorge Sampaio ir para Presidente? Ou quando Nuno Cardoso passou a presidente da Câmara do Porto, quando Fernando Gomes foi para ministro». Nunca se lembra em casa própria: Girão Pereira abandonou a Câmara de Aveiro para um lugar de eurodeputado do CDS e deixou lá plantado o seu vereador Celso Santos.

Muda o disco...

Durão resolveu falar hoje. Em directo de Istambul, já longe da terra. Porque as suas preocupações já são longínquas. Santana nega ter sido convidado para substituir Durão. Cá na terra, que daqui não o deixam ainda fugir, apesar de estar em trânsito da Baixa para São Bento, sem passar pela casa da partida e de, no sábado a sua casa ter sido um rodopio de gentes e beija-mãos. Mas não: tudo o que vemos, ouvimos e lemos devemos ignorar. Eles não nos estão a tratar da saúde, não. Eles só querem tranquilidade e estabilidade, que a paz, pão, povo e liberdade já é outra canção. Eles querem enganar-nos, mais uma vez, mas nós devemos ser parvos, que não percebemos o desígnio nacional.

Um imenso buraco

À direita, também se bate forte e feio.

Agora a sério

O verão quente de 2004, comentários sobre a situação política no acampamento índio.

O país não é o Parque Mayer!

A ler, obrigatoriamente (em estilos diferentes), sobre a fuga de Durão e a sucessão dinástica de Santana: Terras do Nunca, A Praia, Barnabé, Blogue de Esquerda... Para não se perder de vista o essencial.

Eu apoio!


a partir do Barnabé

Segunda-feira

... na, por enquanto, terra da alegria.

Durão Barroso e o Campeonato da Europa

Desde há quase uma semana que as notícias sobre o Euro 2004 têm tido a concorrência das notícias sobre a possibilidade de Durão Barroso deixar o Governo para assumir o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Um destes dias - acho que foi na sexta-feira -, a RTP até teve o desplante de abrir o Telejornal com uma notícia que não era sobre futebol!

O que é que se passa neste país?! A Selecção está a dois dias de disputar o acesso à final do Euro 2004 e anda-se a perder todo este tempo para falar da possibilidade do Durão Barroso ser o próximo Presidente da Comissão Europeia e do Santana Lopes ser Primeiro Ministro?!

Mas que raio de critério é que se está a utilizar para estabelecer as prioridades?! Hã?!

Ontem, à hora do Dinamarca - República Checa, até estava convocada uma manifestação, em Belém, "contra santana lopes primeiro-ministro! Abaixo um governo da treta!"... Está tudo doido?!

Só espero que o Durão Barroso, que, a acreditar nos jornais de hoje, está a preparar uma comunicação ao país para um dos próximos dias, tenha o bom-senso de não escolher o horário da semi-final da próxima quarta-feira... Ou este país ainda muda de governo sem que ninguém dê por isso!

26.6.04

Ainda a quente.

Pontuação gramatical ao calhas.
Eleições sim. Eleições não. Se o Primeiro-Ministro se vai embora, não deveria haver outro sem consulta popular. Não é necessário, vota-se programas politicos e não nomes. Isso é muito bonito e teórico, na prática quando se vota sabe-se em quem se está a votar. Também não é bem assim, apenas alguns (não me lembro de percentagem, minima de certeza) votaram no CDS (no Paulo Portas) e no entanto lá foi ele parar ao Governo. Não se pode fazer duas eleições tão em cima uma da outra. Mas não se pode porquê? É preciso a todo o custo evitar instabilidade politica no país que dificultaria ainda mais a retoma. Mas quem quer que seja nomeado para substituir o Durão não fará uma grande remodelação? Não criará isso instabilidade? Há politicas que serão descontinuadas. Mas qual retoma, qual carapuça? Alguém está a ver aqui alguma retoma? Não é preciso eleições, não compliquem. É preciso sim senhoras!

Pessoalmente.
Não vejo grande motivo para eleições. Eleições para eleger quem, que partido? Que alternativa? Esta última então foi o cúmulo da fotocópia. Entre o PS e o PSD venha o Diabo (com uma lupa, ou mesmo um microscópio) e escolha. Os outros não são (ainda?) alternativa para governo. Sinto que estamos mal servidos na politica. Parecem todos iguais, germinados numa mesma incubadora de apoio a nados precoces. Ou pior, num tubo de ensaio para sintetisar formas de vida básicas.


Epílogo.
Provavelmente foi uma reação ainda a quente e daqui a uns dias arrependo-me de algumas coisas que aqui disse. Mas olhem, tá dito, tá dito. É que neste momento sinto-me um bocado decepcionado com este país. Não haverá para lá um lugarzito, na Europa, para mim? E já agora porque não o Mourinho para Primeiro-Ministro? Ou o Scollari? E porque é que tem de ser português? Não podemos importar um politico do estrangeiro? Mas que seja bom.

25.6.04

Eu esta gostava de vestir...


réplica da camisola de Eusébio no Mundial de 66

Impressões do dia depois...

