10.8.05

a erradicação

Foste violento, pá. Em férias... escrever sobre bombas e deuses e assim, não se faz, dizem-me, sobre o post anterior que aqui se replicou. Antes incendiar debates estéreis como as presidenciais ou martelar receitas velhas para as florestas. Pelo soundbyte, sai-se de megafone à rua. Mas, em casa, esquece-se o exemplo. O fogo que consome as árvores da política portuguesa devia fazer parar para pensar, mas não: põe-se ar, grave e sério, diz-se que não fazemos política com assuntos sérios e graves, mas atacamos como se nunca tivéssemos responsabilidades no desmazelo e na tragédia que se repete. Ano após ano (a Cibertúlia quando começou em 2003, começou com fogos a atear o debate, vão lá ao arquivo ver). Temos responsabilidades: nas florestas que os proprietários não limpam e depois culpam incendiários que existem na sua negligência, na água que continuamos a consumir a mais, no sequeiro que vamos fazendo deste país, de eucalipto e betão. O melhor mesmo é ir para a praia. Erradicar o pensamento. (Nós não vamos, continuamos a trabalhar. Mas o desejo é esse.)