30.12.07
29.12.07
De quem se olha ao espelho
Escreve Pacheco Pereira, hoje no Público, sobre «A cultura de blogue nacional», para concluir que é um «mostruário da nossa pobreza, da nossa rudeza, da falta de independência que caracterizam o nosso "Portugalinho"».
Vejamos o blogue de Pacheco: Coisas da Sábado (os textos que publica nessa revista); o texto semanal de opinião do Público; «early morning blogs» (poemas ou textos de outros autores postados de manhã); «Momentos em tempo real: exteriores» (fotos manhosas ou bonitas dos leitores); «o Abrupto feito pelos seus leitores» (e-mails e comentários dos leitores com comentários a posts ou a temas). Tudo somado, há pouco de Pacheco Pereira-blogger neste seu blogue. Deve ser o retrato «da nossa pobreza, da nossa rudeza, da falta de independência que caracterizam o nosso "Portugalinho"».
[Nota: o Abrupto já teve uma média de 4 mil e tal visitas no sitemeter, hoje queda-se pelos dois mil e muito, que ainda é muito mas reflecte a significativa perda de importância do Pacheco de hoje na blogosfera nacional. Talvez por isso o texto de hoje no Público, que será publicado no seu blogue.]
Vejamos o blogue de Pacheco: Coisas da Sábado (os textos que publica nessa revista); o texto semanal de opinião do Público; «early morning blogs» (poemas ou textos de outros autores postados de manhã); «Momentos em tempo real: exteriores» (fotos manhosas ou bonitas dos leitores); «o Abrupto feito pelos seus leitores» (e-mails e comentários dos leitores com comentários a posts ou a temas). Tudo somado, há pouco de Pacheco Pereira-blogger neste seu blogue. Deve ser o retrato «da nossa pobreza, da nossa rudeza, da falta de independência que caracterizam o nosso "Portugalinho"».
[Nota: o Abrupto já teve uma média de 4 mil e tal visitas no sitemeter, hoje queda-se pelos dois mil e muito, que ainda é muito mas reflecte a significativa perda de importância do Pacheco de hoje na blogosfera nacional. Talvez por isso o texto de hoje no Público, que será publicado no seu blogue.]
Lapso freudiano
«O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS ELEITORES: PLANO TECNOLÓGICO». Saudades de uma peleja eleitoral, ou os leitores do Abrupto têm outro estatuto?
Chiado, crise
Desce-se o Chiado entre tropeções, carros a mais, sacos de compras. Volta-se a subir, mais sacos, gente que se desvia ou nem por isso. O discurso de todos parece resumir-se ao défice, mas parece que o défice já desceu também nas carteiras.
28.12.07
As religiões matam
A violência das religiões dá pano para mangas. A morte de Benazir Bhutto é mais um pretexto para o discurso de agora que as religiões só matam. Em Itália, li ecos de um texto de Salman Rushdie que acusa as religiões de todos os males do mundo. Não sei que reacções mereceu por cá o texto, se é que foi lido e conhecido. Lá li algumas bem interessantes... Em todo o caso, o discurso de Rushdie não é de agora e tem uma marca pessoal indelével. Há outros autores, nomeadamente americanos, que têm insistido nesta tese para concluir que Deus não existe. Esta lógica argumentativa (a de Rushdie e a de outros) é o reverso da frase do cardeal-patriarca que anunciou que o maior drama da humanidade é o ateísmo. Todos esquecem, no equívoco destas suas posições, que uns e outros fazem o mundo avançar nas coisas boas. É verdade que os do costume falam-me da Inquisição, do Pio XII (deturpando aqui grosseiramente a História), da Al-Qaeda ou do fundamentalismo bombista na Irlanda; como os crentes atiram com o nazismo e o comunismo, tragédias maiores que a Inquisição.
Deus não se escreve nestes atentados, já o repeti, e mantenho. Quem se diz de Deus, está longe dEle quando mata assim. Como estava longe de Deus, nas fogueiras ou nas torturas das prisões chilenas ou nos campos de extermínio de Auschwitz ou dos gulags. As religiões que matam não são religiões. Como as ideologias que mataram já não eram ideologias.
27.12.07
Ateísmos, conversões
Deus anda na boca de toda a gente, com predilecção para ateus. Tony Blair converteu-se e logo todos se apressaram a comentar (no Renas e Veados, acha-se que o facto de Blair ter uma determinada opinião sobre aborto e orientação sexual é dissonante com a sua conversão e até se preocupam com os números dos que participam nas missas, ámen), Rui Tavares comenta hoje no Público a frase (tonta) do cardeal-patriarca que diz que o ateísmo é o maior drama da humanidade, para explicar que esta europeização do pensamento policarpiano pode levar ainda mais crentes europeus a afastarem-se da Igreja. Duvido disto tudo. Duvido que os católicos se tenham entusiasmado com Blair convertido, assunto que entreteve mais blogues e jornais que paróquias e crentes. Duvido que a frase (tonta) de Policarpo ecoe no coração dos crentes periclitantes para eles se afastarem de vez. O que me espanta sempre é esta preocupação com as coisas de Deus, de quem se diz longe dEle. Apetece brincar, que os caminhos do Senhor são insondáveis. Ou... o Menino travesso tem mil e uma formas de se manifestar.
25.12.07
[Natal]
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta (...).
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.
(Jorge de Sena)
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta (...).
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.
(Jorge de Sena)
24.12.07
23.12.07
22.12.07
Ciao
Regressado. Depois de 10 dias de frio, neve, sol, tudo junto, Roma, Assis, Siena, San Gimignano, Florença e Bolonha, e pizza e pasta e gelati e tartufo, e o La Reppublica, e a Fontana di Trevi como prometia a foto. Não sei nada de cá, soube pouco do mundo, a blogosfera deve estar a hibernar, deve haver muito para ler, falta tempo, é Natal, isto segue em ritmo incerto.
10.12.07
Vamos aqui - e já voltamos. Até breve
Corrente. Cinco. Filmes
O Tim desafiou-me para a corrente dos cinco filmes, que importaria salvar. Como já o fiz no E Deus Criou a Mulher, retomo o post ilustrado de lá. Desenhei um roteiro aleatório (de afectos) de filmes, por ordem alfabética, que ainda hoje gosto de rever e redescobrir.
A Bela Impertinente/La Belle Noiseuse, de Jacques Rivette (1991)
A Dupla Vida de Véronique, de Krzysztof Kieslowski (1991)
Lost in Translation, de Sofia Coppola (2003)
Monica e o Desejo, de Ingmar Bergman (1953)
Mulholland Drive, de David Lynch (2001)
A Bela Impertinente/La Belle Noiseuse, de Jacques Rivette (1991)
A Dupla Vida de Véronique, de Krzysztof Kieslowski (1991)
Lost in Translation, de Sofia Coppola (2003)
Monica e o Desejo, de Ingmar Bergman (1953)
Mulholland Drive, de David Lynch (2001)
Questões deste tempo
A saída do director do Diário Económico directamente para a Sonae SGPS será natural? O período de nojo que os jornalistas gostam de defender (e sobretudo vigiar) para os políticos, quando estes deixam a actividade partidária ou governativa, não devia ser questionada no mundo dos jornais? A seguir.
8.12.07
Ou como fora das auto-estradas as coisas se complicam...
Lisboa-Coimbra-Estremoz-Lisboa. O País não é assim tão pequeno (ainda).
7.12.07
Selectividade
Uns quantos muitos resolveram indignar-se com a vinda de Robert Mugabe à parada de ditadores e democratas-pouco-recomendáveis e democratas-que-tentam-a-sério que é a Cimeira UE-UA. Mas nisto, são como Gordon Brown, enchem-se de brio e maltratam Mugabe, assobiando para o ar para os ditadores de apaparicar por casa e na bolsa do petróleo, como José Eduardo dos Santos. Sobre a violação dos direitos humanos e o eterno adiamento de eleições em Angola, José Barroso não usa da mesma eloquência e veemência. O Presidente sudanês pode chacinar no Darfur, que o Brown não gosta mesmo é de Mugabe. Eu também não. Não sei é se não os devo receber cá - são chefes de Estado, caramba (e até já cá veio o Putin e o Presidente chinês) - e esfregar-lhes com a arma de destruição maciça que é (era, será) fazer depender muito do que se promete em dinheiro e ajudas da verdadeira erradicação das ditaduras do continente africano.
6.12.07
Cair mais uma máscara
Una victoria de mierda. É sempre eloquente a pesporrência dos aprendizes de ditador.
5.12.07
TV mural
Perfumes, telemóveis, brinquedos, automóveis, relógios... e nespresso. O Natal na televisão é imediatamente reconhecível.
Flexi
«Os ministros do Trabalho e da Segurança Social dos 27 chegaram hoje a acordo sobre os princípios comuns da flexigurança, nomeadamente a adaptabilidade nas empresas, permitindo horários flexíveis e adaptados aos fluxos de menor e maior produção.» E as administrações incompetentes? Podemos flexibilizá-las?...
Cá da casa
O bairro quadriculado, de ruas e ruelas, que as há, de muitos carros e mais peões, do jardim e da sueca no jardim, das lojas e lojinhas, dos barbeiros e dos sapateiros, das livrarias e das papelarias, do melhor bolo de chocolate do mundo e da escola de condução, da Ferreira Borges e da Saraiva de Carvalho, dos tecidos e dos painéis do Almada, dos Prazeres e do seu eléctrico, do cemitério e das suas vistas e campas, deste cantinho que se disfarça como sendo do bairro, dos outros cantinhos todos que merecem cada pedra da calçada... Tudo isto mora aqui, também.