1. Três sapos engolidos numa só frase: «Primeiro Scolari, depois Rui Costa e, finalmente, Ricardo. Foram eles os heróis maiores de uma jornada épica [...].» Bruno Prata, in Público.

2. As senhoras que combinaram hoje a camisa com a malinha ou o lenço com a saia, em mais ou menos discretos tons de vermelho e verde.

3. O lapso da noite: «A alegria em Luanda... e agora em outras cidades portuguesas». Carlos Daniel, na RTP1.

4. O mau perder dos jornais tablóides ingleses, acolitados pela circunspecta BBC, que pelos vistos desconhecem regras básicas do desporto que eles dizem ter inventado. Mais do que o caso «Andrew Gilligan/armas do Iraque», este é um sinal da decadência da instituição inglesa.

Vale a pena!

Acasos felizes: hoje um blogue que marca muitos golos - mesmo que o futebol lhe diga pouco - faz um ano. Parabéns ao João M. Fernandes pelas Terras do Nunca!

Valeu a pena!

24.6.04

A produtividade, ora aí está


Não se preocupa o senhor Governo com esta fraca produtividade que se percebe das imagens das televisões? Carros parados na berma a aplaudir um autocarro, qual "papamóvel". Gente aos molhos nos "fansparks", nos centros comerciais, de saída do trabalho (excepto esses anti-patriotas do Metro), todos a caminho do estádio ou do sofá. Quando a festa é mais importante, já se sabe com que produtividade conta o Governo...

Cirurgias

Numa entrevista cheia de salamaleques do jornalista com o ministro do calendário (não se deve incomodar em dia de festa), no Jornal da Tarde da RTP1, este auto-satisfez-se com os êxitos do Euro2004. E atacou os sindicatos pelas greves «cirúrgicas», marcadas para esta tarde em Lisboa, à hora do jogo. Depois anunciou-se a requisição civil aos trabalhadores do Metro.

Sim, senhor ministro, as greves são feitas para incomodar, de preferência em dias especiais para incomodar ainda mais. Percebe-se bem esta vontade de limitar estragos na Europa: Portugal é o país com menos greves e dias de greve, mas a derrota nas europeias tem de ser rapidamente combatida com muita festa.

Enfia a camisola

O patriotismo moderno tem burrices que não lembram a ninguém. E a alegada manchete do DN de hoje - apenas a palavra «Força!» é do mesmo estilo jornalístico que oferece camisolas ao treinador da selecção.

Fogo fátuo

Continuo sem perceber a guerra quase fratricida por causa do fogo-de-artifício no Porto e Gaia, seja na passagem de ano, seja no São João. Ontem à noite, foi a mesma coisa. E a coisa é elevada a matéria jornalística, de confronto político. Ai se o ridículo...

23.6.04

Um jardim ecuménico


Estrela Santos, «Sousa Martins»

Em redor de Sousa Martins só se passeiam pombas e as três gordas vendedeiras de velas. Ali no Campo dos Mártires da Pátria passam depois apressados turistas de pé descalço sem preocupações com o euro e padres e religiosas - porque o patriarcado está ali ao lado - metidos em indumentárias felizmente cada vez mais discretas.

Ao longe, encravada entre a pompa da faculdade e a circunstância de um prédio degradado, espreita a Graça, sob um sol de chuva. E depois há cães e os seus donos a olharem os outros donos e faisões sem dono, galinhas e patos, e alguns homens saídos do vizinho Miguel Bombarda que rezam baixinho mas sem dirigir preces ao senhor-médico-curandeiro da estátua. Este é um jardim ecuménico.

Fórum da TSF

1. Pela primeira vez, inscrevi-me no Fórum da TSF. Não fui a tempo, pelos vistos. Não me ligaram de volta e Manuel Acácio acabou apressadamente o espaço de opinião para ligar a «Alcochete» para a inevitável conferência de imprensa da selecção portuguesa.

2. O Fórum era sobre o aumento por discriminação positiva dos passes sociais. Daí a minha vontade em participar. Mas não houve tempo. Das opiniões ouvidas em cerca de 45 minutos, tivemos oportunidade de saber o que pensam quatro deputados (PS, PCP, BE e, durante muito mais tempo, PSD). E ainda ouvimos uma peça de enquadramento onde ouvíamos mais argumentos do senhor ministro, pela voz da assessora.

3. A TSF fechou para futebol, nestes dias do Euro. O Fórum é quase uma excrescência. A Bancada Central tem, hoje, todos os dias quatro horas de emissão.

4. Há muito tempo que se deixou de falar no novo conceito de informação da TSF. Pois. As bandeirinhas são mais giras.

O último trago na taberna...

... bebe-se aqui.

Exijo o mesmo nas portagens!

«Passes sociais passam a ter discriminação positiva: o Governo pretende introduzir a discriminação positiva no preço dos passes sociais no âmbito da revisão tarifária dos transportes públicos de Lisboa. Carmona Rodrigues defendeu hoje que o actual sistema de passe social é "socialmente injusto".»

