31.12.04

Bom futuro


[noche vieja]

Bom ano, boas entradas, feliz ano novo, break a leg, festas felizes, um feliz 2005, um óptimo ano. Como se fosse possível! - olhar para este ritual da passagem de ano e esquecermo-nos de tudo o que se passa, lá longe ou aqui ao lado. Apenas podemos esperar que o próximo ano seja (mesmo) diferente. Acompanhem-nos, se quiserem.

30.12.04

[quotidianos]

Lá em casa, duas romenas que vieram para o encontro de Taizé manifestam surpresa - repulsa? - pelas «muitas pinturas e grafitti» nas ruas de Lisboa do símbolo do PCP.

O primeiro-ministro saiu em defesa do embaixador na Tailândia, mas admitiu que, «como cidadão», teria regressado ao saber da tragédia (o diplomata aguardou dois dias). «Era uma decisão que estava no âmbito da sua decisão discricionária», disse Pedro Santana Lopes.

Nuno Gomes não apareceu numa conferência de imprensa depois de um jogo de futebol: foi multado em 3200 euros. Os adeptos do Vitória de Guimarães tentaram agredir um árbitro, arrancaram cadeiras do estádio e lançaram-nas para o relvado: o clube foi multado em 1500 euros.

29.12.04

Uma pequena gota

Outra forma de acompanhar os trágicos acontecimentos.

E outras formas de ajudar.
Assistência Médica Internacional
Banco Espírito Santo – nº 015/40000/0006
Multibanco - entidade 20909 e referência 909 909 909 em Pagamento de Serviços
Tranferência bancária para o BES - NIB 000700150040000000672

"SOS Crianças da Ásia" da UNICEF
Caixa Geral de Depósitos – NIB 003501270002824123054

Cáritas ajuda vítimas do Sudeste asiático
Caixa Geral de Depósitos – NIB 003506970063091793082

Apelo emergência da Cruz Vermelha
Banco Português de Investimento – NIB 001000001372227000970

[intervalo]

Um cometa que passou.

28.12.04

Agendas

Em tempos, o jornal Blitz escolheu os melhores discos da década de 80 no final do ano de 1988. Toda a música produzida em 1989 não pôde ser considerada para essa lista.
Agora, muitos jornais sentenciaram as personalidades e os acontecimentos do ano. Ainda antes do Natal já se alinhavam listas em que o 11 de Março ou as eleições americanas surgiam em plano de destaque. Pressas de agenda: a tragédia da última semana de Dezembro já se tornou num dos principais acontecimentos do (curto) século XXI.

Fatalismos (comentados)

Sobre Deus, os maremotos, a culpa ou a falta dela: no BdE (com comentários meus e respostas de Luís Rainha, à espera ainda de um contra-comentário), nos Galarzas (numa versão moderna de bem com deus e com o diabo ou nem por isso e com uma lista de coisas boas a não perder), no Afixe (com um comentário sapiente do nosso Sirhaiva).
[actualizado:] Também no Afixe, o Bernardo escreveu entretanto um texto essencial sobre o problema do mal.

Sudeste asiático: campanhas de solidariedade

Cáritas ajuda as vítimas do sudeste asiático
Banco: Caixa Geral de Depósitos
NIB: 003506970063091793082

Apelo de emergência da Cruz Vermelha
Banco: Banco Português de Investimento
NIB: 001000001372227000970

27.12.04

Fatalismos

Já se sabia: há quem perca a fé por causa destas coisas. Há quem não a tenha e ache que a culpa é de Deus. Porque Ele permite a tragédia, acusam. É o raciocínio de utilizador-pagador: de um lado, crentes que se ajoelham e pedem a intercessão de senhoras de Fátima e senhores de Compostela contra marés negras e por vitórias nos futebóis. Do outro lado, descrentes que cobram aquilo que não existe - um deus a mandar pragas ou benesses sobre o mundo, qual vingador de uma humanidade dissoluta ou benfeitor de quem se benze. Uns e outros querem descartar-se daquilo que é a sua responsabilidade (como no caso do Prestige ou de futebol) ou apenas causa absurda da natureza (como nesta tragédia maior).