4.12.07
Descontente
Lê-se na Lusa: «Sessenta e um processos de despedimento colectivo foram iniciados no terceiro trimestre do ano, abrangendo um total de 968 trabalhadores, de acordo com o Boletim Estatístico de Outubro, hoje divulgado.» Quase mil trabalhadores despedidos por uma lei que facilita o despedimento, este tipo de despedimento. Invocam-se motivos falaciosos. Inventam-se desculpas esfarrapadas. Nunca se aponta o dedo às administrações, os trabalhadores é que não aceitam as mudanças. Mas ninguém quer saber dos elevados custos sociais para o país destes despedimentos. São números para as estatísticas, inevitabilidades do mercado. No final, ouviremos sempre o mesmo: bagões e ministros a dizerem que tem de ser. Não tem, dizemos nós. E Sócrates não pode estar contente.
Solene
Haja solenidade, ou não estivéssemos em Coimbra. Na Sala dos Capelos, os reis e rainhas olham do alto, como o júri, para a candidata ao doutoramento. Os bancos do público são de desconforto, mas o consolo chega com o final. Ao que recebe a nota máxima, o júri manda chamar. Ao que se aprova sem essa nota, o júri desce para se anunciar. Ali não vimos o júri, a tradição soube melhor.
3.12.07
Hier leben die Blinden die glauben was sie sehen
[ou um post privado de exaltação! Ver, olhar e sehen. À Rute!]
2.12.07
«Em Lisboa, sabe-se pouco sobre estes portugueses da diáspora»
O estes é enganador. O que a rapaziada do 24horas americano (é verdade, há uma edição americana do 24, a única online) queria dizer era: sabe-se pouco sobre estas portuguesas da diáspora. Ou então, o pessoal anda a ler o Pedro Mexia e a espreitar o E Deus.... Uns intelectuais, estes tipos, já se sabe!
Dérbi
Parece que os tipos jogaram bem e ganharam. Mas noutro país qualquer ainda seria demasiado cedo para encomendar as faixas.
1.12.07
Baixa-Chiado
Há vendedores de rua, uma tuna, pedintes, meninas a fazer tranças, iluminações de Natal, gente com sacos, sacos de gente, a subir e a descer, a entrar e a sair, lojas, cafés, livrarias, esplanadas, os armazéns. O Chiado e a Baixa fervilham, a céu aberto. Quem é que precisa de se enfiar num shopping?!
30.11.07
11 dias depois
Este blogue não está em greve, nem em gestão de esforço, nem procura novo treinador, nem anseia pelo dérbi, nem espera pela Maddie. Este blogue está de folga.
29.11.07
Irresponsabilidades
O PSD de Lisboa anda a arranjar artifícios para fazer baixa política. Os irresponsáveis que nos (des)governaram durante seis anos querem impor na secretaria (assembleia municipal) a política que os lisboetas sanearam nas eleições intercalares.
Demita-se!
A funcionária de uma junta de freguesia que está visivelmente incapacitada para trabalhar, com quem o senhor ministro das Finanças se solidarizou, está apta para trabalhar, volta a insistir a Caixa Geral de Aposentações, com uma alegada «decisão médica». É indigno. O senhor ministro que se demita já que não põe ordem na casa (a um político podemos aceitar um primeiro erro dos subordinados, mas quando o erro persiste, a incompetência deve ser castigada politicamente). E já agora: não podemos processar estes rostos anónimos que assinam "sentenças" sem qualquer tacto ou senso comum?!
Tempo
Gostava de ter mais tempo...
para estar com os amigos, todos os amigos, com tempo ou a correr,
para falar aqui de blogues novos e os de sempre, que gosto de ler e reler e ver e rever,
para contar como gosto de ser guiado pela Time Out,
para ir mais ao cinema (não, não me falem de filmes novos),
para ler mais, apesar das viagens de autocarro em que vou devorando páginas, quando não me distraio com passageiros ou a paisagem de todos os dias,
para ir mais às livrarias e aos alfarrabistas das Escadinhas do Duque e à FNAC (sim, ainda é um oásis),
para ouvir música, a nova e a velha, a que fica para sempre ou a que se ouve só uma, duas vezes, com prazer,
para...
que dia é hoje, ahn?!
Privatização
O PCP acha que o mandato de deputado é propriedade do partido. Coisa privada, portanto. E as privatizações afinal tocam a todos.
Arrastados
Volta à coluna dos blogues que nos deixam KO, por aparecer renovado e em nova morada. É leitura quase diária, um olhar mordaz sobre o quotidiano. E mesmo em desacordo, concordamos que somos sempre bem arrastados na safra do Daniel.
28.11.07
Belisques
Marta Rebelo no lugar de Vera Jardim, no Parlamento. Mais do que lamentar a suspensão de um óptimo tribuno, saúde-se uma renovação de qualidade. O PCP bem que podia olhar para estes bons exemplos: renovar sem beliscar. Só nós nos beliscamos.
27.11.07
Tablóides de referência
Hoje o jornal de referência que é o Público tem um artigo de abertura de uma página a autocitar-se com as referências que uma notícia sua (que recicla informações dadas por um tablóide português) mereceu nos tablóides ingleses.
O jornal de referência que é o Público trata a informação sobre o julgamento de Diana nas páginas de fofocas, a que chama Pessoas (e que no fundo é igual a qualquer página de famosos de um tablóide, mas a deles só fala de fofocas estrangeiras).
O jornal de referência que é o Público trata a informação sobre o julgamento de Diana nas páginas de fofocas, a que chama Pessoas (e que no fundo é igual a qualquer página de famosos de um tablóide, mas a deles só fala de fofocas estrangeiras).
26.11.07
Descortesia diplomática (comentada)
«O embaixador dos Estados Unidos em Lisboa lamentou hoje o anúncio de uma redução do contingente militar português no Afeganistão e acusou o governo de se preocupar mais com as sondagens do que com a segurança global. [hmmm, importa-se de repetir, quem se preocupa com quê?]
"Fiquei profundamente preocupado quando soube dos planos de Portugal para reduzir os seus esforços em prol da jovem democracia afegã" [democracia de Cabul... talvez], disse Alfred Hoffman, que cessa sábado funções diplomáticas em Lisboa, no seu último discurso num almoço da Associação de Amizade Portugal-EUA.
"Mas não posso dizer que fiquei completamente surpreendido, uma vez que os líderes europeus parecem mais intimidados pelas sondagens do que determinados a convencer as suas opiniões públicas da importância da luta no Afeganistão" [mas não foram os EUA os primeiros a despachar-se de lá, para ir a correr em busca de umas armas quaisquer no Iraque?! foram, pois foram], prosseguiu, num discurso em que começou por se afirmar disposto a passar por cima das "cortesias diplomáticas" [ele passa por cima da cortesia a 5 dias de se pisgar; a isto, na minha terra chama-se cobardia] e falar dos assuntos que realmente interessam aos dois países.» (da Lusa, com comentários meus)
"Fiquei profundamente preocupado quando soube dos planos de Portugal para reduzir os seus esforços em prol da jovem democracia afegã" [democracia de Cabul... talvez], disse Alfred Hoffman, que cessa sábado funções diplomáticas em Lisboa, no seu último discurso num almoço da Associação de Amizade Portugal-EUA.
"Mas não posso dizer que fiquei completamente surpreendido, uma vez que os líderes europeus parecem mais intimidados pelas sondagens do que determinados a convencer as suas opiniões públicas da importância da luta no Afeganistão" [mas não foram os EUA os primeiros a despachar-se de lá, para ir a correr em busca de umas armas quaisquer no Iraque?! foram, pois foram], prosseguiu, num discurso em que começou por se afirmar disposto a passar por cima das "cortesias diplomáticas" [ele passa por cima da cortesia a 5 dias de se pisgar; a isto, na minha terra chama-se cobardia] e falar dos assuntos que realmente interessam aos dois países.» (da Lusa, com comentários meus)
25.11.07
O entusiasmo, a multiplicação
O Presidente da República quando governava deve ter passado muito tempo no Pulo do Lobo. De outro modo, não se espantaria com o facto de não haver mais criancinhas: «Eu não acredito que tenha desaparecido dos portugueses o entusiasmo de trazer vidas novas ao mundo.» Se o senhor não vivesse na redoma do "sucesso" dos seus governos saberia que a rede pré-escolar é escassa e (muito) cara e que os pais portugueses têm de trabalhar (por exemplo) o dobro dos suecos para comprar uma cadeirinha de bebé para o automóvel. O entusiasmo dos portugueses é proporcional à alienação deste senhor.
24.11.07
Dar a volta
O Papa puxou as orelhas aos bispos portugueses por causa da desorganização em casa. É verdade que esta é grande, mas faltou acrescentar à desordem a própria rigidez vaticana em muitas matérias para se perceber que o mal não é exclusivo deste cantinho. Ainda assim, os bispos parecem querer ouvir Bento XVI e actuar. Mas D. Januário também diz que o Papa precisa de dar uma volta. E acrescenta que na Igreja (portuguesa) se esquecem os direitos humanos (nada que eu não defendo há muito).
Antes que os habitués atirem a primeira pedra, D. Jorge Ortiga diz noutra entrevista que o país não é só o défice e que a Igreja se tem acanhado muito no combate à pobreza. Ah, pois tem. Esperemos agora passar das boas intenções aos actos. Os outros que acham que a Igreja deve calar nestas questões de vida, bem podem enfiar a viola no saco.
