8.9.03

Somos todos teens!

Teens
O Miguel já disse tudo. A selecção de sub-21 armou-se em real madrid dos pequenitos e perdeu em casa contra a selecção da Turquia. O José Romão pode dizer o que lhe apetecer; a verdade é que a selecção da Turquia é mais madura, mais humilde e mais trabalhadora do que todas as jovens estrelas emigrantes lusas. Salvou-se Hugo Viana, que tentou (em vão) disfarçar o sub-rendimento do Tiago e do Bosingwa e amenizar a superioridade turca a meio-campo. E o relvado do Estádio Municipal do Fontelo é uma miséria! Já que não sobrou dinheiro do Euro 2004 para arranjar estes relvados, não seria possí­vel à  Federação escolher outros estádios para a realização dos jogos decisivos das nossas selecções?!

Starlettes
Os séniores não fizeram melhor; pelo contrário, conseguiram até fazer pior!
Do jogo jogado (adoro esta expressão!) há pouco a dizer e Scolari já disse tudo: levámos um banho de bola!
Mas há que protestar contra o árbitro: porque carga de água é que o romeno não expulsou o Fernando Couto?! A dupla cotovelada no Diego Tristán e a mão na cara do Iker Casillas não são suficientes para expulsar um jogador de futebol?! Inacreditável! Só resta acrescentar que o senhor Couto é capitão de Portugal e está à beira de completar 100 internacionalizações! E que o jogo foi visto por milhões de espectadores... Há gente que, aos 34 anos, ainda se porta como um teenager.

Espanha
Se há alguém aqui que gosta de Espanha e dos espanhóis (e espanholas, por supuesto) sou eu! Trata-se, aliás, de um fardo que transporto no nome (João Diogo Rangel Pamplona Pizarro Pinto) e que foi alimentado pelos quatro anos vividos em Chaves, mesmo ao lado da fronteira de Feces de Abajo, das lojas de Verín e da animação de Ourense. Imagino que o facto de ter visto todos os dibujos animados da minha infância (a Heidi, o Marco, o Dartacan, o Era uma Vez..., etc.) em castelhano também tenha ajudado...
A verdade é que adoro Espanha e tudo o que é espanhol. Adoro Bracelona (como toda a gente de bom gosto) mas também adoro a menos consensual Madrid, a mediterrânica Valencia, a andaluza Sevilha, as montanhosas Asturias, a altaneira Ávila, a moderna Bilbao, a castelhana Burgos, a histórica Cádiz, a mourisca Córdoba, a agreste A Coruña, a monumental Granada, a universitária Salamanca, a elitista Santander, a medieval Toledo, a duriense Zamora e um sem número de outras pequenas e grandes pérolas. Farto-me de ouvir música espanhola (Jarabe de Palo, Ismael Serrano e Kepa Junkera, por exemplo), leio imenso em espanhol (Eduardo Mendoza, Vázquez Montalbán, Torrente Ballester, Soledad Puértolas, Antonio Muñoz Molina e, sobretudo, Pérez-Reverte), adoro cinema espanhol (Almodóvar e Almenábar, claro, mas também Fernando Trueba, Alex de la Iglesia, Victor Erice, Imanol Uribe, Bigas Luna, Julio Medem, Santiago Segura, Manuel Gómez Pereira, etc.). E é claro que falo espanhol desde pequenino, com sotaque de Madrid...
A culpa, Miguel, não é da defenestração do Miguel de Vasconcelos. A culpa, Miguel, é, antes de mais nada, do D. Afonso Henriques que, para além de mulherengo, era um mal-educado e sem-vergonha qua batia na mãe! E, depois dele, a culpa é de uma série de nobres receosos de perderem os seus privilégios que foram, recorrendo a todos os meios, impedindo o projecto de fusão que durante séculos foi tentado pelas casas reais da península ibérica. Os monárquicos mais puristas sabem bem que a chamada Casa de Bragança, para além de ser um ramo absolutamente bastardo da famí­lia real portuguesa, não passa de um bando de ursupadores que depuseram os legítimos reis de Portugal que, por acaso, também o eram de Espanha.

Mandona
Fico, então, à espera das rosas inglesas. Não são apenas as teens que adoram estas starlettes...