Expulsos do paraíso

O local era um paraíso - assim o retenho na memória. E nas fotografias. O azul único do mar, a grandeza do oceano a rodear aquele pequeno pedaço de terra. Ou a simpatia de Farrahad e Darryl que nos explicavam a marca da curta presença portuguesa nas Maldivas, em palavras como toalhi e chá. É impossível não nos impressionarmos. É impossível não nos comovermos.
Darfur, 11 de Setembro, 11 de Março - têm a marca da bestialidade do homem. Mas hoje só nos podemos curvar perante a monstruosidade da natureza. Quase impotentes.

24.12.04

«...e hão-de chamá-lo Emanuel»


Presépio argentino. [Mt 1,23]

Tempo de antena

O próximo post será da responsabilidade dos intervenientes, José, Maria e Jesus, com patrocínio desassossegado e de amigos (no cenário).

[Aproveitamos esta nota para agradecer e retribuir os votos de boas festas, que nos deixaram nos comentários.]

Christmas sinsuality (V)


Laetitia Casta (sempre a propósito)

23.12.04

«Um presente»



«Um presente Feliz Natal. Um futuro Bom Ano Novo». Postal de Natal recebido na redacção no dia do coelho da cartola.

[imagem "roubada" ao Bloguítica]

Cábula para dias sem inspiração

Coisas que blogueiros não resistem a postar.

Atracção pelo abismo

«Está de facto a bater-se num fundo muito fundo.» Assim afirma Pacheco Pereira sobre a conferência de imprensa de Santana e Bagão em que andaram aos papéis. O mesmo Pacheco que diz «pobre país, o nosso» e que vai votar em Santana.

O grau zero

Luís Nobre Guedes ameaçou demitir-se de um governo demissionário.

Christmas sinsuality (IV)


Eternity (a.k.a. Scarlett)

22.12.04

Sem sombra de pecado

«Uma pessoa religiosamente ordeira como eu apoia sem rodeios a instituição do matrimónio. Mas uma pessoa religiosamente ordeira como eu deve recordar que, à altura da concepção do menino Jesus, Maria era mãe solteira.»
[in Voz do Deserto]

Terra de Natal

«Nesta imensa cacofonia que é a blogosfera, escrever sobre a "escuta" é apenas mais uma aberração própria do meio». E quase que não se escrevia sobre o Natal.

20.12.04

Christmas sinsuality (II)


Leonor Watling em «Fala com ela»

Esclarecimento místico-literário!

Para todos aqueles que temeram pelo desaparecimento ascético daquele blog de título espiritual, desconfiando de uma eventual evaporação mística, o Asceta explica:
MUDOU de NOME!
... e, há já algum tempo, deixou o cume da montanha, lá para os lados do oriente, onde permanecia em retiro transcendente, e assumiu a sua identidade pública. Deixou-se levar por outros mistérios e enredou-se num Blog, quase exclusivamente, de índole literária. E aí o podem encontrar: George Cassiel.

Pecado original

Um ateu escreve na Terra da Alegria. Uma polémica que promete.

19.12.04

Christmas sinsuality


Há pais natais e pais natais...

Os muros vão caindo

Em Maio defendi que era preciso romper os muros do clube. Esta semana, como bem sublinhou Rui Costa Pinto, fez-se História.

18.12.04

Original Sinsuality


Tori Amos. A 22 de Fevereiro

Hospital de São Bento

Santana tem um "hospital" na sua residência oficial, conta o «Expresso». O equipamento, uma espécie de unidade de cuidados intensivos móvel, foi solicitado ao Ministério da Saúde sob confidencialidade antes de Santana Lopes ir ao Brasil, em meados de Setembro, não tendo sido devolvido.
O Rui já disse tudo: «Este homem não pára de nos surpreender. Dezasseis seguranças, sestas, guinadas, jantares oficiais trocados por idas à discoteca, e agora um "hospital" em S. Bento! Mas, afinal, o que teme PSL? Que alguém tente agredi-lo, alvejá-lo? Que alguém tente envenená-lo? Julga-se um Yushchenko, um JFK, vá lá...um Sá Carneiro? A única coisa que ele definitivamente não teme é o ridículo. E alguém devia avisá-lo de que o ridículo mata.»