Fugaz
Um dia inteiro longe da net, quase isolado, em trabalho com outros jornalistas. Os jornalistas às vezes sabem fechar-se do mundo. Mas quando Scarlett fica aqui alerta, para quê romper esse silêncio?!
22.11.07
Bola a mais
«Hoje pode cair o mundo que o futebol choverá a cântaros. O Governo agradece, a oposição está a ver o futebol.» Revolta-se Pacheco (sobretudo com a RTP, claro), como se não fosse importante o futebol (sim, apurámo-nos para o Euro, apesar de jogarmos mal e do outro a berrar que só defende os mininos). Mas leia-se a circunspecta BBC (a edição caseira) e veremos que o mal não é só nosso. E há dias em que o futebol é mesmo notícia. Hoje, por exemplo.
21.11.07
E agora?
Afinal, Fontão de Carvalho e Eduarda Napoleão irão a julgamento. Carmona Rodrigues e Santana Lopes continuarão a dizer que foram vítimas de não sei o quê?
O privado é que é bom
O director do jornal diário que este ano despediu cerca de 40 trabalhadores, incluindo mais de 20 jornalistas, escreveu esta terça-feira um editorial a criticar o insucesso do Governo no desemprego entre os mais qualificados. Com empresas assim...
[corrija-se: os despedidos foram uns 80, cerca de 60 jornalistas; nestas coisas, os privados pecam sempre por excesso...]
[corrija-se: os despedidos foram uns 80, cerca de 60 jornalistas; nestas coisas, os privados pecam sempre por excesso...]
20.11.07
19.11.07
Fotocopiar argumentos
O intrépido fotocopiador diz que o Estado deve divulgar as suas dívidas. Também acho. Mas, ao contrário de Paulo Portas, acho bem - como contribuinte com as contas todas em dia - que os faltosos estejam expostos na net. De resto, seria divertido perguntar a Portas porque não o pediu antes, e mais ainda, saber se ele pagou sempre a horas no Ministério da Defesa.
Bastão
Por muito que uma greve não se faça a bloquear quem quer trabalhar, bastão é sempre falta de educação.
Liberdade
«[...] vou tentar "transformar a revolta em luta". Tentar acertar o passo em novos caminhos e com outros companheiros. Tentar dar razão ao dito tão popular de que o crime não compensa. E pode acontecer que tudo não passe apenas dum susto às primeiras impressões.»
Zé "Prisas" Amaral manteve o blogue Memórias do Cárcere, desde Maio de 2006, directamente do Estabelecimento Prisional de Lisboa. No dia 25 de Novembro sai, e está assustado. Hoje faz 30 anos. Parabéns.
Zé "Prisas" Amaral manteve o blogue Memórias do Cárcere, desde Maio de 2006, directamente do Estabelecimento Prisional de Lisboa. No dia 25 de Novembro sai, e está assustado. Hoje faz 30 anos. Parabéns.
18.11.07
Calendário acertado
Frio, o sol que se escondeu, centros comerciais cheios. OK, agora sim, o Natal vem mesmo aí.
17.11.07
16.11.07
Fisco
Diz o senhor Vanzeller, paladino de Alcochete, que a expressão "fuga ao fisco" não se pode aplicar às grandes empresas. Claro que não: basta pensar nos "benefícios" dados aos senhores administradores, nas propostas que fazem aos trabalhadores (do salário ganho contra facturas), para acharmos que as grandes empresas não fazem nada, são todas elas muito transparentes. As grandes empresas acreditam todas no Pai Natal.
Manhãs
Gosto daquelas manhãs de nevoeiro, que em Aveiro enchiam o céu mesmo no Verão, tantas vezes no Verão. Em Lisboa, parece que o nevoeiro gosta pouco de subir as colinas, espreguiça-se no Tejo e fica por lá. Tenho saudades de uma manhã de nevoeiro.
15.11.07
Bodos
Primeiro, a jazida de petróleo, agora o gás natural. De repente, Portugal parece entrar no campeonato dos recursos naturais. Mas não sei porquê desconfio destes bodos. Lembram-me outros manás, como o dos fundos europeus e das grandes obras do regime.
14.11.07
O carimbo
Aos balcões de um banco vai-se cada vez menos. Eu, pelo menos. A net e as caixas automáticas livram-nos desse mal. Mas hoje, quase que apetece ir a estes balcões assépticos, de funcionários de pé ou em secretárias individuais a atender-nos. Mas depois, no fim, lá vem o velhinho sinal de que nem tudo muda: o carimbo, uma, duas vezes, e o papelinho fica pronto.
Lugar estranho
O mundo todo cabe nestes noticiários das duas da manhã. Depois, durante o dia, quase desaparece do mapa.
13.11.07
Clap, clap
O Governo destacou professores excepcionais, e entre eles Arsélio Martins. Quem o conhece da José Estêvão só pode concordar!
(E leia-se o que escreve sobre os rankings.)
(E leia-se o que escreve sobre os rankings.)
12.11.07
Cidade
Uma manhã de sossego na descida de Campo de Ourique para o Marquês de Pombal. A pé. Único sinal de desassossego: as buzinadelas constantes de aceleras até ao sinal vermelho seguinte e o frenesi dos distribuidores de gratuitos nas bocas do metro.
11.11.07
Vai buscar (hooligan, uma vez)
6-1, a maior goleada do campeonato. Cardozo e Nuno Gomes a facturar.
[actualize-se: E a derrota do Sporting e o empate do FC Porto a ajudarem.]
[actualize-se: E a derrota do Sporting e o empate do FC Porto a ajudarem.]
Tão perto, tão longe
Já subi três vezes ao Corcovado, o Redentor lá no alto, o Rio de contrastes em baixo. Hoje, só hoje, subi ao Cristo-Rei, virei costas ao senhor e apreciei uma Lisboa única, no casario que se deita até ao Tejo. E ao lado o rio que se entranha na Margem Sul, numa geografia desconhecida.
Para lá chegar há que pagar quatro euros, enfrentar uma loja de horrores e deslumbrar-se com uma vista para conhecedores: não há um único painel que esclareça o turista acidental do que se vê no horizonte.
Para lá chegar há que pagar quatro euros, enfrentar uma loja de horrores e deslumbrar-se com uma vista para conhecedores: não há um único painel que esclareça o turista acidental do que se vê no horizonte.
10.11.07
9.11.07
Levar a revolução ao povo
José Mário Branco grita a plenos pulmões que o FMI não aterrou na Portela coisíssima nenhuma, e o Nokia torna-se involuntária jukebox de um autocarro 74, cheio de velhinhos que estranham o rapaz e a música que sai do telemóvel. Que dia é hoje, ahn?!
[Saio a trautear, o bombástico do plástico...]
[Saio a trautear, o bombástico do plástico...]
Estações
Está calor?, perguntam-me do outro lado do Atlântico. Sim, está. Saio de manga curta, espanto-me com o presépio das Amoreiras, estranho as castanhas quentes e boas, olho o pôr-do-sol alaranjado que promete mais sol de um Outono quente. Como explicar que temos quatro estações, se as estações se tropeçam umas nas outras?
8.11.07
Saudades
Tínhamos saudades. Santana que passou o Orçamento a falar de si, do seu Governo, das suas competências, diz-nos hoje que não merecia as frases que lhe dirigiu o ministro esta manhã. E que por isso o Governo errou. Tínhamos saudades. Tínhamos? Não.
O todo e a parte
Disseram-me: o teu caso pessoal (dois meses e meio à espera do subsídio de desemprego) não deve ser confundido com o todo. Não, é verdade. Mas todos os funcionários com quem falei então me diziam: "Pediu há um mês?! Ah, espere pelo menos dois e depois telefone..." Outra atreveu-se a comentar: "Para quê tanta pressa? É casado com uma médica!". Pois, senhor ministro: um caso é um caso, mas fosse uma única pessoa a esperar dois meses e esse caso já seria iníquo. Dizer que paga em 11 dias é apenas anedótico.
7.11.07
Optimismos
«Ao nível do subsídio de desemprego, a redução foi de 41 para 11 dias, nesse mesmo período [de 2005 a 2007]» - o anúncio do ministro Vieira da Silva peca por optimista. Eu esperei dois meses e meio, sei de quem espera um pouco menos, mas nunca 11 dias.
Antinacionalismos
No Rossio, vejo meia dúzia de italianos, gordos, feios, porcos, sujos, tatuados e maus fazerem a saudação nazi. São adeptos da Roma, e bastava isto (apenas isto) para esta noite ser lagarto desde pequenino.
Compensações
O Público de José Manuel Fernandes que desconfia tanto dos subsídios aos pobres dos rendimentos mínimos, escandaliza-se por Carlos Lopes, António Leitão e Aurora Cunha terem deixado de receber há um ano os apoios de 1500 a 1200 euros mensais «a título de compensação pela participação em iniciativas de promoção do desporto, do fair-play e de hábitos de vida saudável» (Leitão diz que é convidado para «sete a oito solicitações por mês», a expensas próprias). Fico estupefacto quando, por exemplo, a minha mulher trabalha todas as semanas 54 horas para promover a saúde de portugueses e recebe pouco mais que isto sem qualquer «título de compensação».
