31.5.07

Men Hair Salon


Jimmy Stewart, Dean Martin e Orson Welles no The Dean Martin Show, em 1965. [descoberto via Wasted Blues]

Ratos

Ele é o Pabe, o Hotel Flórida, a futura sede do Barclays, o centro de Lisboa a fervilhar pouco em noite fria de Maio. E um rato, gordo e grande. A cidade está assim. Há eleições, não há?

Colunistas

O Público quando mudou, despachou uns quantos colunistas porque estavam ligados a partidos. Agora, descobriu que tem entre mãos mandatários às candidaturas de Lisboa que se justificam nas páginas do jornal. Mas, estranhamente, mantém dois claramente ligados a partidos: Pacheco Pereira, historiador, e António Vilarigues, especialista em sistemas de comunicação e informação. Este último, esta quarta-feira, dia de greve nacional, queixa-se do silêncio a que é votado o PCP. O bloguista abrupto queixa-se normalmente da comunicação social. A coluna pesa-lhes de barriga cheia.

Cumprida a greve

O número de visitantes diminuiu alguma coisa. Obrigado aos que não passaram por cá. Muito sinceramente.

30.5.07

Geral

Este blogue está oficialmente em greve.

29.5.07

Feirinha

É o país, a cidade, a crise, as intercalares, o que for. A feira do livro vai pobre, mais pobre ainda que noutros anos, como se fosse possível. Apetece lembrar o saudoso Marcelo de outras lutas: é pobrezinha? é, vale a pena? vale, não é uma contradição?, xiiu...

À superfície

A notícia era discreta, no Público de sexta. O túnel do Marquês tem a vida facilitada, por um sistema de semáforos que instala o caos à superfície. A Câmara não adequou os sinais a tempo da inauguração - e continua sem o fazer. É impressão minha, ou dificultando em cima, os condutores têm a sensação que por baixo é que é?! Pois. Há muitas maneiras de vender uma obra, uma delas é lixando o mexilhão.

Dar à costa

Uma entrevista lúcida de Helena Roseta ao Público, sem peias, pode fazer balançar o voto. Sinal claro: a cidade pode precisar de todos, diz, à direita e à esquerda, ou pelo menos daqueles que não andaram seis anos a escaqueirá-la, digo.

Milímetro

Esta segunda-feira, a edição do Metro saiu para a rua sem o nome do director na capa. São ginjas, senhores.

28.5.07

Manifesto

«A pobreza constitui uma grave negação dos direitos humanos fundamentais e das condições necessárias ao exercício da cidadania, situação que reputam eticamente condenável, politicamente inaceitável e cientificamente injustificável.»

Deserto

Saio do cacilheiro e percorro a beira Tejo, até ao Atira-te ao Rio. Nesta frente ribeirinha de largas centenas de metros, com uma vista deslumbrante sobre a Lisboa deitada nas colinas, não há um edifício que não esteja em ruínas ou a caminho disso. Se a Margem Sul não é um deserto, ali escasseiam as ideias para resgatar a margem à decadência. Há máscaras que assentam bem.

[reportagem com telemóvel, este domingo, dia cinzento]

Derrapagens

Temo que Correia tenha derrapado no túnel. Na ânsia de começar a falar, lembrou-se de atacar o adversário (directo?) Sá Fernandes, para dizer que o autarca bloquista teria de pagar pelos alegados prejuízos na obra do Marquês. O mesmo argumento já antes invocado por Carmona e pelo PSD de Lisboa. Aguardo ansiosamente pelo cheque de Santana e Carmona, passado ao Município, para ressarcir a cidade pelos rabiscos encomendados a Frank Gehry.

Gafes

Todos os governos e políticos têm gafes. Há até aí um livro que agora se encarrega de mostrar que pela boca morre o peixe. Escusam é de procurar confundir isto com a gafe que era um Governo chamado Santana. Basta ouvi-lo, passado um período curto de reclusão, a pôr-se em bicos de pés a querer voltar a ser alguém.

27.5.07

Estertores, estrondos

A Ponte 25 de Abril encerrou ao trânsito esta noite, para um fogo de artifício que anunciava... o Rock in Rio daqui a um ano. Carmona demitido e recandidato ainda mexe, deixando estas pequenas festas à cidade. Um estertor, estes estrondos.

