Esta é daquelas épocas do ano em que melhor sabe não fazer nada... Passado o reboliço da Consoada, do bacalhau e das rabanadas, da troca de prendas e da Missa do Galo, das deslocações entre as casas de uns e de outros, sabe bem esta calma que antecede o novo reboliço do réveillon!
Ainda para mais, estou em Guimarães e isso muda tudo.
Ontem dediquei-me a visitar amigos, aproveitando o facto de ter onde e com quem deixar o Francisco e a Meg. Passei a tarde num café, à conversa com um grupo de amigos e a noite em casa de outros amigos. O tempo vai pasando e nem dou por isso. Mas também não estou peocupado. E isso é bom!
Isto é o que eu chamo férias! Longe do calor impossível do verão algarvio e do stress das viagens de avião que nos levam aos destinos de sonho. Isto sim, são férias!
Pena que os jornais insistam em trazer-nos as más notícias... Do terramoto no Irão, à explosão na China, passando pela queda do avião no Benim e pelos acidentes nas estradas portuguesas. E do Iraque e da Palestina e do Paquistão. Este ano, as más notícias chegaram até de Marte!
E, sobretudo, de Portugal. O país, visto do Norte, tem um aspecto diferente, mas os traços são os mesmos. Ele são as falências das empresas por causa da crise, as promoções antecipadas por causa da crise, os aumentos salariais ridículos por causa da crise, o aumento do desemprego por causa da crise, o natal pobrezinho por causa da crise... A crise em Portugal tem nome de mulher (Manuela Ferreira Leite) mas a causa da crise tem nome de homem (José Manuel Durão Barroso).
Enfim... hoje não me apetece falar de desgraças. Estou de férias. Estou em Guimarães. Os cheiros dos doces de natal ainda enchem a sala de jantar. A agitação do ano novo ainda vai ter de esperar. O tempo passa devagar e eu estou contente.
Vou ter com o meu filho, sentar-me no sofá e ver televisão. Qualquer coisa que esteja a dar na televisão.