6.11.07
Adjectivos
«Más notícias no trânsito», diz-nos a pivô da SIC-N. E passa para o trânsito na cidade de Lisboa, onde um toque no Eixo Norte-Sul provoca uma fila enorme. Não, «más notícias» são coisas como a do acidente na A23, ontem. Estas filas, estes toques são chatos. Apenas.
Quem?
José Sócrates e Santana Lopes. O duelo, o reencontro, o embate... Onde pára Luís Filipe Menezes?
5.11.07
4.11.07
3.11.07
Sentenças
É impressionante ler o trabalho do El Mundo, por estes dias, conhecida a sentença dos atentados do 11 de Março. Nunca o jornalismo foi tão militante, não por uma suposta busca da verdade, mas sim pela procura de uma certa verdade. A história é simples: este jornal resolveu tomar as dores de Aznar, Rajoy e do PP derrotado nas urnas nesse ano de 2004, e procura desde então desacreditar a tese da Al-Qaeda como responsável da mortandade. Preferem notar que os autores morais ficaram por condenar. Tudo porque continuam a esperar encontrar o dedo da ETA por detrás disto, e assim aliviar a consciência do PP que foi apeado do poder por (apenas) ter mentido, para disso tirar partido nas eleições. Hoje, o jornalista que seguiu todas as sessões espalha em duas páginas todos os "erros, contradições lógicas, omissões" que o senhor leu na sentença do juiz.
Depois lemos a blogosfera militante da direita questionar esta sentença, dando o exemplo militante do El Mundo, em busca da verdade. A mesma blogosfera que desconfia sempre de militantismos, sobretudo se se chamar Timor ou coisas de esquerda.
Depois lemos a blogosfera militante da direita questionar esta sentença, dando o exemplo militante do El Mundo, em busca da verdade. A mesma blogosfera que desconfia sempre de militantismos, sobretudo se se chamar Timor ou coisas de esquerda.
2.11.07
Passar cartão
Os miúdos saem do colégio e mostram o cartão de estudante ao funcionário. Não percebo bem esta necessidade de controlar quem vai embora, sobretudo para quem, como eu, nunca passou cartão na escola. Lembro-me do conselho directivo ter tentado uma vez que passasse a ser obrigatório, mas a ideia não passou de uma semana. Hoje, as escolas têm seguranças à entrada, portões fechados e vigiados. A minha escola que na altura não vivia assombrada com rankings devia ser um pouco melhor - pelo menos, respirávamos.
Todos os nomes
Aprendi na escola primária que os substantivos próprios levam maiúscula. Miguel, Maria, António, Joana. Mas de vez em quando tropeço em que me diz o contrário: em alguns blogues, curiosamente de ateus ou afins, escrevem-me Deus com minúscula, deus, como se o quisessem menosprezar. Não é uma questão de fé, repare-se, mas de português: nome próprio, Deus, grafa-se com D. Se me referir em abstracto a um deus ou deuses, devo escrever com minúscula. Digo eu, Miguel de nome.
1.11.07
Fraca política
A ministra da Educação terá recuado no Estatuto do Aluno. O Governo diz que não, naquele politiquês que no fundo diz que sim. Paulo Portas, ao seu estilo de feirante, veio gritar pela demissão da ministra. Fraca política, esta. Deviam os governantes admitir erros, ouvidas as propostas e críticas de oposição. Devia um opositor lembrar-se dos seus tempos de Governo, quando acolitou a pior ministra da Educação de que há memória (sim, Carmo Seabra), e aplaudir recuos em vez de pedir a torto e direito demissões.
Luzes
Os cemitérios enchem-se de pessoas, flores e velas, algumas orações, muitas memórias. O dia 1 é dos santos todos, o 2 de Novembro fina-se por antecipação. Mas este dia antes, celebrado por conveniência do feriado do calendário, é mais que certeiro.
31.10.07
Guimarães-Leiria
"O país está doido". A citação é conhecida, entrou no consenso unanimista da política e da blogosfera, uma indignação vinda de quem acha que há futebol a mais. Pois é, ninguém diria, mas o país está doido.
Sounds like teen spirit
Passo junto aos Salesianos com música de animação a altos berros, no intervalo das aulas. A escolha é uma poplada sem sabor e sal, longe dos Cure ou Jesus & Mary Chain que cultivávamos na nossa rádio para o corredor ouvir, dos anos 80. E não era preciso sermos urbano-depressivos. Mas o toque era outro, definitivamente.
30.10.07
Exemplo II
A SIC cita uma «notícia avançada hoje pela comunicação social britânica», que por acaso copiou despudoradamente a manchete do 24horas de ontem, que pelos vistos os senhores da informação da SIC não viram. Cegueira selectiva.
29.10.07
Tablóides
É engraçado: ler os tablóides ingleses a darem supostas lições de jornalismo e ética aos jornais e aos portugueses. Agora é o embaixador português em Inglaterra que é insultado, mas vai a ver-se e traduziram e deturparam as suas palavras. O interessante, no final, é ver os jornais ditos de referência a ignorarem à saciedade as notícias dos ditos tablóides portugueses e a citarem (as mesmas ou outras) dos ingleses.
28.10.07
Dias longos
Este dia demora uma hora mais. Rouba-se aqui, para perder depois no Verão. Depois fazemo-lo mais longo, com histórias que são de repente roubadas. Há ironias num calendário.
27.10.07
26.10.07
Publicidade enganosa, ou a revista Kamsutra
Livraria Bulhosa, Campo de Ourique, 14h30. A senhora idosa entra e pede ao balcão a revista Kamsutra.
Perante a resposta negativa, indigna-se: "Como é possível, já vim aqui várias vezes e não têm, mas a publicidade na televisão já dá há semanas."
Com a insistência da senhora, a empregada arrisca: "Só se for a Maxmen que traz o Kamasutra."
"- Sim, deve ser. É que eles dizem que faz bem à cabeça e eu ando há semanas com dores de cabeça."
A empregada duvida: "Mas esta revista não é..."
"- É, é, que eu vi na televisão. Pode abrir, para eu ver se vale para as minhas dores de cabeça..."
A rapariga suspira, entredentes: "Como é que vou explicar isto à senhora?..." E desembrulha a Maxmen e a Kamsutra. [Paguei e saí, a rir.]
Perante a resposta negativa, indigna-se: "Como é possível, já vim aqui várias vezes e não têm, mas a publicidade na televisão já dá há semanas."
Com a insistência da senhora, a empregada arrisca: "Só se for a Maxmen que traz o Kamasutra."
"- Sim, deve ser. É que eles dizem que faz bem à cabeça e eu ando há semanas com dores de cabeça."
A empregada duvida: "Mas esta revista não é..."
"- É, é, que eu vi na televisão. Pode abrir, para eu ver se vale para as minhas dores de cabeça..."
A rapariga suspira, entredentes: "Como é que vou explicar isto à senhora?..." E desembrulha a Maxmen e a Kamsutra. [Paguei e saí, a rir.]
Blimunda
Uma longa mesa para negociações entre a UE e a Rússia, em Mafra. Na imagem consegui distinguir duas mulheres, no meio de fatos-e-gravatas. Talvez cirandassem por lá mais umas assistentes.
Boarding
Diz-nos a CIP que um aeroporto em Alcochete custará menos três mil milhões de euros. É dinheiro. Mas este coelho da cartola, tirado de repente e logo incensado numa quase unanimidade, continua a merecer-me reparos: quem o financia?, que interesses se escondem?, a Lusoponte é uma das suas financiadoras?
No dia em que a CIP (confederação de industriais, note-se) divulgar tudinho, aí sim pode comparar-se.
[Da Ota, não sei se é melhor ou pior. E os interesses da Ota, já atravessaram governos PSD - que deu luz verde à coisa, note-se - e PS.]
No dia em que a CIP (confederação de industriais, note-se) divulgar tudinho, aí sim pode comparar-se.
[Da Ota, não sei se é melhor ou pior. E os interesses da Ota, já atravessaram governos PSD - que deu luz verde à coisa, note-se - e PS.]
25.10.07
Credo pessoal
«Sou como um amigo meu que foi visitar a catedral de Chartres e começou a levitar diante de um dos vitrais, até se lembrar de que não era místico e voltar para o chão.»
[Luís Fernando Verissimo, Borges e os Orangotangos Eternos, ed. Asa]
[Luís Fernando Verissimo, Borges e os Orangotangos Eternos, ed. Asa]
Aura
Olhar a lua, redondo vocábulo de nuvens vestida e uma aura luminosa. Noites assim sabem bem.
[actualizado: há sempre uma explicação para tudo]
[actualizado: há sempre uma explicação para tudo]
Morrer devagar
Este blogue é coisa de política, era assim que o apresentaria a amigos e desconhecidos há uns tempos largos. Hoje olho para a política e é coisa que quase me deixa indiferente. Uns arremedos de piadas ou umas boutades indignadas, é como despacho esse mundo daqui. Há um governo que gosta disto - gosta de nós assim parados, mas o desgoverno pega-se, quando oposição e sindicatos trauteiam os seus pequenos interesses, nada que ver com a vida de todos nós. Há dias alguém (não me lembro quem) contava o espanto do professor Charrua, tornado paladino da liberdade, que se dava conta de como os miúdos eram diferentes nas escolas de hoje, ele que há 20 anos estava num gabinete a pensar as políticas para esses miúdos, que ele reconhece não conhecer nem compreender. Morre-se devagar neste país, diz-nos uma cantiguinha de Lobo Antunes. Pois. O pior é que a coisa pega-se: morre devagar este país.
