30.9.03
De cabeça perdida
Pergunta: quem foi Damasceno Monteiro? Colocaram-me esta simples questão há alguns dias, por curiosidade toponímica lisboeta. Não havendo um qualquer "site" que esclareça ou conte a história das ruas de Lisboa e sabendo que não se trata do homem que perdeu a cabeça no romance de António Tabucchi, deixo esta questão a navegar na blogosfera. Qualquer resposta possível (séria) podem dirigi-la para o endereço electrónico desta casa. Antecipadamente, muito obrigado!
29.9.03
Benditas sois vós
O Zé regressou pontualmente sexta-feira. Com as questões pertinentes de sempre. O Diogo está a gozar a felicidade do seu filho. O Nuno fecha-se nos últimos dias da tese. O Filipe retirou-se para lugares mais ascetas. O Saraiva pontua-nos com o seu humor às vezes aqui, muitas vezes ali. O Primo Galarza exprime-se primeiro no seu conjunto musical. O Jorge Barreiros manifestou-se uma vez - e nós esperamos mais. Sobram outros, inscritos como intervenientes das tertúlias que aqui se propõem, mas em austero silêncio. Já nem o futebol os "pica".
De resto, faltam as mulheres (a Tatiana só aqui aparece por empréstimo). Elas calam-se. Aqui - e na maior parte da blogosfera.
E com as vozes que nos inquietam também o silêncio se arrasta: «É assim». Parece que nem com orações lá vamos...
De resto, faltam as mulheres (a Tatiana só aqui aparece por empréstimo). Elas calam-se. Aqui - e na maior parte da blogosfera.
E com as vozes que nos inquietam também o silêncio se arrasta: «É assim». Parece que nem com orações lá vamos...
Classificação
136º lugar: não é o "ranking" da minha escola, não é a posição da selecção portuguesa na listagem da FIFA, muito menos a classificação do Benfica na tabela da UEFA. É apenas o lugar singelo desta vossa Cibertúlia num outro "ranking" de blogues portugueses. «Dados ordenados pelos Inbound links», diz lá. Tá bem.
O Estado dos transportes (V)
É preciso dizê-lo: foi o PSD que deu cabo da rede nacional ferroviária, com os óbvios problemas que hoje se colocam. Mas o povo andava contente: já tinha auto-estradas e uns IPs para passar rapidamente entre as cidades esquecendo os interiores.
O PSD voltou ao poder e a política de destruição do comboio continua. Com a auto-estrada do Atlântico (Lisboa-Leiria) ainda incompleta, o Governo prepara-se para dar a estocada final na linha do Oeste (Lisboa-Figueira da Foz), partindo-a aos pedaços, dando-a (eles dizem: vendendo-a) aos privados e remetendo-a para uma função regional, esquecendo a possibilidade de dar às populações do Oeste (Caldas da Raínha, Leiria, Figueira da Foz) uma ligação eficaz e eficiente para o Norte do país (bifurcando a linha com a do Norte) e para o Sul (Lisboa e Alentejo-Algarve, através da nova ligação para o reino da mouraria...
Tudo isto contra os planos da Refer em avançar com a modernização da linha, já em 2005.
A CP ficará a partir de 2004 confinada a um eixo definido pela A3 (auto-estrada de Braga), A1 (auto-estrada do Norte) e A2 (auto-estrada do Sul) e com umas ramificações suburbanas. E o País mais pobre, mais desertificado, mais longe da Europa (para usar uma expressão que enche as bocas dos peixões que nos governam).
O PSD voltou ao poder e a política de destruição do comboio continua. Com a auto-estrada do Atlântico (Lisboa-Leiria) ainda incompleta, o Governo prepara-se para dar a estocada final na linha do Oeste (Lisboa-Figueira da Foz), partindo-a aos pedaços, dando-a (eles dizem: vendendo-a) aos privados e remetendo-a para uma função regional, esquecendo a possibilidade de dar às populações do Oeste (Caldas da Raínha, Leiria, Figueira da Foz) uma ligação eficaz e eficiente para o Norte do país (bifurcando a linha com a do Norte) e para o Sul (Lisboa e Alentejo-Algarve, através da nova ligação para o reino da mouraria...
Tudo isto contra os planos da Refer em avançar com a modernização da linha, já em 2005.
A CP ficará a partir de 2004 confinada a um eixo definido pela A3 (auto-estrada de Braga), A1 (auto-estrada do Norte) e A2 (auto-estrada do Sul) e com umas ramificações suburbanas. E o País mais pobre, mais desertificado, mais longe da Europa (para usar uma expressão que enche as bocas dos peixões que nos governam).
28.9.03
Estaline na casa de Portas
Paulo Portas reescreveu a história sem pudor. Num filme de propaganda apresentado no Congresso do CDS-PP (Centralismo Democrático Soviético à Paulo Portas) a história do partido é contada sem quatro presidentes do mesmo: Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Lucas Pires e, claro, Manuel Monteiro não entram nos 30 anos de CDS. Apenas Amaro da Costa, que não foi líder, e Paulo Portas, numa representação estalinista da história, surgem no vídeo. Está em marcha o mito paulistiânico.
[A notícia vem no Público de hoje. O título de JPH é eloquente: «Os Novos Trostkys Democratas-cristãos».]
[A notícia vem no Público de hoje. O título de JPH é eloquente: «Os Novos Trostkys Democratas-cristãos».]
27.9.03
A democracia na Igreja
Ontem estive longamente à conversa com duas pessoas sobre o meu percurso individual - da minha participação associativa à vida académica, do meu percurso de católico e das opções profissionais que tomei. Fui várias vezes questionado: «Como se pode estar na Igreja, hoje, nos dias que correm?»
Respondi, invariavelmente: «Seria fácil dizer que a minha Igreja não é a de Ratzinger ou da Opus Dei. Mas também é. A Igreja Católica é feita de muitas igrejas».
Hoje, ao ler o Tolentino, a propósito da agitação na comunicação social e na blogosfera, por causa das anunciadas propostas para "alterar" as celebrações, revi-me muito nas suas palavras. Cito-o, apesar de longo, por valer muito a pena.
«(...) existe o modo como, facilmente, a opinião dita democrática se refere à Igreja. Esta aparece não como uma comunhão de comunidades, tecida conscientemente dos fios da diversidade, com matizes, expressões e ritmos específicos, mas como um bloco compacto e amorfo, sempre pronto a partir para uma cruzada contra a intocável Modernidade. E é confrangedor constatar como pessoas que admiramos pela sua inteligência, pelo esforço do seu espírito crítico, quando se trata da Igreja, desfilem simplesmente uma catalinária de lugares-comuns. Nunca, por exemplo, esquecem a Inquisição (e acredito que disso resulta um bem, pois a perpetuação dessa memória obriga a Igreja a um perpétuo processo de purificação), mas parecem ter omitido, eles que se tomam por seus "apóstolos" oficiais ou exclusivos, aquilo que é básico na cultura democrática: não só a tolerância, mas o interesse pelo outro, o desejo de conhecer, o reconhecimento do que o outro transporta.
Quanto à cultura democrática, creio que ela também resulta da experiência cristã. Refiro, antes de tudo, a centralidade dada, no cristianismo, à Pessoa e aos seus direitos e deveres fundamentais, mas igualmente a persistência do dissenso na Igreja, visto como afirmação profética do Espírito e não como interrupção. Jesus congregou sensibilidades tão diferentes como as de Pedro e João; os Actos dos Apóstolos falam da Igreja de Jerusalém e das Igrejas da diáspora, confiadas a Paulo; a Teologia cristã, convergindo num mesmo depósito da Fé, é tudo menos uniforme: basta pensar em Santo Agostinho e São Tomás ou nos recentes Karl Rahner e Balthasar; os cristãos individualmente e em comunidade vivem diferenças litúrgicas, diferenças de pensamento e de sentimento. Há uma unidade, um credo, uma procura de convergência no agir: mas há também uma hierarquia nas verdades e aquilo que não deve ser esquecido: "o mais importante é a caridade".
O que verdadeiramente me incomoda nos recorrentes comentários à vida da Igreja é que, usando a bandeira da democracia e da inteligência humanista, se tropece precisamente naquilo que se critica. jtm»
[os sublinhados são nossos]
Respondi, invariavelmente: «Seria fácil dizer que a minha Igreja não é a de Ratzinger ou da Opus Dei. Mas também é. A Igreja Católica é feita de muitas igrejas».
Hoje, ao ler o Tolentino, a propósito da agitação na comunicação social e na blogosfera, por causa das anunciadas propostas para "alterar" as celebrações, revi-me muito nas suas palavras. Cito-o, apesar de longo, por valer muito a pena.
«(...) existe o modo como, facilmente, a opinião dita democrática se refere à Igreja. Esta aparece não como uma comunhão de comunidades, tecida conscientemente dos fios da diversidade, com matizes, expressões e ritmos específicos, mas como um bloco compacto e amorfo, sempre pronto a partir para uma cruzada contra a intocável Modernidade. E é confrangedor constatar como pessoas que admiramos pela sua inteligência, pelo esforço do seu espírito crítico, quando se trata da Igreja, desfilem simplesmente uma catalinária de lugares-comuns. Nunca, por exemplo, esquecem a Inquisição (e acredito que disso resulta um bem, pois a perpetuação dessa memória obriga a Igreja a um perpétuo processo de purificação), mas parecem ter omitido, eles que se tomam por seus "apóstolos" oficiais ou exclusivos, aquilo que é básico na cultura democrática: não só a tolerância, mas o interesse pelo outro, o desejo de conhecer, o reconhecimento do que o outro transporta.
Quanto à cultura democrática, creio que ela também resulta da experiência cristã. Refiro, antes de tudo, a centralidade dada, no cristianismo, à Pessoa e aos seus direitos e deveres fundamentais, mas igualmente a persistência do dissenso na Igreja, visto como afirmação profética do Espírito e não como interrupção. Jesus congregou sensibilidades tão diferentes como as de Pedro e João; os Actos dos Apóstolos falam da Igreja de Jerusalém e das Igrejas da diáspora, confiadas a Paulo; a Teologia cristã, convergindo num mesmo depósito da Fé, é tudo menos uniforme: basta pensar em Santo Agostinho e São Tomás ou nos recentes Karl Rahner e Balthasar; os cristãos individualmente e em comunidade vivem diferenças litúrgicas, diferenças de pensamento e de sentimento. Há uma unidade, um credo, uma procura de convergência no agir: mas há também uma hierarquia nas verdades e aquilo que não deve ser esquecido: "o mais importante é a caridade".
O que verdadeiramente me incomoda nos recorrentes comentários à vida da Igreja é que, usando a bandeira da democracia e da inteligência humanista, se tropece precisamente naquilo que se critica. jtm»
[os sublinhados são nossos]
Voos
Desde quinta-feira à noite que andamos a sobrevoar um país pequenino. Do tamanho de um helicóptero.
26.9.03
Abençoados intrusos
Tolentino Mendonça, amigo poeta, padre amigo, apenas amigo - acompanhado de outros «intrusos» - chegou a este mundo «inadaptado, inaudito, incerto, inane, insone, intruso». Bem-vindo. Bem-vindos.
Há velhas com coragem e que se atravessam na frente de jornalistas
Todos os dias são dias dos adoradores dos popós, caro JPH.
Código do Trabalho
Ouvido, hoje, no autocarro.
«E ele disse-me: "Se não vier trabalhar sábado, não lhe renovo o contrato de três meses».
«E ele disse-me: "Se não vier trabalhar sábado, não lhe renovo o contrato de três meses».
Memória
Edward Said morreu, no mesmo dia em que pilotos israelitas recusaram atacar alvos civis palestinianos. A comunicação social, ontem, pareceu ter ignorado. O Público dá hoje a notícia. Como já tinha feito a blogosfera, aqui e aqui. Estes "links" são uma pequena entrada para o pensamento do autor de «Orientalismo».
25.9.03
Brindar ao Edgar dá nisto!
Recebi também estoutro e-mail:
«Partilhei do teu brinde ao Edgar hoje, no meu blog (http://aquintacoluna.blogspot.com) e achei coincidência ter descoberto a Cibertúlia precisamente hoje, num comentário que li no Barnabé. Ainda diz a outra que «não há coincidências»...»
«Partilhei do teu brinde ao Edgar hoje, no meu blog (http://aquintacoluna.blogspot.com) e achei coincidência ter descoberto a Cibertúlia precisamente hoje, num comentário que li no Barnabé. Ainda diz a outra que «não há coincidências»...»
Apostasias esclarecidas
Recebemos de Rui Tavares, um dos barnabés (que lemos compulsivamente) um e-mail com alguns esclarecimentos sobre um "post" anterior, «Apostasia e liberdades»:
«Caro amigo:
A propósito da sua entrada sobre a apostasia, tenho pena que não tenha feito as seguintes precisões.
1. Não é "o Barnabé" que vai apostatar. O Barnabé é constituído por várias pessoas, umas baptizadas que não se pronunciaram sobre o assunto, outras não baptizadas que não tem nada que ver com o assunto, e eu que sou baptizado e que, se tiver pachorra e ultrapassar a minha natural preguiça, vou apostatar um dia destes porque é meu direito e certamente maior do que aquele que tinha quem me baptizou. Não vejo onde está o ridículo.
2. Eu chamei a atenção para o facto de que o site que alberga a "declaração de apostasia" era inacreditavelmente mau. Teria sido honesto da sua parte relembrar essa distinção. Porque de outra forma, depois de ter colado o Barnabé à minha posição, cola-nos a todos à posição de um site intelectualmente indigente.
Seria um sinal de desportivismo da sua parte se publicasse esta clarificação no cibertúlia, que de resto achei bastante interessante.
Fá-lo-ia normalmente através da janela de comentários, mas como não a têm e o seu texto me atinge directamente peço-lhe a si que o faça.
Um abraço
Rui Tavares».
«Caro amigo:
A propósito da sua entrada sobre a apostasia, tenho pena que não tenha feito as seguintes precisões.
1. Não é "o Barnabé" que vai apostatar. O Barnabé é constituído por várias pessoas, umas baptizadas que não se pronunciaram sobre o assunto, outras não baptizadas que não tem nada que ver com o assunto, e eu que sou baptizado e que, se tiver pachorra e ultrapassar a minha natural preguiça, vou apostatar um dia destes porque é meu direito e certamente maior do que aquele que tinha quem me baptizou. Não vejo onde está o ridículo.
2. Eu chamei a atenção para o facto de que o site que alberga a "declaração de apostasia" era inacreditavelmente mau. Teria sido honesto da sua parte relembrar essa distinção. Porque de outra forma, depois de ter colado o Barnabé à minha posição, cola-nos a todos à posição de um site intelectualmente indigente.
Seria um sinal de desportivismo da sua parte se publicasse esta clarificação no cibertúlia, que de resto achei bastante interessante.
Fá-lo-ia normalmente através da janela de comentários, mas como não a têm e o seu texto me atinge directamente peço-lhe a si que o faça.
Um abraço
Rui Tavares».
Opção preferencial pelos pobres
«Defesa. Luisão, Argel, Miguel e Rocha têm uma tal exuberância na bondade que até parece ser maldade.»
In Nietzsche & Schopenhauer
In Nietzsche & Schopenhauer
Risível
O Luís Nunes fez-me chegar (por correio) algumas «medidas» mais para um culto a "sério". Ou de como a Igreja - melhor, o Vaticano - se põe a jeito para estas e outras piadas.
«Acho, caro Marujo, que estas medidas "inovadoras" sabem a pouco ao cardeal Torquemada (perdão, Ratzinger). O projecto inicial, recebi-o pelo correio, contém mais seis normas e reza assim:
1. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão, de todas as liturgias serem faladas em latim, com o padre virado de costas para os fiéis. Afinal, há quem tenha saudades dos "bons tempos".
2. Proibição, sob pena de excomunhão, de os fiéis se saudarem durante a missa. São contactos demasiado íntimos e eventualmente pecaminosos.
3. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão, de todos os fiéis respeitarem a dízima, nem que seja sobre o Rendimento Social de Inserção.
4. Proibição, sob pena de excomunhão, de pensar. Pensar é uma irresponsabilidade perigosa. Os fiéis não pensam, crêem. Aqueles que fazem do pensar o seu modo de subsistência, como os cientistas e intelectuais (cruz credo!) devem ser denunciados e julgados por Nós.
5. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão, de todas as fiéis comprovarem semanalmente a sua virgindade. As mulheres impuras não cabem no Reino dos Céus.
6. Proibição, sob pena de excomunhão, de qualquer fiel contactar com infiéis. Um infiel bom é um infiel morto e as Cruzadas foram a época gloriosa em que o nome de Deus era respeitado.
7. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão de toda a humanidade, de o próximo Papa se chamar Ratzinger, a quem todos devem temer reverencialmente.
Só assim os fiéis regressarão à casa de Deus. Se não os conquistamos pela simpatia, conquistamo-os pelo medo, como antes.
Publique-se,
Assinatura ilegível»
«Acho, caro Marujo, que estas medidas "inovadoras" sabem a pouco ao cardeal Torquemada (perdão, Ratzinger). O projecto inicial, recebi-o pelo correio, contém mais seis normas e reza assim:
1. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão, de todas as liturgias serem faladas em latim, com o padre virado de costas para os fiéis. Afinal, há quem tenha saudades dos "bons tempos".
2. Proibição, sob pena de excomunhão, de os fiéis se saudarem durante a missa. São contactos demasiado íntimos e eventualmente pecaminosos.
3. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão, de todos os fiéis respeitarem a dízima, nem que seja sobre o Rendimento Social de Inserção.
4. Proibição, sob pena de excomunhão, de pensar. Pensar é uma irresponsabilidade perigosa. Os fiéis não pensam, crêem. Aqueles que fazem do pensar o seu modo de subsistência, como os cientistas e intelectuais (cruz credo!) devem ser denunciados e julgados por Nós.
5. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão, de todas as fiéis comprovarem semanalmente a sua virgindade. As mulheres impuras não cabem no Reino dos Céus.
6. Proibição, sob pena de excomunhão, de qualquer fiel contactar com infiéis. Um infiel bom é um infiel morto e as Cruzadas foram a época gloriosa em que o nome de Deus era respeitado.
7. Obrigatoriedade, sob pena de excomunhão de toda a humanidade, de o próximo Papa se chamar Ratzinger, a quem todos devem temer reverencialmente.
Só assim os fiéis regressarão à casa de Deus. Se não os conquistamos pela simpatia, conquistamo-os pelo medo, como antes.
Publique-se,
Assinatura ilegível»
Inimigo público
O Público lança amanhã um novo suplemento, satírico, Inimigo Público. Mas deve ser sátira o jornal de José Manuel Fernandes esconder que amanhã para comprar o jornal se vai pagar mais 0,20 cêntimos (40 paus, na moeda antiga), no total de 1 euro.
Dias assim
Classificados
Jovem, desempregado, solteiro ou recém-casado, ainda sem filhos. VAI TRABALHAR MALANDRO! Porque o Governo quer tratar de ti e baixar-te a prestação do subsídio de desemprego.
Resposta a este anúncio: António B. Feliz, Praça de Londres, nas nuvens.
