31.10.06
Trentinices, bizantinices e beatices
30.10.06
[dar um jeito]
Acne
29.10.06
28.10.06
Debates para dias com tempo
Religião e media, equívocos e possibilidades. Ponto de partida para um debate por fazer.
27.10.06
Copistas
Fosse com a minha professora Maria Alice, umas reguadas, é o que era, por cópia tão má!
Têmpera
26.10.06
Aznarento
Não deixes que a coerência estrague um bom post [III]
Boas memórias
[fotos MM, no Big Sur, Califórnia, EUA, em Outubro de 2005. Nesta última vêem-se leões marinhos. Clicar para aumentar]
25.10.06
Não deixes que a coerência estrague um bom post [II]
[foto manuphoto]
Alguém explica a Pacheco Pereira que os manifestantes anti-guerra ou anti-globalização não eram todos de extrema-esquerda ou anti-americanos primários?
Dois mentirosos
Não deixes que a coerência estrague um bom post [I]
À atenção de Pacheco Pereira.
Um mentiu sobre a situação económica do país para ganhar as eleições. Logo se aplaudem as manifs e a contestação.
O outro mentiu sobre as propostas económicas para ganhar as eleições. Este outro ainda mentiu sobre umas armas de destruição maciça para obrigar o país a apoiar uma guerra. Este outro mentiu mais uma vez dizendo que ficaria no cargo e tinha percebido a mensagem dos portugueses. Este outro é presidente da Comissão Europeia.
24.10.06
Códigos
Lembrar (sempre) o essencial
23.10.06
Buda e peste
[foto de uma igreja bombardeada na Segunda Guerra Mundial, em Buda, de que restou parte de uma torre e esta janela - Abril de 2006, por MM]
22.10.06
une gravité qui m'attire
«Les femmes de trente ans me touchent. Elles sont en partie adultes, en partie encore enfants. Il y a chez ces filles une gravité qui m'attire.
Comme si elles avaient un peu peur d'être tout à fait des adultes.
A quel âge devient-on adulte? c'est quoi être grand ?
Ces questions je me les posent pour moi, et c'est à travers ces filles que je cherche une réponse.
Je les photographie chez elles, en essayant de garder très peu de décor,
je les photographie en lumière naturelle pour garder présent la fragilité de ces moments.
je les photographie comme je pourrais les toucher, du bout du doigt : le temps de pose est lent, la netteté ponctuelle,
j'essaye de photographier lorsque l'image s'en va.
l'attention, la concentration montent pour arriver à un moment photographiable, et moi j'attends que ce moment soit en train de partir pour le photographier
J'essaye.
Ces photographies sont une tentative, vaine et maladroite.»
[texto e fotos: Olivier Roller, nascido em 1971 (nas fotos, Anne, Michelle, Kea e Sophie)]
Dores de cabeça
Chuva, quedas de árvores, aluimento de terras
21.10.06
6,1 por cento
20.10.06
A factura
14,30 euros
19.10.06
A vidinha
[um convite]
CONVITE
Conferência das Igrejas Europeias(CEC)
Conselho Português de Igrejas Cristãs(COPIC)
Têm o prazer de convidar V. Exa. para a conferência do Prémio John Templeton para o Jornalista Europeu de Assuntos Religiosos do ano 2005
RELIGIÃO E MEDIA - EQUÍVOCOS E POSSIBILIDADES
Conferência de ANTÓNIO MARUJO,
Sol ofuscado
18.10.06
O último apaga a luz
E agora, cultura
[A dica preciosa é de Pedro Adão e Silva.]
Rivoliçãozinha
[Mais sobre o Rivoli: Jorge Marmelo, Eduardo Pitta e o blogue No Rivoli.]
Quadri(+)Chromies
17.10.06
... mas os concertos podem ser
Quadri(+)Chromies: Hector Zazou + Bernard Caillaud
Espectáculo de música-imagem desenvolvido pelo músico francês Hector Zazou com o pintor digital Bernard Caillaud (falecido em 2004). A colaboração resultou num disco em que colaboraram nomes como Brian Eno, David Sylvian, Ryuichi Sakamoto e R.E.M.. [Hoje, no CCB, por um passatempo da Flur.]