Eu que ando de transportes públicos, que não contribuo para a emissão de dióxido de carbono com o meu carro particular, exijo que as portagens passem a discriminar positivamente os automóveis: um Mercedes deve pagar mais que um Fiat Punto, um Porsche deve pagar ainda mais que o Renault 5, não é socialmente justo que o Volkswagen Lupo pague o mesmo que o Renault Laguna.

O senhor ministro NUNCA andou de autocarro!

22.6.04

A canícula chegou à Europa

Ou é de mim ou não foi apenas este blogue que derreteu. Ouço na SIC Notícias uma análise à ida eventual de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia. Um cenário, «extraordinário à primeira vista, [que] só fará sentido se tiver uma proposta para ocupar o seu lugar capaz de manter a coligação», segundo um dos seus ideólogos. E quem, então? No canal televisivo avança-se com o nome de Santana Lopes... A Europa é um imenso buraco.

Scolari vai passar por aqui

O Timshel já leu um texto meu que sairá amanhã na Terra da Alegria. E diz que se trata de uma «declaração de guerra», destinada «ao combate ideológico» contra os perigos da direita... na Igreja! Senti-me qual Scolari a bradar «guerra» aos castelhanos. Mas temo ser quase impossível capitalizar uma eventual vitória neste campo, como (tão bem) escreveu o "Barnabé" André sobre a outra vitória: «Capitalizemos politicamente esta vitória: Nuno Gomes é de esquerda porque transforma a realidade.»

21.6.04

(este blogue derreteu com o calor)

E por estes dias não tem andado bem. As coisas prometem voltar ao normal, com ou sem canícula, com ou sem Euro, dentro de horas. Ou dias. Ou...

(retomo uma antiga expressão)

Meus senhores, chegou o Verão.
Minhas senhoras, muito obrigado.


Laetitia na praia

E, de repente, a política...


O miúdo está pintado como muitos por toda a Europa. Uma pintura com as cores da bandeira nacional, que é agitada como uma qualquer criança da sua idade num estádio de futebol, durante o Euro2004.

Mas o campeonato deste rapaz é outro: ele joga contra a construção do muro que separa Israel dos territórios palestinianos, no caso da sua aldeia de Iskaka, a sudoeste de Nablus.


[Originalmente publicado no PD]

Como os russos viram a nossa vitória...

Александр Неценко
Испания – Португалия – 0:1. Хозяева мстят за старые обиды

Se eles o dizem...

«Venice Is Jealous»!

Ali não se fala de futebol...

... mas é uma autêntica Terra da Alegria! A ler, em nova edição.

20.6.04

«Golazo!»

Quem pinta a bandeira

Ó menina vai ver nesse almanaque
Como é que tudo isso começou
Diz quem é que marcava o tic-tac
que a ampulheta do tempo disparou
Se mamava de sabe lá que a teta
O primeiro bezerro que berrou me diz, me diz
Me responde por favor
Prá onde vai o meu amor
Quando o amor acaba
Quem penava no sol a vida inteira
Como é que a moleira não rachou me diz, me diz
Quem tapava esse sol com a peneira
E foi que a peneira esfuracou
Me diz, me diz, me diz por favor
Quem pintou a bandeira brasileira
Que tinha tanto lápis de cor me diz, me diz
Me responde por favor
Prá onde vai o meu amor
Quando o amor acaba
Diz quem foi que fez o primeiro teto
Que o projeto não desmoronou
Quem foi esse pedreiro esse arquiteto
E o valente primeiro morador, me diz, me diz
Me diz um morador
Diz quem foi o inventor do analfabeto
E ensinou o alfabeto ao professor me diz, me diz
Me responde por favor
Prá onde vai o meu amor
Quando o amor acaba
Quem é que sabe o signo do capeta
E o ascendente de Deus Nosso Senhor
Nosso Senhor
Quem não fez a patente da espoleta
Explodir na gaveta do inventor me diz, me diz
Me diz por favor
Quem tava no volante do planeta
Que o meu continente capotou
Me responde por favor
Prá onde vai o meu amor
Quando o amor acaba
Vê se vê no almanaque, essa menina
Como é que termina um grande amor
Me diz, me diz
Se adianta tomar uma aspirina
Ou se bate na quina aquela dor
Me diz, me diz
Me diz daquela dor
Se é chover o ano inteiro chuva fina
Ou se é como cair do elevador
Me responde por favor
Prá que que tudo começou
Quando tudo acabar


Chico Buarque, «Almanaque». Chico fez 60 anos. Nós cantamos com ele e sonhamos para logo à noite.



A blogosfera rejubila: percorram a coluna de links para os blogues e descubram os mil e um jeitos de festejar o sexagésimo aniversário de Chico. Façam o favor de espreitar a Praia, a Glória Fácil, o Barnabé, o Blogue de Esquerda (onde começaram as comemorações), o Aviz, as Terras do Nunca, o Adufe, o País Relativo, o Enchamos Tudo de Futuros, e outros que ainda não li...

19.6.04

FFF

«Pendure uma bandeira, acenda uma vela e tenha fé.» Esta é a frase final do anúncio publicitário da Federação Portuguesa de Futebol nas televisões. Os encomendadores de promessas já fazem rezas publicitárias!