26.5.07

Pregões

No Chiado, com chuva miudinha, a chinesa anunciava uma estranha palavra ilustrada pelos guarda-chuvas que segurava na mão. "Five", "Cinco", acrescentava, conforme o olhar lhe indicava a nacionalidade do potencial comprador. A mim, dirigiu-se nas duas versões, com intervalos seguros. Só evitou o jovem rasta, que acabou por lhe pedir um chapéu para o caminho.

25.5.07

Fim-de-semana à porta

Vou à feira do livro, voltarei intelectualmente mais depenado.

Incentivos

A mudança das carreiras da Carris (alguém já se deu ao trabalho de ver se isto resultou?) obriga-me a apanhar dois autocarros até ao Eduardo VII, quando antes tinha um que ia directinho para a feira do Livro. É coisa pequena, mas depois queixam-se dos poucos incentivos à leitura.

Meteorologia, dois

Feira do livro que se preze tem de ter um dia ou mais assim, de chuva. Para os editores queixarem-se, de S. Pedro, do Parque Eduardo VII, da crise. Eu, se fosse a eles, queixava-me ao Al Gore, ou desencantava um livrito sobre alterações climáticas para livro do dia.

Meteorologia

Em dia de folga, chuva. E a agenda das pequenas coisas para tratar a desintalar-nos de casa, contra a vontade. Galochas fora do armário.

Say yeah!


O som é fracote, a imagem duvidosa, mas apetece gritar, clap your hands, e siga a festa.

[Clap Your Hands Say Yeah performing "Clap Your Hands" during encore.
Live @ Bluebird Theatre - Denver, CO 3/28/2006]

24.5.07

Clap, clap

O blogue não está em pousio. Quer apenas deixar ao mundo, bem visível, a notícia do despedimento do director do Metro. É verdade: é o único despedimento a que bato palmas.

23.5.07

não há luz

O jornalismo português respira desde hoje um ar mais puro.

Funcionalidades
[post para amigos]

Com este blogue já reencontrei velhos amigos ou anunciei casas à venda de outros. Agora posso aproveitar para perguntar quem me levou da estante benno cá de casa o "Illinoise" do Sufjan Stevens ou o "Sci-Fi Lullabies" dos Suede. Deram-me as saudades, só por isso.

Irresponsabilidades

O professor que terá insultado Sócrates fê-lo de forma irresponsável (bastará ver o tom "jocoso" do senhor, esta quarta-feira no "24 Horas"), como irresponsável foi a directora de Educação do Norte, mais papista que o papa. Deve o primeiro-ministro responder perante isto? Crucificado por antecipação, como no caso Independente, Sócrates terá de passar a vir à praça pública invocar a velha sabedoria de um homem de Atenas: «Só sei que nada sei».

22.5.07

Brincar aos côbóis


«Os Estados Unidos estão a trabalhar para impedir que a cimeira do Grupo dos Oito (G8) no próximo mês na Alemanha impulsione conversações urgentes sobre um novo acordo para combater o aquecimento global, após o Protocolo de Quioto expirar, em 2012.» Voltamos ao mesmo. Bush, por altura das eleições que perdeu de forma humilhante, começou a apresentar um ar verdinho. Como se vê, foi para democrata ver. O rapaz nunca percebe quando lhe dizem que a Terra não é um brinquedo lá do rancho dele.

Já tá!

Parabéns, miúda!

21.5.07

Piada técnica

À conta de uma piada dita em privado, sobre Sócrates, um professor foi suspenso. Aguardo impacientemente a suspensão do ministro Mário Lino.

Há sempre um que chega à frente... Para o ano há mais.

20.5.07

Milagres

Hoje é dia para acreditar neles, crer neles, pedir um deles. Apenas um. Mas como homem de fé, não o posso fazer. O Benfica vai ter mesmo de ganhar e esperar que os outros tropecem. Não ser milagre, mas sim matemática.

Leituras sem memória

O livro de Manuel Maria Carrilho foi achincalhado quando apareceu, como o autoretrato egoísta e megalómano de quem não percebeu que o único culpado da derrota era ele. Agora, o mesmo livro é fonte obrigatória (e inquestionável) para descrever supostos interesses do número 2 de António Costa.

