16.8.05

Transporte (sem) Garantir Viagem

Num país onde os debates começam sempre pelo telhado e nunca pelos alicerces, vale a pena olhar para aquilo que é o sector ferroviário para entender o possível futuro do TGV. Não sou especialista, mas algo me diz que o país se atrasou também com o desenvolvimento cavaquista das auto-estradas em detrimento da morte lenta da ferrovia. Outro pormenor, que não é menor, prende-se com o modelo bicéfalo de quem manda no sector: temos a Refer, que manda nas infra-estruturas e comanda e controla a circulação; a CP (e a Fertagus, no comboio da ponte, em Lisboa) garante(m) o transporte. É este modelo que é responsável por coisas bizarras como a que ontem se passou em Loulé: dezenas de pessoas perderam o comboio (da CP) porque este entrou numa linha (da Refer) diferente do anunciado. Explicação da CP: a culpa é da Refer, porque a CP pediu para ser alterada a linha de entrada do comboio e a Refer não o fez. Leram bem. A irresponsabilidade não tem limites. Ao pé disto, como querem que existam já estudos concretos para a viabilidade do TGV? Entraria na linha errada, certamente.