«Acabei de viver, no Iraque, dias de extraordinária intensidade, em comunhão com aquele que me enviou, o Papa João Paulo II. Raramente tive uma sensação tão forte, de que eu não era apenas o portador da sua mensagem de paz, mas que ele mesmo estava presente. Não fiz senão segui-lo pelo meio das comunidades cristãs, de todo o povo iraquiano, junto do Presidente Saddam Hussein, que manifestou uma intensa e profunda escuta da palavra viva que vem de Deus e que todos os crentes, descendentes de Abraão, recebem como o fermento mais seguro da paz.
Ao deixar esta terra, injustamente separada das outras, gostaria de ser mais do que o simples eco, o amplificador da aspiração de um País que tem urgente necessidade de paz.
Entre as grandes nuvens que se adensaram nos últimos tempos, abriu-se um pequeno clarão. Contudo, ninguém pode desanimar! A nova e breve trégua que se impôs deve ser utilizada por todos, integralmente e num espírito de confiança recíproca, para corresponder às exigências da comunidade internacional. O menor dos passos dos próximos dias tem o valor de um grande salto rumo à paz.
Sim, a paz ainda é possível no Iraque e para o Iraque. Volto para Roma, clamando-o mais vigorosamente do que nunca!»
Declaração do cardeal Roger Etchegaray, enviado do Papa João Paulo II, a partir de Bagdad, a 16 de Fevereiro de 2003. Outro que terá de tapar a cara, segundo o apóstolo da guerra Pedro.