17.12.04

Políticos & blogues

Ele chama-lhe «estudozinho». Eu tenho de pedir ajuda (Nuuunooooo!).

[actualizado: o Nuno sossegou-me, diz que há esperança!]

16.12.04

A democracia cristã

«No carro, eu não parava de falar. "A verdade é que odeio os ricos. Colecionadores de qualquer coisa. Bons vinhos, viagens exóticas. Esse tipo de coisa. Essa gente. Aquelas mulheres. Aqueles assuntos. Odeio tudo isso", disse a Marie. "E não pense que sou como eles, que adoro os pobres. Tenho um desprezo solene pelos pobres. A patuléia. A escumalha. Sujos, ignorantes, interesseiros, safados. Escrotos, como os vermes. Sempre engravidando. E engordando. E roubando e matando. E sendo atropelados. Acho que odeio mais os pobres até. Minto. Odeio mais os ricos. A ralé, pelo menos, me comove."»
Patrícia Melo, Valsa Negra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003 (pp.69-70).

[à bolina]

Devagarinho folheio jornais, leio blogues, arrumo as memórias da viagem. Tento encontrar o ritmo no trabalho, quando todos já só pensam nas festividades. Por estes dias, o país anda um gajo estranho: o Presidente desapareceu de novo, Portas assoma na oposição, Santana foi a banhos de Inverno, a outra oposição parece andar ocupada nas compras de Natal. Se calhar ainda não percebo bem o que aconteceu em apenas 15 dias de ausência. O Absurdo tomou conta do palco. Eu entrei com a peça já a decorrer e não percebo o que se passa.

14.12.04

Nossa Senhora afastadora das Marés

«Nossa Senhora disse que vai recorrer a um advogado: "Estou grávida, tenho o parto marcado para dia 25 e, como sabe, não se podem despedir pessoas grávidas". Fonte do Ministério da Defesa, defende-se: "Nossa Senhora estava em regime de prestação de serviços, a recibos verdes. Não podemos considerar que seja um despedimento".» Para saber mais, leia o noticiário do primo Galarza.

[pôr a blogo-correspondência em dia]

1. Agradecimentos ao Rui, por uma prenda deliciosa: a Emanuelle dorminhoca. Tenho pena de não a ter encontrado no voo da TAP.

2. Parabéns ao Ma-Schamba, o pouso mais próximo e bonito que tenho de Moçambique, que me entra em casa também pela memória da família de M.

13.12.04

Cavanhaques e cacheados

Desconfio que o nosso mestre de Aviz estivesse ontem num fuso horário diferente do meu no imenso Brasil. Afinal, a Folha anunciava o jogo para as 8 da manhã. Mas, logo ali, não soube de nada: sem televisor por perto, o Litoral Norte paulistano amanheceu com a chuva persistente de três dias para logo irromper num glorioso sol. Prenúncios de vitória a nascente. Mas passeei-me até Guarulhos desconhecedor do sucesso. Ali, assisti ao início da hecatombe do time do meu Benfica (maldita globalização). Para trás ficaram memórias de dias fantásticos, em que a delícia das palavras foi uma descoberta constante. Como a do cabelo cacheado.

[ao correspondente do Brasil: quem desce a Rua Augusta, em São Paulo (carregada de Valsa Negra, de Patrícia Mello), tem ali uma banca para poder comparar capas e teses. Repeteca, ah, delícia!]

Eu não acredito em bruxas.

O Presidente dissolve o parlamento. O Governo demite-se.
Convocam-se eleições para Fevereiro. Até lá "usamos" um Governo de Gestão.
Não há coligação de Direita. A oposição anda eufórica.
Pinto da Costa é finalmente constituído arguido num processo de corrupção no futebol.
O Benfica perde com o Belenenses 4-1.
Em Lisboa a terra treme.