18.6.04

Semana de cinco dias

Com mais ou menos posts, o fim-de-semana acalma por estes lados. Os nossos leitores prezam a sua semana de cinco dias. Nós, no sábado e domingo, logo veremos...

Pré-época dos blogues

1. Um dos mais divertidos blogues portugueses fechou. O seu paciente foi visto a entrar numa clínica de recuperação, numa clara jogada de antecipação do gestor daquela casa. E o José é que os topa a todos!

2. O Rui vai abrandar o ritmo da poesia, depois de quase ter parado. Viver sempre também cansa: até para isto é bom lá passar.

3. De poesia também se faz a glória, agora felizmente mais animada.

4. Pacheco Pereira, sob influência da Unesco, cada vez menos político, anuncia que o seu Abrupto se afastará de vez dos temas da política. Quanto tempo durará?, pergunta-se - com pertinência - nas Terras do Nunca...

A bandeira

Já aqui se disse que não há pachorra para a bandeirada da moda. Hoje, num texto no Público (não disponível online), Miguel Sousa Tavares escreve muito bem sobre este patriotismo. Mas quando leio argumentos como estes quase que me apetece chegar logo a casa e pendurar a maior bandeira que encontrar! E, de preferência, comprada aos chineses, toda mal feita, colocada da forma mais criativa que me lembrar...

17.6.04

Eleições europeias... lembram-se?

O Marujo diz que sentiu falta da minha análise sobre as eleições do passado domingo.
Sentindo-me honrado pelo comentário do Marujo, não resisto a mostrar aqui o que escrevi, na segunda-feira, noutras paragens onde, desde há alguns dias, me junto com uns índios de Guimarães.

Portugal lidera quebra da produção industrial na UE

Li no Diário Digital.
Aí está a retoma!

2-0

Para a Rússia, insisto!

16.6.04

Era uma vez...



«...o gigantismo do milho provoca num miúdo a ilusão de que desbrava a floresta amazónica...»
. Como antes pelos campos da Gafanha, junto à casa da avó Rosa e do avô João, e se descobria uma joaninha e se cantava que o pai dela tinha ido para Lisboa.

O mestre

Vinha a ler no autocarro o retrato de Scolari feito com a sabedoria de quem gosta e sabe de futebol, interrompo para a ronda do supermercado e, chegado a casa, sai-me a notícia do primeiro ano de Aviz. Há um prenúncio de vida, é a pronúncia do Norte, entre o Brasil, Moçambique e o Alentejo. Parabéns!

O espaço que se segue é da exclusiva responsabilidade dos intervenientes

Os comentários em muitos blogues são um caso sério. Autênticos fóruns, ou quase-chats pelo ritmo imposto, que "constroem" um outro blogue. Aqui nesta Cibertúlia os comentaristas só se entusiasmam habitualmente com as fotos, quaisquer que elas sejam. E ainda assim ficamo-nos sempre pelos dois, três comentários. Houve tempos de antena do POUS ou do PDA mais vistos.

Afinal, estou pela Rússia

Não há coincidências

Desde domingo que aqui só se fala de alegrias. A retoma está de facto aí.

Já aqui tínhamos avisado!

Pancada na taberna ou o bode na globalização e uma questão de narrativa são algumas das possíveis propostas que se passeiam hoje na Terra da Alegria.

15.6.04

Outras alegrias

1. O Miguel nasceu. No sábado passado. A Mariana e o Olímpio também poderão viver agora ao sabor do horário de Nova Iorque, como o Tiago*.

2. O Nuno doutorou-se: não percebi nada, mas gostei muito.

* - ver "post" «Breve confissão de um pai», de 11/5.

Ontem e amanhã

Há outras alegrias na Terra: Sousa Franco, Simone Weil, Fradique Mendes e mestre Caeiro a encornar Deus.

14.6.04

Uma direita assim...

... desvaloriza a derrota por causa da abstenção (e o referendo do aborto, devemos desvalorizá-lo?), da morte de Sousa Franco, do descontentamento transitório. Uma direita assim não ouve, nunca ouviu. Uma direita assim, zás!, enfia-se no Parque Mayer ou no buraco do Marquês.

10.6.04

Lisboa assim

Sol, muito sol. E entre o Euro e as bandeiras, as eleições e os cartazes, os dias de luto que vivemos, há sempre sinais de vida a espreitar por cima dos nossos olhos...

9.6.04

Porque hoje é quarta-feira

... há outras coisas que merecem ser lidas. Para imprimir e guardar.

Sejamos Francos

É bem conhecido esse estranho fenómeno que faz com que todas as pessoas sejam boas depois de mortas... Se até Ronald Reagan passou a ser alvo dos maiores elogios vindos de todo o lado, é mais do que evidente que o mesmo acontecerá a Sousa Franco.

Eu até já tinha decidido que iria votar nele, mas nunca disse, nem vou dizer agora, que morria de amores pelo senhor. Lamento a sua morte, claro, mas não vou mudar a minha opinião sobre o Prof. Sousa Franco.