Resposta a este anúncio: António B. Feliz, Praça de Londres, nas nuvens.
Parabéns, Edgar!
Quem me pôs a ler o Saramago numa missa faz hoje anos. Saúdo-o com o brinde que ele repetia quando levantávamos os copos: «À liberdade, que é sempre pouca!»
24.9.03
E a seguir excomungam-nos?
Já dancei (em celebrações cheias de vida e cor), já tomei o vinho (o ministério da comunhão é garantido por muitos e muitos leigos), já li outros textos - até de Saramago! - que não da Bíblia e dos missais, já aplaudi (e talvez tenha aplaudido JP II, na missa na Avenida dos Aliados em 1982!), já comunguei em celebrações ecuménicas (porque o Papa nos pediu outro caminho no encontro de Assis, em 1986), já acolitei ao lado de raparigas, já fiz muito do que o Vaticano quer eventualmente proibir.
A prática de milhões de católicos nas suas comunidades por todo o mundo continuará imutável, como em outras questões - e a Moral Sexual é uma delas (pena o MCE não ter disponível na sua página o texto actualíssimo de 1992...) - e Ratzinger e os seus acólitos descobrirão que vivem outra Igreja.
A prática de milhões de católicos nas suas comunidades por todo o mundo continuará imutável, como em outras questões - e a Moral Sexual é uma delas (pena o MCE não ter disponível na sua página o texto actualíssimo de 1992...) - e Ratzinger e os seus acólitos descobrirão que vivem outra Igreja.
NASCEU!
«O Francisco nasceu! Mãe e bebé estão bem! O pai não cabe em si de contente...» [SMS enviado pelo Diogo, ao início da noite de hoje.]
Sem notícias
1. Vamos continuar com o nervoso miudinho. Ainda não há novidades do Francisco...
2.Já me desafiaram a "postar" sobre as últimas que nos chegam do Vaticano. Lá irei - mas problemas de rede, aqui na casa, impediram-me de o fazer antes. E agora outras chamadas obrigam-me a deixar qualquer posta para mais tarde.
2.Já me desafiaram a "postar" sobre as últimas que nos chegam do Vaticano. Lá irei - mas problemas de rede, aqui na casa, impediram-me de o fazer antes. E agora outras chamadas obrigam-me a deixar qualquer posta para mais tarde.
Chover no molhado.
Por perca de oportunidade acabei por não comentar aquele Blog que tanto deu que falar ultimamente. Sim, esse mesmo que ninguém linka. Nunca lá tinha ido apesar de já ter tido noticias dele há tempos. Não me atraia o estilo que aparentava, género teoria da conspiração que tanto deu que falar nos States em tempos. Há tantos Blog's na Blogosfera que passei facilmente por cima deste. Depois surgiu a polémica e fiquei com a ideia que se calhar me tinha enganado, que não seria bem um estilo de teoria da conspiração mas mais género boatos não fundamentados? E depois era tão dificil encontrar quem linkasse o Blog para lá dar um salto... e depois tudo acabou. Nunca mais o vi...
Em relação à mudez do Muito Mentiroso apenas tenho a dizer que estas coisas de opiniões são como os gases intestinais. Se não se deitam cá para fora ficam lá dentro a fermentar e depois é muito pior... portanto Mentiroso, pá, não te cales! Ou rebentas.
Em relação à mudez do Muito Mentiroso apenas tenho a dizer que estas coisas de opiniões são como os gases intestinais. Se não se deitam cá para fora ficam lá dentro a fermentar e depois é muito pior... portanto Mentiroso, pá, não te cales! Ou rebentas.
Coimbra vai receber 40 lambidelas.
E é já no Sábado que vai acontecer o "concerto que a organização pensa que será o maior alguma vez realizado no país.". Segundo as mesmas fontes "o palco do concerto [...] apresenta «em números aproximados» cerca de 60 metros de largura (aproximadamente a largura de um relvado de futebol), 20 metros de altura e 30 metros de profundidade, sendo «o maior alguma vez montado em Portugal»." para além de cerca de 60 camiões TIR que suportam toda esta logistica... Quem conhece os problemas de trânsito em Coimbra pergunta-se: "E onde raio vão ficar estacionados 60 camiões TIR em Coimbra ?!?!". Mas duvidas à parte é inegável que será um grande concerto. |
Agora é dos poucos (único) evento em Coimbra neste ano que reune à sua volta um razoável frenesim popular. Faltou a todo os outros eventos um envolvimento maior com a população da cidade, já não refiro sequer o perfeito alheamento do resto do país. Falta de divulgação? Qualidade do Programa? Capacidades logisticas?
A verdade é que toda a programação da "Coimbra, Capital Nacional da Cultura 2003" peca por demasiado elitista, digo eu.
Arrisco-me a dizer que, tudo bem espremido, pouco ou nada acrescentou a outra qualquer agenda cultural de uma outra qualquer cidade do País de razoável dimensão.
Apetece rimar:
"Coimbra do Choupal
Ainda és Capital
Da Cultura em portugal?"
23.9.03
Amanhã vou à intervista para um emprego na Pluridioma
Vejo «Murphy Brown», na SIC Mulher. Sobre arte e artistas, num registo muito mais leve - mas sempre divertido - que a peça que vi há uns anos - «Arte», com António Feio, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme, a partir de Yasmina Reza.
E a meio cai a certeza sobre o português legendado. Garante-me o tradutor (convenientemente anónimo) da Pluridioma: «Intervistei-o»! Amanhã vou bater-lhes à porta.
PS - Pior ainda: no "site" deles disponibilizam duas "secções" hilariantes: «Referências» - e têm duas, de Jamie Bowler, do Travel Channel, e Isalete Pereira, da Lusomundo - e «Só para rir», onde se lê: «Todos os dias nos deparamos com textos que nos induzem em erro ou nos fazem rir. Este espaço destina-se a denunciar essas situações e a entreter quem o procura. Complete connosco a lista já existente! Vale tudo... traduções erradas, anúncios, artigos, etc.». Clica-se e o choro (de riso) é maior: «Eros de tradução».
E a meio cai a certeza sobre o português legendado. Garante-me o tradutor (convenientemente anónimo) da Pluridioma: «Intervistei-o»! Amanhã vou bater-lhes à porta.
PS - Pior ainda: no "site" deles disponibilizam duas "secções" hilariantes: «Referências» - e têm duas, de Jamie Bowler, do Travel Channel, e Isalete Pereira, da Lusomundo - e «Só para rir», onde se lê: «Todos os dias nos deparamos com textos que nos induzem em erro ou nos fazem rir. Este espaço destina-se a denunciar essas situações e a entreter quem o procura. Complete connosco a lista já existente! Vale tudo... traduções erradas, anúncios, artigos, etc.». Clica-se e o choro (de riso) é maior: «Eros de tradução».
Boatos, ainda
Lanço mais boatos para o debate. Um amigo de CVM escreveu-lhe sobre a tese da propagação da boataria. Já o "linkei" lá atrás (o "post" das 16:07). Vale a pena ler.
«"De acordo com o mais famoso perito em boatos do mundo, estás enganado. Remeto-te para o livro de Jean-Noel Kapferer, "Rumores". Acontece que os boatos sobrevivem da tua forma de pensar: alimentam-se do conceito instintivo de que não se deve dar gaz ao boato. É por isso que eles têm livre curso. Há muitos exemplos históricos de boatos. Todos eles se propagaram porque os visados os ignoraram, muitas vezes no pressuposto de que, se reagissem a eles, estavam a dar-lhes importância. Os boatos "vencidos" foram-no devido a estratégias totalmente opostas, de total exposição e combate frontal com recurso a informação, porque nessa ocasião o mentiroso encolhe-se, com medo que o descubram. Assim JPP, ainda que tenha "lucrado" com o assunto (tema "juicy"), na verdade deu uma machadada no assunto porque o mentiroso tenderá a recolher à toca."»
Mas não há glórias fáceis nestas coisas! E JPH troca-nos deliciosamente as voltas, com este "rumor": «A existência de Deus - esse sim é um grande rumor. Há 2000 mil anos (no mínimo) que não se fala doutra coisa. Pelo que será difícil, a partir deste exemplo, concluir que falar muito de um rumor contribui para o abafar [...]».
No Glória Fácil, JPH insiste no assunto e critica a «hipocrisia» de Pacheco - e dá uma machadada, que eu infelizmente não posso dar (um blogue colectivo e democrata e participativo, como a Cibertúlia, é assim...): «Esta é a primeira vez que o Glória Fácil fala do assunto. É relevante (decisivo mesmo) o facto de o MM não estar "no ar"».
«"De acordo com o mais famoso perito em boatos do mundo, estás enganado. Remeto-te para o livro de Jean-Noel Kapferer, "Rumores". Acontece que os boatos sobrevivem da tua forma de pensar: alimentam-se do conceito instintivo de que não se deve dar gaz ao boato. É por isso que eles têm livre curso. Há muitos exemplos históricos de boatos. Todos eles se propagaram porque os visados os ignoraram, muitas vezes no pressuposto de que, se reagissem a eles, estavam a dar-lhes importância. Os boatos "vencidos" foram-no devido a estratégias totalmente opostas, de total exposição e combate frontal com recurso a informação, porque nessa ocasião o mentiroso encolhe-se, com medo que o descubram. Assim JPP, ainda que tenha "lucrado" com o assunto (tema "juicy"), na verdade deu uma machadada no assunto porque o mentiroso tenderá a recolher à toca."»
Mas não há glórias fáceis nestas coisas! E JPH troca-nos deliciosamente as voltas, com este "rumor": «A existência de Deus - esse sim é um grande rumor. Há 2000 mil anos (no mínimo) que não se fala doutra coisa. Pelo que será difícil, a partir deste exemplo, concluir que falar muito de um rumor contribui para o abafar [...]».
No Glória Fácil, JPH insiste no assunto e critica a «hipocrisia» de Pacheco - e dá uma machadada, que eu infelizmente não posso dar (um blogue colectivo e democrata e participativo, como a Cibertúlia, é assim...): «Esta é a primeira vez que o Glória Fácil fala do assunto. É relevante (decisivo mesmo) o facto de o MM não estar "no ar"».
Apostasia e liberdades
O Barnabé vai à Estrela entregar um certificado de apostasia, revela-nos hoje. Daqui cheguei a um site repleto de equívocos: «apostosie.org», que anuncia em subtítulo «Porque a liberdade é um dos direitos fundamentais do ser humano». E em desenho acrescenta-se: «Batize inconscientemente, apostate conscientemente» [sic].
Não creio que a nossa liberdade se iniba por sermos baptizados - ou por termos sido baptizados pelos nossos pais. Como não creio que a nossa liberdade se iniba por os nossos pais nos terem iniciado no benfiquismo ou no sportinguismo, no comunismo ou no socialismo, no fascismo ou no liberalismo.
«Inconscientemente», os valores que os nossos pais nos "apresentam" moldam (horror!?) as nossas personalidades, as nossas formas de ser e estar, sem prejuízo algum de, no futuro, renegarmos as nossas "origens", incluindo as católicas, e sem necessidade de assinar um qualquer papel ridículo e ir correr entregá-lo à Basílica da Estrela.
PS - Já desconfiava, mas acrescento esta nota: ao navegar um pouco mais pelo "site" apóstata descobri um argumentário frágil, muito frágil: sobre a pedofilia, com informação omitida, e sobre o baptismo (já repararam como todos os que não se dizem crentes se acham encartados para debater teologicamente qualquer assunto?)...
Não creio que a nossa liberdade se iniba por sermos baptizados - ou por termos sido baptizados pelos nossos pais. Como não creio que a nossa liberdade se iniba por os nossos pais nos terem iniciado no benfiquismo ou no sportinguismo, no comunismo ou no socialismo, no fascismo ou no liberalismo.
«Inconscientemente», os valores que os nossos pais nos "apresentam" moldam (horror!?) as nossas personalidades, as nossas formas de ser e estar, sem prejuízo algum de, no futuro, renegarmos as nossas "origens", incluindo as católicas, e sem necessidade de assinar um qualquer papel ridículo e ir correr entregá-lo à Basílica da Estrela.
PS - Já desconfiava, mas acrescento esta nota: ao navegar um pouco mais pelo "site" apóstata descobri um argumentário frágil, muito frágil: sobre a pedofilia, com informação omitida, e sobre o baptismo (já repararam como todos os que não se dizem crentes se acham encartados para debater teologicamente qualquer assunto?)...
Olha quem fala (parte III)
De uma notícia da Lusa: «Verdes exigem ao ministro do Ambiente "que saia da clandestinidade"».
Os boatos deles, as intuições do outro e as irresponsabilidades abruptas
A propósito de alguns "posts" anteriores...
Um leitor do PortugalDiário já tinha dito que Pacheco Pereira os (aos anónimos mentirosos) «assustou». CVM esclarece que, se calhar, a sua intuição estava errada sobre a propagação insistente desse blogue. Mas nada retira aquilo que penso sobre a irresponsabilidade - como fizeram jornais e como potenciou o Abrupto - em divulgar aquelas mentiras...
Um leitor do PortugalDiário já tinha dito que Pacheco Pereira os (aos anónimos mentirosos) «assustou». CVM esclarece que, se calhar, a sua intuição estava errada sobre a propagação insistente desse blogue. Mas nada retira aquilo que penso sobre a irresponsabilidade - como fizeram jornais e como potenciou o Abrupto - em divulgar aquelas mentiras...
Obrigatórios
São obrigatórios os "posts" diários de Paulo Gorjão, professor universitário, sobre questões nacionais e internacionais, que se multiplicam em mil links e mil referências e pistas para reflexão. O Asceta Filipe já o tornou obrigatório. Eu também acho - e está já na nossa coluna de links «a ler e ver». Para quem gosta de pensar.
Nota: Está lá um debate mantido com um senhor que se diz «católico e de direita», que é contra a Turquia na UE. Gorjão diz (quase) tudo sobre a matéria numa simples frase. Mas é interessante ler o argumentário desse "senhor supostamente católico e de certeza de direita" para perceber o que diz Paulo Portas sobre «os portugueses primeiro».
Nota: Está lá um debate mantido com um senhor que se diz «católico e de direita», que é contra a Turquia na UE. Gorjão diz (quase) tudo sobre a matéria numa simples frase. Mas é interessante ler o argumentário desse "senhor supostamente católico e de certeza de direita" para perceber o que diz Paulo Portas sobre «os portugueses primeiro».
Prémio Eu preferia que lhe cortassem a cabeça
José Eduardo Moniz, director da TVI, hoje em entrevista ao Público:
P. - Com os horários que têm, é dos poucos que vê as séries da TVI no "late night"?
R. - Não... Vamos ver como é que isto evolui. Desde que surjam séries internacionais fortes obviamente que as pomos em antena. Não posso é numa altura em que preciso de fazer 30 ou 35 por cento pôr lá qualquer coisa que à partida sei que faz 20. Se a puser a Causa Justa às dez da noite faz 14 por cento. Isso era colocar a cabeça a jeito para que alguém ma cortasse.
P. - Com os horários que têm, é dos poucos que vê as séries da TVI no "late night"?
R. - Não... Vamos ver como é que isto evolui. Desde que surjam séries internacionais fortes obviamente que as pomos em antena. Não posso é numa altura em que preciso de fazer 30 ou 35 por cento pôr lá qualquer coisa que à partida sei que faz 20. Se a puser a Causa Justa às dez da noite faz 14 por cento. Isso era colocar a cabeça a jeito para que alguém ma cortasse.
Francisco, conselhos práticos
Pois que avisa este blogue de mais um cidadão cibertuliano, o que muito me apraz, e daqui mando já um enorme saravá aos pais nervosos e ansiosos.
Como pai de experiência curta -só oito meses, mas mesmo assim intensos - envio daqui alguns conselhos:
1 - Quando o Francisco sair, se vier de parto normal, terá uma cabeça parecida com o Alien. Não vos assustais. Em poucos dias estará redondinha e linda. (O Manel, quando nasceu, vinha assim. Não me assustei, porque achei-o o Alien mais lindo do universo)
2 - Halibut nunca! Lauroderme sempre! A velha receita é bem melhor que essas novidades que a CUF oferece.
3 - Não acreditem nas Dodot. Têm uns desenhos lindos mas o problema está nas abas (como, aliás, as senhoras bem sabem, por causa doutras prestações). Há fraldas melhores. Tentem.
4 -Comprem já um produto chamado Gripe Water. Não entrem nesse alcoólico mundo do Aero OM. O Gripe Water tem de ser encomendado nas farmácias, mas é remédio santo para as cólicas.
5 - Também é necessário uma caixinha de Bebé Gel, para quando nosso Paquito não quiser fazer. Mais: quando a aerofagia atacar e ele berrar que nem um louco às três da manhã, o truque é simples: cortar o fundo da bisnaga do Bebé Gel e enfiar no rabinho, para o gás sair. ATENÇÃO: nunca se coloquem directamente em frente à bisnaga aberta, dado o perigo de intoxicação.
Como diriam as velhas da minha aldeia: uma hora pequenina.
Aos restantes cibertulianos: os que têm filhos já compreenderam o que eu digo. Aos que ainda não têm, é bem mais agradável falar disto do que fazer um linque para o abrupto, o que não farei.
Como pai de experiência curta -só oito meses, mas mesmo assim intensos - envio daqui alguns conselhos:
1 - Quando o Francisco sair, se vier de parto normal, terá uma cabeça parecida com o Alien. Não vos assustais. Em poucos dias estará redondinha e linda. (O Manel, quando nasceu, vinha assim. Não me assustei, porque achei-o o Alien mais lindo do universo)
2 - Halibut nunca! Lauroderme sempre! A velha receita é bem melhor que essas novidades que a CUF oferece.
3 - Não acreditem nas Dodot. Têm uns desenhos lindos mas o problema está nas abas (como, aliás, as senhoras bem sabem, por causa doutras prestações). Há fraldas melhores. Tentem.
4 -Comprem já um produto chamado Gripe Water. Não entrem nesse alcoólico mundo do Aero OM. O Gripe Water tem de ser encomendado nas farmácias, mas é remédio santo para as cólicas.
5 - Também é necessário uma caixinha de Bebé Gel, para quando nosso Paquito não quiser fazer. Mais: quando a aerofagia atacar e ele berrar que nem um louco às três da manhã, o truque é simples: cortar o fundo da bisnaga do Bebé Gel e enfiar no rabinho, para o gás sair. ATENÇÃO: nunca se coloquem directamente em frente à bisnaga aberta, dado o perigo de intoxicação.
Como diriam as velhas da minha aldeia: uma hora pequenina.
Aos restantes cibertulianos: os que têm filhos já compreenderam o que eu digo. Aos que ainda não têm, é bem mais agradável falar disto do que fazer um linque para o abrupto, o que não farei.
Beira-Mar, 4 - Paços de Ferreira, 1
«Um industrial de Paços de Ferreira foi à Noruega comprar madeira para a sua fábrica.
À noite, estava sozinho no bar do hotel, quando vê uma loira encostada ao bar.
Como não falava norueguês pediu ao barman um bloco e uma caneta e desenhou um copo com dois cubos de gelo. Mostrou-o à loira, ela sorriu e assentiu e foram tomar um copo.
