A Universal anunciou que vai reduzir o preço dos CDs em 30 por cento. Primeiro, nos Estados Unidos. Depois na Europa. Veremos se, em Portugal, se seguirá a mesma política... Para combater a pirataria, anunciou aquela editora. A medida - tímida, quanto a mim - é positiva, por ser um primeiro passo no reconhecimento da culpa que a indústria tem no aumento da pirataria. Os CDs estão caros, melhor são muito caros.
Há quem na indústria há muito tenha percebido isso. David Fonseca disse-me há tempos numa entrevista: A responsabilidade não é das pessoas que o copiam. Os discos são muito caros: sou a favor de baixar os preços, de haver um IVA de cinco por cento para os discos, torná-los um objecto muito mais acessível, para que possa haver de novo um culto à volta do disco. Passa muito mais por aí, em dignificar o disco, do que haver as cópias anti-pirata. É preciso é dignificar o disco.
A medida é tímida, pelo que vemos na prática. Hoje, na FNAC, comprei quatro álbuns pelo preço de um CD novo: um CD (edição quase "deluxe") dos Mão Morta, com um disco extra ao vivo - por 11,10 euros. E dois álbuns de Tim Buckley reunidos numa edição única (mas cuidada, com notas históricas), por 7,80 euros. Total: 18,90 euros. Muitas das novidades estavam nos escaparates ao «preço verde» de 18, 19 ou mesmo mais de 20 euros.