De resto, o epifenómeno que acho que vale a pena analisar é mesmo o incidente que antecedeu (não sei se terá provocado) o ataque cardíaco de Sousa Franco: os confrontos entre apoiantes dos dois dirigentes rivais do PS de Matosinhos.

O Miguel pergunta e eu respondo: não, assim não vale a pena.

Nem sequer vou comentar o evidente ridículo que é o facto de uma acção de campanha do PS se tornar uma batalha campal entre apoiantes desse mesmo partido... Limito-me a questionar se fará algum sentido alimentar as politiquices de que se alimentam os ditos "políticos" do nosso país.

Enquanto os combatezinhos intestinos, a chincana medíocre e a disputa pessoal dos cargos continuarem a ser mais importantes do que os debates úteis, os esclarecimentos necessários e a dedicação nobre e voluntariosa à causa pública, os "políticos" deste país continuarão a cavar a sua própria vala comum, na qual os cidadãos hão-de continuar a depositar as flores da abstenção e do desinteresse.

Sejamos francos: o mais chocante desta situação dramática é que todos sabemos que, com o cabeça de lista do PS às eleições europeias do próximo domingo, morreu mais um bom pedaço do pouco que resta do nosso sistema democrático.

Valerá a pena esta política?

Alguém me explica?

Chegou à Cibertúlia alguém vindo do site "Portugal Positivo" [ver coluna da direita, em baixo: «Referring Web Pages, last 24 hours»].
Como chegaram cá? Porquê? Não percebo. Sinceramente. Afinal, nem fizemos disso aqui notícia, nem eles nos apresentam como um caso de sucesso.

8.6.04

A propósito de 13 de Junho...

Diz-se que quando Deus criou o mundo, para que os homens prosperassem, concedeu-lhes duas virtudes. Aos suíços, fê-los ordenados e cumpridores da Lei. Aos ingleses, fê-los persistentes e estudiosos. Aos japoneses, fê-los trabalhadores e pacientes. Aos italianos, alegres e românticos. Aos franceses, fê-los cultos e refinados.

Quando chegou aos portugueses, voltou-se para o anjo que tomava notas e disse: "Os portugueses vão ser inteligentes, boas pessoas e vão ser do PSD".

Quando acabou de criar o mundo, o anjo disse a Deus: "Senhor, deste a todos os povos duas virtudes e aos portugueses três. Isto fará com que prevaleçam sobre todos os demais!"

Então Deus reflectiu e disse: "É pá!... Tens razão... bom, como as virtudes divinas não se podem tirar... que os portugueses a partir de agora possam ter qualquer das três, mas que a mesma pessoa não possa ter mais do que duas virtudes de cada vez.

Assim seja que:
1. Português que seja do PSD e boa pessoa, não pode ser inteligente.
2. O que é inteligente e do PSD, não pode ser boa pessoa.
3. E o que é inteligente e boa pessoa, não pode ser do PSD.

Palavra de Deus.

Copia esta mensagem e envia-a...
Se não enviares isto a todos os teus contactos em menos de 5 minutos, receberás um poster gigante com a cara de Manuela Ferreira Leite. Deus se compadeça da tua alma...

Leituras na praia

O Ivan desde que nos mostrou o trauliteiro trotskista tem andado a acertar em cheio noutras matérias na sua praia: i) sobre o Público e a censura de um artigo; ii) sobre Ronald Reagan; e iii) sobre o último filme - que ainda não vi - de Pedro Almodóvar. Por estas e outras razões, vale a pena frequentar esta praia.

Vénus passeou-se diante do Sol

Dois pesos, duas medidas

Durão Barroso disse ser inadmissível os trabalhadores queixarem-se durante o Euro, com greves e manifestações! Que seriam protestos "para inglês ver"! E o que dizer, então, da Brisa que anuncia não cobrar portagens durante o Euro 2004, caso se registem congestionamentos nas auto-estradas? Não será uma medida "para inglês ver"? Quantas vezes obras da Brisa provocaram congestionamentos de horas e a empresa cobrou portagens aos automobilistas? Sempre. Este anúncio da Brisa cheira a 13 de Junho, é o que é.

A bandeirada

Anda por aí a bandeirada da moda: os táxis ufanam-se com umas bandeirinhas ridículas incrustadas no tejadilho. Não há pachorra! E um destes dias estão a querer aumentar as outras bandeiradas pelos serviços prestados.

7.6.04

Um guia para as eleições

Das europeias, quase não consigo dizer nada. A não ser que, depois do voto, vou trabalhar. Para ouvir as fracas razões dos votos. Ontem, antes de me perder por Alicia, entrei no país das maravilhas, com o saudoso «tempo de antena», que tão pouca atenção merece, mesmo em jornais que antes acompanhavam as sessões diárias de videoclips de caça ao voto. E descobri o Movimento do Doente (ou pelo doente?). E ouvi o discurso só aparentemente inócuo de uns nacionais e renovadores, que nada têm de nacionais e menos ainda de renovadores. E visitei os Açores e a Madeira num discurso quase sem objectivo (nem sequer um votem em nós) do PDA. E lavrei a nota de protesto do POUS, ameaçado de extinção. E tomei nota da salganhada ideológica mais engraçada de todas: o Partido Humanista é o único que nos parece lembrar que estamos em campanha para as eleições europeias, com um tempo de antena poliglota, nos depoimentos e nas palavras de ordem.