De seguida começou a tocar música. Ele pega de novo no bloco e desenha um casal a dançar. Mostra-lhe, ela acena que sim, e vão dançar.
Quando regressam ao bar, ela pega no bloco e desenha uma cama, uma cadeira e uma cómoda. Mostra-lhe e ele diz: "Sim, sim, sou de Paços de Ferreira".»
[Obrigado, Luís.]
À noite, estava sozinho no bar do hotel, quando vê uma loira encostada ao bar.
Como não falava norueguês pediu ao barman um bloco e uma caneta e desenhou um copo com dois cubos de gelo. Mostrou-o à loira, ela sorriu e assentiu e foram tomar um copo.
De seguida começou a tocar música. Ele pega de novo no bloco e desenha um casal a dançar. Mostra-lhe, ela acena que sim, e vão dançar.
Quando regressam ao bar, ela pega no bloco e desenha uma cama, uma cadeira e uma cómoda. Mostra-lhe e ele diz: "Sim, sim, sou de Paços de Ferreira".»
[Obrigado, Luís.]
22.9.03
Quando nascem bebés, é assim...
É assim, quando nascem bebés: andamos nervosos, "correu tudo bem?", mesmo que não sejam os nossos. E a Cibertúlia já assistiu a uns quantos nascimentos. E parabenizou - sempre que se lembrou - os seus fiéis militantes e leitores. Por isso, antes de antecipar as felicitações, queremos relembrar (dia 20, sábado) aqui o outro Francisco (xiii, sete anos!) e o Nuno (xiiiiiiiiii, meteu-se nos 31!).
Desculpem-nos os leitores acidentais: há dias em que andamos assim, contentes. Pois.
Desculpem-nos os leitores acidentais: há dias em que andamos assim, contentes. Pois.
É verdade!
É mesmo verdade! Na próxima quarta-feira, já depois de amanhã, se tudo correr bem, a Inês dará à luz o nosso primogénito, que se chamará Francisco! Estou muito contente... e um bocadinho nervoso... Os milagres não se explicam!
Foi ontem que ficámos a saber a boa nova, facto que encurtou a semana de trabalho de cinco para apenas dois dias, com a agravante de que tenho de preparar uma reunião que vai ter lugar no próximo sábado e à qual não penso comparecer.
Isto tudo para dizer que a Cibertúlia é uma das muitas coisas que terá de ficar para segundo plano durante os próximos dias...
Foi ontem que ficámos a saber a boa nova, facto que encurtou a semana de trabalho de cinco para apenas dois dias, com a agravante de que tenho de preparar uma reunião que vai ter lugar no próximo sábado e à qual não penso comparecer.
Isto tudo para dizer que a Cibertúlia é uma das muitas coisas que terá de ficar para segundo plano durante os próximos dias...
Correio
1. A Mariana escreveu-nos um breve comentário à estreia de Pacheco na SIC, com o seu blogue televisivo: «Resta saber se o registo bloguista funciona na TV... Será que também vai pedir aos telespectadores a letra do Early Morning Blues do Nat King Cole?»
[ver Abrupto, 19/9/03, EARLY MORNING BLOGS 43, posted 07:17 by JPP]
2. E a Inês e o Diogo fizeram-nos chegar esta mensagem. Eles não se importarão que eu "poste" aqui: «Olá,
O Francisco pediu-me para avisar que chega na próxima 4ª feira, dia 24, à CUF Descobertas. Um beijinho, Inês»
[ver Abrupto, 19/9/03, EARLY MORNING BLOGS 43, posted 07:17 by JPP]
2. E a Inês e o Diogo fizeram-nos chegar esta mensagem. Eles não se importarão que eu "poste" aqui: «Olá,
O Francisco pediu-me para avisar que chega na próxima 4ª feira, dia 24, à CUF Descobertas. Um beijinho, Inês»
Outro eu
Às vezes, apetecia-me saber escrever como CVM, o Outro Eu. Transcrevo-o, para ajudar a reflexões aqui feitas - e que se encontram mais abaixo:
«Qualquer bom boato precisa de boa publicidade. Se não tiver quem o transmita, pára perto. Sendo o megafone da publicidade consideravelmente mais potente que a voz que o propaga tanto melhor (para o boato, claro). José Pacheco Pereira tornou-se o maior divulgador de um blogue de boatos sobre a Casa Pia. Primeiro no Abrupto. Desde ontem, também na televisão. Quantos dos espectadores do Jornal da Noite, da SIC, já teriam ouvido falar do tal blogue? Todos? Não, certamente. Quantos terão ficado com vontade de o ir 'espreitar' para 'tirar a limpo' o que diz Pacheco Pereira? Muitos, decerto. Aquilo que Pacheco Pereira fez foi uma irresponsabilidade. Concordo com o que diz sobre o tal blogue. Bastava tê-lo dito uma vez. O que não posso é estar de acordo com a publicidade que não pára de lhe dar. De resto, Pacheco Pereira sabe-o. Por isso, escrevia ontem no Abrupto, numa espécie de antecipada justificação, esta frase: "a maioria dos nossos actos tem o efeito contrário da sua intenção. Pensando bem, teria que ser assim, porque os nossos actos são simples na sua intencionalidade e o mundo demasiado complexo para a manter. Logo à noite vou provar desta medicina". Mas Pacheco Pereira precisava de um tema juicy para inaugurar o blogue televisivo de domingo, na SIC. Imagino a satisfação dos promotores das denúncias anónimas a esfregarem as mãos de contentes e a repetirem a máxima: 'não importa que falem bem ou mal de nós, o que interessa é que falem de nós'. Pacheco Pereira deu-lhes ontem mais uma ajuda.»
[O sublinhado é nosso.]
Um detalhe, ou talvez não: o blogue citado (não faço "links"), está fechado. Aparentemente. Um leitor do PortugalDiário sustenta que o culpado é Pacheco Pereira, que os «assustou».
«Qualquer bom boato precisa de boa publicidade. Se não tiver quem o transmita, pára perto. Sendo o megafone da publicidade consideravelmente mais potente que a voz que o propaga tanto melhor (para o boato, claro). José Pacheco Pereira tornou-se o maior divulgador de um blogue de boatos sobre a Casa Pia. Primeiro no Abrupto. Desde ontem, também na televisão. Quantos dos espectadores do Jornal da Noite, da SIC, já teriam ouvido falar do tal blogue? Todos? Não, certamente. Quantos terão ficado com vontade de o ir 'espreitar' para 'tirar a limpo' o que diz Pacheco Pereira? Muitos, decerto. Aquilo que Pacheco Pereira fez foi uma irresponsabilidade. Concordo com o que diz sobre o tal blogue. Bastava tê-lo dito uma vez. O que não posso é estar de acordo com a publicidade que não pára de lhe dar. De resto, Pacheco Pereira sabe-o. Por isso, escrevia ontem no Abrupto, numa espécie de antecipada justificação, esta frase: "a maioria dos nossos actos tem o efeito contrário da sua intenção. Pensando bem, teria que ser assim, porque os nossos actos são simples na sua intencionalidade e o mundo demasiado complexo para a manter. Logo à noite vou provar desta medicina". Mas Pacheco Pereira precisava de um tema juicy para inaugurar o blogue televisivo de domingo, na SIC. Imagino a satisfação dos promotores das denúncias anónimas a esfregarem as mãos de contentes e a repetirem a máxima: 'não importa que falem bem ou mal de nós, o que interessa é que falem de nós'. Pacheco Pereira deu-lhes ontem mais uma ajuda.»
[O sublinhado é nosso.]
Um detalhe, ou talvez não: o blogue citado (não faço "links"), está fechado. Aparentemente. Um leitor do PortugalDiário sustenta que o culpado é Pacheco Pereira, que os «assustou».
Rio de anedotas
Que o senhor que gere os destinos do Porto corta a eito, já há muito sabemos. Que queira seguir os destinos do anterior Nuno Cardoso, risível e anedótico, já todos desconfiamos. Hoje, promove mais uma directamente para o anedotário nacional. Como deixou o carro em casa, foram-se-lhe as ideias.
Primeiro: aderiu timidamente ao dia sem carros. «Simbolicamente», disse.
Depois: perante o «caos» (diz a "vox populi", ouvida pela SIC Notícias, que se traduz em viaturas-ocupadas-por-uma-pessoa-só), a autarquia diz que a partir das 13 horas não há mais nada para ninguém.
Antes o caos sem restrições (sim, quem conhece o trânsito do Porto, sabe como é todos os dias, mesmo «sem carros»), parece dizer Rui Riu.
Primeiro: aderiu timidamente ao dia sem carros. «Simbolicamente», disse.
Depois: perante o «caos» (diz a "vox populi", ouvida pela SIC Notícias, que se traduz em viaturas-ocupadas-por-uma-pessoa-só), a autarquia diz que a partir das 13 horas não há mais nada para ninguém.
Antes o caos sem restrições (sim, quem conhece o trânsito do Porto, sabe como é todos os dias, mesmo «sem carros»), parece dizer Rui Riu.
Sem carros, sem ideias
Hoje é dia sem carros. Quase ninguém nota. Este Governo mata todas as iniciativas que cheirem a esquerda (demagógica, como diz Pacheco Pereira no seu Abrupto na SIC), mesmo que visem apenas algo mais: "bater" na cabeça das pessoas que há maneiras diferentes de chegar ao trabalho. Não é o Canal 18 fechado às massas.
Hoje, o director do Público, critica o dia sem carros, sem novidade. Pedindo políticas sérias de alternativas ao transporte privado. Hipocrisia, digo eu. De quem não vai para o emprego de autocarro ou comboio, mas acha muito bem que o povo vá.
Aliás, o problema de «má relações públicas» deste dia sem carros reside (também) nos jornalistas, que não gostam de deixar o carro à porta de casa e fazem passar para a opinião pública a ideia de que este dia é um incómodo, o que este ano nem sequer é real (basta olhar para o mapa de "ruas fechadas" em Lisboa ou Porto, ou à volta destas duas cidades).
Hoje, o director do Público, critica o dia sem carros, sem novidade. Pedindo políticas sérias de alternativas ao transporte privado. Hipocrisia, digo eu. De quem não vai para o emprego de autocarro ou comboio, mas acha muito bem que o povo vá.
Aliás, o problema de «má relações públicas» deste dia sem carros reside (também) nos jornalistas, que não gostam de deixar o carro à porta de casa e fazem passar para a opinião pública a ideia de que este dia é um incómodo, o que este ano nem sequer é real (basta olhar para o mapa de "ruas fechadas" em Lisboa ou Porto, ou à volta destas duas cidades).
Ao Joel - e outros sportinguistas
Isto é mentira, caro Joel: «Não é verdade que o anti-benfiquismo seja o primeiro clube de um sportinguista. Mas é o segundo.» Lá em casa, tenho um bom exemplo de que nem todos os sportinguistas são assim. Coisas do amor.
Nuvem de gás (sinfonia de flatos)
E, àquela hora, «a ver se isto funciona», Pacheco Pereira afundava-se na nuvem de gás que é esse gigante do sistema solar. Júpiter engolia-o face ao multimédia e Clara de Sousa, qual Europa, mostrava-se tão interessada como os oceanos gelados e subterrâneos do satélite ao planeta onde Pacheco se auto-destruiu.
Por momentos, temi que Pacheco fosse recomendar um livro, como tanto criticou a Marcelo, mas escapou-se de boa. Recomendou, para usar como chapéu, uma tina para a barba.
Por momentos, temi que Pacheco fosse recomendar um livro, como tanto criticou a Marcelo, mas escapou-se de boa. Recomendou, para usar como chapéu, uma tina para a barba.
21.9.03
A blogosfera na SIC
Não, não é mais uma notícia sobre blogues. É a chegada de Pacheco Pereira ao comentário na SIC. Um Abrupto transferido para a televisão, como o próprio reconhece no seu blogue, onde confessa que se meteu num sarilho. Mas tem a ajuda da blogosfera, a avaliar pelos temas de hoje: o blogue das mentiras, os cartazes do Santana, a sonda Galileu, o Dom Quixote de Cervantes e... o dia sem carros. Igual a ele próprio, e com tecnologia a condizer.
19.9.03
Avante mentiras
Uma atoarda do «Avante!», nos dias de hoje, não merece credibilidade por aí além... Mas falamos de política.
Noutros tempos, as suas atoardas eram anónimas, mas não eram lixo. Falavam de política.
Não consta que se lesse lá - apesar da oposição óbvia a Salazar - algo sobre eventuais ligações do antigo seminarista de Santa Comba à sua governanta, ou histórias ainda mais sórdidas. Mesmo o «Ballet Rose» (o verdadeiro, não o romance de Felícia Cabrita e Moita Flores) foi decidido nos tribunais (com a Justiça daquele tempo), com denúncias confirmadas na imprensa estrangeira.
As denúncias anónimas devem ser investigadas pelas autoridades judiciais e policiais. Os jornalistas devem procurar confirmar eventuais histórias que lhes caiam em cima, confirmando mil e uma fontes, para garantir a credibilidade do que se escreve - e para não arrastar ninguém para a lama...
PORQUE (conclua-se) não se arrasta para a lama o nome de uma pessoa que seja só por que não gostamos dela, que é o caso daquele blogue.
Noutros tempos, as suas atoardas eram anónimas, mas não eram lixo. Falavam de política.
Não consta que se lesse lá - apesar da oposição óbvia a Salazar - algo sobre eventuais ligações do antigo seminarista de Santa Comba à sua governanta, ou histórias ainda mais sórdidas. Mesmo o «Ballet Rose» (o verdadeiro, não o romance de Felícia Cabrita e Moita Flores) foi decidido nos tribunais (com a Justiça daquele tempo), com denúncias confirmadas na imprensa estrangeira.
As denúncias anónimas devem ser investigadas pelas autoridades judiciais e policiais. Os jornalistas devem procurar confirmar eventuais histórias que lhes caiam em cima, confirmando mil e uma fontes, para garantir a credibilidade do que se escreve - e para não arrastar ninguém para a lama...
PORQUE (conclua-se) não se arrasta para a lama o nome de uma pessoa que seja só por que não gostamos dela, que é o caso daquele blogue.
O justiceiro do jornalismo
Ah! Agora que até nesta página há uma ligação directa para o famoso "muito mentiroso", eis que surge a discussão sobre se devemos ou não dar atenção a uma coisa anónima.
Tal como o Miguel, julgo que não se deve dar atenção a atoardas. Lembro-me que as ciganas do Parque Eduardo VII, como não me convenciam a que as deixasse ler-me a sina, diziam que ia morrer logo ali na passadeira. Atoardas e anónimas, porque nunca soube o nome das senhoras.
O blogue em causa, no entanto, levanta outros problemas, julgo, que são os seguintes:
1) Enquanto os textos chegavam às redacções em cartas anónimas, eram apenas de consumo jornalístico e de uma pequena clique que anda a ver se descobre a «verdade». Era um entre milhares de textos, documentos, processos, recibos estranhos, fotocópias passadas à socapa nas noites de Lisboa ou bares esconsos de hotel. Quem anda nisto sabe como estas coisas se passam e o seu dever é, sempre, olhar para os papeis, desconfiar e, se assim se justificar, investigar.
2) Quando o texto se torna público através da internet, e por causa do seu conteúdo, há uma expectativa óbvia: será que os visados vão responder? Apresentar queixa crime? Será que o Procurador Geral da República vai tomar medidas. Espante-se: nada acontece. O dono da PJ vem dizer que nada faz e a PGR fica na mesma. Então, coloca-se a segunda questão: será o texto tão mentiroso que ninguém lhe liga (os números e a própria investigação jornalistica desmentem esta hipótese em pontos concretos desse texto) ou há fundo de verdade e qualquer queixa pode ser prejudicial para os próprios queixosos.
3) Ávidos de notícias da Casa Pia, os jornalistas seduzem-se como o peixe pelo isco e, infantil e perguiçosamente, mordem-no. Uma semana depois três jornais referem o blog. Duas semanas depois uma televisão publicita-o a milhões de pessoas. Sempre com o mesmo gesto que os putos fazem perante filmes de terror: tapam a cara com a mão, mas abrem os dedos.
4) O MuitoMentiroso é, de facto, mentiroso. Porque se há questões que levanta que são preocupantes, há outras - quer nos textos corridos quer nas perguntas - que são falsificações bem conhecidas de quem investiga o caso.
5) Para provar tudo isto, saibam que um novo texto, chamado «O Polvo, continuação», anda nas redacções há duas semanas e é oriundo do mesmo GOVD, o tal alegado grupo que rema contra a maré. Mas ainda não apareceu no blog. Mas muitos jornalistas, investigadores e cromos de Portugal já o trazem bem junto ao corpito.
Conclusão: uma denúncia anónima merece ser investigada, está na lei. Uma imbecilidade anónima, sem provas e só com lama para atirar deve ser ignorada. Não lembra que o «Avante!», ainda clandestino, tenha sido um jornal de atoardas. Por exemplo.
Tal como o Miguel, julgo que não se deve dar atenção a atoardas. Lembro-me que as ciganas do Parque Eduardo VII, como não me convenciam a que as deixasse ler-me a sina, diziam que ia morrer logo ali na passadeira. Atoardas e anónimas, porque nunca soube o nome das senhoras.
O blogue em causa, no entanto, levanta outros problemas, julgo, que são os seguintes:
1) Enquanto os textos chegavam às redacções em cartas anónimas, eram apenas de consumo jornalístico e de uma pequena clique que anda a ver se descobre a «verdade». Era um entre milhares de textos, documentos, processos, recibos estranhos, fotocópias passadas à socapa nas noites de Lisboa ou bares esconsos de hotel. Quem anda nisto sabe como estas coisas se passam e o seu dever é, sempre, olhar para os papeis, desconfiar e, se assim se justificar, investigar.
2) Quando o texto se torna público através da internet, e por causa do seu conteúdo, há uma expectativa óbvia: será que os visados vão responder? Apresentar queixa crime? Será que o Procurador Geral da República vai tomar medidas. Espante-se: nada acontece. O dono da PJ vem dizer que nada faz e a PGR fica na mesma. Então, coloca-se a segunda questão: será o texto tão mentiroso que ninguém lhe liga (os números e a própria investigação jornalistica desmentem esta hipótese em pontos concretos desse texto) ou há fundo de verdade e qualquer queixa pode ser prejudicial para os próprios queixosos.
3) Ávidos de notícias da Casa Pia, os jornalistas seduzem-se como o peixe pelo isco e, infantil e perguiçosamente, mordem-no. Uma semana depois três jornais referem o blog. Duas semanas depois uma televisão publicita-o a milhões de pessoas. Sempre com o mesmo gesto que os putos fazem perante filmes de terror: tapam a cara com a mão, mas abrem os dedos.
4) O MuitoMentiroso é, de facto, mentiroso. Porque se há questões que levanta que são preocupantes, há outras - quer nos textos corridos quer nas perguntas - que são falsificações bem conhecidas de quem investiga o caso.
5) Para provar tudo isto, saibam que um novo texto, chamado «O Polvo, continuação», anda nas redacções há duas semanas e é oriundo do mesmo GOVD, o tal alegado grupo que rema contra a maré. Mas ainda não apareceu no blog. Mas muitos jornalistas, investigadores e cromos de Portugal já o trazem bem junto ao corpito.
