Confundir tudo para pior convencer, eis o que se lê nos argumentos absurdos de António Borges, economista, elevado a salvador da pátria por lentes obscuras: «Se o sim vencer, isso poderá levar a um aumento exponencial e deplorável do número de abortos», afirmou António Borges, durante uma conferência da plataforma "Não Obrigada". Para este economista, «a liberalização do aborto opcional» servirá de solução «para quem encarou com ligeireza o controle da natalidade». Acho espantosas, estas afirmações. Estes senhores ainda não perceberam que a liberalização do aborto já existe: chama-se vão de escada, à razia de umas quantas centenas de euros. O que se pretende é acabar com esta liberalização, tornar clinicamente seguro um acto que não deve ser pago com a cadeia, como prevê a actual lei. Mais: em lado nenhum, a despenalização (é isto que se está a votar!) contribuiu para o «aumento exponencial e deplorável do número de abortos». como afirma. O economista é pouco rigoroso, já se vê.
António Borges diz ainda que fez as contas, tendo como referência que cada aborto custará ao Estado cerca de 650 euros, ou seja, custarão 20 a 30 milhões de euros por ano. «Os custos de 2,3 abortos serão suficientes para pagar uma cirurgia média», diz ainda. Gostava de saber onde foi buscar ele estes números. Mas para um defensor do liberalismo e que acha que o SNS é uma excrescência, não está mal a contabilidade. Para Borges, deve ficar mais barata a economia clandestina ou a ida-para-quem-pode a Badajoz e Madrid. Claro que o Serviço Nacional de Saúde não deve pagar isto aos pobres, aos que não têm possibilidades de atravessar a fronteira. Para eles, qualquer vão de escada serve. Os liberais detestam os pobres.
[Mais sobre o aborto: A interrupção voluntária do diálogo]
António Borges diz ainda que fez as contas, tendo como referência que cada aborto custará ao Estado cerca de 650 euros, ou seja, custarão 20 a 30 milhões de euros por ano. «Os custos de 2,3 abortos serão suficientes para pagar uma cirurgia média», diz ainda. Gostava de saber onde foi buscar ele estes números. Mas para um defensor do liberalismo e que acha que o SNS é uma excrescência, não está mal a contabilidade. Para Borges, deve ficar mais barata a economia clandestina ou a ida-para-quem-pode a Badajoz e Madrid. Claro que o Serviço Nacional de Saúde não deve pagar isto aos pobres, aos que não têm possibilidades de atravessar a fronteira. Para eles, qualquer vão de escada serve. Os liberais detestam os pobres.
[Mais sobre o aborto: A interrupção voluntária do diálogo]