Mas, como insiste o Diogo, a nossa identidade também bebe a fonte mediterrânica. Concordo. Deixo as árvores para o Zé - e pego na música: quem ouve as polifonias corsas (pela mão de Hector Zazou) ou os "sonos" sardos de Elena Ledda não pode deixar de se surpreender com uma sonoridade tão visceralmente próxima de nós! Mas pego num exemplo português muito recente. O último álbum (que outros blogues têm elogiado - e que o "Retorta" nos mostra em fantásticas fotografias) da Ronda dos Quatro Caminhos que é uma «terra de abrigo» para coros alentejanos, uma orquestra sinfónica, vozes e instrumentos portugueses, espanhóis e árabes. É a prova viva que o estreito de Gibraltar é apenas um acidente geográfico. E (não é "gaffe") Predrag Matvejevitch tem razão.
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A Ronda dos Quatro Caminhos, in Ocarina