Conclusão: uma denúncia anónima merece ser investigada, está na lei. Uma imbecilidade anónima, sem provas e só com lama para atirar deve ser ignorada. Não lembra que o «Avante!», ainda clandestino, tenha sido um jornal de atoardas. Por exemplo.
Jornalismo justiceiro
O Jorge Barreiros (bem-vindo!) traz aqui um assunto que acho importante. E "linka" para a prosa de Sousa Tavares que diz o que penso sobre o «controverso» blogue. Eu transcrevo, a partir de MST: Aprendi há muito tempo, no tempo dos telefonemas e cartas anónimas da PIDE, que a única resposta digna e possível às acusações anónimas é ignorá-las, esquecê-las e não as reproduzir. Até agora, em democracia, tínhamos pelo menos a razoável protecção da consciência dos editores dos "media" ou, em última análise, o recurso à justiça para reparação das difamações anónimas. Contra a Net e os blogues, porém, nada há que possa defender as pessoas. É a arma perfeita dos cobardes, ideal num país que sempre cultivou o boato, o anonimato e a difamação sem rosto nem assinatura.
Aqui no jornal discutimos a matéria, depois da publicação de um artigo sobre o dito blogue. Eu DISCORDEI violentamente: acho que não se pode tornar CREDÍVEL - dando-lhe espaço noticioso, dando-lhe crédito - uma coisa que é ANÓNIMA e, manifestamente, INSULTUOSA. É cobarde o autor daquilo dizer que se limita a "pôr no ar" coisas que lhe mandam. E são cobardes os jornalistas - que não têm fontes, nem provas documentais do que ali se vomita - falarem de pessoas e coisas e supostos factos que, de outra forma, nunca podiam publicar. Porque manda a deontologia (sim, também a temos) que não se publiquem FACTOS NÃO PROVADOS POR VÁRIAS FONTES. Mais: as fontes anónimas devem ser evitadas, mas sendo impossível devem ser os factos confirmados por várias fontes, credíveis e seguras para os jornalistas.
O que se passa com o dito blogue é que os jornalistas se aproveitam para dar a notícia dos nomes que alegadamente compõem o ramalhete dos crimes escabrosos supostamente cometidos na Casa Pia sem (acham esses jornalistas) se porem em causa.
Esquecer o que ali está não é assobiar para o ar, como se fazia em relação ao que se passava no Casal Ventoso ou no Intendente (um argumento que me venderam para "public(it)ar" o blogue). A droga e a prostituição existem, mas os seus rostos não são caluniados sem possibilidade de defesa.
Duas questões "menores": 1) o Jorge fez o link para o blogue. Outros blogues recusam-se a fazer. Eu também não o faria, pelos motivos que atrás invoquei. Mas há quem defenda o contrário. 2) os blogues passavam bem sem esta publicidade negativa. Mas todas as coisas boas são manipuladas...
Por fim, cito um dos "clássicos" (como aliás, também já ontem, o nosso amigo Asceta referiu): A SIC, no Jornal da Noite, acaba de dar destaque à existência do blogue de denúncias anónimas sobre o processo Casa Pia. Pedimos desculpa por esta interrupção, o jornalismo segue dentro de momentos.
Aqui no jornal discutimos a matéria, depois da publicação de um artigo sobre o dito blogue. Eu DISCORDEI violentamente: acho que não se pode tornar CREDÍVEL - dando-lhe espaço noticioso, dando-lhe crédito - uma coisa que é ANÓNIMA e, manifestamente, INSULTUOSA. É cobarde o autor daquilo dizer que se limita a "pôr no ar" coisas que lhe mandam. E são cobardes os jornalistas - que não têm fontes, nem provas documentais do que ali se vomita - falarem de pessoas e coisas e supostos factos que, de outra forma, nunca podiam publicar. Porque manda a deontologia (sim, também a temos) que não se publiquem FACTOS NÃO PROVADOS POR VÁRIAS FONTES. Mais: as fontes anónimas devem ser evitadas, mas sendo impossível devem ser os factos confirmados por várias fontes, credíveis e seguras para os jornalistas.
O que se passa com o dito blogue é que os jornalistas se aproveitam para dar a notícia dos nomes que alegadamente compõem o ramalhete dos crimes escabrosos supostamente cometidos na Casa Pia sem (acham esses jornalistas) se porem em causa.
Esquecer o que ali está não é assobiar para o ar, como se fazia em relação ao que se passava no Casal Ventoso ou no Intendente (um argumento que me venderam para "public(it)ar" o blogue). A droga e a prostituição existem, mas os seus rostos não são caluniados sem possibilidade de defesa.
Duas questões "menores": 1) o Jorge fez o link para o blogue. Outros blogues recusam-se a fazer. Eu também não o faria, pelos motivos que atrás invoquei. Mas há quem defenda o contrário. 2) os blogues passavam bem sem esta publicidade negativa. Mas todas as coisas boas são manipuladas...
Por fim, cito um dos "clássicos" (como aliás, também já ontem, o nosso amigo Asceta referiu): A SIC, no Jornal da Noite, acaba de dar destaque à existência do blogue de denúncias anónimas sobre o processo Casa Pia. Pedimos desculpa por esta interrupção, o jornalismo segue dentro de momentos.
O estado dos transportes (IV)
A Carris antecipa-se ao dia sem carros (que todos os automobilistas-em-carro próprio detestam) e promove nos seus veículos a companhia com uma campanha publicitária engraçada - e que lembra o essencial: é possível, hoje em dia, andar de autocarro a ler um livro ou o jornal, a jogar, a falar ao telemóvel sem riscos de provocar acidentes...
Como costumo ser optimista: ainda por cima, ando todos os dias de Mercedes ou Volvo, motorista particular e ar condicionado. E deixem-me ser de esquerda: e dou boleia a uns quantos pelo caminho. Já experimentaram?
Como costumo ser optimista: ainda por cima, ando todos os dias de Mercedes ou Volvo, motorista particular e ar condicionado. E deixem-me ser de esquerda: e dou boleia a uns quantos pelo caminho. Já experimentaram?
A estranha forma de comunicar...
Oi bloguistas,
(bloguista - não sei se o Livro de Estilo da Cibertulia permite a expressão... mesmo assim aqui vai!)
Esta é a minha primeira experiência bloguista... e já se sabe, a primeira vez é sempre especial!
Tenho acompanhado com regularidade a Cibertulia, aliás como já o fazia na versão anterior à febre bloguista - por mailing list. Devo agradacer ao Miguel Marujo por nos proporcionar, mais uma vez, um espaço de debate, comunhão e expressão daquilo que nos passa pela cabeça...
Vou levantar um tema que está na ordem do dia... é blog e é controverso!
O Miguel, o outro, o Sousa Tavares já se insurgiu e as TVs já o noticiaram... Na realidade mais parece uma novela com contornos Agatha Christicos, por outro deixa-nos uma réstia de dúvidas... e se for a realidade?
Na verdade, aceitando a justiça portuguesa - leia-se PJ - denúncias anónimas para iniciar a investigação de qualquer crime, será lícito pedir-lhes que avancem com a investigação com base nas 100 perguntas e outras tantas suspeitas levantadas pelos mentirosos?
(bloguista - não sei se o Livro de Estilo da Cibertulia permite a expressão... mesmo assim aqui vai!)
Esta é a minha primeira experiência bloguista... e já se sabe, a primeira vez é sempre especial!
Tenho acompanhado com regularidade a Cibertulia, aliás como já o fazia na versão anterior à febre bloguista - por mailing list. Devo agradacer ao Miguel Marujo por nos proporcionar, mais uma vez, um espaço de debate, comunhão e expressão daquilo que nos passa pela cabeça...
Vou levantar um tema que está na ordem do dia... é blog e é controverso!
O Miguel, o outro, o Sousa Tavares já se insurgiu e as TVs já o noticiaram... Na realidade mais parece uma novela com contornos Agatha Christicos, por outro deixa-nos uma réstia de dúvidas... e se for a realidade?
Na verdade, aceitando a justiça portuguesa - leia-se PJ - denúncias anónimas para iniciar a investigação de qualquer crime, será lícito pedir-lhes que avancem com a investigação com base nas 100 perguntas e outras tantas suspeitas levantadas pelos mentirosos?
18.9.03
Solidariedade de ouvido
Já está a acontecer a reunião de blogues que o Saraiva "postou" em baixo. Temos pena de apenas poder seguir à distância. Mas também temos pena da baixa de um dos intervenientes. O José Mário Silva está mal de ouvidos! Como o compreendo! Não há blogue que resista a tamanha moínha...
Sobre WebLogs
Dar aqui notícia também do I Encontro Nacional sobre Weblogs que se realiza na Universidade do Minho hoje e amanhã.
Para além disso é ainda possivel ir assistindo ao evoluir do encontro através do BLOG criado para o efeito.
E como os organizadores quiseram alargar a participação a todos, mesmo os que não podem fisicamente ir a Braga, decidiram libertar o Blog para qualquer um que queira postar. Como? Aceder a www.blogger.com e entrar com o username: Encontro, password: braga.
Já agora o Programa retirado precisamente do Blog:
PROGRAMA DO ENCONTRO
I Encontro Nacional sobre Weblogs
Universidade do Minho, 18 e 19 de Setembro de 2003
Dia 18 de Setembro
17.30 h Abertura do secretariado e recepção dos participantes
18.00 h Abertura e sessão de boas-vindas
18.15 h Intervenções:
*Panorama da blogosfera em Portugal, por António Granado (Ponto Media)
*Panorama espanhol e europeu da blogosfera, por Jose Luis Orihuela (e-Cuaderno).
19.45 h Suspensão dos trabalhos
Dia 19 de Setembro
09.30 h 1º Painel - Weblogs, cidadania e participação
*Abrupto
*Blog de Esquerda
*Socioblogue
11.00 h Intervalo
11.30 h 2º Painel - Weblogs, ensino, aprendizagem e investigação
*Aula de Jornalismo
*Gente Jovem
*JornalismoPortoNet
*Teoria da Comunicação
13.00 h Intervalo para almoço
14.30 h 3º Painel - Weblogs, jornalismo e comunicação
*Contrafactos e Argumentos
*Íntima Fracção
*Jornalismo Digital
16.30h Intervalo
16.45 h Sessão final: Weblogs e sociedade - Horizontes da blogosfera
*Todos os participantes
18.00 h Encerramento dos trabalhos.
Para além disso é ainda possivel ir assistindo ao evoluir do encontro através do BLOG criado para o efeito.
E como os organizadores quiseram alargar a participação a todos, mesmo os que não podem fisicamente ir a Braga, decidiram libertar o Blog para qualquer um que queira postar. Como? Aceder a www.blogger.com e entrar com o username: Encontro, password: braga.
Já agora o Programa retirado precisamente do Blog:
PROGRAMA DO ENCONTRO
I Encontro Nacional sobre Weblogs
Universidade do Minho, 18 e 19 de Setembro de 2003
Dia 18 de Setembro
17.30 h Abertura do secretariado e recepção dos participantes
18.00 h Abertura e sessão de boas-vindas
18.15 h Intervenções:
*Panorama da blogosfera em Portugal, por António Granado (Ponto Media)
*Panorama espanhol e europeu da blogosfera, por Jose Luis Orihuela (e-Cuaderno).
19.45 h Suspensão dos trabalhos
Dia 19 de Setembro
09.30 h 1º Painel - Weblogs, cidadania e participação
*Abrupto
*Blog de Esquerda
*Socioblogue
11.00 h Intervalo
11.30 h 2º Painel - Weblogs, ensino, aprendizagem e investigação
*Aula de Jornalismo
*Gente Jovem
*JornalismoPortoNet
*Teoria da Comunicação
13.00 h Intervalo para almoço
14.30 h 3º Painel - Weblogs, jornalismo e comunicação
*Contrafactos e Argumentos
*Íntima Fracção
*Jornalismo Digital
16.30h Intervalo
16.45 h Sessão final: Weblogs e sociedade - Horizontes da blogosfera
*Todos os participantes
18.00 h Encerramento dos trabalhos.
Parabéns
Sampaio faz hoje anos. Está em boa companhia: o meu Pai, uma das minhas cunhadas e um dos meus sobrinhos também fazem hoje anos.
17.9.03
Exterminador quase implacável
Andamos - eu, o Nuno e o Zé - a tentar combinar uma ida ao cinema para ver o «Exterminador Implacável». Hoje, em reportagem, fui ter com o Zé que anda há muitos dias preocupado com outro exterminador: o fogo na "sua" Tapada de Mafra. Gostei da "aula" que tive. E no meio de tanto fogo "atirado" ao ar, gosto de ouvir quem se preocupa com a floresta. Obrigado, Zé, Ricardo - e os outros todos que por lá andam.
16.9.03
Estado da Oposição
Anda o país político posto em sobressalto (pequenino, como pequeninos são alguns dos seus actores), e a família Ferro Rodrigues preocupada com o seu cão.
Leituras (a bola à terça-feira)
Gosto de ler o Diogo, também sobre futebol (e espero, nos próximos dias, que possa abrilhantar este blogue com análises sobre o puerpério). Há quem comente, aliás, as suas análises sobre o Benfica. Mas, depois de ter encontrado este outro blogue - que conheci pela mão de um portista, relembrado agora também por um benfiquista - tenho de concordar que com benfiquistas assim o mundo seria muito melhor. Os portistas e os sportinguistas também gostarão... E os que não gostam de futebol começarão a ver a bola de outra forma.
Suores frios
Aveiro merecia melhor. Que o Portas deixasse de passear as suas alarvidades por aquelas terras de gentes boas - e emigrantes. Os muitos ilhavenses e murtosenses que partiram para as Américas devem ter ouvido muitas vezes da boca de outros portas-trauliteiros dessas terras idênticas alarvidades.
Pires de Lima (filho) atacou a falta de neurónios de Pacheco Pereira. A fé destes senhores (alegadamente) democratas e cristãos perde-se à mínima crítica.
Pires de Lima (filho) atacou a falta de neurónios de Pacheco Pereira. A fé destes senhores (alegadamente) democratas e cristãos perde-se à mínima crítica.
Cultura Gearl
De um mail de um amigo...
De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etaso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que vcoe pdoe anida ler sem gnderas pobrlmea. Itso é poqrue nós nao lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Cosiruo não?
Ou seja meus amigos, o terror (suores frios mesmo) que tenho em escrever aqui com gralhas passou-se-me completamente! Porque no fundo o que interessa, fazer perceber o que quero dizer - comunicar, está assegurado.
Uma melhor contextualização do fenómeno pode ser encontrada neste blog.
De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etaso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que vcoe pdoe anida ler sem gnderas pobrlmea. Itso é poqrue nós nao lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Cosiruo não?
Ou seja meus amigos, o terror (suores frios mesmo) que tenho em escrever aqui com gralhas passou-se-me completamente! Porque no fundo o que interessa, fazer perceber o que quero dizer - comunicar, está assegurado.
Uma melhor contextualização do fenómeno pode ser encontrada neste blog.
15.9.03
Os portugueses primeiro
Paulo Portas passou-se!
Eu ouvi Paulo Portas, ao falar de imigração, dizer "os portugueses primeiro".
Esta frase é a tradução literal do slogan da última campanha eleitoral de Jean-Marie Le Pen (Les Français d'abord) e é também o título da revista mensal publicada pela Frente Nacional francesa. Esta revista aborda fundamentalmente "as questões que preocupam os franceses", ou seja: "a insegurança e a imigração, o desemprego e as deslocalizações, o social e as reformas". Os temas são apresentados assim mesmo, dois a dois, como a estabelecer uma relação directa entre os dois termos de uma mesma equação: a imigração como razão da insegurança, o desemprego devido às deslocalizações, as políticas sociais e as reformas.
Tal qual como fez Paulo Portas na rentrée de Aveiro: a imigração como causa do desemprego.
Mas Paulo Portas também falou da, segundo ele, necessária revisão constitucional. Não porque seja preciso reformar o sistema político ou por qualquer outra razão estrutural, mas porque é preciso libertá-la do seu cunho ideológico. Como se a Constituição não fosse precisamente um documento ideológico!
O que Paulo Portas quer, diga-se claramente, é substituir o actual cunho ideológico da CRP (socialista) por um outro qualquer cunho ideológico. Arrisco até a aposta de que Paulo Portas gostaria mais de ter uma Constituição que dissesse "os portugueses primeiro".
Mas, estou certo, o PS e (até) o PSD não vão deixar que tal aconteça. O PSD vai perceber que está a alimentar o monstro que Paulo Portas criou. E que se continuar a alimentá-lo, a direita liberal portuguesa vai ser responsável pelo retrocesso e pela vergonha que representariam o triunfo ou simplesmente o crescimento da extrema-direita portuguesa.
As próximas eleições europeias vão ser decisivas para aferir da responsabilidade do PSD e do real peso do PP na sociedade portuguesa. Vai o PSD aceitar uma coligação eleitoral com um partido claramente anti-europeu como o PP? Espero, sinceramente, que não. Espero que o PSD saiba aproveitar esse momento para separar as águas, porque eu não duvido que o PP saberá aproveitá-lo para apalpar o terreno. É que a questão europeia é uma das preferidas da tal revista francesa...
Eu ouvi Paulo Portas, ao falar de imigração, dizer "os portugueses primeiro".
Esta frase é a tradução literal do slogan da última campanha eleitoral de Jean-Marie Le Pen (Les Français d'abord) e é também o título da revista mensal publicada pela Frente Nacional francesa. Esta revista aborda fundamentalmente "as questões que preocupam os franceses", ou seja: "a insegurança e a imigração, o desemprego e as deslocalizações, o social e as reformas". Os temas são apresentados assim mesmo, dois a dois, como a estabelecer uma relação directa entre os dois termos de uma mesma equação: a imigração como razão da insegurança, o desemprego devido às deslocalizações, as políticas sociais e as reformas.
Tal qual como fez Paulo Portas na rentrée de Aveiro: a imigração como causa do desemprego.
Mas Paulo Portas também falou da, segundo ele, necessária revisão constitucional. Não porque seja preciso reformar o sistema político ou por qualquer outra razão estrutural, mas porque é preciso libertá-la do seu cunho ideológico. Como se a Constituição não fosse precisamente um documento ideológico!
O que Paulo Portas quer, diga-se claramente, é substituir o actual cunho ideológico da CRP (socialista) por um outro qualquer cunho ideológico. Arrisco até a aposta de que Paulo Portas gostaria mais de ter uma Constituição que dissesse "os portugueses primeiro".
Mas, estou certo, o PS e (até) o PSD não vão deixar que tal aconteça. O PSD vai perceber que está a alimentar o monstro que Paulo Portas criou. E que se continuar a alimentá-lo, a direita liberal portuguesa vai ser responsável pelo retrocesso e pela vergonha que representariam o triunfo ou simplesmente o crescimento da extrema-direita portuguesa.