Um guia no deserto

«De convictione. Muitas pessoas seguiam Jesus por interesse. A grande parte das vezes não eram enxotadas pelo Mestre. A solidez das convicções tem a sua importância. Mas não exagerada.» [da Voz do Deserto]

Para cavar fundo...

«Enquanto me considerei cristão (ser católico era uma contingência), nunca concebi que o pudesse ser fora de uma igreja. Isto é: fora de uma comunidade. Ainda hoje tenho alguma dificuldade em compreender as pessoas que, dizendo-se católicas, dizem que essa é uma opção interior que nada tem a ver com "cerimónias" e "idas à igreja". O sentido de comunhão é inseparável daquilo que um agnóstico como eu ainda pode compreender numa religião. Parece-me um agudo sinal dos tempos que alguns queiram ser cristãos sozinhos.» Uma enxada metida à terra.

Contra a canonização


«Por isso esse homem, que propôs, ainda como governador de California, intensificar os bombardeamentos sobre Vietnam e transformar todo este pais num "nice, clean parking-lot", (uma boa amostra da sempre encantadora obsessão americana com a limpeza), é o verdadeiro heroi do fim da guerra fria, e não estas figuras cinzentas e secundárias - como e que se chamaram? - ah, pois era: Gorbatchov, Woytila, Sacharov, Walesa, Havel...»
In Quase em português (via Adufe)

Blogues à solta

Como ninguém se lembrou dos BLOGUES, a começar pelos interessados, quem está interessado em aparecer pelo Parque Eduardo VII, Lisboa, quinta-feira, 10 de Junho, a partir das 17 horas, no Café dos Ilustradores da 74ª FEIRA DO LIVRO?!

1.
Leva o teu Blogue pela mão!
Promove o teu blogue do dia!
Que descontos estás disponível a fazer?!
(Por ex. É entrar, meus senhores, agora a ânimo, o adufe e a cibertúlia com ... 20% de descontos!)

2.
Alguém quer pegar na ideia de descermos à Feira e ali discutirmos o livro que vive adormecido dentro de cada blogue?!
Ou, o melhor é enrolar a manta (não, não, Dr. Deus Pinheiro, não é da sua - a suposta, claro - que falamos!) e promover, um destes dias a 1ª FEIRA DO BLOGUE?!
Estão a ver, no mesmo Parque, cada bloguista sentado à sombra de uma árvore, ligado ao seu portátil, a voz da Paula Moura Pinheiro a convocar, na aparelhagem da feira, os bloguistas, por ex. exclusivamente políticos, para o 1º Debate, no Blog/Café, com moderação de Zé Magalhães e Pacheco Pereira?!
Ou, então, «"O Gato Fedorento" está a autografar, neste momento,à sombra do seu Jacarandá da ala norte, as password dos bloguistas que o desejarem!»

Uma sugestão com ânimo!

Outra Terra da Alegria...

... feita de amigos muitos.

Rock in Rio

Estou de volta!
Já andava para voltar há uns tempos, mas a fotografia de Alicia Keys foi a gota de água!
Obrigado, Miguel! E obrigado, também, pela excelente rádio que criaste no Cotonete! Sou ouvinte fiel e entusiasmado! Parabéns!

Voltando ao Rock in Rio, deixem que conte que fui lá, no primeiro fim-de-semana, ver o Peter Gabriel. Fui e gostei!

Gostei (muito) do Peter Gabriel, gostei (bastante) do Ben Harper e gostei do espaço, da organização e do ambiente. Gostei tanto, que passei a acompanhar, quase permanentemente, a emissão da SIC Radical. Assisti, por isso, a outros (muitos) concertos.

Por exemplo, na passada sexta-feira assisti aos concertos dos Slipknot (a banda de Corey Taylor, conhecida por ser originária dessa mítica cidade de Des Moines, Iowa, e pelas máscaras que utiliza nas suas actuações, deu, goste-se ou não, um grande espectáculo), dos Incubus (demasiado alternativos para a cena heavy metal que estava montada para esse dia mas, musicalmente, muito bons) e dos Metallica (brutal! aquela que é considerada a melhor banda de heavy metal dos anos 80, legítimos herdeiros da tradição dos Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin, protagonizou alguns dos melhores momentos do Festival); no sábado, voltei a sentar-me à frente da televisão e vi os concertos da Britney Spears (a princesa do teen pop foi uma desilusão completa: da música já não havia nada a esperar, mas o espectáculo foi fraquinho, ela está gorda como um texugo e o play-back era escusado... da próxima vez, tragam a J-Lo!), dos Black Eyed Peas (o melhor concerto do dia e um dos melhores do Festival! Hip-hop do melhor, energia transbordante, mensagens positivas e um apelo comovente aos portugueses para que rezem pela lucidez eleitoral do povo americano...) e da Daniela Mercury (eu sei que a Daniela é uma artista de enorme sucesso, no Brasil natal e no Portugal ávido de música brasileira, mas eu já não tenho pachorra para o axé...); e ontem, que era dia de Sting, comecei por ouvir o Luis Represas no carro, na sintonia da RFM (a Inês ainda me disse que devíamos ter comprado bilhetes para ontem...) e, depois, já em casa, refastelado no sofá, vi os concertos da Ivete Sangalo (mais axé...), da Alicia Keys (a princesa do neo-soul impressiona pela sua segurança em palco, contando quase só com a voz e o piano! adorei a versão de «Never can say good-bye» dos Communards!) e do Sting. O problema é que hoje é dia de trabalho e, por isso, só vi o primeiro quarto de hora...