Os almoços não são grátis
En passant: com mais destaque no Público, a notícia dos aumentos na electricidade, escandalosamente obscenos (45 por cento nalguns casos, sempre a pesar mais na factura dos particulares).
Mas todos dizem o mesmo: contribuintes e saúde pagam redução do défice. Os mesmos de sempre a pagar. O PS desbarata uma maioria que não votou neste sacrifício. Votou em sacrifícios, necessários, depois de desvarios da tripla Durão-Portas-Santana, mas não votou em sacrifícios neoliberais (não se entende que as empresas e a banca sejam beneficiadas, não se compreende que os prevaricadores sejam safos).
Nota final: o anúncio destes dois aumentos enormes (da inflação e da electricidade) coincidiu com a apresentação do Orçamento de Estado, numa jogada de mestre para calar eventuais protestos e reacções negativas. E tudo ficou entretido com a pen do senhor ministro.
16.10.06
Lembrar o essencial [act.]
Onde é a saída de emergência?
Quando uma editora publica um livro cujo início inenarrável é esta coisa pessimamente escrita (que seria zurzida pela nossa boa intelectualidade, fosse a pena de Rodrigues dos Santos ou do arquitecto Saraiva) e se torna o livro mais vendido (e mais lido?) destes dias, devemos dar um desconto à escola.
«Porque corre um homem? Sendo este homem de que se fala a generalidade de toda a espécie, aquele que todos representa, o todo, todos, sem excepção, porquanto não existe neste caso, a excepção, bem entendido. Mas a pergunta mantém-se, o que o faz correr? No sentido literal da expressão, uma perna à frente da outra, o pé direito a seguir ao pé esquerdo e vice-versa, não há primeiros lugares nestas coisas do corpo humano, será pelo prazer do sofrimento em si, todas aquelas centenas de músculos a trabalhar em prol de um bem-estar físico e psicológico a ser usufruído na posteridade do exercício? A uns é a glória que os move, os segundos e os minutos com que palmilham o terreno dão vitórias, dinheiro e fama ou desilusão, desconsolo e choro, a outros nada mais os motiva do que a extracção de alguns quilos descomedidos com o desígnio final e único de agradar ao outro género ou ao mesmo dependendo dos gostos de cada um e de cada qual. Seja como for, a soma dos fundamentos têm base num só, todos correm pela vida, nada mais os move.» [O Último Papa, de Luís Miguel Rocha, ed. Saída de Emergência]
Perceberam? Não? Leiam de novo, vão continuar na mesma.
Grandes portugueses
Dias cinzentos
Noites claras
15.10.06
Lembrar o essencial
Antigo ministro dos Assuntos Sociais, Arnaut salienta que a futura taxa de utilização (também aplicável à cirurgia em ambulatório, com um valor ainda desconhecido) “é, na verdade, um co-financiamento do utente que vai contra a Constituição e ofende o princípio da solidariedade”. E diz ainda estar “chocado” com o facto de ser “um ministro do PS a atacar esse princípio e a transformar uma lei de inspiração socialista numa aberração lógica”.
Segundo o ex-governante – que afirma estar convencido de que o primeiro-ministro, José Sócrates, não deixará que Correia de Campos “continue por muito mais tempo à vara larga” – o SNS “não pode distinguir entre pobres, ricos e remediados”. “Isso faz-se no sistema fiscal”, sustenta.
O “pai” do Serviço Nacional de Saúde vai ainda mais longe, ao considerar que o ministro da Saúde “é um tecnocrata e político de direita sem sensibilidade social”, que “está a alterar o paradigma do SNS e a criar um outro tipo de sociedade”.
“É preciso cortar nos excessos e não nas carências. Pode-se desengordurar em muitos sítios, mas nunca indo ao cerne do drama humano”, remata.» [in Expresso]
14.10.06
Vai buscar!
2. A PT não me informou que me aumentava a assinatura, ao contrário do anunciado.
3. A PT mantém no ar a sua campanha publicitária extremamente divertida e enganadora.
Definitivamente, quem vai buscar sou eu. Outra operadora. De vez.