As próximas eleições europeias vão ser decisivas para aferir da responsabilidade do PSD e do real peso do PP na sociedade portuguesa. Vai o PSD aceitar uma coligação eleitoral com um partido claramente anti-europeu como o PP? Espero, sinceramente, que não. Espero que o PSD saiba aproveitar esse momento para separar as águas, porque eu não duvido que o PP saberá aproveitá-lo para apalpar o terreno. É que a questão europeia é uma das preferidas da tal revista francesa...
Pequenino Portas
Não está esquecido o "post" às portas da fé. Só não houve ainda tempo! Entretanto, Pacheco Pereira atirou-se a Portas, este domingo [«Voz presa, voz solta»] - e com toda a razão! - por copiar «a vulgata de Le Pen». Um alerta que já aqui tínhamos denunciado: «Depois da madrugada, há um formigueiro de gente que sai à rua, mete-se no metro, sobe aos autocarros, anda de comboio. Andassem os nossos governantes de transportes entre as seis e as sete da manhã e mudaria a política de (contra a) imigração.»
Futebol
Quando eu era pequenino, no recreio da escola, à segunda-feira só se falava de futebol. Vou tentar retomar este bom hábito e, às segundas-feiras, escrever sobre futebol.
Infelizmente para mim, vou ter de começar por dizer mal do Benfica...
Mas vamos com calma... first things first!
Poaaaarto!
O Porto ganhou, mas isso não é propriamente notícia. O que vale a pena dizer é que o Porto ganhou sem Deco, sem Costinha, sem Alenitchev e sem McCarthy! O Porto tem um plantel de enorme categoria e conta com reservas de imensa qualidade, como são Pedro Mendes e Ricardo Fernandes ou Marco Ferreira e Mário Silva. Ricardo Fernandes e Marco Ferreira até foram os marcadores dos golos que deram a vitória ao Porto, mas o destaque não podia deixar de ir para o marcador do outro golo do Porto: Derlei abriu o marcador com um golo de classe e fez a assistência para o terceiro golo com um passe magistral. E, como sempre, mostrou uma entrega e uma visão de jogo que merecem respeito.
Independentemente da justeza da vitória do Porto, não posso deixar de fazer um comentário à arbitragem. João Ferreira esteve mal em dois lances importantes: ao mostrar o segundo cartão amarelo a Edson (não houve penalty mas também não houve simulação) e ao não assinalar uma mão de Nuno Valente no lance que iniciou a jogada que haveria de dar o terceiro golo ao Porto.
Benfica
O Benfica não foi capaz de ganhar ao Belenenses e, em vésperas de ir jogar às Antas contra o Porto, perdeu mais dois pontos, o que o deixa já a 5 pontos do campeão nacional...
Não é grande começo, mas vamos pensar que o Porto no ano passado também empatou em casa com o Belenenses...
O que é que se pode dizer sobre uma equipa que aos 86' está a ganhar 3-1 e que sofre dois golos no período de descontos? No mínimo, que anda com medo!
Incrível a forma como o Benfica teve o pássaro na mão e depois o deixou fugir... É verdade que o Benfica foi forçado a apresentar uma equipa muito diferente da habitual (devido às ausências de Simão e de Geovanni, à estreia de Luisão e ao facto de Zahovic ter ficado no banco), mas também é verdade que o Belenenses não jogou nada de especial. O Benfica perdeu dois pontos porque a equipa não foi coesa, porque faltou um pensador no meio-campo, porque teve medo e resolveu segurar o resultado e porque Marco Aurélio fez grandes defesas. Perdeu dois pontos porque Camacho fez as substituições erradas (quem é que percebe a saída de Féher para a entrada de Hélder?!), mas, objectivamente, também perdeu dois pontos porque a equipa de arbitragem não deixou o Benfica ganhar o jogo. Duarte Gomes cometeu erros de palmatória: logo aos 9' anulou um golo ao Benfica, assinalando um fora-de-jogo inexistente e, já na segunda parte, voltou a assinalar erradamente dois foras-de-jogo (a Alex e a João Pereira) em lances nos quais os jogadores do Benfica corriam isolados para a baliza do Belenenses. O pior de tudo foi, no entanto, ao nível disciplinar: apesar da dureza dos jogadores do Belenenses, apenas Rui Borges viu o cartão amarelo (enquanto que no Benfica houve cartões para 4 jogadores!). É incrível, por exemplo, como é que Eliseu e Filgueira não viram sequer o cartão amarelo...
Sporting
Ontem à noite o Sporting recebeu e venceu o Nacional, cumprindo o seu dever.
Rochemback foi outra vez o melhor (eu já tinha avisado!): inaugurou o marcador com um remate de fora da área, defendeu como ninguém e mostrou uma notável leitura de jogo e uma alegria contagiante. É um craque!
Foi o regresso às vitórias depois do desastre das Antas e Fernando Santos parece ter lido as minhas críticas, já que tirou Hugo e deixou jogar Quiroga e Polga. O Nacional, por sua vez, podia ter reduzido a vantagem do Sporting, mas Adriano, isolado, não consegiu bater Ricardo.
Para completar a trilogia da má arbitragem, uma palavrinha para Nuno Almeida: péssimo! Espero que tenha aprendido que quando não se tem critério, não se consegue impor autoridade...
O Boavista ainda não jogou. O Vitória de Guimarães perdeu em casa contra a Académica de Coimbra. O Marítimo ganhou outra vez por 1-0 e mantém-se na liderança. O Sporting de Braga leva três vitórias consecutivas e só perdeu pontos contra o Porto.
Os estádios do Euro 2004 é que são uma barraca: em Guimarães falhou a luz e nem a placa do 4º árbitro funcionava; em Alvalade já quase conseguiram resolver o problema do relvado... Sempre quero ver que defeitos terão os outros!
Infelizmente para mim, vou ter de começar por dizer mal do Benfica...
Mas vamos com calma... first things first!
Poaaaarto!
O Porto ganhou, mas isso não é propriamente notícia. O que vale a pena dizer é que o Porto ganhou sem Deco, sem Costinha, sem Alenitchev e sem McCarthy! O Porto tem um plantel de enorme categoria e conta com reservas de imensa qualidade, como são Pedro Mendes e Ricardo Fernandes ou Marco Ferreira e Mário Silva. Ricardo Fernandes e Marco Ferreira até foram os marcadores dos golos que deram a vitória ao Porto, mas o destaque não podia deixar de ir para o marcador do outro golo do Porto: Derlei abriu o marcador com um golo de classe e fez a assistência para o terceiro golo com um passe magistral. E, como sempre, mostrou uma entrega e uma visão de jogo que merecem respeito.
Independentemente da justeza da vitória do Porto, não posso deixar de fazer um comentário à arbitragem. João Ferreira esteve mal em dois lances importantes: ao mostrar o segundo cartão amarelo a Edson (não houve penalty mas também não houve simulação) e ao não assinalar uma mão de Nuno Valente no lance que iniciou a jogada que haveria de dar o terceiro golo ao Porto.
Benfica
O Benfica não foi capaz de ganhar ao Belenenses e, em vésperas de ir jogar às Antas contra o Porto, perdeu mais dois pontos, o que o deixa já a 5 pontos do campeão nacional...
Não é grande começo, mas vamos pensar que o Porto no ano passado também empatou em casa com o Belenenses...
O que é que se pode dizer sobre uma equipa que aos 86' está a ganhar 3-1 e que sofre dois golos no período de descontos? No mínimo, que anda com medo!
Incrível a forma como o Benfica teve o pássaro na mão e depois o deixou fugir... É verdade que o Benfica foi forçado a apresentar uma equipa muito diferente da habitual (devido às ausências de Simão e de Geovanni, à estreia de Luisão e ao facto de Zahovic ter ficado no banco), mas também é verdade que o Belenenses não jogou nada de especial. O Benfica perdeu dois pontos porque a equipa não foi coesa, porque faltou um pensador no meio-campo, porque teve medo e resolveu segurar o resultado e porque Marco Aurélio fez grandes defesas. Perdeu dois pontos porque Camacho fez as substituições erradas (quem é que percebe a saída de Féher para a entrada de Hélder?!), mas, objectivamente, também perdeu dois pontos porque a equipa de arbitragem não deixou o Benfica ganhar o jogo. Duarte Gomes cometeu erros de palmatória: logo aos 9' anulou um golo ao Benfica, assinalando um fora-de-jogo inexistente e, já na segunda parte, voltou a assinalar erradamente dois foras-de-jogo (a Alex e a João Pereira) em lances nos quais os jogadores do Benfica corriam isolados para a baliza do Belenenses. O pior de tudo foi, no entanto, ao nível disciplinar: apesar da dureza dos jogadores do Belenenses, apenas Rui Borges viu o cartão amarelo (enquanto que no Benfica houve cartões para 4 jogadores!). É incrível, por exemplo, como é que Eliseu e Filgueira não viram sequer o cartão amarelo...
Sporting
Ontem à noite o Sporting recebeu e venceu o Nacional, cumprindo o seu dever.
Rochemback foi outra vez o melhor (eu já tinha avisado!): inaugurou o marcador com um remate de fora da área, defendeu como ninguém e mostrou uma notável leitura de jogo e uma alegria contagiante. É um craque!
Foi o regresso às vitórias depois do desastre das Antas e Fernando Santos parece ter lido as minhas críticas, já que tirou Hugo e deixou jogar Quiroga e Polga. O Nacional, por sua vez, podia ter reduzido a vantagem do Sporting, mas Adriano, isolado, não consegiu bater Ricardo.
Para completar a trilogia da má arbitragem, uma palavrinha para Nuno Almeida: péssimo! Espero que tenha aprendido que quando não se tem critério, não se consegue impor autoridade...
O Boavista ainda não jogou. O Vitória de Guimarães perdeu em casa contra a Académica de Coimbra. O Marítimo ganhou outra vez por 1-0 e mantém-se na liderança. O Sporting de Braga leva três vitórias consecutivas e só perdeu pontos contra o Porto.
Os estádios do Euro 2004 é que são uma barraca: em Guimarães falhou a luz e nem a placa do 4º árbitro funcionava; em Alvalade já quase conseguiram resolver o problema do relvado... Sempre quero ver que defeitos terão os outros!
O Canal 18 explicado às criancinhas
O Diogo já o escreveu: «O Governo julga-se no direito (ou até na obrigação) de nos dizer o que é bom e o que é mau; o que é aceitável e o que é inaceitável; o que está certo e o que está errado. E a religião dá uma ajuda na legitimação deste seu papel». Já outros andavam preocupados com estas matérias.
Agora, chegou às ruas esta "nebulosa" atitude purificadora governamental. Numa campanha da responsabilidade do ministro mais ideológico deste Governo, o do Trabalho e da Segurança Social - Bagão Félix -, está nas ruas a prevenção de violência contra as crianças. Numa clara mensagem subliminar, o primeiro alerta do grande "outdoor" diz em letras garrafais: «NÃO DIALOGAR» - e depois, em letra quase imperceptível, «com estranhos».
Agora, chegou às ruas esta "nebulosa" atitude purificadora governamental. Numa campanha da responsabilidade do ministro mais ideológico deste Governo, o do Trabalho e da Segurança Social - Bagão Félix -, está nas ruas a prevenção de violência contra as crianças. Numa clara mensagem subliminar, o primeiro alerta do grande "outdoor" diz em letras garrafais: «NÃO DIALOGAR» - e depois, em letra quase imperceptível, «com estranhos».
14.9.03
A táctica do morcego
Dizia o Luiz Veríssimo há dias que a selecção brasileira estaria prestes a jogar com a tática do morcego. 11 pendurados na barra da baliza.
Assim me parece o governo nacional. À espera que, de maduros, caiam depressa.
P.S.- Avisa um ministro que vamos receber em 4.3 milhões de caixas de correio uma carta a cores com o seleccionador nacional a «convocar-nos» para o Euro'2004. Mas este país não tem onde gastar o dinheiro?
Assim me parece o governo nacional. À espera que, de maduros, caiam depressa.
P.S.- Avisa um ministro que vamos receber em 4.3 milhões de caixas de correio uma carta a cores com o seleccionador nacional a «convocar-nos» para o Euro'2004. Mas este país não tem onde gastar o dinheiro?
Ainda o 11/9
Há mais ou menos 15 anos, sem terrorismo, chocaram dois comboios em Alcafache. Foi A tragédia de Portugal, antes dessa chamada Entre-os-Rios e logo depois de Camarate. Ali, o povo justo saiu às ruas para ajudar. Era um país saído do PREC, com resquícios de Arnaldo de Matos ainda nas cabeças.
Esse é o nosso 11/9.
Quanto à polémica Chile/NY, não são de todos comparáveis. O Chile é comparável ao Noriega, ao apoio subterrâneo dos EUA ao Hammas. Mas o 11/9 das torres gémeas é algo de dantesco, algo de insane. Os outros são a política pura e dura dos gabinetes de Kissinger, da NSA, o Eisenhower,do Nixon e do Reagan - sim, não gosto dos neo-liberais republicanos nem dos maluquinhos do domínio do mundo.
Há mais 11/9, espalhados pelo calendário: Timor, Ruanda, Somália, Eritreia, Tchetchénia... 11/9 que não são o ataque ignaro a dois prédios com aviões cheios de combustível e inocentes. Em suma: Pinochet e Allende são duas faces da mesma moeda, o poder. Gosto de um, abomino o outro. Mas o mundo nada tem de linear e joga-se num tabuleiro sórdido de poderes corruptos e com preços marcados.
A quem não leu, um livrinho: «O Homem do Castelo Alto», de Phillip K. Dick. Numa linha: e se Hitler tivesse ganho a guerra?
Teria sido certamente num 11/9 qualquer.
Esse é o nosso 11/9.
Quanto à polémica Chile/NY, não são de todos comparáveis. O Chile é comparável ao Noriega, ao apoio subterrâneo dos EUA ao Hammas. Mas o 11/9 das torres gémeas é algo de dantesco, algo de insane. Os outros são a política pura e dura dos gabinetes de Kissinger, da NSA, o Eisenhower,do Nixon e do Reagan - sim, não gosto dos neo-liberais republicanos nem dos maluquinhos do domínio do mundo.
Há mais 11/9, espalhados pelo calendário: Timor, Ruanda, Somália, Eritreia, Tchetchénia... 11/9 que não são o ataque ignaro a dois prédios com aviões cheios de combustível e inocentes. Em suma: Pinochet e Allende são duas faces da mesma moeda, o poder. Gosto de um, abomino o outro. Mas o mundo nada tem de linear e joga-se num tabuleiro sórdido de poderes corruptos e com preços marcados.
A quem não leu, um livrinho: «O Homem do Castelo Alto», de Phillip K. Dick. Numa linha: e se Hitler tivesse ganho a guerra?
Teria sido certamente num 11/9 qualquer.
12.9.03
Solitary Man
Morreu Johnny Cash. Ele próprio o disse, sobre a doença que o afligiu nos últimos anos - e que não o impediu de gravar algumas das mais belas músicas da última década: há «uma grande força que emana de toda aquela fraqueza». A música a vencer a morte, claro.
As férias de Mussolini, de acordo com Berlusconi
«Parlando di Iraq, ai due giornalisti che confrontavano la dittatura di Saddam e quella di Mussolini il premier aveva risposto che il paragone è improponibile perché il regime del duce non fu feroce come quello iracheno. Quella italiana, secondo il premier, "era una dittatura molto più...". "Benevolente", suggerisce Nicholas Farrell, "o benigna", traduce l'interprete del presidente del Consiglio. Riprende Berlusconi: "Sì, Mussolini non ha mai ammazzato nessuno, Mussolini mandava la gente a fare vacanza al confino".»
In La Repubblica
In La Repubblica
O fatídico 11 de Setembro
Depois do golpe de estado de Pinochet ter marcado o calendário de 1973 (não vi o documentário que a RTP anunciou, mas vi dois que o Canal História emitiu ontem) e do ataque terrorista da Al-Qaeda ter assinalado o de 2001, o dia 11 de Setembro de 2003 ficará marcado por outros dois factos tristes e de consequências imprevisíveis.
O primeiro, anunciado logo de manhã, foi a morte de Anna Lindh. Não a conheci pessoalmente, mas tenho uma amiga que trabalhou muito próxima dela, no partido social-democrata sueco e que sempre se referia a ela com enorme entusiasmo e esperança no futuro. Daquilo que sei, a descrição que Isabel Arriaga e Cunha faz dela no Público de hoje é extremamente fiel à realidade: «aliança da simplicidade escandinava com uma sensibilidade muito feminina e uma forte personalidade».
Anna Lindh seguiu desde cedo as passadas de Olof Palme, outro político sueco assassinado nas ruas de Estocolmo, num momento de descontracção pessoal. Anna Lindh e Olof Palme, para além da morte, tinham em comum o amor à liberdade, à igualdade e à solidariedade. Agora partilham também o facto de terem sido injustamente castigados e juntam-se a tantos outros mártires como, por exemplo, Rabin.
Anna e Olof eram figuras de proa daquilo a que se convencionou chamar "o socialismo democrático europeu", modelos a seguir para muitos que, como eu, acreditam que é possível conciliar o ideal da solidariedade com a democracia liberal.
Anna Lindh criticou duramente George W. Bush e a sua administração pela estratégia escolhida para encarar o problema iraquiano. Mas, ao contrário do que escreveu Bettencourt Resendes na edição de ontem do DN, nunca se deixou «embalar nas ondas de antiamericanismo que servem os propósitos do fundamentalismo islâmico». A prova disso mesmo é o elogio rasgado que ontem lhe foi feito por Colin Powell.
(Será preciso ser estúpido para ser director de um diário de referência em Portugal?!)
Mas como se não chegasse o horror da notícia da morte de Anna Lindh, ficámos também ontem a saber que o governo israelita decidiu assumir o princípio do afastamento de Yasir Arafat... o que poderá querer dizer expulsão, detenção ou assassinato do líder palestiniano.
Há quem ache que se trata apenas de uma manobra de Sharon para pressionar Arafat um pouco mais. Eu gostava, mas não acredito. Estou convencido que a intenção do governo israelita é mesmo expulsar Arafat. Desde há quase três anos tem sido esta a estratégia de Israel: alimentar a espiral de violência palestiniana, pois esta dá-lhe legitimidade (aos olhos de alguns) para continuar a exercer a sua própria violência.
Não é preciso ser adivinho para perceber que este anúncio do governo israelita vai provocar mais atentados suicidas em Israel e que, por isso, é mais uma acha para a fogueira em que ardem há tanto tempo os civis israelitas e palestinianos. Mas esses novos atentados serão úteis à estratégia de Sharon, já que lhe permitirão aquilo que não lhe permitiram há 20 anos quando liderou a invasão do Líbano: ver-se livre de Arafat.
Porquê? Para quê? Sinceramente não sei... independentemente das culpas que Arafat tem no cartório, não será a sua morte que levará finalmente à paz desejada.
No entanto, como temos de continuar a lutar por um modelo civilizacional assente no respeito pela lei e pelos direitos dos indvíduos e que tem como expressão de governo a democracia liberal, não podemos tolerar este acto: nenhum governo tem o direito de expulsar o líder eleito de um povo da capital do território que governa.