Enfim, balanço positivo. Fico à espera da edição de 2006.

«Olá! Posso falar com o Miguel?»*

Título alternativo: Quem quer saber de Britney, quando Alicia fala assim connosco?


* - Alicia Keys, este domingo à noite, no Rock in Rio

6.6.04

Ronald Reagan: o obituário que não esquece

Ballad Of Ronald Reagan, dos Austin Lounge Lizards, pela mão do Primo Galarza.

Obrigado

Aos sempre amigos e atentos BdE, Terras do Nunca e Grande Loja, que nos deram os parabéns pelo primeiro ano na blogosfera da Cibertúlia.

5.6.04

A solidão do blogue

Esta tarde na feira do livro, Pedro Mexia pegou numas folhas e escreveu. Sentado à mesa de autógrafos, sem que alguém se lhe dirigisse, Mexia continuou fora do mundo.

4.6.04

Tens outro blogue, é?


Gary Larson

3.6.04

Born on the 4th of June

Chegam-nos elogios do outro lado do Atlântico. Reconhecidos, agradecemos no íntimo - e aqui publicamente, quase omitindo o nome de quem nos escreve. Afinal, o Nuno (hoje) não precisa de mais publicidade. Mas percebemos, pelas suas palavras cheias de cumplicidade - apesar de nunca nos termos encontrado -, que esta aventura tem valido a pena. E descobrimo-lo como o insistente leitor daquele cantinho no mapa-mundi do medidor de audiências. A aventura começou a 4 de Junho de 2003. E continuará ao nosso ritmo. Afinal, há outros primeiros anos que valem muito mais a pena comemorar!

Para confrontar...

«O divórcio é mais uma daquelas realidades em que não é possível para um cristão assumir uma posição neutra tipo "observador imparcial". Isto é uma mensagem ética. Se fosse juiz teria possivelmente que declarar o divórcio em situações em que manifestamente as crianças são prejudicadas. Mas este post não pretende ser um diagnóstico da realidade mas sim uma apologia da vontade.» O princípio da incerteza proposto aqui.

O rato que há em nós

Muitos de nós gostamos de bibliotecas, nem que seja na versão mais doméstica das estantes Billy, made in Ikea. Agora, o Pedro, o nosso entendido em «Escadotes IV» e «Arquivos II» propõe-nos a sua leitura de bibliotecário. Um blogue amigo e obrigatório. A visitar, este rato de biblioteca!

Temos Nossa Senhora...

... a proteger os mares do malévico Prestige. E a força aérea a vigiar o OVNI, que se passeou pelos nossos céus. Os astrónomos portugueses ainda tentaram explicar cientificamente a coisa. Não deu. Um leitor do PortugalDiário explicou tim-por-tim (e com erros ortográficos) porque não acredita na ciência.


«e o fumo??? e a trajéctória ascendente ???
Por José Gomes Costa ( 02-06-2004 17:42 )
Exmº. Senhor
Dr. Matos [o astrónomo em causa]

Como disse, eu junto com minha esposa e mais tarde meu filho verifiquei o fenómeno que passo a descrever, e pelo pouco que conheço, não pode ser um meteorito, nem sei e que é.

Por coincidência tinha estado no café que distâncía cerca de 120 metros da minha habitação, a falar com uns amigos sobre aviões.

A certa altura uma das pessoas contou que um conterrâneo que já andou de avião, afirmou que os dejectos dos passageiros eram lançados a céu aberto e diluiam-se no ar antes de cair no solo - deu risada.

Quando vinha a pé para a minha habitação acompanhado da minha esposa, a cerca de 30 m. da mesma avistei não muito alto uma luz em sentido horizontal (+- Norte - Sul) que julguei ser um avião.

Então disse à minha esposa para ligar a um familiar que se encontrava na explanado dito café e dizer-lhe, em tom hirónico, para ir para dentro que se aproximava um avião e não fosse algum passageiro ter necessidade de ir à casa de banho.

Qual o meu espanto que passados uns segundos aquela luz se torma mais viva, começa o sentido ascendente ligeiramente inclinado em direcção a Poente, deixando atrás dela um rasto de fumo branco, perfeitamente visivel palo feixe de luz em forma triângular que que projectava no mesmo.