[actualizado: a PT informa-me por e-mail do seu serviço de apoio que aderi antes da decisão da Anacom, por isso não serei prejudicado; que a minha assinatura não sofrerá qualquer agravamento; estarei atento às próximas facturas.]
13.10.06
Frases comentadas (II),
ou o Pulo do Lobo
«[...] tem a ver com a permanência nos valores mentais, nos hábitos da nossa democracia, dos quadros do Portugal de Salazar. Valores como o "respeitinho", a hipocrisia pública, a retórica antipolítica, a tentação de considerar que o suprapartidário é bom, a obsessão pelo "consenso", o medo da controvérsia, a cunha e a clientela, mesmo a corrupção pequena, a falta de espírito crítico desde as artes e letras até à imprensa e Igreja, tudo vem do quadro do salazarismo e reprodu-lo. O medo do conflito, essa tenebrosa herança de 48 anos de censura, permanece embrenhado na vida política da democracia e isso dá vida à nostalgia da pasmaceira vigiada de Salazar.» [Pacheco Pereira, 12 de Outubro de 2006]
Frases* comentadas (I),
ou o regresso do Oásis
«Olhe que não, olhe que não...» [Álvaro Cunhal, 1975]
[* - frases sem aparente ligação comentam-se...]
As pessoas, claro
Nem de propósito! O Prémio Nobel da Paz a Muhammad Yunus e ao seu Grameen Bank, que tornou possível o microcrédito, é a prova que a paz também se faz combatendo a pobreza. Este também seria um óptimo Nobel da Economia, que mostraria que a economia se faz de pessoas, só de pessoas, não de números dispensáveis.
Dêem-lhes outra carreira
Como Medina Carreira que hoje citava Pulido Valente, no Público [que em dia de manifestação, parece uma bíblia neoliberal de opiniões, e talvez assim se explique também a malaise do jornal], depois do segundo ter citado o primeiro, e neste pinguepongue de salamaleques, debita a habitual pesporrência do perigo que aí vem no ano de 2015, que é a alegada falência da Segurança Social, certinha para os nossos filhos e que temos de cortar a eito nas despesas sociais.
O mais engraçado é que estes senhores falam de barriga cheia, com uma reforma máxima garantida, sem preocupações na assistência de saúde (têm seguros, abusam de amigos médicos, não esperam horas nas bichas do centro de saúde ou nas urgências), não são desta terra estes senhores, vivem na lua, mas somos nós, os que queremos mudar o estado social sem o destruir os inconscientes e os aluados. Pois, pois, eles que vivam um ano inteirinho com o salário mínimo e o acesso normal ao serviço nacional de saúde, ou que esperem dois meses pelo subsídio de desemprego e, no fim, logo faremos contas das suas ideias.
12.10.06
Cuidar de deus
Depois partiram à descoberta de «algumas [que também] passam por aqui», a forma quase enigmática como se apresenta o Cinerama, imprescindível blogue sobre cinema (foi aliás a Rita que deu conta desta visita e me proporcionou este apontamento). O percurso terá começado aqui neste «paraíso de onde elas vêm», e passou depois pelo «elogio da Criação». Nada como o sitemeter para ver como são insondáveis os caminhos dos senhores vaticanos.
Sondagens
11.10.06
A defesa de deus
Meter os pés...
10.10.06
Não pôr os pés
[actualizado: e a Liberdade vai até Cavaco]
Eixo do mal
Culturas
Mas entre este haver excessivo, há sempre um deve que se pode questionar - e, por exemplo, o uso do Teatro Camões é um deles. Entregue há três anos à Companhia Nacional de Bailado, o espaço vive enclausurado, com poucos espectáculos (contei perto de 30 apresentações, em menos dias, no ano passado; e este ano, o site só permite ver quatro apresentações em três dias de Setembro e Outubro e um ciclo de 15 dias, mas sem datas definidas e outras informações...). Estarei enganado, ou há espaços que preferem viver à margem?! Do rio - e, neste caso, mais ainda dos públicos.