Da mesma forma que Saddam Hussein não tinha o direito de invadir e ocupar o Kuwait, da mesma forma que George W. Bush não tinha o direito de invadir e ocupar o Iraque, Ariel Sharon não tem o direito de invadir e ocupar a Faixa de Gaza. A ONU e a comunidade internacional não podem ficar caladas!
Não dá pra tirar o 11 de Setembro do calendário dos próximos anos?!...
O primeiro, anunciado logo de manhã, foi a morte de Anna Lindh. Não a conheci pessoalmente, mas tenho uma amiga que trabalhou muito próxima dela, no partido social-democrata sueco e que sempre se referia a ela com enorme entusiasmo e esperança no futuro. Daquilo que sei, a descrição que Isabel Arriaga e Cunha faz dela no Público de hoje é extremamente fiel à realidade: «aliança da simplicidade escandinava com uma sensibilidade muito feminina e uma forte personalidade».
Anna Lindh seguiu desde cedo as passadas de Olof Palme, outro político sueco assassinado nas ruas de Estocolmo, num momento de descontracção pessoal. Anna Lindh e Olof Palme, para além da morte, tinham em comum o amor à liberdade, à igualdade e à solidariedade. Agora partilham também o facto de terem sido injustamente castigados e juntam-se a tantos outros mártires como, por exemplo, Rabin.
Anna e Olof eram figuras de proa daquilo a que se convencionou chamar "o socialismo democrático europeu", modelos a seguir para muitos que, como eu, acreditam que é possível conciliar o ideal da solidariedade com a democracia liberal.
Anna Lindh criticou duramente George W. Bush e a sua administração pela estratégia escolhida para encarar o problema iraquiano. Mas, ao contrário do que escreveu Bettencourt Resendes na edição de ontem do DN, nunca se deixou «embalar nas ondas de antiamericanismo que servem os propósitos do fundamentalismo islâmico». A prova disso mesmo é o elogio rasgado que ontem lhe foi feito por Colin Powell.
(Será preciso ser estúpido para ser director de um diário de referência em Portugal?!)
Mas como se não chegasse o horror da notícia da morte de Anna Lindh, ficámos também ontem a saber que o governo israelita decidiu assumir o princípio do afastamento de Yasir Arafat... o que poderá querer dizer expulsão, detenção ou assassinato do líder palestiniano.
Há quem ache que se trata apenas de uma manobra de Sharon para pressionar Arafat um pouco mais. Eu gostava, mas não acredito. Estou convencido que a intenção do governo israelita é mesmo expulsar Arafat. Desde há quase três anos tem sido esta a estratégia de Israel: alimentar a espiral de violência palestiniana, pois esta dá-lhe legitimidade (aos olhos de alguns) para continuar a exercer a sua própria violência.
Não é preciso ser adivinho para perceber que este anúncio do governo israelita vai provocar mais atentados suicidas em Israel e que, por isso, é mais uma acha para a fogueira em que ardem há tanto tempo os civis israelitas e palestinianos. Mas esses novos atentados serão úteis à estratégia de Sharon, já que lhe permitirão aquilo que não lhe permitiram há 20 anos quando liderou a invasão do Líbano: ver-se livre de Arafat.
Porquê? Para quê? Sinceramente não sei... independentemente das culpas que Arafat tem no cartório, não será a sua morte que levará finalmente à paz desejada.
No entanto, como temos de continuar a lutar por um modelo civilizacional assente no respeito pela lei e pelos direitos dos indvíduos e que tem como expressão de governo a democracia liberal, não podemos tolerar este acto: nenhum governo tem o direito de expulsar o líder eleito de um povo da capital do território que governa.
Da mesma forma que Saddam Hussein não tinha o direito de invadir e ocupar o Kuwait, da mesma forma que George W. Bush não tinha o direito de invadir e ocupar o Iraque, Ariel Sharon não tem o direito de invadir e ocupar a Faixa de Gaza. A ONU e a comunidade internacional não podem ficar caladas!
Não dá pra tirar o 11 de Setembro do calendário dos próximos anos?!...
Puxar a brasa à minha «posta»
É curioso que hoje, na sua habitual rubrica de leitura dos blogues pela manhã - «EARLY MORNING BLOGS 38» -, Pacheco Pereira posta como um dos títulos: «OS DOIS 11 DE SETEMBRO», que é curiosamente o título daquele que pusemos aqui, ontem, de ataque à leitura parcial - e obscena - que o mesmo PP fazia sobre o 11 de Setembro. Começo a achar que Daniel Oliveira tinha razão quando escrevia, ainda no BdE: «Apesar de ter explanado enormes elogios a este meio – a blogosfera – [Pacheco Pereira] é incapaz de viver com a sua maior riqueza: a interactividade no debate. Escolhe os argumentos dos seus interlocutores como cábula para o seu discurso. Não debate realmente com os outros.»
Outro perigoso anti-americano
«Em vez de exibir o poder americano, o Governo dos EUA deveria acentuar o poder colectivo de um mundo unido na afirmação de que o terrorismo está errado. É tarde, mas não demasiado tarde, para a Administração Bush arrepiar caminho.»
Madeleine Albright, secretária de Estado dos EUA entre 1997 e 2001, na presidência de Clinton, in Visão.
Madeleine Albright, secretária de Estado dos EUA entre 1997 e 2001, na presidência de Clinton, in Visão.
A reabilitação da tarte
O Público (Vasco Câmara) dá duas estrelinhas e quase venera o género cinematográfico em causa. O DN (João Miguel Tavares) deixa cair três estrelas e escreve que é uma das melhores comédias do ano. Os dois falam de American Pie 3: O Casamento. Leram bem. Eles, os críticos, também se passam.
PS - VC escreve duas vezes «escremento» (sic). À primeira, podia ser erro de teclado. À segunda, parece erro, mesmo. Será do filme? «Excremento», não engana ninguém - merece X, classificação cinematográfica para filmes pornográficos: do Lat. excrementu, s. m., matérias expelidas do corpo pelas vias naturais; matérias fecais; fezes.
PS - VC escreve duas vezes «escremento» (sic). À primeira, podia ser erro de teclado. À segunda, parece erro, mesmo. Será do filme? «Excremento», não engana ninguém - merece X, classificação cinematográfica para filmes pornográficos: do Lat. excrementu, s. m., matérias expelidas do corpo pelas vias naturais; matérias fecais; fezes.
11.9.03
Os 11 de Setembro
Evoquei este dia à minha maneira, sem a eloquência-contundência do Diogo. Pus uma imagem e um poema - apenas de memória. Porque entendo a memória como projecto.
Lembrei esta data, também a partir das lembranças do Filipe. Não assobiei para o ar. Mas perante o obsceno que é o "post" «11 de Setembro» de Pacheco Pereira não resisti a dizer «basta!».
Afirma Pacheco: «Alguém do Público anda a ler os blogues e encontrou aqui a inspiração para fazer uma capa do jornal com uma mensagem política inadmissível: a equivalência do 11 de Setembro de 1973, o golpe de Pinochet, e o 11 de Setembro de 2001, os ataques da Al Qaeda aos EUA. A mera colocação, no mesmo plano de uma capa, das duas datas, ligando acontecimentos de natureza muito diversa, que nada une, cujo significado político actual não é confundível, que remetem para realidades políticas estruturalmente distintas, é todo um programa.
Na TSF, José Manuel Pureza explicou aquilo que a capa do Público diz: tinha sentido associar os dois onze de Setembro pois estes estavam unidos pelo "expansionismo americano". Está tudo esclarecido. É uma forma de pensar próxima do negacionismo do holocausto. E campos de concentração será que houve?»
Pergunto eu: o Chile de Pinochet nunca existiu? Foi uma criação da esquerda? O Público ao tratar jornalisticamente os dois acontecimentos dá destaque aos dois. Não pode? Ou devia optar pela cegonha? Assobiar para o lado e fingir que o Chile de 73 não existiu?
Afirmo ainda: JMPureza não precisa de defesa. Mas é nojento insinuar uma leitura (descontextualizada, como faz PP) próxima do negacionismo, por alguém que há muito reflecte sobre o Direito internacional e que desde sempre não calou a sua voz por causa de Timor (e onde andavas tu, ó Pacheco, quando de Timor?).
Para que se perceba a ideia de JMPureza transcrevo as suas declarações ao PortugalDiário, sobre estes dias 11 de Setembro: «Passados dois anos do 11/9/2001 importa relembrar também o 11/9/1973, dia em que o governo de Unidade Popular, de Salvador Allende, foi derrubado por Pinochet. Nos dois casos há um elemento comum: os EUA. E, nos dois casos, resultou numa limitação e estreitamento na margem de manobra política: os muito bons de um lado e os muito maus do outro. Do pós-11/9 de 2001 destaca-se a adopção, por parte da administração americana, de uma política quase unilateral, com uma arrogância perante as instituições multilaterais. E o que se aviva mais é o tipo de resposta que os EUA puseram em marcha: uma resposta belicosa, que foi muito mal preparada e mal justificada. Neste momento, há uma situação de crise e de impasse no Iraque, mas tem tudo a ver com a radicalização do unilateralismo e com as formas agressivas de agir. A nível de agenda internacional esqueceram-se questões importantes, como o protocolo de Quioto, os oceanos, a biodiversidade e a cooperação com África, e está tudo dominado pela luta contra o terrorismo, sem se saber concretamente o que é isto. Quanto às relações sociais, assiste-se a um certo maniqueísmo e o confronto entre o bem e o mal está legitimado».
Ainda uma sugestão: a escolha de Ivan Nunes para o 11 de Setembro. Longo texto - necessária reflexão.
E mais este parágrafo: «Os novos unilateralistas cometem um erro ao focar a sua atenção muito fortemente apenas no poder militar. É verdade que o poder militar americano - apoiado por um orçamento equivalente ao dos próximos oito países juntos - é essencial para a estabilidade global, e uma parte essencial da resposta ao terrorismo. Mas a metáfora da guerra não nos devia cegar para o facto de que acabar com o terrorismo vai levar anos de cooperação civil paciente e não espectacular com outros países em áreas como a partilha de informação, trabalho policial, vigilância de fluxos financeiros e cooperação entre responsáveis alfandegários.»
Mais uma opinião do "perigoso anti-americano" JMPureza? Não: um texto do americano Joseph S. Nye, hoje no Público. O que se atreveu a tratar jornalisticamente os dois 11 de Setembro.
Lembrei esta data, também a partir das lembranças do Filipe. Não assobiei para o ar. Mas perante o obsceno que é o "post" «11 de Setembro» de Pacheco Pereira não resisti a dizer «basta!».
Afirma Pacheco: «Alguém do Público anda a ler os blogues e encontrou aqui a inspiração para fazer uma capa do jornal com uma mensagem política inadmissível: a equivalência do 11 de Setembro de 1973, o golpe de Pinochet, e o 11 de Setembro de 2001, os ataques da Al Qaeda aos EUA. A mera colocação, no mesmo plano de uma capa, das duas datas, ligando acontecimentos de natureza muito diversa, que nada une, cujo significado político actual não é confundível, que remetem para realidades políticas estruturalmente distintas, é todo um programa.
Na TSF, José Manuel Pureza explicou aquilo que a capa do Público diz: tinha sentido associar os dois onze de Setembro pois estes estavam unidos pelo "expansionismo americano". Está tudo esclarecido. É uma forma de pensar próxima do negacionismo do holocausto. E campos de concentração será que houve?»
Pergunto eu: o Chile de Pinochet nunca existiu? Foi uma criação da esquerda? O Público ao tratar jornalisticamente os dois acontecimentos dá destaque aos dois. Não pode? Ou devia optar pela cegonha? Assobiar para o lado e fingir que o Chile de 73 não existiu?
Afirmo ainda: JMPureza não precisa de defesa. Mas é nojento insinuar uma leitura (descontextualizada, como faz PP) próxima do negacionismo, por alguém que há muito reflecte sobre o Direito internacional e que desde sempre não calou a sua voz por causa de Timor (e onde andavas tu, ó Pacheco, quando de Timor?).
Para que se perceba a ideia de JMPureza transcrevo as suas declarações ao PortugalDiário, sobre estes dias 11 de Setembro: «Passados dois anos do 11/9/2001 importa relembrar também o 11/9/1973, dia em que o governo de Unidade Popular, de Salvador Allende, foi derrubado por Pinochet. Nos dois casos há um elemento comum: os EUA. E, nos dois casos, resultou numa limitação e estreitamento na margem de manobra política: os muito bons de um lado e os muito maus do outro. Do pós-11/9 de 2001 destaca-se a adopção, por parte da administração americana, de uma política quase unilateral, com uma arrogância perante as instituições multilaterais. E o que se aviva mais é o tipo de resposta que os EUA puseram em marcha: uma resposta belicosa, que foi muito mal preparada e mal justificada. Neste momento, há uma situação de crise e de impasse no Iraque, mas tem tudo a ver com a radicalização do unilateralismo e com as formas agressivas de agir. A nível de agenda internacional esqueceram-se questões importantes, como o protocolo de Quioto, os oceanos, a biodiversidade e a cooperação com África, e está tudo dominado pela luta contra o terrorismo, sem se saber concretamente o que é isto. Quanto às relações sociais, assiste-se a um certo maniqueísmo e o confronto entre o bem e o mal está legitimado».
Ainda uma sugestão: a escolha de Ivan Nunes para o 11 de Setembro. Longo texto - necessária reflexão.
E mais este parágrafo: «Os novos unilateralistas cometem um erro ao focar a sua atenção muito fortemente apenas no poder militar. É verdade que o poder militar americano - apoiado por um orçamento equivalente ao dos próximos oito países juntos - é essencial para a estabilidade global, e uma parte essencial da resposta ao terrorismo. Mas a metáfora da guerra não nos devia cegar para o facto de que acabar com o terrorismo vai levar anos de cooperação civil paciente e não espectacular com outros países em áreas como a partilha de informação, trabalho policial, vigilância de fluxos financeiros e cooperação entre responsáveis alfandegários.»
Mais uma opinião do "perigoso anti-americano" JMPureza? Não: um texto do americano Joseph S. Nye, hoje no Público. O que se atreveu a tratar jornalisticamente os dois 11 de Setembro.
9-11
Antes de mais, um último agradecimento... Miguel: eu percebi que o JPH não entendeu o meu texto como uma anedota. Eu estava a brincar... era uma chalaça, percebes? O texto não era uma anedota, mas até parecia...
O José Manuel Fernandes assina hoje um editorial no Público, intitulado "Uma batalha que diz respeito a todos". Entre uma série enorme e diversa de considerações de senso-comum barato, asneiras que lhe ficam mal e parvoíces às quais já nos foi habituando, JMF afirma que «continuamos a ter de lutar por um modelo civilizacional assente no respeito pela lei e pelos direitos dos indivíduos e que tem como expressão de governo a democracia liberal».
Isolada, esta frase poderia ser incluída no grupo das considerações de senso-comum barato. O problema é que, no contexto em que está inserida, a afirmação passa a ser um misto de asneira (que fica mal ao director do Público) e de parvoíce (à qual já nos foi habituando).
É que quando JMF diz «continuamos», está a incluir neste «nós» os americanos e os ingleses (ou os seus governos, para ser mais exacto). O que é, evidentemente, uma contradição, já que se há coisa que deixou de ser respeitada por estas duas potências, desde há dois anos, foi precisamente a lei e os direitos dos indivíduos.
Se JMF não partilhasse da obsessão messiânica de George W. Bush - que, como diria Leonard Cohen no seu poema "First we take Manhattan", parece sentir-se «guided by a signal in the heaven»... - talvez conseguisse parar um bocadinho e perceber que o mundo - antigo ou moderno - não se desenha a preto e branco. E ficava-lhe bem admitir...
Estou de acordo que é intolerável que «a qualquer momento, em qualquer lugar, cidadãos tranquilos e paíficos» possam ser atacados. Mas, pelos vistos, ao contrário de JMF, acho tão grave que os atacantes sejam «fanáticos em nome de um fundamentalismo islamo-fascista» como outra coisa qualquer... mesmo que vistam camuflados, andem de tanque e helicóptero e saibam falar inglês com sotaque do midwest.
JMF defende-se, dizendo que já falou dos prisioneiros de Guantanamo e que não quer falar sobre as armas de destruição maciça que, aos seus olhos, não são questões centrais. Pois...
Bem sei que a técnica de construir uma teoria a partir de apenas alguns elementos (eventualmente "reforçados"), ignorando propositadamente outros, não é uma criação original de JMF. Outros, antes, utilizaram a mesma técnica. Mas o facto de um erro ser cometido muitas vezes, não faz com que deixe de ser um erro. Certo?!
JMF não quer falar das armas de destruição maciça e de outras questões "periféricas" porque são peças difíceis de encaixar no seu puzzle preto-e-branco que prova que "o Iraque é o novo campo de batalha" entre o bem o mal.
Seremos todos americanos, mas isso não significa que tenhamos todos de estar de acordo com a poítica seguida pelos nossos governantes. George W. Bush não pode, até porque carece de legitimidade democrática para o fazer, decidir sozinho entrar numa batalha e, depois de lá estar, gritar por ajuda, dizendo-nos que a batalha diz respeito a todos.
Não, JMF, as batalhas que me dizem respeito sou eu que decido quais são. Não é o Presidente dos EUA, nem o director do Público.
No dia 11 de Setembro de 2001, quando os atentados bárbaros que atingiram NY e Washington tiveram lugar, eu estava a viajar para Istambul. Foi num hotel dessa cidade-ponte que vi as imagens do impacto dos aviões, do colapso das torres gémeas do WTC, do caos, do pânico e da estupefacção.
Trazia nesse dia comigo um caderno que, na capa, tinha a seguinte inscrição: «welcome to the wild world». O caderno estava cheio de folhas brancas e eu decidi começar a preenchê-las. No momento em que peguei na caneta, ouvi, um pouco por toda a cidade, os cânticos que chamavam os fiéis à oração. Não mais parei de escrever...
Percebi, nesse momento, que eu também tinha uma batalha a travar porque não queria que os meus filhos viessem a viver nesse "wild world". O campo dessa minha batalha passa pelo Afeganistão e pelo Iraque, mas passa também por Londres e por Washington, por Madrid e por Lisboa. Abraça todo o mundo, porque os meus inimigos estão em todo o lado.
A estupidez e a intolerância, a incompreensão e a soberba, o racismo e a arrogância. Os meus inimigos são perigosos e poderosos e têm ramificações por todo o lado. Estão nas montanhas do Afeganistão e no Pentágono, no deserto iraquiano e em Downing Street, na Casa Branca e na Rua Viriato.
Aqueles a quem JMF se refere quando diz "os Estados Unidos e o Reino Unido", escolheram o seu caminho e a sua batalha. Tal como a Al-Qaeda escolheu o seu caminho e a sua batalha. Mas esses não são os meus caminhos nem as minhas batalhas e, por isso, a batalha deles não diz respeito a todos.
O diálogo intercultural (cá estou eu a meter a minha colherada!) não é coisa fácil. É um caminho pedregoso e uma batalha longa e difícil. Mas tem uma grande vantagem, JMF: nesta batalha não há "nós ou eles"; na minha batalha é "nós e eles"!