19.5.07

My love wears forbidden colours
My life believes
My love wears forbidden colours
My life believes in you once again


David Sylvian e Ryuichi Sakamoto não surgem na banda sonora de Lost in Translation, mas podiam, como se vê neste caso: «Forbidden Colours». Para um fim-de-semana assim.


[descoberto via Antecâmara]

18.5.07

Kouchner

Kouchner é o trunfo de Sarkozy num Governo pela primeira vez paritário. Imagino que a Direita blogosférica já se ande a excitar com esta contratação. Já Freitas, esse, mereceu a crucificação.

Santanices (cópia)

Já o disse aqui, repetidas vezes: acho Carmona tão responsável pelo estado desesperado a que chegou esta cidade, como Santana. Mau demais para ser verdade, foi o choradinho vitimizado desta tarde, «magoado», e incapaz de discernir para lá da incubadora, «eleito pelo povo e deposto pelos partidos». A seu lado, Gabriela Seara e Fontão de Carvalho. Ficou tudo mais explicadinho, para o povo claro.

17.5.07

Home alone (parte V)

Os únicos bilhetes agora escritos em casa pedem «passe-me a roupa, por favor». De volta, a resposta: «Preciso de detergente para roupa escura».

Ar condicionado

Já tinha saudades (parte II): o ar condicionado aflige sempre alguém que prefere o forno que vai destilando corpos e ideias. Lembro-me da discussão sobre os cigarros, só que o liga e desliga, dá-nos uma constipação, não um cancro do pulmão. Na redacção, quem fuma evita o local de trabalho, só no stress de fecho se descontrola a coisa. A argumentação que, para mim, não colhe é a da debandada geral de restaurantes e cafés. Há ano e meio, em 25 dias em diferentes estados dos EUA, almocei e jantei em sítios cheios, as noite corriam animadas, mesmo com o cigarro fumado na rua, e poucos se pareciam queixar. Valia a pena também olhar para o exemplo irlandês, em que os pubs continuaram cheios e (até!) ganharam novos clientes. Cá, à cópia do que vem de fora, falta sempre o estudo, o antes e depois, para ver o que se ganha e o que se perde.

16.5.07

Padre, por instantes

O e-mail era assunto sério, mas tive de soltar uma gargalhada. Tinham lido umas coisas minhas e achavam que podia ir ao programa, desses talk-shows, relatar a minha experiência - e dada a matéria, era importante contar com o testemunho da «esposa». Afinal, que história diria um ex-padre que tinha trocado tudo para casar? Ainda sorrio.

Cidadania

Até sexta-feira é necessário recolher 4000 assinaturas para garantir que este movimento de cidadãos garanta a sua presença no próximo acto eleitoral para a Câmara Municipal da cidade de Lisboa. Não se pede que votem em Helena Roseta para a CML. Pede-se "apenas" que se viabilize a sua participação à frente de um movimento de cidadãos.

15.5.07

Lisboa

Percebo que Helena Roseta se queixe das eleições a 1 de Julho, mas o problema não é a data (para mim, tardia para evitar abstenções veraneantes). O problema é exigirem quatro mil assinaturas a um movimento de cidadãos. Os partidos desconfiam da democracia.

Saber bem

As notícias que pingam, as decisões que se tomam, a pressão do fecho, uma equipa que arrisca sê-lo, sem recusas como as que conheci. Não eram apenas saudades.

14.5.07

O primeiro dia do resto da minha vida

Nove meses depois, retomar o trabalho. Assina, um ex-desempregado. [Sobra sempre a vontade da latada, que está em suspenso. A seu tempo, claro.]

As pessoas não são números

«Eu sou do tempo em que o bom empresário era o que contratava, o que criava emprego». No LxRepórter, provavelmente a última reportagem do baú.

13.5.07

Temor

Os arautos da desgraça duvidavam do pequeno país. Os saudosos da pacotilha do seminarista do Dão diziam que a democracia era o pior sistema sem excepção de todos os outros para esta gente. Os desconfiados de todos os dias esfregaram as mãos com a violência que explodiu ocasionalmente. Agora, numa breve navegação pela blogosfera destes lusos-preocupados, nem uma palavra para o facto do povo de Timor-Leste ter voltado a mostrar-se digno da democracia. O Sarkozy é que é.