Em Pombal aparece o Marquês, e disfarçadamente, para não o reconhecerem, vai passar o Natal ao Brasil.

Atrasado

O Sampaio atrasou-se: fez em Novembro o que ficou por fazer em Junho. E eu, apesar da breve exaltação de alegria, atrasei-me: estava fora e Portugal não existe lá fora. Hoje, no regresso, espreitei (só) meia dúzia posts em meia dúzia de blogues, abri as quatro contas de e-mails, vi o site-centí-meter e desisti: vou preparar o almoço, ler os jornais e voltar-me a deprimir-me com o país.

No Centenário de um Renovador da Igreja

EVOCAÇÃO DE YVES CONGAR, o. p.

No Centenário de um Renovador da Igreja
por Pe. Luís de França, o. p.
2ª feira, 13 de Dezembro às 18h30m, no Auditório do Centro Nacional de Cultura
[Largo do Picadeiro, nº 10-1º. Lisboa - metro Baixa-Chiado]

Organização: CRC, CNC e Comunidade Dominicana em Portugal. ENTRADA LIVRE

12.12.04

A dúvida

A ver, a ver:

O Santana está fora de questão. Parece aquele tipo do "The Office", mas ainda por cima com ar de mau.

O Portas, bom, o Portas é necessário ser avisado que não é o Mourinho da política.

O Sócrates, valhamesantoantónio. Dá-me a ideia que estou sempre a ouvir o cónego José, em eternas e aborrecidas palestras ecuménicas apenas para os fiéis, com um discurso mais redondo que o Sampaio.

O Louçã, bem, o Louçã é o homem ideal para substituir o Marcelo na TVI. Agora, quanto mais a luta aquece, mais o Bloco aborrece.

Sobra o homem de Pirescouxe! Jerónimo, o metalurgico. Jerónimo, o campeão da malha e do chinquilho. Jerónimo, o do Renault Clio e da casinha branca com barra amarela. Jerónimo, o homem que deu cabo do Cavaco no debate da RTP e ofereceu a vitória a Sampaio. Dirão vós: mas o gajo é sectário, é dos que têm palas nos olhos, é um KGB disfarçado. Pois será isso tudo. Ou não. Mas a verdade é que com este, a gente parece que já sabe as regras do jogo. Com os outros, parece que o tabuleiro de jogo somos nós. Já nem sequer as peças.

Em suma: se o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado não apresentar ninguém decente, voto CDU. Uma vez terá que ser.

1.12.04

Não sei, não sei...

Fui um critico do governo de Santana Lopes, isto entre larachas e outras criticas construtivas debitadas, em frente a um ou dois (optimismo) fino e amendoins, a colegas no café. E agora não consigo deixar de estar apreensivo com o futuro imediato, que é como quem diz, com as próximas eleições, isto porque não me sai da cabeça: "E votar em quem, Caraças?!?"

É verdade, confesso aqui que alinho por aqueles que dizem que a politica portuguesa actual caracteriza-se por politicos medianos (para não ser mauzinho). Sim acho de facto que "[..]Nem Santana Lopes, nem Sócrates são boas moedas. São as duas faces da mesma moeda má.", embora tenha todas as reservas em relação aos defensores do retorno de "D. Sebastião" Cavaco Silva. Parece-me solução muito rebuscada, de facto, como se lê noutros pontos de opinião, os tempos são outros. Tenho a plena convicção que as boas cabeças deste país continuam, no melhor estilo "Tenho mais que fazer", a alhear-se da vida pública. E continuarão a fazê-lo nestas eleições.

Para já ficamos assim. Como é óbvio voltarei a este assunto. Estas são excelentes alturas para discutir com amigos. Espero ser surprendido pela positiva, até Janeiro/Fevereiro, pelos dirigentes deste país.

Felizes SMS

Em Buenos Aires, as mensagens escritas sucedem-se à catadupa: Sampaio dissolveu o governo. Já näo bastavam as mulheres argentinas, a cidade encantandora, a música que se ouve, a mais bela livraria do (meu) mundo e o flan casero con dulce de leche, como até as SMS nos däo boas notícias! Ya está!