Um dia destes vou ser pai e, daqui a alguns anos, vou entregar um caderno ao meu filho. Na capa vai continuar a inscrição «welcome to the wild world», mas as folhas vão estar cheias de palavras escritas à mão. Espero que, depois de as ler, o meu filho perceba que o mundo só continuará selvagem se nós não estivermos dispostos a participar no esforço de construção da Paz.
E esse esforço, JMF, não se faz com exércitos e milhões de dólares em bombas e mísseis. Faz-se, antes de mais nada, continuando a lutar por um modelo civilizacional assente no respeito pela lei (igual para todos) e pelos direitos dos indivíduos (e das culturas) e que tem como expressão de governo a democracia liberal (legitimada pelo povo em vez de imposta pela força de uma potência estrangeira).
O José Manuel Fernandes assina hoje um editorial no Público, intitulado "Uma batalha que diz respeito a todos". Entre uma série enorme e diversa de considerações de senso-comum barato, asneiras que lhe ficam mal e parvoíces às quais já nos foi habituando, JMF afirma que «continuamos a ter de lutar por um modelo civilizacional assente no respeito pela lei e pelos direitos dos indivíduos e que tem como expressão de governo a democracia liberal».
Isolada, esta frase poderia ser incluída no grupo das considerações de senso-comum barato. O problema é que, no contexto em que está inserida, a afirmação passa a ser um misto de asneira (que fica mal ao director do Público) e de parvoíce (à qual já nos foi habituando).
É que quando JMF diz «continuamos», está a incluir neste «nós» os americanos e os ingleses (ou os seus governos, para ser mais exacto). O que é, evidentemente, uma contradição, já que se há coisa que deixou de ser respeitada por estas duas potências, desde há dois anos, foi precisamente a lei e os direitos dos indivíduos.
Se JMF não partilhasse da obsessão messiânica de George W. Bush - que, como diria Leonard Cohen no seu poema "First we take Manhattan", parece sentir-se «guided by a signal in the heaven»... - talvez conseguisse parar um bocadinho e perceber que o mundo - antigo ou moderno - não se desenha a preto e branco. E ficava-lhe bem admitir...
Estou de acordo que é intolerável que «a qualquer momento, em qualquer lugar, cidadãos tranquilos e paíficos» possam ser atacados. Mas, pelos vistos, ao contrário de JMF, acho tão grave que os atacantes sejam «fanáticos em nome de um fundamentalismo islamo-fascista» como outra coisa qualquer... mesmo que vistam camuflados, andem de tanque e helicóptero e saibam falar inglês com sotaque do midwest.
JMF defende-se, dizendo que já falou dos prisioneiros de Guantanamo e que não quer falar sobre as armas de destruição maciça que, aos seus olhos, não são questões centrais. Pois...
Bem sei que a técnica de construir uma teoria a partir de apenas alguns elementos (eventualmente "reforçados"), ignorando propositadamente outros, não é uma criação original de JMF. Outros, antes, utilizaram a mesma técnica. Mas o facto de um erro ser cometido muitas vezes, não faz com que deixe de ser um erro. Certo?!
JMF não quer falar das armas de destruição maciça e de outras questões "periféricas" porque são peças difíceis de encaixar no seu puzzle preto-e-branco que prova que "o Iraque é o novo campo de batalha" entre o bem o mal.
Seremos todos americanos, mas isso não significa que tenhamos todos de estar de acordo com a poítica seguida pelos nossos governantes. George W. Bush não pode, até porque carece de legitimidade democrática para o fazer, decidir sozinho entrar numa batalha e, depois de lá estar, gritar por ajuda, dizendo-nos que a batalha diz respeito a todos.
Não, JMF, as batalhas que me dizem respeito sou eu que decido quais são. Não é o Presidente dos EUA, nem o director do Público.
No dia 11 de Setembro de 2001, quando os atentados bárbaros que atingiram NY e Washington tiveram lugar, eu estava a viajar para Istambul. Foi num hotel dessa cidade-ponte que vi as imagens do impacto dos aviões, do colapso das torres gémeas do WTC, do caos, do pânico e da estupefacção.
Trazia nesse dia comigo um caderno que, na capa, tinha a seguinte inscrição: «welcome to the wild world». O caderno estava cheio de folhas brancas e eu decidi começar a preenchê-las. No momento em que peguei na caneta, ouvi, um pouco por toda a cidade, os cânticos que chamavam os fiéis à oração. Não mais parei de escrever...
Percebi, nesse momento, que eu também tinha uma batalha a travar porque não queria que os meus filhos viessem a viver nesse "wild world". O campo dessa minha batalha passa pelo Afeganistão e pelo Iraque, mas passa também por Londres e por Washington, por Madrid e por Lisboa. Abraça todo o mundo, porque os meus inimigos estão em todo o lado.
A estupidez e a intolerância, a incompreensão e a soberba, o racismo e a arrogância. Os meus inimigos são perigosos e poderosos e têm ramificações por todo o lado. Estão nas montanhas do Afeganistão e no Pentágono, no deserto iraquiano e em Downing Street, na Casa Branca e na Rua Viriato.
Aqueles a quem JMF se refere quando diz "os Estados Unidos e o Reino Unido", escolheram o seu caminho e a sua batalha. Tal como a Al-Qaeda escolheu o seu caminho e a sua batalha. Mas esses não são os meus caminhos nem as minhas batalhas e, por isso, a batalha deles não diz respeito a todos.
O diálogo intercultural (cá estou eu a meter a minha colherada!) não é coisa fácil. É um caminho pedregoso e uma batalha longa e difícil. Mas tem uma grande vantagem, JMF: nesta batalha não há "nós ou eles"; na minha batalha é "nós e eles"!
Um dia destes vou ser pai e, daqui a alguns anos, vou entregar um caderno ao meu filho. Na capa vai continuar a inscrição «welcome to the wild world», mas as folhas vão estar cheias de palavras escritas à mão. Espero que, depois de as ler, o meu filho perceba que o mundo só continuará selvagem se nós não estivermos dispostos a participar no esforço de construção da Paz.
E esse esforço, JMF, não se faz com exércitos e milhões de dólares em bombas e mísseis. Faz-se, antes de mais nada, continuando a lutar por um modelo civilizacional assente no respeito pela lei (igual para todos) e pelos direitos dos indivíduos (e das culturas) e que tem como expressão de governo a democracia liberal (legitimada pelo povo em vez de imposta pela força de uma potência estrangeira).
11 de Setembro (não esquecemos)
Está lá atrás uma imagem que vale mil palavras e palavras que são uma imagem bela e única.
Mas, não, não esqueço outros aniversários, como aqueles que o Asceta nos trouxe.
Mas, não, não esqueço outros aniversários, como aqueles que o Asceta nos trouxe.
Palavras usadas (uma interpretação)
Julgo que JPH não entendeu o teu texto como anedota, Diogo. A definição que apresentei do dicionário devia ter sido acompanhada de uma possível interpretação. Entre jornalistas, usa-se muito aquela expressão para um «gancho forte», ou bem "esgalhado", que se arranja para uma determinada notícia, reportagem ou análise...
E a análise brilhante do Nuno teve um resultado inesperado: o presidente do IEP também caiu. Não foi só a ponte.
PS - A propos: sonha, Filipe, sonha. O Nuno vai já esclarecer-te que nem sempre a matemática se aplica a tudo! Se fosse assim, a medida mais estúpida, como reconheceu a Ferreirinha, teria tido uma consequência digna do bater de asas da borboleta.
E a análise brilhante do Nuno teve um resultado inesperado: o presidente do IEP também caiu. Não foi só a ponte.
PS - A propos: sonha, Filipe, sonha. O Nuno vai já esclarecer-te que nem sempre a matemática se aplica a tudo! Se fosse assim, a medida mais estúpida, como reconheceu a Ferreirinha, teria tido uma consequência digna do bater de asas da borboleta.
Novas lições de matemática II
Proposição A: "Tomar a medida mais estúpida" (afirmação da Sra Ministra Ferreira Leite)
Proposição B: "Controlar o défice"
Segundo a referida ministra: A implica B
Pela mesma lógica matemática então:
Não controlar o défice implica tomar medidas inteligentes!
(Ops... devemos remeter imediatamente este "post" para o Ministério das Finanças, para o Banco de POrtugal, para o BCE e afins... dará direito a Nobel da Economia? Proponho já a Ministra!)
Proposição B: "Controlar o défice"
Segundo a referida ministra: A implica B
Pela mesma lógica matemática então:
Não controlar o défice implica tomar medidas inteligentes!
(Ops... devemos remeter imediatamente este "post" para o Ministério das Finanças, para o Banco de POrtugal, para o BCE e afins... dará direito a Nobel da Economia? Proponho já a Ministra!)
Novas lições de matemática
Proposição A: "Eleger o Governo"
Proposição B: "Controlar o défice"
Segundo Durão Barroso: A implica B
Pela lógica matemática, brilhantemente relembrada pelo Nuno, então:
Não controlar o défice implica demitir o Governo!
(estou mesmo a gostar desta coisa da matemática!)
Proposição B: "Controlar o défice"
Segundo Durão Barroso: A implica B
Pela lógica matemática, brilhantemente relembrada pelo Nuno, então:
Não controlar o défice implica demitir o Governo!
(estou mesmo a gostar desta coisa da matemática!)
Mais agradecimentos
Agradeço a explicação ao Miguel e aproveito para explicar ao JPH que o meu texto, embora possa parecer, não era uma anedota...
E agradeço, uma vez mais, ao Asceta Filipe por nos recordar, de uma forma tão bonita, que há muitos 11 de Setembro.
Sobre essa data ainda tenho mais umas coisas a dizer... mas têm de ser ponderadas e, por isso, ficam para mais logo.
E agradeço, uma vez mais, ao Asceta Filipe por nos recordar, de uma forma tão bonita, que há muitos 11 de Setembro.
Sobre essa data ainda tenho mais umas coisas a dizer... mas têm de ser ponderadas e, por isso, ficam para mais logo.
Palavras usadas
A pedido:
punch line n. The climactic phrase or statement of a joke, producing a sudden humorous effect.
punch line n. The climactic phrase or statement of a joke, producing a sudden humorous effect.
Agradecimentos
Não pude deixar de reparar no elogio que me foi feito pelo João Pedro Henriques, do Glória Fácil. Não fazia a mínima ideia que os meus textos eram lidos por tão afamados bloguistas, mas é claro que fiquei muito contente! Obrigado e, já agora, o que é que é isso da "punsh line"?! Também gostei muito das referências elogiosas do Asceta Filipe, a quem também agradeço.
Já que estou em matéria de agradecimentos, obrigado também ao Ricardo. Se não fosse ele (e a ajuda do árbitro auxiliar que assinalou aquele fora-de-jogo), a Selecção não tinha ganho o jogo de ontem e o meu irmão mais novo (que está a morar na Noruega) ia ser gozado na escola.
Já que estou em matéria de agradecimentos, obrigado também ao Ricardo. Se não fosse ele (e a ajuda do árbitro auxiliar que assinalou aquele fora-de-jogo), a Selecção não tinha ganho o jogo de ontem e o meu irmão mais novo (que está a morar na Noruega) ia ser gozado na escola.
TSFezando no carro a caminho do emprego
Morreu Ann Lindh, Ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia e principal motor do 'Sim' à adesão à moeda unica no referendo a realizar no Domingo. Um tipo qualquer vestido de militar esfaqueou-a. É triste pela vida que se perde antes de mais, depois pela perda de uma pessoa empenhada na construção europeia, e depois pela forma arbitrária como aconteceu.
É 11 de Setembro e aparentemente esta data mete medo. Já não é preciso sequestrar um avião para instalar o pânico. Agora basta aos terroristas um video a ameaçar que o fazem. As Bolsas caem, os dispositivos de segurança multiplicam-se, o mundo prende a respiração...
O Presidente do Instituto de Estradas de Portugal diz, entre outras coisas, que era impossivel a inspecção detectar as falhas na estrutura da ponte pedonal do IC19. Ainda ontem se pedia mais dinheiro para as inspecções do IEP. Pois assim apetece dizer que nem mais um tostão. Se as inspecções não servem para nada...
A oposição já pediu a demissão do Presidente do IEP, claro.
E a selecção ganhou mas jogou mal. Digo eu. A minha alma futebolistica continua em pranto.
É 11 de Setembro e aparentemente esta data mete medo. Já não é preciso sequestrar um avião para instalar o pânico. Agora basta aos terroristas um video a ameaçar que o fazem. As Bolsas caem, os dispositivos de segurança multiplicam-se, o mundo prende a respiração...
O Presidente do Instituto de Estradas de Portugal diz, entre outras coisas, que era impossivel a inspecção detectar as falhas na estrutura da ponte pedonal do IC19. Ainda ontem se pedia mais dinheiro para as inspecções do IEP. Pois assim apetece dizer que nem mais um tostão. Se as inspecções não servem para nada...
A oposição já pediu a demissão do Presidente do IEP, claro.
E a selecção ganhou mas jogou mal. Digo eu. A minha alma futebolistica continua em pranto.
Uma imagem
lately we all do because we must
we do because a man stands at
the bottom of a building
looking for his brothers body in the dust
it hit home
it still does
it hits home
it makes me feel a pain within my person
like the breaking of a heart or of a bone
to think about that day and to imagine
every moment of my neighbors
in that devastated place close to my own
it hit home
it still does
it hits home
i am no great patriot
i never wear the flag
and i only sing the songs that I'm supposed to in a crowd
but if i travel to Chicago or just take the train downtown
i see the grace that's under pressure, that's what i report out loud
it hit home
it still does
it hits home
people when they're hungry become crazy
if its a baby or a nation we discuss
anger turns to action turns to danger
we get mean, and feel that living
isn't worth much, and it’s either them or us
it hit home
it still does
it hits home
i am no great patriot
i never wear the flag
and i only sing the songs that I'm supposed to in a crowd
but if i travel to Chicago or just take the train downtown
i see the grace that's under pressure, that's what i report out loud
it hit home
it still does
it hits home
Suzanne Vega, in Vigil - «música nova-iorquina sobre o 11 de Setembro»
Sérgio Godinho na blogosfera
É mais um blogue. Mas não é apenas mais um. Pelo nome, pelo mote: «O que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros?» O Barnabé é Sérgio Godinho - como cantaríamos uns quantos de nós de guitarra e copos na mão -, pela pena de Daniel Oliveira (ex-residente na casa do BdE), André Belo («o extemporâneo», incluído no nosso Depósito Legal, na coluna aqui à direita), e outros quatro barnabés. Vamos a isto!
10.9.03
Viegas interrumptus
Francisco José Viegas vai de férias. Por quinze dias. É muito para quem agora tem a mania de o ler, aqui, diariamente (e quando o Carlos Vaz Marques também anda em silêncio). E nem a Grande Reportagem nos safa: está suspensa a edição mensal - e em gestação uma edição semanal, a encartar a partir de Novembro no DN e no JN, aos sábados. Esperemos que não seja o fim do «DNA» (nem o fim da «GR»).
Entretanto, a «última edição mensal» é belíssima, um objecto belo: muita fotografia, belas imagens, os inevitáveis «prémios» - que tantas vezes acompanharam a Cibertúlia, nos seus tempos de "mailing list" - e três ensaios que, confesso, ainda não consegui ler. De Pedro Mexia, sobre a cultura, Pacheco Pereira, sobre a política, e Ribeiro Telles, sobre a Cidade. O Zé (onde andas, pá?!) há-de gostar menos deste número 150 (quando do 100, também comemorativo, o Zé zurziu o meu elogio na Cibertúlia-pré-blogue), mas vou por mim: é de coleccionador!
O Nuno (aflito com o doutoramento) andava a ler o Pacheco - e entusiasmado. Quando é que postas aqui algumas impressões sobre o que leste? E os outros leram?
PS1: Ainda não me esqueci do Portas. E o Diogo deu um precioso contributo.
PS2: O Filipe ficou baralhado. Peço desculpa pela minha confissão - subtilíssima, apenas detectada por ti - de benfiquismo. Para a próxima escrevo apenas: «Glorioooooooso!»
Entretanto, a «última edição mensal» é belíssima, um objecto belo: muita fotografia, belas imagens, os inevitáveis «prémios» - que tantas vezes acompanharam a Cibertúlia, nos seus tempos de "mailing list" - e três ensaios que, confesso, ainda não consegui ler. De Pedro Mexia, sobre a cultura, Pacheco Pereira, sobre a política, e Ribeiro Telles, sobre a Cidade. O Zé (onde andas, pá?!) há-de gostar menos deste número 150 (quando do 100, também comemorativo, o Zé zurziu o meu elogio na Cibertúlia-pré-blogue), mas vou por mim: é de coleccionador!
O Nuno (aflito com o doutoramento) andava a ler o Pacheco - e entusiasmado. Quando é que postas aqui algumas impressões sobre o que leste? E os outros leram?
PS1: Ainda não me esqueci do Portas. E o Diogo deu um precioso contributo.
PS2: O Filipe ficou baralhado. Peço desculpa pela minha confissão - subtilíssima, apenas detectada por ti - de benfiquismo. Para a próxima escrevo apenas: «Glorioooooooso!»
Publicidade sem mentiras ou Non ou a Glória Facil de Postar
A vingança dos teens
Para que não se diga que só falo de futebol quando as coisas correm mal...
A selecção de sub-21 tinha ontem um jogo decisivo, que não podia perder e que convinha que ganhasse. O adversário era a Inglaterra e o cenário do jogo era em Liverpool. Portugal, que tinha perdido na passada sexta-feira, em Viseu, contra a Turquia, voltou a apresentar todas as suas estrelas e, desta vez, saíu-se bem. Quaresma marcou um golo logo aos 4 minutos, na transformação de um livre directo. Depois, ainda na primeira parte, a Inglaterra empatou. Mas, aos 78 minutos, Hélder Postiga, com um ligeiro desvio com a mão esquerda, fez o segundo e decisivo golo. Tiago, Ricardo Quaresma, Hugo Viana, Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga. Jogaram todos bem, mas a principal figura do jogo de ontem foi... Moreira! Foi ele que segurou o resultado, graças a várias intervenções de grande nível e a defesas quase impossíveis que fizeram desesperar os ingleses.
Volto a perguntar: não seria altura de Scolari olhar para ele?!
A selecção de sub-21 tinha ontem um jogo decisivo, que não podia perder e que convinha que ganhasse. O adversário era a Inglaterra e o cenário do jogo era em Liverpool. Portugal, que tinha perdido na passada sexta-feira, em Viseu, contra a Turquia, voltou a apresentar todas as suas estrelas e, desta vez, saíu-se bem. Quaresma marcou um golo logo aos 4 minutos, na transformação de um livre directo. Depois, ainda na primeira parte, a Inglaterra empatou. Mas, aos 78 minutos, Hélder Postiga, com um ligeiro desvio com a mão esquerda, fez o segundo e decisivo golo. Tiago, Ricardo Quaresma, Hugo Viana, Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga. Jogaram todos bem, mas a principal figura do jogo de ontem foi... Moreira! Foi ele que segurou o resultado, graças a várias intervenções de grande nível e a defesas quase impossíveis que fizeram desesperar os ingleses.
Volto a perguntar: não seria altura de Scolari olhar para ele?!