Fiquei cerca de um minuto a ver a subida da luz, quando me lembrei em tirar a foto com o meu telemóvel, que possuo, deixando a imagem antever um objecto luminoso sobre o comprido.

Depois fiquei ainda a ver a luz a continuar a subir,expantado e interrogando-me do que estava a ver, tendo aquela a certa altura feito uma trajétória iregular, voltando de seguida a continuar a trajectória escendente anterior.

Então apressei o passo de forma a mostrar aquilo, ao real, ao meu filho que se encontrava em casa, o qual também viu a luz já muito alta e apenas por cerca de 5 segundos, após o que desaparaceu.

O comentário dele é que era um cometa e eu disse que não podia ser, e chamei-he a atenção que a luz subia e não descia, sendo ainda perfeitamente visivel a dispersão do fumo inicial quase junto á terra.

O fenómeno não é no minimo normal, tem explicação ???
»

Mais um...

José Luís Arnaut, ministro do Euro, violou a Lei nº 6/99, de 27 de Janeiro.

2.6.04

Mais uma anti-Durão



Kylie Minogue está contra a ditadura da tanga!

Mais um perigoso anti-americano

«Tornou-se perfeitamente claro que os Estados Unidos já não constituem uma solução para o Iraque, mas antes um problema. A América, devido aos erros acumulados e ao distanciamento da maioria da população iraquiana, é cada vez mais o centro de toda a controvérsia.»

Excerto de um texto interessante, publicado na edição "online" do Expresso, de Graham E. Fuller, que foi vice-presidente do Conselho Nacional de Informações da CIA. O seu livro mais recente tem por título «The Future of Political Islam» (Palgrave/MacMillan, 2003).

Para reflectir...

«As prisões desumanizam as pessoas, reduzindo-as em objectos e inculcando-lhes sentimentos de desespero. E, quanto aos guardas, deram-se conta de como pessoas vulgares podem transformar-se facilmente do bom Dr. Jeckyll no malvado Mr. Hyde». A inquisição nos dias de hoje.

Para provocar...

«Será que Letízia servirá os interesses da plebe ou os da realeza?» Um "post" insuspeito: aqui.

O melhor às quartas-feiras

Está aqui. Escusam de procurar mais...

1.6.04

Caminhando sobre as águas



Um obrigado ao Sirhaiva, por este exemplar!

Limpar os ouvidos

Kruder & Dorfmeister, Aguaviva ou Celia Cruz. Go-Betweens, Fernanda Porto ou Velvet Underground. David Sylvian, Radiohead, Robert Wyatt ou algumas coisas improváveis que aparecem sem saber como (e que obviamente nunca escolheria) estão agora disponíveis numa rádio privada para animar quem nos visita. Basta descer a página, e quase no fim da coluna da direita clicar no cotonete. O prazer é todo nosso.

Automatizada

Doze letras sobre o vidro do autocarro da Carris anunciam algo que não se percebe à primeira: «Automatizada». A condução? Não, o homem de azul ainda por lá anda a conduzir o "amarelo". A velocidade? Quem dera, mas o pára-arranca da cidade não permite grandes pressas, mesmo quando (às vezes, nas horas de ponta) os corredores bus sejam um óptimo posto de observação de quem rumina nas bichas... Não: «Automatizada» é a «cobrança», mas não se explica (como não se explica o que é um BUC). Mas automatizada em quê? Eu dou o dinheiro ao motorista se quiser o bilhetinho, ele dá-me o dito e o troco se for caso disso, e eu tenho de o «obliterar» para confirmar a viagem. Se for viajante com passe também sou eu a passá-lo na máquina. Enfim: aquelas letras devem querer significar outra coisa mesmo.

Livro de reclamações

A Carris tem uns autocarros pequenos novos muito bons: ar condicionado, cómodos e mais suaves na condução que os seus "antecessores". O pior é o silvo que rebenta os tímpanos mais saudáveis quando a porta de trás se fecha. Não há maneiras mais silenciosas de avisar os passageiros que o carrinho se prepara para arrancar?

Um calendário para a troca

Caro JMF,

eu já recebi duas cartas do ministro do calendário. Por isso, tenho uma para a troca: como não gosta de futebol, pode sempre trazer a cerveja!

Justiças - «o falso culpado»

«[...] Um homem foi condenado a [...] prisão por um crime [...] que, conforme aqui se demonstra, não cometeu. [...] Tudo não passou de uma encenação [...]. Mas o mais perturbante é o erro da Justiça, que condena sem possuir provas para lá da incerteza prevalecente».

Quem escreve assim? Felícia Cabrita, na «Grande Reportagem», do sábado passado. E não, não é sobre a Casa Pia. Nessa matéria, a jornalista prefere a incerteza prevalecente» de testemunhos orais, pouco consistentes (crê a juíza) às provas que nunca possuiu. «Quando a justiça se engana», titula a revista, é sobre um lavrador que foi condenado a cinco anos de prisão por crime de violação. E quando o jornalismo se arma em justiceiro, Felícia diz o quê?