24.10.07
23.10.07
Allgarve
Quatro turistas morreram na praia do Tonel, no Algarve, três deles britânicos. Depois de Maddie, o Allgarve anda com azar... A pivô da Sky News estava impressionada, esta manhã: havia gente na água, dizia ela (eram surfistas), e porque é que, com um tempo tão warm, não se prolongava a época balnear?! É verdade que os ingleses não percebem que não estamos nos trópicos e até para nós este tempo é fora de época, mas por via das dúvidas as autoridades para a próxima que quiserem promover Portugal devem começar a olhar para a meteorologia.
Razões
Diz o ministro Mário Lino que a greve dos pilotos é «inoportuna» e tem «motivações políticas». Julgo (independentemente de concordar ou não) que é por isso que se fazem greves: por serem inoportunas e terem motivações políticas (que não se confundem com partidárias).
Há idiotas que não entendem nada (e são acolitados na sua imensa ignorância): sendo o bordel e a Igreja distintos, não podem estar separados. Assim
- Gostava de viver uma igreja sem celibato.
- Gostava de viver uma igreja com as mulheres também no altar a celebrar como presbíteras.
- Gostava de viver uma igreja em que o sexo não é crime ou pecado.
- Gostava de viver uma igreja em que a secularização não é inimiga.
- Gostava de viver uma igreja em que todos são iguais perante Deus, independentemente de género, raça ou orientação sexual.
- Gostava de viver uma igreja que pega no megafone para protestar contra salários de miséria ou a pobreza das arcadas e que não abra a boca só porque um crucifixo caiu da parede ou a barriga é de todos.
- Gostava de viver uma igreja que rejeita o abuso sexual de menores, mas não tem medo de entregar os que prevaricam ou pecam, sem confundir com a homossexualidade, que é de outro reino.
- Gostava de viver uma igreja que é deste mundo, sem medo de se parecer demasiado com este mundo.
- Gostava de viver uma igreja que é de homens e mulheres.
- Gostava de viver uma igreja que não expulsa os que rezam de modo diferente ou que afasta quem não caminha na procissão das velas.
- Gostava de viver uma igreja que fosse Igreja.
[Texto publicado originalmente na Terra da Alegria, há dois anos.]
- Gostava de viver uma igreja com as mulheres também no altar a celebrar como presbíteras.
- Gostava de viver uma igreja em que o sexo não é crime ou pecado.
- Gostava de viver uma igreja em que a secularização não é inimiga.
- Gostava de viver uma igreja em que todos são iguais perante Deus, independentemente de género, raça ou orientação sexual.
- Gostava de viver uma igreja que pega no megafone para protestar contra salários de miséria ou a pobreza das arcadas e que não abra a boca só porque um crucifixo caiu da parede ou a barriga é de todos.
- Gostava de viver uma igreja que rejeita o abuso sexual de menores, mas não tem medo de entregar os que prevaricam ou pecam, sem confundir com a homossexualidade, que é de outro reino.
- Gostava de viver uma igreja que é deste mundo, sem medo de se parecer demasiado com este mundo.
- Gostava de viver uma igreja que é de homens e mulheres.
- Gostava de viver uma igreja que não expulsa os que rezam de modo diferente ou que afasta quem não caminha na procissão das velas.
- Gostava de viver uma igreja que fosse Igreja.
[Texto publicado originalmente na Terra da Alegria, há dois anos.]
22.10.07
Césares
Jorge Jardim Gonçalves diz que não fez nada de mal ao esquecer-se de cobrar 12 milhões de euros ao seu filho. Mas agora pagou a dívida. À mulher de César, não basta parecer séria. Mas neste reino César e Deus trocam-se demasiadas vezes.
21.10.07
Evangelização
Parece que há um taxista lisboeta que pede ao passageiro para dar uma palavrinha. E começa-o a evangelizar sobre a Virgem Maria. Nunca o apanhei. Mas antes esse motorista que o senhor que me aponta, hoje, para o edifício da Herbalife, e pergunta se conheço. E debita-me durante 20 minutos as vantagens da dita. "Perca peso?" Vá a pé, evite os táxis.
20.10.07
Papai Noel
Faz impressão, todos os anos: as luzes postas em Outubro. Este ano, mais ainda. No Chiado, anuncia-se o Natal na iluminação (por enquanto desligada) das ruas, quando o tempo estende ainda a toalha na praia.
Literatura ou a bolsa
Há dias vinha distraído pelo passeio a ler um livro - sou assim, leio a caminhar, jornais, revistas, livros, you name it -, quando o V. me encontra. Cuidado, avisa-me entre risos, tão distraído ainda és assaltado. Nunca tinha pensado nisso. Só se fosse um ladrão poético a interessar-se por um distraído leitor.
19.10.07
Enganos
Este Verão tardio, ou que ainda não partiu, quase parece enganar as árvores, ainda verdes, mas já a deixar cair as folhas que não resistem. Só os corpos não se enganam, é vê-los passar.
Alinhamento editorial
Aberturas da Sky News, às 12h:
- O atentado a Benazir Bhutto.
- Detido pedófilo na Tailândia.
- Criminalidade juvenil no Reino Unido.
- Os treinos da selecção inglesa de râguebi para a final do Mundial, amanhã, e as viagens de adeptos para Paris.
Tratado de quê?
- O atentado a Benazir Bhutto.
- Detido pedófilo na Tailândia.
- Criminalidade juvenil no Reino Unido.
- Os treinos da selecção inglesa de râguebi para a final do Mundial, amanhã, e as viagens de adeptos para Paris.
Tratado de quê?
Os clones cheios de bílis
Espanto-me com os cuidados que ateus, agnósticos ou fundamentalistas idiotas (e descubro que os há aos clones, em versão feminina e masculina, para o zé e para a maria, a zazie e um dragoscópio fascizóide e débil), têm com a minha fé, com o viver da minha fé católica apostólica romana. Repito-me: a minha igreja não quer converter ninguém, mas dispenso tiradas de intenções anonimamente zazianas vertidas em dragonices. Vomito dragões ao pequeno-almoço e peixeiras medievais ao lanche. Vade retro satanás.
18.10.07
Come e cala? E cala consente?
(Não dar tréguas, outro capítulo)
Na Focus desta semana, Pacheco Pereira é chamado à mesa pelo líder de um grupelho de gente delinquente, que dá pelo nome de PNR. Que diz o senhor da barbicha? Que até Pacheco Pereira concorda com ele sobre a alegada existência de presos políticos em Portugal. E agora, o que dirá Pacheco? O silêncio é ensurdecedor, e perigoso. Como lembrou e bem o Tiago, há pouco tempo, a «tropa de choque do PNR tem de estar na prisão e não à mesa de qualquer debate, não merecendo constituir-se como objecto de disputa entre a esquerda e a direita democráticas».
[Ler também aqui.]
[Ler também aqui.]
17.10.07
E nós queremos impedir da mesma forma desastrada com que actuámos no Iraque
O presidente norte-americano George W. Bush declarou hoje que os líderes internacionais devem impedir o Irão de se dotar da arma nuclear, se quiserem "evitar uma terceira guerra mundial". "Temos um dirigente iraniano que anunciou que desejava destruir Israel", recordou Bush durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, após uma advertência da Rússia contra qualquer acção militar visando o programa nuclear de Teerão. "Foi por isso que disse (aos líderes mundiais): se querem evitar uma terceira guerra mundial, acho que deveriam tentar impedi-los de obter os conhecimentos necessários para fabricar uma arma nuclear", declarou. [da Lusa]
Sem tréguas
Dizem-me que Menezes não chega lá - a São Bento, em 2009. O país não lhe dará a vitória. Prefiro desconfiar, olhando para exemplos como os eleitos em Felgueiras, Gondomar, Oeiras, o segundo mais votado em Lisboa, ou mesmo a vitória no púlpito de Gaia do novo líder do PSD. Mas, se for caso disso, a direita não permitirá, dizem-me outros mais entusiastas (dessa mesma direita). Pois, pois. A direita também não permitia Santana e depois andou ao colo do mais inenarrável primeiro-ministro da História do país. Mais vale desconfiar e não dar tréguas, mesmo.
16.10.07
Promessas
«Para quem critica e bem o PS de abandonar as suas promessas eleitorais, deve lembrar-se que o compromisso de realizar o referendo era uma promessa eleitoral de primeira, tão de primeira como a de não aumentar impostos. Agora, foi a vez do PSD de quebrar uma sua promessa eleitoral igualando-se ao PS.» [Pacheco Pereira]
15.10.07
1639
O povo aplaude embevecido os príncipes Filipe e Letícia. No fundo, Saramago e Mário Lino foram profetas ao anunciar o iberismo.
Pouco nobre
A esta hora, a SIC apresenta uma gala de cantorias e meninos que vão viver na casa e no palco. É um programa de... horário nobre.
Timing certeiro
Chega-me agora este e-mail:
«Hello,
We wish to inroduce a business that will be beneficial to both of us.
If you are interested contact us via e-mail.
Thanks.
Idioma S.M»
[tal e qual]
O assunto da mensagem? «Ref:Introduction/Fatima»
Nossa Senhora, rogai por nós.
«Hello,
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If you are interested contact us via e-mail.
Thanks.
Idioma S.M»
[tal e qual]
O assunto da mensagem? «Ref:Introduction/Fatima»
Nossa Senhora, rogai por nós.