Obituários
Morreu Leni Riefenstahl. Como morreu Charles Bronson. Dois nomes do cinema que pouco ou nada têm entre si. Mas que passaram (quase) sem referências na blogosfera.
Deficientes
O Governo vai finalmente debater no Parlamento o Ano Internacional das Pessoas com Deficiência (a 18 de Setembro). Está prometido um tumulto para o próximo Conselho de Ministros, para decidir quem vai falar na AR: todos querem falar da sua condição.
Livrai-nos, Senhor!
Segundo o Público, numa possível remodelação governamental, o PP prepara-se para perder a Justiça, mas quer a pasta da Administração Interna.
9.9.03
Às portas da fé...
O Miguel disse que queria falar sobre a fé do Portas e eu vou fazer-lhe a vontade.
Mas aviso já que também vou falar de pornografia!
É evidente que o Paulo Portas tem o direito à sua fé e à prática dos rituais que lhe estão associados.
É evidente também que o Paulo Portas não deixa de ser Ministro quando realiza actos associados à sua fé.
É natural que haja quem o fotografe nesses momentos, o que, por causa das limitações técnicas da fotografia, pode resultar polémico.
É natural que Paulo Portas ache que não deve esconder a sua fé dos fotógrafos. Da mesma forma que é natural que haja quem se indigne pela mediatização da sua fé.
Deixemo-nos de tretas!
A probabilidade de Paulo Portas ter uma fé inabalável é directamente proporcional à probabilidade de o Carvalhas ganhar alguma coisa com o ataque que lhe fez no encerramento da Festa do Avante!
É evidente que, tratando-se de um país tão católico (pelo menos no discurso!) como é Portugal e tratando-se do líder de um Partido que se diz popular, Paulo Portas não vai deixar nunca de aproveitar as vantagens eleitorais e populistas que lhe possa trazer a manifestação pública da sua fé.
Mas também devia ser evidente para os seus adversários políticos, tratando-se do mesmo Portugal e, para mais, tratando-se do líder de um Partido que sempre se disse anti-clerical e mesmo anti-religioso, que esta matéria da laicidade é demasiado intelectual para poder ser transformada em vitória política.
Não digo isto para que não se discuta o tema. Digo-o, pura e simplesmente, para que centremos o debate no seu verdadeiro âmago: para além da economia, dos incêndios e do euro 2004, o que é que este Governo está a fazer ao país?
O problema da direita e da esquerda, mostra-nos este Governo, não tem assim tanto que ver com as opções económicas, com os programas sociais ou com as políticas de educação e/ou urbanismo. Nesses campos, a diferença é pequena (o que não quer dizer que não exista!). As grandes diferenças são ao nível cultural.
E digo cultural no sentido mais lato possível, o que inclui, evidentemente, a prática política e a manifestação pública da fé.
Já quase toda a gente disse (menos o Vasco Graça Moura) que este Governo não tem uma verdadeira política cultural. Eu acho que nao têm razão estes críticos. Talvez seja verdade que o Ministro da Cultura não tenha uma política clara... mas há no Governo quem tenha uma ideia muito clara de política cultural e que, no meu entender, até tem já o seu programa em marcha.
Então todas as alterações a que temos assistido na RTP não correspondem a uma opção cultural? O fim do "Acontece", por exemplo, não resulta de uma opção política clara? As propostas de alteração na grelha de programação (e no espírito) da TSF não correspondem ao exercício de uma opção clara? A proibição de acesso à emissão dos filmes pornográficos no canal 18 da TV Cabo não é uma acção reflectida e uma decisão ponderada?
Só não detecta um programa cultural claro e estruturado na acção do Governo, quem não quer. Podemos não estar de acordo com esse programa, mas que ele existe, lá isso existe!
A aparição pública de Paulo Portas em pose de genuflexão e circunspecção religiosas, arrisco a aposta, faz parte do mesmo programa de poítica cultural. O Governo julga-se no direito (ou até na obrigação) de nos dizer o que é bom e o que é mau; o que é aceitável e o que é inaceitável; o que está certo e o que está errado. E a religião dá uma ajuda na legitimação deste seu papel.
O "Acontece", está bom de ver, era mau. Tal como a pornografia no Canal 18.
Ajoelhar e rezar, parece-me evidente, por muito que o Carvalhas se esforce, está condenado a figurar do outro lado da barricada: é bom e recomenda-se.
O programa está bem pensado e vai dando frutos. Os passos são pequenos, mas seguros. E seguem-se uns aos outros.
Um dia destes, quando já só pudermos ver na televisão e ouvir na rádio aquilo que o Governo considera ser bom, aceitável e correcto, pode ser que tentem explicar-nos, por A+B, que os que não são cristãos são maus, que os que não gostam de teatro de revista são incultos, que os que gostam de pornografia são depravados, que os meninos nas escolas deviam ser separados por género, que os homossexuais são doentes, que os comunistas deviam ser todos presos e que os pretos deviam ir todos para a sua terra.
Qualquer dia... ainda vamos ter de ouvir uma governante dizer que o catolicismo é a religião oficial de Portugal...
Mas aviso já que também vou falar de pornografia!
É evidente que o Paulo Portas tem o direito à sua fé e à prática dos rituais que lhe estão associados.
É evidente também que o Paulo Portas não deixa de ser Ministro quando realiza actos associados à sua fé.
É natural que haja quem o fotografe nesses momentos, o que, por causa das limitações técnicas da fotografia, pode resultar polémico.
É natural que Paulo Portas ache que não deve esconder a sua fé dos fotógrafos. Da mesma forma que é natural que haja quem se indigne pela mediatização da sua fé.
Deixemo-nos de tretas!
A probabilidade de Paulo Portas ter uma fé inabalável é directamente proporcional à probabilidade de o Carvalhas ganhar alguma coisa com o ataque que lhe fez no encerramento da Festa do Avante!
É evidente que, tratando-se de um país tão católico (pelo menos no discurso!) como é Portugal e tratando-se do líder de um Partido que se diz popular, Paulo Portas não vai deixar nunca de aproveitar as vantagens eleitorais e populistas que lhe possa trazer a manifestação pública da sua fé.
Mas também devia ser evidente para os seus adversários políticos, tratando-se do mesmo Portugal e, para mais, tratando-se do líder de um Partido que sempre se disse anti-clerical e mesmo anti-religioso, que esta matéria da laicidade é demasiado intelectual para poder ser transformada em vitória política.
Não digo isto para que não se discuta o tema. Digo-o, pura e simplesmente, para que centremos o debate no seu verdadeiro âmago: para além da economia, dos incêndios e do euro 2004, o que é que este Governo está a fazer ao país?
O problema da direita e da esquerda, mostra-nos este Governo, não tem assim tanto que ver com as opções económicas, com os programas sociais ou com as políticas de educação e/ou urbanismo. Nesses campos, a diferença é pequena (o que não quer dizer que não exista!). As grandes diferenças são ao nível cultural.
E digo cultural no sentido mais lato possível, o que inclui, evidentemente, a prática política e a manifestação pública da fé.
Já quase toda a gente disse (menos o Vasco Graça Moura) que este Governo não tem uma verdadeira política cultural. Eu acho que nao têm razão estes críticos. Talvez seja verdade que o Ministro da Cultura não tenha uma política clara... mas há no Governo quem tenha uma ideia muito clara de política cultural e que, no meu entender, até tem já o seu programa em marcha.
Então todas as alterações a que temos assistido na RTP não correspondem a uma opção cultural? O fim do "Acontece", por exemplo, não resulta de uma opção política clara? As propostas de alteração na grelha de programação (e no espírito) da TSF não correspondem ao exercício de uma opção clara? A proibição de acesso à emissão dos filmes pornográficos no canal 18 da TV Cabo não é uma acção reflectida e uma decisão ponderada?
Só não detecta um programa cultural claro e estruturado na acção do Governo, quem não quer. Podemos não estar de acordo com esse programa, mas que ele existe, lá isso existe!
A aparição pública de Paulo Portas em pose de genuflexão e circunspecção religiosas, arrisco a aposta, faz parte do mesmo programa de poítica cultural. O Governo julga-se no direito (ou até na obrigação) de nos dizer o que é bom e o que é mau; o que é aceitável e o que é inaceitável; o que está certo e o que está errado. E a religião dá uma ajuda na legitimação deste seu papel.
O "Acontece", está bom de ver, era mau. Tal como a pornografia no Canal 18.
Ajoelhar e rezar, parece-me evidente, por muito que o Carvalhas se esforce, está condenado a figurar do outro lado da barricada: é bom e recomenda-se.
O programa está bem pensado e vai dando frutos. Os passos são pequenos, mas seguros. E seguem-se uns aos outros.
Um dia destes, quando já só pudermos ver na televisão e ouvir na rádio aquilo que o Governo considera ser bom, aceitável e correcto, pode ser que tentem explicar-nos, por A+B, que os que não são cristãos são maus, que os que não gostam de teatro de revista são incultos, que os que gostam de pornografia são depravados, que os meninos nas escolas deviam ser separados por género, que os homossexuais são doentes, que os comunistas deviam ser todos presos e que os pretos deviam ir todos para a sua terra.
Qualquer dia... ainda vamos ter de ouvir uma governante dizer que o catolicismo é a religião oficial de Portugal...
O Miguel que é Marujo e que dos dois vai optar por um...
Ou seja?!
Julgo que estamos perante um caso extremamente complexo de dupla personalidade. Vejamos o que diz o paciente em causa no seu último post: doravante, serei «Marujo» no último e «Miguel» nos seguintes e Não é erro, porque sou os dois! Palavras para quê? Aliás, a confusão é tão grande que o próprio "post" é confuso. Não sei se deveremos, por via das dúvidas, reler o muito que se tem escrito sobre a "dupla personalidade" e sobre a "reconstrução de memórias" após experiências traumáticas. Relembremos os anos de benfiquismo deste nosso paciente. Terão sido demasiados e suficientes para provocar tamanha confusão mental?
Sugestão, caro Miguel e caro Marujo, ou ambos, assina os teus "post" como Ângelo!
Julgo que estamos perante um caso extremamente complexo de dupla personalidade. Vejamos o que diz o paciente em causa no seu último post: doravante, serei «Marujo» no último e «Miguel» nos seguintes e Não é erro, porque sou os dois! Palavras para quê? Aliás, a confusão é tão grande que o próprio "post" é confuso. Não sei se deveremos, por via das dúvidas, reler o muito que se tem escrito sobre a "dupla personalidade" e sobre a "reconstrução de memórias" após experiências traumáticas. Relembremos os anos de benfiquismo deste nosso paciente. Terão sido demasiados e suficientes para provocar tamanha confusão mental?
Sugestão, caro Miguel e caro Marujo, ou ambos, assina os teus "post" como Ângelo!
Dois em um (actualizado)
Uma incursão rápida para dar conta de uma "brincadeira" do "blogger": todos os meus textos têm sido assinados por «Marujo», como escolhi no meu «perfil de utilizador». Agora leio essa assinatura apenas no último "post". Os outros vêm assinados por «Miguel». Não é erro, porque sou os dois, mas por via das dúvidas fica esta assinatura...
Nota: depois de ter inserido este "post" reparei que o anterior também deixou de estar assinado por «Marujo». Resultado: doravante, serei «Marujo» no último e «Miguel» nos seguintes.
Nota: depois de ter inserido este "post" reparei que o anterior também deixou de estar assinado por «Marujo». Resultado: doravante, serei «Marujo» no último e «Miguel» nos seguintes.
8.9.03
Exemplos para as crianças (II)
Na cafetaria, ao balcão, alguém pede um daqueles gelados novos que até têm "pub" atrevida a acompanhar e tudo:
- Um destes, por favor.
- Pecados? Já não temos...
- Um destes, por favor.
- Pecados? Já não temos...
Tau-tau
Tenho medo de continuar a escrever. Depois do texto anterior, agora vão todos andar à cata da minha próxima asneira!
Vêm-se?
Tropeçar nas teclas, é o que de mais comum há. Mesmo se relemos - mais ou menos rapidamente - o que escrevemos antes de "postar". Mas os erros, as gralhas, as faltas de concordância estão sempre lá. No papel, no jornal online, no blogue. Já em tempos, Ivan Nunes notou a falta de «cuidado» com que Pacheco Pereira escreve.
Hoje, a ler outros blogues - mesmo de jornalistas "de referência" - notei a queda para alguma falta de rigor (um tropeção na tecla, a pressa da "posta"), e a repetição do erro de Pacheco. Que se lê também nos jornais de papel. A falta que os copy-desks fazem nas redacções estende-se à blogosfera!
De uma vez por todas: vêem é do verbo ver e não vir [vêm], como muitas vezes se vê escrito. Ver com dois olhos (dois "E", como aprendi na escola-que-não-ensina-segundo-os-doutos-barretos-e-pachecos-desta-república!).
Hoje, a ler outros blogues - mesmo de jornalistas "de referência" - notei a queda para alguma falta de rigor (um tropeção na tecla, a pressa da "posta"), e a repetição do erro de Pacheco. Que se lê também nos jornais de papel. A falta que os copy-desks fazem nas redacções estende-se à blogosfera!
De uma vez por todas: vêem é do verbo ver e não vir [vêm], como muitas vezes se vê escrito. Ver com dois olhos (dois "E", como aprendi na escola-que-não-ensina-segundo-os-doutos-barretos-e-pachecos-desta-república!).
Music for a new society
A Universal anunciou que vai reduzir o preço dos CDs em 30 por cento. Primeiro, nos Estados Unidos. Depois na Europa. Veremos se, em Portugal, se seguirá a mesma política... Para combater a pirataria, anunciou aquela editora. A medida - tímida, quanto a mim - é positiva, por ser um primeiro passo no reconhecimento da culpa que a indústria tem no aumento da pirataria. Os CDs estão caros, melhor são muito caros.
Há quem na indústria há muito tenha percebido isso. David Fonseca disse-me há tempos numa entrevista: A responsabilidade não é das pessoas que o copiam. Os discos são muito caros: sou a favor de baixar os preços, de haver um IVA de cinco por cento para os discos, torná-los um objecto muito mais acessível, para que possa haver de novo um culto à volta do disco. Passa muito mais por aí, em dignificar o disco, do que haver as cópias anti-pirata. É preciso é dignificar o disco.
A medida é tímida, pelo que vemos na prática. Hoje, na FNAC, comprei quatro álbuns pelo preço de um CD novo: um CD (edição quase "deluxe") dos Mão Morta, com um disco extra ao vivo - por 11,10 euros. E dois álbuns de Tim Buckley reunidos numa edição única (mas cuidada, com notas históricas), por 7,80 euros. Total: 18,90 euros. Muitas das novidades estavam nos escaparates ao «preço verde» de 18, 19 ou mesmo mais de 20 euros.
Há quem na indústria há muito tenha percebido isso. David Fonseca disse-me há tempos numa entrevista: A responsabilidade não é das pessoas que o copiam. Os discos são muito caros: sou a favor de baixar os preços, de haver um IVA de cinco por cento para os discos, torná-los um objecto muito mais acessível, para que possa haver de novo um culto à volta do disco. Passa muito mais por aí, em dignificar o disco, do que haver as cópias anti-pirata. É preciso é dignificar o disco.
A medida é tímida, pelo que vemos na prática. Hoje, na FNAC, comprei quatro álbuns pelo preço de um CD novo: um CD (edição quase "deluxe") dos Mão Morta, com um disco extra ao vivo - por 11,10 euros. E dois álbuns de Tim Buckley reunidos numa edição única (mas cuidada, com notas históricas), por 7,80 euros. Total: 18,90 euros. Muitas das novidades estavam nos escaparates ao «preço verde» de 18, 19 ou mesmo mais de 20 euros.
Recursos humanos (o Estado dos transportes III)
Estação de Campolide, Lisboa. Domingo ao fim da tarde.
Seis fiscais pediam às pessoas que se dirigiam para os comboios da linha de Sintra os seus «títulos de transporte».
A bilheteira da CP estava encerrada. E a única máquina disponível a vender bilhetes tinha uma bicha com umas 20 pessoas...
Seis fiscais pediam às pessoas que se dirigiam para os comboios da linha de Sintra os seus «títulos de transporte».
A bilheteira da CP estava encerrada. E a única máquina disponível a vender bilhetes tinha uma bicha com umas 20 pessoas...
Quero falar disto...
Portas ajoelhou-se. E rezou de ar compungido. Um homem de fé não se pode esconder dos fotógrafos e operadores de câmara, disse. A fé é coisa privada, dizem outros.
De volta...
De volta de férias a máquina ainda está a aquecer, o discurso ainda sai titubeante. De forma que ataco a polémica mais simples: o futebol.
Dizer-vos que sou dos piores adeptos que uma equipa pode ter. Pois fui do Benfica em batalhas de pré-eliminatoria para a Liga dos campeões, e perdeu; fui do Porto para a conquista da SuperTaça Europeia, qual cereja no topo de um bolo já recheado, e perdeu; fui do Sporting, como normalmente sou, para a SuperLiga e o Sporting, talvez devido aos milhões que fez com a transferência de jogadores, pagou ao Porto a factura da derrota na SuperTaça, e perdeu; fui da selecção de Sub-21, equipa recheada de estrela meteóricas do panorama europeu, e perdeu; fui da selecção AA's, equipa recheada de pseudo-estrelas, não tão meteóricas, do panorama europeu (só lá faltou o victor Baia, mas isso é outra guerra de uma importância extraordinária...), e perdeu...
Apetece-me ainda dizer que torci pela paz mundial, e em particular no médio oriente, e a paz perdeu; torci pela actuação politica do Governo e oposição em Portugal, e os politicos perderam;
Torci para não ter muito mails para ler quando voltasse de férias, nem muitos posts aqui na cibertulia...
Enfim, não ando muito ganhador ultimamente.
Mas isto muda. Deus é grande... e não dorme. E o Sporting ainda é campeão este ano!
Dizer-vos que sou dos piores adeptos que uma equipa pode ter. Pois fui do Benfica em batalhas de pré-eliminatoria para a Liga dos campeões, e perdeu; fui do Porto para a conquista da SuperTaça Europeia, qual cereja no topo de um bolo já recheado, e perdeu; fui do Sporting, como normalmente sou, para a SuperLiga e o Sporting, talvez devido aos milhões que fez com a transferência de jogadores, pagou ao Porto a factura da derrota na SuperTaça, e perdeu; fui da selecção de Sub-21, equipa recheada de estrela meteóricas do panorama europeu, e perdeu; fui da selecção AA's, equipa recheada de pseudo-estrelas, não tão meteóricas, do panorama europeu (só lá faltou o victor Baia, mas isso é outra guerra de uma importância extraordinária...), e perdeu...
Apetece-me ainda dizer que torci pela paz mundial, e em particular no médio oriente, e a paz perdeu; torci pela actuação politica do Governo e oposição em Portugal, e os politicos perderam;
Torci para não ter muito mails para ler quando voltasse de férias, nem muitos posts aqui na cibertulia...
Enfim, não ando muito ganhador ultimamente.
Mas isto muda. Deus é grande... e não dorme. E o Sporting ainda é campeão este ano!
Subscrever:
Mensagens (Atom)