N(e)on Bible


Bell Orchestre, "Les Lumieres" [uma sugestão do O.]
The film takes place over one song, capturing the expressions, reactions, communications and nuances of several spectators and performers as they consume and create music.

Da justiça «da remoção do Pau»

«...afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do marido...»

12.5.07

Momento Eurovisão


Dervish, They Can't Stop The Spring

[actualização, no fim do festival: os Dervish ficaram em último, na ditadura do televoto, com um peso esmagador dos países de Leste e dos votos de vizinhança (Chipre vota na Grécia, Bielorrússia na Rússia, Suécia na Finlândia...). Só os ingleses ignoraram a Irlanda.]

Festival da Eurovisão

Regresso a outros tempos: a RTP passa o festival da Eurovisão. A coisa é séria na Finlândia, que acolhe o evento, e noutros países da Europa. Cá ficou reduzido a uma irrelevância própria de quem aposta em indigências musicais, sem um pingo de originalidade, escritas por emanuéis. A Eslovénia trouxe uma cantora de ópera, o país da casa uma reminiscência de Hope ou Evanescence, a Hungria um "blues" que só entusiasmou o Jorge Gabriel... e a Irlanda, os Dervish!, tal qual, que sem apresentarem uma obra-prima, como nos habituaram, não tiveram preconceitos de tocar ali a sua folk única.

Mãos

©ad@vr3 3x9uis-3x9uis, um divertimento a muitas mãos: na caixa de comentários de um blogue construiu-se uma história. O mote foi dado no (n©n)blog.

Special day coverage

Hoje, em directo da Praia da Luz, a Sky News está há mais de 20 minutos a apresentar diferentes ângulos, entrevistas, uma reportagem sobre a pedofilia na Casa Pia e o desaparecimento de crianças portugueses. Anuncia o pivô: «Special day coverage on Madeleine's hunt». Jornalismo tablóide, gritariam os críticos... fosse a RTP ou a SIC ou a TVI.

Renascer

[três sequências de La Double Vie de Véronique]

A última vez

O encontro

11.5.07

Três dias

Sabores e cores de todo o mundo no jardim.

Lavagem automática

No espaço de uma semana, a rua é lavada pela terceira vez (não o faziam, sem exagero, há muitas semanas). Escusavam de levar tão a peito a limpeza da autarquia, estes funcionários. É que os políticos ainda não perceberam.

10.5.07

Uma gestação difícil

A partir de segunda-feira recomeço a trabalhar, depois de nove meses (certinhos, numa gestação difícil!) de muita ansiedade, algumas frustrações, muitas esperanças - e sobretudo de um imenso apoio de muitos e bons amigos, ou anónimos que por aqui passaram, que tiveram a paciência de ouvirem a história, de me darem dicas, de levaram ao amigo do amigo o curriculum, de me enviarem links de anúncios de empregos, ou apresentarem propostas mirabolantes de guerrilha suburbana, ou apenas um convite para um cinema, um almoço, um copo. Agora, com outro ritmo, terei menos vida para estas minhas casas, mas continuarei por aqui. Porque, se alguma coisa aprendi com isto, é que há leis neste país injustas e que desconfiam das pessoas. As que permitem os despedimentos fáceis, as que regem o desemprego, como se um desempregado fosse (no mínimo) um criminoso. Mesmo a trabalhar, há coisas que têm de ser denunciadas.

Bad hair day

9.5.07

Exclusivo

A manifestação de apoio a Carmona Rodrigues que reuniu de forma alegadamente espontânea funcionários da Câmara Municipal de Lisboa (CML), no passado dia 4, foi convocada pela “mailing list” interna da autarquia. Toda a notícia no LxRepórter.
seize the day

8.5.07

Nem todas as coisas ficaram na prateleira da FNAC


Björk, Earth Intruders, do álbum "Volta" (2007)

Coda*

Descer à Baixa, subir o Chiado, o sol a banhar-se em Lisboa, namorados felizes estes!, tropeçar na FNAC em tanta coisa que fica obrigatoriamente na prateleira, continuar a subir submerso em línguas de todas as cores, corpos de todos os feitios, gente de toda a parte. Reconciliar-me com o vento no rosto, enquanto o eléctrico desliza pelos trilhos.