14.10.07
Fátima, futebol, fado
Espreitei o primeiro, bocejei com o segundo, definitivamente fujo do terceiro. Mil vezes o Gérard Dépardieu num filme pré-histórico.
[Sim, para quem não seguir o link, o fado é mesmo o Congresso do PSD.]
[Sim, para quem não seguir o link, o fado é mesmo o Congresso do PSD.]
13.10.07
Carta a Jardim Gonçalves
Meu caro, temos umas dívidas, coisa pequena, no cartão de crédito. Certamente, na sua magnanimidade cristã, pode perdoar essa dívida. É muito menos, uma ninharia, que os 12 milhões que o banco se esqueceu de cobrar ao seu filho.
Publicidade enganosa
O BES garante que o Ronaldo é como o dinheiro: parado, não rende. Pois, só que isto é mentira. O Ronaldo até a dormir ganha mais do que eu. O BES pode pagar-me assim que eu não me importo.
12.10.07
Escandaloso
O "The Sun" não foi distribuído hoje em Portugal porque traz uma notícia sobre uma alegada amante de José Mourinho. Há uma providência cautelar a impedir os jornais portugueses (excepto a imprensa regional - e os blogues, já agora) de darem a notícia (não discuto o seu interesse e relevância, discuto estes mecanismos). E falam de liberdade de imprensa e de expressão?
Uma verdade
Inconveniente, ou não, a escolha de Al Gore é polémica num aspecto, para mim: faz sentido um Prémio Nobel da Paz para um tema ecologista? Faz, de um ponto de vista preventivo: as futuras guerras serão pela água, pelos recursos naturais. Defender o planeta assume então uma dimensão de paz.
Modo repeat: Crónica de uma missa profana
[Em 2003, acompanhei madrugada fora as intervenções que poucos ouviam, até chegar o salvador. No Coliseu de Lisboa, o PSD respirava o regresso ao poder. Agora, na oposição, a coisa deverá ser mais carpideira, mas no essencial, será assim. Assim creio.]
Crónica de uma missa profana
«Visto lá de baixo isto parece bem mais fácil, mas daqui vê-se um Portugal inteiro.» Afinal, "isto" «não é só um congresso do PSD, é um congresso de Portugal, de portugueses para portugueses». Ninguém duvida da afirmação do jovem engravatado que fala ao "povo laranja" - e as palmas confirmam.
É, pois, uma liturgia popular a que se assiste. A segunda noite de trabalhos do conclave máximo do Partido Social-Democrata, de volta ao poder, sublinha os rituais de quem gosta do poder. E de se confundir com o poder. Que é como quem diz, de ser Portugal: «Só com o Governo social-democrata», diz-se para justificar pedidos, exigências, conquistas, sucessos, para sublinhar o óbvio: é «um congresso de Portugal».
O povo fala. «O PS é mau, primário, totalitário, incompetente», «sufoca a nossa vida», exclama um delegado de Matosinhos. Que tem uma curiosa tese sobre a democracia, para quem vive sufocado no totalitarismo: «O aperfeiçoamento da democracia só pode servir bem às ideologias que são capazes.»
O povo aplaude. «Num acto humilde e público quero agradecer a vitória ao fim de 27 anos de socialismo em Caminha», terra onde «o senhor primeiro-ministro [então Durão Barroso] e sua excelentíssima família passa férias», agradece o porta-voz dos «pescadores e agricultores humildes».
O povo lembra. «Encontrei o "Zé" do Marcelo Rebelo de Sousa, do Pedro Santana Lopes e do Durão Barroso, o "Zé" esquecido» em tempos de poder, que pediu a um delegado, Fernando Costa, para ser lembrado. «Ó Costa, dá lá uns recados, diz que este congresso está muito pacífico, que as bases é que devem falar.»
O povo engole. A custo, aplaude-se o líder popular Paulo Portas, outras vezes vaiado. Mas há quem ainda tenha dificuldades em beber do mesmo corpo e sangue: «Temos uma maioria absoluta, infelizmente com Paulo Portas.» E daí a conclusão do mesmo delegado: «Com Deus me deito, com o Diabo me levanto.»
Para não desdizer Fernando Seara, que ao PortugalDiário falava no congresso do PSD como «uma missa», muitos leram na Bíblia os sinais do futuro. «Expulse os vendilhões do templo», exortou um fiel seguidor ao seu Cristo-Durão (o mesmo Cristo invocado por Marcelo, no congresso da Feira).
Mas a missa não é sagrada. Todos falam, todos riem, mil toques de telemóvel florescem, e nem a advertência professoral de Manuela Teixeira, dirigente da Federação Nacional de Educação, convenceu os delegados: «Façam menos ruído, por favor, não gosto que outros falem quando eu falo.» As rezas em surdina continuaram.
E se Cristo não desceu à Terra, o congresso teve no palco um orador nato: Pedro Santana Lopes. E uma sala a meio gás, transfigurou-se. Cheia, silenciosa, embevecida. «Sou um homem de fé», proclamou o profeta de Lisboa. Que abençoou a cerimónia: «Assim Deus nos ajude.»
O povo debandou - para casa, para o bar, para a noite. Já ninguém ouviu as dezenas de oradores ainda inscritos. Cá fora, anuncia-se uma peça de teatro. «Últimas representações.»
[Fim. As representações regressam hoje a Torres Vedras.]
Crónica de uma missa profana
«Visto lá de baixo isto parece bem mais fácil, mas daqui vê-se um Portugal inteiro.» Afinal, "isto" «não é só um congresso do PSD, é um congresso de Portugal, de portugueses para portugueses». Ninguém duvida da afirmação do jovem engravatado que fala ao "povo laranja" - e as palmas confirmam.
É, pois, uma liturgia popular a que se assiste. A segunda noite de trabalhos do conclave máximo do Partido Social-Democrata, de volta ao poder, sublinha os rituais de quem gosta do poder. E de se confundir com o poder. Que é como quem diz, de ser Portugal: «Só com o Governo social-democrata», diz-se para justificar pedidos, exigências, conquistas, sucessos, para sublinhar o óbvio: é «um congresso de Portugal».
O povo fala. «O PS é mau, primário, totalitário, incompetente», «sufoca a nossa vida», exclama um delegado de Matosinhos. Que tem uma curiosa tese sobre a democracia, para quem vive sufocado no totalitarismo: «O aperfeiçoamento da democracia só pode servir bem às ideologias que são capazes.»
O povo aplaude. «Num acto humilde e público quero agradecer a vitória ao fim de 27 anos de socialismo em Caminha», terra onde «o senhor primeiro-ministro [então Durão Barroso] e sua excelentíssima família passa férias», agradece o porta-voz dos «pescadores e agricultores humildes».
O povo lembra. «Encontrei o "Zé" do Marcelo Rebelo de Sousa, do Pedro Santana Lopes e do Durão Barroso, o "Zé" esquecido» em tempos de poder, que pediu a um delegado, Fernando Costa, para ser lembrado. «Ó Costa, dá lá uns recados, diz que este congresso está muito pacífico, que as bases é que devem falar.»
O povo engole. A custo, aplaude-se o líder popular Paulo Portas, outras vezes vaiado. Mas há quem ainda tenha dificuldades em beber do mesmo corpo e sangue: «Temos uma maioria absoluta, infelizmente com Paulo Portas.» E daí a conclusão do mesmo delegado: «Com Deus me deito, com o Diabo me levanto.»
Para não desdizer Fernando Seara, que ao PortugalDiário falava no congresso do PSD como «uma missa», muitos leram na Bíblia os sinais do futuro. «Expulse os vendilhões do templo», exortou um fiel seguidor ao seu Cristo-Durão (o mesmo Cristo invocado por Marcelo, no congresso da Feira).
Mas a missa não é sagrada. Todos falam, todos riem, mil toques de telemóvel florescem, e nem a advertência professoral de Manuela Teixeira, dirigente da Federação Nacional de Educação, convenceu os delegados: «Façam menos ruído, por favor, não gosto que outros falem quando eu falo.» As rezas em surdina continuaram.
E se Cristo não desceu à Terra, o congresso teve no palco um orador nato: Pedro Santana Lopes. E uma sala a meio gás, transfigurou-se. Cheia, silenciosa, embevecida. «Sou um homem de fé», proclamou o profeta de Lisboa. Que abençoou a cerimónia: «Assim Deus nos ajude.»
O povo debandou - para casa, para o bar, para a noite. Já ninguém ouviu as dezenas de oradores ainda inscritos. Cá fora, anuncia-se uma peça de teatro. «Últimas representações.»
[Fim. As representações regressam hoje a Torres Vedras.]
11.10.07
Decoro parlamentar
«Flagrado entrando na banca de jornal do Congresso Nacional, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) negou que tenha adquirido um exemplar da "Playboy". "Fui à banca para trocar uma nota de R$ 50 para pagar o motorista de táxi. É que o motorista não tinha troco. Mas não comprei nada, não", afirmou. [...] Segundo o responsável pela banca, os deputados e senadores evitam comprar pessoalmente a revista e preferem mandar seus assessores para efetivar o negócio. No total, ele solicitou 100 exemplares da "Playboy".» [in Folha]
10.10.07
Mobilidades
A mobilidade especial prometida hoje pela ministra da Educação não me parece errada. A professores que não podem leccionar, mas porventura podem fazer outras coisas, é-lhes dada a possibilidade de continuarem a trabalhar. Mas os sindicatos já avisaram que não pode ser, com algumas desculpas (parecem-me) esfarrapadas. Lá está: continuo convencido que aos sindicatos não interessa combater o desemprego, mas sim manter postos de trabalho, sem mais. Nunca vi uma central sindical preocupada em contestar as regras iníquas a que está obrigado o desempregado. Nunca vi estes trabalhadores preocupados com trabalhadores sem emprego. E assim, este Governo, mesmo a fazer disparates, não tem oposição. Só berraria.