9.10.06
O mundo ao contrário
Exercício prático
No quintal do Kim
Sonhar
8.10.06
Interrupção voluntária do diálogo
[debates destes dias II]
quando se reacendem velhos debates recupero textos antigos meus para dizer ao que venho... agora, o aborto, que já aqui falámos.]
Há um debate por fazer na sociedade portuguesa - o do aborto. Longe do soundbyte que foram os momentos legislativos e o referendo de 1998. [Antes que a poeira volte a soltar-se], retomo esta questão [...].
A interrupção voluntária de diálogo joga-se entre a barriga em que só a mulher manda e uma concepção da vida que, no limite, pode excluir outras vidas. Não parece nunca haver um caminho diverso destes que opte, serenamente, por encontrar uma tábua de compromisso - necessária e desejável. Quanto a mim, não é contraditório afirmarmo-nos «pela vida» e simultaneamente procurar-desejar-conseguir a despenalização da mulher.
Explico melhor a recusa da habitual "dicotomia" que tem prevalecido nas discussões sobre o aborto. Recuso a ideia de que é [apenas] a mulher quem manda na sua "barriga". Com este argumento, há uma desresponsabilização séria do papel do homem na vida a dois. Já bastam as situações em que deliberadamente o homem foge a essas responsabilidades. Mas também não entendo o carácter categórico com que se defende a vida nestas paragens e se desdenha dela em situações concretas de todos os dias.
A pobreza extrema é tolerada, a pena de morte eventualmente aceitável, aquela raça de ciganos e pretos roubam-nos tudo: posso estar a ser injusto, mas já ouvi às pessoas cheias de boas intenções este tipo de afirmações. A Igreja Católica é, pois, bem mais afirmativa "nesta" defesa da vida do que em outros momentos, que nos exigem (também) muito.
Não é fácil procurar um terceiro caminho. Na via legal - aquela onde acaba por se jogar a discussão do aborto - tivemos [...] uma proposta que, pelo menos, tentou estabelecer pontes. O insuspeito Diogo Freitas do Amaral, antigo dirigente do CDS e professor de Direito, procurou «despenalizar a mulher que aborta sem descriminalizar o aborto», em dois artigos publicados em Fevereiro e Março [de 2004], na revista Visão [não disponíveis na internet].
Recordo alguns aspectos essenciais dessa proposta, por eventualmente ser desconhecida dos meus ocasionais leitores: para o jurista bastará acrescentar uma nova disposição ao artigo 142º do Código Penal («Que já se intitula - imagine-se! - "interrupção da gravidez não punível"», ironiza o próprio), com uma redacção aproximada a isto: «A interrupção voluntária da gravidez praticada, a pedido da mulher grávida, fora dos casos previstos neste artigo, e até às 12 semanas de gravidez, presumir-se-á ocorrida em estado de necessidade desculpante, com dispensa da pena, salvo se o Ministério Público apresentar prova concludente em contrário».Permitam-me ainda duas pinceladas mais para melhor compreender o enquadramento deste possível debate. Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda (partido que defende a legalização), na altura, reagiu dizendo que «a diferença é, a partir desta proposta, já muito curta, entre o que propomos e o que diz o professor Freitas do Amaral. Mas temos condições para ir mais longe». O mais longe de uns pode não ser o de outros, mas como então alertava Freitas, o país só tem «a perder», se se mantiver o «método "ou tudo ou nada" (que até aqui tem sido utilizado de ambos os lados)». E defendia o «método da busca do "consenso possível"». Vamos retomar o diálogo?
[E para se perceber que os católicos não se abstêm de pensar diferente, eis outra perspectiva sobre o tema: «Teólogo católico diz que aborto não é sempre homicídio».]
[texto originalmente publicado na Terra da Alegria, a 2 de Junho de 2004.]
7.10.06
Espesso
Romper os muros do clube
[debates destes dias I]
Os mapas enganam: a velha Europa rejuvenesce por estes dias. De Talin a Lisboa, o sonho desenhado por gestos e palavras de João Paulo II e (depois) Mikhail Gorbatchov, é uma realidade única – mas diversa.