[*]

Dias

A morte cruza-se com a vida, a esperança toma o lugar do medo. Baralham-nos estes dias cheios. O calor, neste caso, está a mais.

7.5.07

Lembrar o essencial

(...)

Dão-nos um nome e um jornal,
Um avião e um violino.
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino.

Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte.
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida. Nem é a morte.

Natália Correia, lembrada na Vida das Coisas. O José Mário Branco tem uma versão musicada destas palavras que nos assombram. Por estes dias, apetece.

A Igreja falangista

«O resultado destas eleições vai influenciar em muitas coisas que têm implicações morais muito importantes, como são por exemplo a segurança e a defesa da vida, o tratamento do matrimónio e da família, a educação moral da juventude, a tranquilidade e estabilidade da convivência»: quem assim escreve é o arcebispo de Pamplona. O mesmo senhor que apela ao voto na extrema-direita: «Hoje em Espanha há alguns partidos políticos que querem ser fiéis à doutrina social da Igreja na sua totalidade, como por exemplo Comunión Tradicionalista Católica, Alternativa Española, Tercio Católico de Acción Política, Falange Española [partido fascista] de las JONS [...] Não têm muitas possibilidades de influenciar de maneira efectiva a vida política, ainda que pudessem chegar a entrar em alianças importantes se conseguissem o apoio suficiente dos cidadãos católicos».

Acho espantosa esta cruzada de alguma Igreja espanhola, que começa a ganhar adeptos por cá: em defesa da vida, atropela-se a vida. Contra o aborto, mas a apoiar partidos fascistas que deixaram um rasto de sangue numa ditadura execrável. A favor da vida, mas sem nomear os atropelos sociais, as injustiças de todos os empresários que despedem alegremente de segunda a sexta ou quando fazem opas, enquanto batem no peito ao domingo ou se ciliciam nas laudes. Esta Igreja de Fernando Sebastian Aguilar é uma Igreja hipócrita. A vida conta pouco, para estes bispos, para esta gente tão pouco sedenta de justiça.

Liberais de pacotilha

É um gosto ver os ditos liberais deste país exultarem com a vitória do mais centralista e estatista de todos entre os portugueses. Cunhal e as nacionalizações do 11 de Março ao pé de Jardim e dos tentáculos do PSD-Madeira eram meninos de coro.

Geografia baralhada

Zurzir

Pacheco Pereira zurze na RTP (porque agora é moda, é fácil e dá leitores) por causa da noite eleitoral da Madeira, que seria incómoda para o PS. Não me lembro de Pacheco zurzir na RTP-Madeira por causa da campanha pró-activa que todos os dias ali se faz por Jardim e companhia, seja campanha eleitoral ou não. Ou atacar o único jornal estatal, que é o pasquim do Jornal da Madeira, financiado por todos nós. É preferível falar de transmissões televisivas, em vez de se criticar um acto eleitoral despesista, extemporâneo, que só existiu por birra de um senhor que berra muito e insulta mais.

[E sobre televisões e raptos: basta andar nos autocarros, entrar nos cafés, ouvir a rua, para perceber que o rapto da menina inglesa interessa muito mais, sobretudo aos cubanos, que dispensam ser todos os dias insultados via RTP ou SIC ou TVI, do meio do Atlântico.]

6.5.07

[music video by french duo Air starring a monkey]


no dia em que perdeu a sexy girl

Mudar para nada mudar

O que é que pode mudar na Madeira? Mais milhões, a não ser que a torneira seque, como a nova Lei das Finanças Regionais estabelece (e muito bem). De facto, na Madeira isto já começou a mudar. Pode ser que com a teta seca, o palhaço acabe por perceber que quem mais grita não tem sempre razão. E de França? O que vai mudar. Eu, p(l)asmado, aguardarei pela mudança. O que não muda? Este tom de alguma direita que gosta de comemorar e cavalgar as vitórias de uma direita que tem vícios bem mais viciosos que algumas esquerdas que adora criticar. Ou a estrada da senhora Maria é bem mais virtuosa que o aeroporto do senhor José?