Telhados de vidro
É escandalosa a atitude da PSP na Covilhã. É idiota a reacção de Sócrates. Mas ouvir Menezes dizer que se não houver "cabal esclarecimento" censurará o Governo, ou saber que o líder do PSD-Açores, Costa Neves, se queixa que se respira dificilmente na democracia açoriana, é caso para tratamento à esquizofrenia. Estes dois senhores sentam-se ao lado de Alberto João Jardim, ou não se lembram?!
9.10.07
Nó de gravata
Um homem de fato e gravata segura uma placa de "preso", típica de filmes, avisando que viajava sem bilhete. "Punível por lei", avisa-se em baixo. Os promotores da campanha são as empresas de transportes de Lisboa. O que é notável é esta banalização de que todos somos potencialmente criminosos até prova em contrário. Os desempregados, agora os utilizadores de transportes públicos.
Downgrade
Dizer Birmânia ou Myanmar não é inocente. Perguntem aos birmaneses. O nome Myanmar foi imposto por uma junta militar ditatorial. A ONU ainda resistiu durante algum tempo à denominação, agora já parece aceitar o nome, mas por aqui não se aceitam baptismos forçados, que a própria população rejeitará.
(A incoerência jornalística que despeja Myanmar e fala de "antiga Birmânia", depois vê-se obrigada a falar da revolta birmanesa. Em que ficamos, afinal?)
(A incoerência jornalística que despeja Myanmar e fala de "antiga Birmânia", depois vê-se obrigada a falar da revolta birmanesa. Em que ficamos, afinal?)
Download
Os Radiohead estão a permitir que se compre o novo álbum deles, por download, com os compradores a poderem oferecer o que quiserem. Mas vendo bem, eles prometem uma discbox (que parece valer cada uma das 40 libras que custa), que permite também esse download. A prova que se pode ser inteligente na venda de discos.
8.10.07
Crimes, fazem eles
O fascizóide do Manuel Machado ameaçou a procuradora que o manteve em prisão. Estes canalhas que violam a lei continuam impunes, claro... Mas os indulgentes com criminosos são sempre os de esquerda.
Deus nas pequenas coisas (II)
Quando um chef elogia a Bimby, só nos podemos dar por contentes. Ah!, e por cá, há um CD com uns milhares de receitas - espanholas, italianas, francesas, "alternativas, "sãs", massas e doçarias. Não é engano, apenas um exagero culinário.
7.10.07
Deus nas pequenas coisas
Perspectiva geral da montra de uma loja em Paris...
... e o detalhe delicioso.
Há amigos assim, que se lembram de nós. Merci, Rui.
6.10.07
Choros
«Nem parece que o marido foi raptado há seis dias». É mais ou menos este o comentário de uma mulher da equipa da CNN que entrevista Mariane Pearl depois do rapto do marido, o jornalista Daniel Pearl (que seria decapitado e o corpo cortado em dez pedaços), reproduzido no filme A Mighty Heart. Quando se ouvem as vozes lestas a clamar que a mãe de Maddie nunca chora, que podemos nós dizer?! Calar fundo, por nunca sabermos o que se passa. E o que se passou, de facto.
5.10.07
República do bota-abaixo
Cavaco lamenta-se que a República não foi capaz de acabar com o atraso na educação. Lembrem-me só isto: este senhor não mandou no ensino durante dez anos?! Ah, pois foi. Mas nós sabemos o muito mal que se fez então nesses dez anos.
4.10.07
Angolaparques
Arguida no caso Bragaparques, a vereadora Gabriela Seara suspendeu o mandato por um ano e vai para Angola trabalhar numa empresa de Vasco Pereira Coutinho, do ramo imobiliário, depois de passar pelo Urbanismo de Lisboa. O pudor não existe.
3.10.07
Compaixão conservadora
«O presidente norte-americano, George W. Bush, vetou hoje uma lei apoiada por democratas e republicanos no Congresso que estendia a cobertura da assistência médica a milhões de crianças carenciadas e sem seguro de saúde, informou a Casa Branca.» (da Lusa)
Números que falam por si
«O Sporting de Braga passou a ser a terceira equipa portuguesa melhor cotada no "ranking" da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), ultrapassando o Sporting. O Benfica continua a ser o clube português com melhor cotação, no 34º lugar, enquanto o FC Porto se encontra na 57ª posição.» (da Lusa)
Pega de caras
O senhor ministro da Economia não comenta o aumento do desemprego em Agosto. Sempre lestos a falar de sucessos, a nossa política não sabe lidar com o fracasso. Apenas na arena da piada ou do escárnio. Eu por mim preferia ministros, políticos, que pegassem os problemas de caras, e não andassem ao sabor dos humores dos números.
Toxinas
A cozinha do Hospital Santa Maria foi fechada pela ASAE. Não admira: quem está internado sabe o que sofre. Mais revelador ainda é o nome que um dos restaurantes lá dentro "leva" de médicos e estudantes: Toxinas. Mas os senhores que jantam no Galeto, com estes casos não se indignam nem fazem posts de exaltação anti-asae. Elites, é o que temos.
2.10.07
Profs*
Se os miúdos nos fazem tropeçar na linguagem bué da fixe, os professores estão metidos numa teia de tal modo intrincada de escalões, agrupamentos, zonas pedagógicas, que numa qualquer discussão sobre o tema, quem está de fora não pesca nada. E quem fica a ganhar, talvez imerecidamente, é o Ministério.
[* - corrija-se: Setôres]
[* - corrija-se: Setôres]
1.10.07
Um mal nunca vem só
... ah, pois não.
[foto em pose de Estado nos tempos de (pior) primeiro-ministro (de sempre).]
«Notas soltas
[O país está doido]
Não é propriamente uma novidade. Santana Lopes já foi primeiro-ministro há 3 anos.
[Ribau]
A política é como a Ria de Aveiro. Quando a maré vaza aparecem as coisas mais estranhas.»
[in Berra-boi]
«Notas soltas
[O país está doido]
Não é propriamente uma novidade. Santana Lopes já foi primeiro-ministro há 3 anos.
[Ribau]
A política é como a Ria de Aveiro. Quando a maré vaza aparecem as coisas mais estranhas.»
[in Berra-boi]
30.9.07
29.9.07
Post críptico (aos amigos)
Chego a casa. Um jantar especial, com pessoas especiais. Descobrir que para lá do dia-a-dia da profissão se descobrem pessoas únicas, verdadeiras, amigas. Como a Rita (e os outros que "lá" continuam). Amigos assim, valem mais que qualquer desprazer na vida. Eles sabem-no, mas quis dizê-lo, assim publicamente - cripticamente. (E a Ive Mendes, não tem metade da graça.)
28.9.07
10 de Outubro
Dia Europeu contra a Pena de Morte. A Polónia votou contra. Os gémeos que mandam no país conhecem a História polaca?
After midnight
CSI, Dr. House, Sopranos. Depois da meia-noite, a televisão portuguesa parece um oásis de bom gosto.
27.9.07
Sons
O jornalismo sai maltratado do episódio SIC-N/Santana, mas já saía no episódio Sampaio/pontapé. Na altura preferiu falar-se ou atacar-se a irrelevância (ou o cansaço com) o Presidente recandidato. Agora, Santana vira as agulhas por causa de um directo irrelevante. O directo para nada dizer deve ser condenado, mas o gesto vindo de Santana soa a falso.
Not special
Santana abandonou a emissão da SIC Notícias. O ex-presidente do Sporting, o senhor das festas, da Cadeira do Poder, da incubadora, da eterna vitimização, não gostou de ser trocado por Mourinho. O problema, como ele disse, não é um partido como o PSD ser trocado pelo futebol. Foi cortarem-lhe o pio, ele ser irrelevante ao pé do special one. Nem são de hoje, estes cortes: o pontapé de Marco tramou o lançamento da candidatura de Sampaio. Onde andava então Santana?
FFF, Fátima, futebol, filho
Fátima fez o milagre (piada futebolística óbvia, a que acrescento que todo o PeCador encontra castigo), e o Sporting e o Benfica sofreram com os seus próprios milagres. Mas o que se viu foi o fracasso de uma competição: pouca gente, jogos sem golos, penáltis a decidir. Hermínio Loureiro bem pode matar o filho que encomendou... Enjeitado.
26.9.07
Arrufos públicos
- Mas porque é que não me ligaste?, porque é que não me ligas nenhuma?
A angústia da adolescente no autocarro foi partilhada em silêncio contido por todos os passageiros.
Sem liberdade
A família é una e sagrada para os juízes deste país. Esmeralda foi devolvida ao pai biológico, que se lembrou de a perfilhar com um ano de idade e quando ela já vivia há nove meses com duas pessoas a quem chamava de pais.
À liberdade
Monica Bellucci esteve ontem à tarde no Largo do Carmo a filmar para a Intimissimi. E nós no Marquês de Pombal. Há geografias injustas.
25.9.07
Menezices
Ouço o porta-voz de Menezes na SIC-N, a clamar pela "vergonha" e "falta de credibilidade" do PSD, e pergunto-me quem poderá confiar o país em gente assim. Não estarei sozinho nestas dúvidas.