Independência para a Madeira, já!

«O regime - todo, do topo do Estado às juntas de freguesia - precisa bater no fundo porque já não se regenera», escreve João Gonçalves no seu Portugal dos Pequeninos (conhecido paladino da limpeza do regime e pró-Sarkozy para vassourar os idos de 68), sobre os 33 anos do «PPD/PSD», para a seguir aplaudir o que de mais fundo produziu o regime: o palhaço da Madeira. Apetece pedir ao João para pagar a factura do arquipélago com «esse genial anarquista institucional», como chama a Jardim. É que este pigmeu aqui está farto de ver a bandalheira dos seus impostos gastos à desgarrada em folias de placas descerradas e eleições de birra. Ou será que só Sócrates é que merece atordoadas por causa de gastos desnecessários? As máscaras (político-partidárias) caem sempre tão depressa.

Todas as mães

5.5.07

Dos anjos




Coco Rosie, Terrible Angels, still kissin'

Os ratos no porão

Gente que ensandeceu: o blog dos que querem que Carmona fique.

4.5.07

Invejosos

Sento-me ao seu lado no autocarro e torno-me interlocutor. Sem o saber, com direito a palmadinhas no braço, como os amigos fazem para chamar a atenção. O discurso não tem contexto, nem é servido com fio à meada. "São uns invejosos, todos. O Sampaio estava com o superior, quer dizer o patriarca, é superior é, é o superior de Deus, o patriarca, ele é que manda, ele é o representante de Deus na terra." Seja. E continua: "E depois uma pessoa anda arranjadinha, compra uma camisa a um euro, uma saia a cinco, e o Sampaio ao lado do outro não diz nada. Um invejoso, ele também é invejoso." A conversa continua, arrisco um sorriso, um pois a entrecortar o quase monólogo. O autocarro pára, ela quer sair, mas continua a explicar-me em detalhe a tese. Quando o motorista arranca, pede para sair, páre senhor, páre. Todos comentam, riem, gozam, protestam: "Põe-se na conversa e é isto." Ela tem razão: são todos uns invejosos. E apressados. Ninguém quer ouvir histórias.

Cruz

[Perguntas para o pós-Carmona]
Como poderá sustentar Marques Mendes a não eleição de uma Assembleia Municipal, por «a legitimidade do voto para a Câmara Municipal [ser] diferente da legitimidade do voto para a Assembleia Municipal» (nas palavras do porta-voz Miguel Macedo) se Paula Teixeira da Cruz for candidata a presidente da autarquia?

3.5.07

«Não abandono o barco»

O capitão julga que ainda navega, mas o barco já está atolado num mar de lama e só os ratos e ratazanas ficaram no porão a partilhar os restos e a imundície. Quando é assim, o capitão já não é capitão de nada, mas finge ou não quer perceber.

Trambolhão


[Carmona numa BTT em Alfama, em 2006, foto João Relvas/Lusa]

2.5.07

Já vai longa a marcha

Hoje de manhã nova apresentação na junta de freguesia. "Deixe-me despachar este senhor", diz a funcionária para um imigrante que pede algo mais complicado. Um minuto depois, estou porta fora. Quem disse que assim se quer controlar o desempregado? Ninguém o pode afirmar. Assim só se quer diminuir as mulheres e os homens que caem nas malhas do desemprego. Iníquo, continuo a dizer.

Fundação intocável

«A Fundação Dom Pedro IV é hoje uma das instituições mais polémicas... Esta entidade particular de solidariedade social tem sido acusada de servir interesse imobiliários e Vasco Canto Moniz, o seu presidente há 15 anos, é apontado como sendo o responsável por algumas irregularidades. A RTP teve acesso a documentos e a um relatório esquecido nos arquivos da Inspecção Geral da Segurança Social que propunha a extinção da instituição... Nada foi feito. Será esta uma Fundação intocável?»

1.5.07

1 de Maio

Sobretudo quando desempregado, marchemos. A luta continua.

Chocolate Jesus