Iranices
O reitor da Universidade de Columbia recebeu o presidente iraniano numa conferência, mas não teve pejo em o apelidar de "ditador mesquinho e cruel". Pela Europa, Angela Merkel recebeu o Dalai Lama, depois de Cavaco e Sócrates o terem ignorado, como líder político (que também o é), de uma causa que só merece simpatia por um povo que defendeu a independência de Timor-Leste.
Bizantinices
O blogue segue o seu curso. Só não seguiu antes porque aqui trabalha-se, não passamos horas nas caixas de comentários a insultar bizantinices ou a vomitar frustrações. Há vida para além dos blogues, mas há quem não a tenha.
24.9.07
Comentários
[peço desculpa pela interrupção, a emissão segue dentro de momentos]
A blogosfera é uma coisa fantástica. Mas tem lixo, muito lixo. Uma senhora detestada em geral, Zazie de seu nome, resolveu conspurcar os meus blogues (até no E Deus que não a deve entusiasmar muito, e até no LxRepórter que fechei em Maio), sobre considerações à minha fé e à minha pessoa. Como não tenho tempo nem vida para andar a apagar estas coisas fechei temporariamente (para sempre?) qualquer comentário nos meus blogues. Quem perde são todos os outros leitores, mas a higiene manda-me fazer isto. Qualquer mensagem pertinente, podem fazer chegar-me por e-mail. Obrigado.
[actualizado, a 25/9: está activada a moderação dos comentários, para permitir que todos participem. Os comentários poderão demorar a aparecer, nada mais.]
[actualizado, a 25/9: está activada a moderação dos comentários, para permitir que todos participem. Os comentários poderão demorar a aparecer, nada mais.]
23.9.07
Trentinices
Há sempre alguém a querer-nos impor uma versão única da Igreja, da nossa fé. Mesmo que esse alguém verta banalidades armadas em verdades, ou insultos travestidos de ciência. Nós passamos bem sem tanta certeza, porque a fé é da ordem da dúvida.
22.9.07
Sem carros
Eles protestam - é ouvi-los daqui da janela: porque é que insistem no dia sem carros? Eu protesto: porque é que estes insistem em trazerem o carro para o centro da cidade?!
21.9.07
Debate mas pouco
O debate mensal na Assembleia da República terá mudado de figurino. Uns e outros queixaram-se que os outros e uns não respeitaram o novo formato. No fundo, entretêm-se com acessórios e não discutem o essencial - este país, O país. A coisa foi despachada em uma hora e meia. Significativo.
20.9.07
Alarmes
Verdade seja dita: 135 detidos libertados (numa população prisional de milhares) não me parece motivo para o discurso demagógico de algum PSD e de todo o CDS, acolitados pelo PCP. Os casos de sentenças mais gravosas, é de acautelar. Dos outros, não se alarme o que não é alarme.
Bola para canto
Scolari falha quatro jogos, Mourinho falhará mais. Já há quem sonhe com o special one na Selecção, mas continuaremos a ter o caixa da Caixa. Menos mal: se falharmos o Euro, voltamos à terra. E a Caixa será Caixa.
Mais dois, e um novo
Hoje festa, de novo. A celebrar os 35 e os 11. Mas também quem chega de novo - a Sofia, pois! Setembro é assim.
19.9.07
Notícia manca
O Metro tem desde hoje novo director, anuncia a Meios e Publicidade. O anterior director já não põe lá os pés desde Maio, mas a notícia dá a entender que o mesmo fez alguma coisa nestes entretantos. Não fez nada. E o justo seria reconhecer o trabalho dos editores que mantiveram o jornal à tona sem director. Gratidão típica naquela casa.
Casa
Escapou-se-me o jogging socrático e a luta galinácea do PSD, dei uma prenda repetida, os miúdos têm tudo, há quem proteste com os títulos e letras do blogue, continuam os pop-ups chatos, os dias prolongam-se para lá da hora. Esta casa, já se sabe, tem uma agenda anarca.
18.9.07
Mudanças
Fui obrigado a mudar. O anterior template desapareceu, kaput!, e perante as opções oferecidas, optei por adaptar este desenho, que mais se aproxima do anterior e que me permitiu mexer qb, a partir dos parcos conhecimentos de html. Aqui está. Digam de vossa justiça.
17.9.07
[desfraldado]
Cuidei dos nós, parece que a Cibertúlia se desarranjou toda. Tratarei de retomar as vestes de sempre, assim tenha tempo.
16.9.07
Mais nós
Mesmo com cábula, valeu-me o irmão que adequou o nó Windsor, por lhe parecer melhor para o tipo de gravata, recuperada do casamento onde me lembro de ter ensaiado o Half Windsor. Longe de Lisboa, tudo isto são minudências ao pé do Darfur, região distante sem resorts ou meninas de olhos risonhos. Afinal como desapertar o nó, pode ser antes por aqui.
14.9.07
13.9.07
Decompor o cadáver
A propósito de um suposto apagamento da Maddie do site do Vaticano, instalaram-se histerismos e teorias que acho pouco rigorosas. Em vez de se questionar o "jornalismo" da brevinha do Correio da Manhã...
Um exercício simples, para ajudar a decompor mais este cadáver:
A notícia do CM, com comentários meus entre parêntesis:
«VATICANO APAGA REGISTO DO CASO NO SITE OFICIAL
O Vaticano mandou retirar [como é que ele soube? não diz] na última sexta-feira qualquer referência ao caso Maddie do seu site oficial [onde estava essa referência no site, quem a fez, quem a tirou?], www.vatican.vat [nome errado, não tem o "t" final, o que demonstra pouco rigor], apurou [onde? junto de quem? não há fonte?] o CM. E isto depois de o próprio Papa Bento XVI ter dado especial atenção [que tipo de atenção foi dada, para além do encontro no final da audiência?] ao desaparecimento da menina de quatro anos, chegando mesmo a receber e abençoar os pais, perante uma multidão, em plena Praça de São Marcos. Foi a 30 de Maio, nem um mês depois do crime, que Kate e Gerry McCann partiram do Algarve em mais uma viagem de jacto particular, cedido por um multimilionário inglês, para a mais mediática iniciativa. Quatro meses depois mudou o rumo da investigação e a atenção do Vaticano ao caso, apagado [onde? como? por quem?].»
O que leio ali? Mau jornalismo.
Mais: o site do Vaticano não faz referência (nunca o fez) a quem o Papa cumprimenta no final das audiências de quarta-feira, apenas inclui o seu discurso onde costuma saudar de forma genérica alguns presentes (grupos especiais ou assim, como poderás constatar). Na altura, não fez qualquer saudação particular aos McCann, apenas em privado. Por isso, estranho que tenha existido qualquer coisa para apagar. E duvido muito seriamente que o CM possa provar onde estava essa referência que foi apagada.
Limitaram-se a fazer um search no motor de busca agora, nunca antes de certeza. Mas pronto, a Igreja Católica (e o Vaticano e este Papa) têm as costas muito largas. (E eu também critico o que tem de ser criticado, mas aqui tenho a certeza que se está a querer empolar o que não existiu.)
Um exercício simples, para ajudar a decompor mais este cadáver:
A notícia do CM, com comentários meus entre parêntesis:
«VATICANO APAGA REGISTO DO CASO NO SITE OFICIAL
O Vaticano mandou retirar [como é que ele soube? não diz] na última sexta-feira qualquer referência ao caso Maddie do seu site oficial [onde estava essa referência no site, quem a fez, quem a tirou?], www.vatican.vat [nome errado, não tem o "t" final, o que demonstra pouco rigor], apurou [onde? junto de quem? não há fonte?] o CM. E isto depois de o próprio Papa Bento XVI ter dado especial atenção [que tipo de atenção foi dada, para além do encontro no final da audiência?] ao desaparecimento da menina de quatro anos, chegando mesmo a receber e abençoar os pais, perante uma multidão, em plena Praça de São Marcos. Foi a 30 de Maio, nem um mês depois do crime, que Kate e Gerry McCann partiram do Algarve em mais uma viagem de jacto particular, cedido por um multimilionário inglês, para a mais mediática iniciativa. Quatro meses depois mudou o rumo da investigação e a atenção do Vaticano ao caso, apagado [onde? como? por quem?].»
O que leio ali? Mau jornalismo.
Mais: o site do Vaticano não faz referência (nunca o fez) a quem o Papa cumprimenta no final das audiências de quarta-feira, apenas inclui o seu discurso onde costuma saudar de forma genérica alguns presentes (grupos especiais ou assim, como poderás constatar). Na altura, não fez qualquer saudação particular aos McCann, apenas em privado. Por isso, estranho que tenha existido qualquer coisa para apagar. E duvido muito seriamente que o CM possa provar onde estava essa referência que foi apagada.
Limitaram-se a fazer um search no motor de busca agora, nunca antes de certeza. Mas pronto, a Igreja Católica (e o Vaticano e este Papa) têm as costas muito largas. (E eu também critico o que tem de ser criticado, mas aqui tenho a certeza que se está a querer empolar o que não existiu.)
Rufias
França, Coreia, Alemanha. A selecção portuguesa tem chegado longe nas competições internacionais, mas também tem sido protagonista de cenas lamentáveis. Ontem, mais uma vez, com o sargentão-que-não-se-pode-criticar a dar o exemplo. No final, em vez de pedir desculpa preferiu atirar as culpas para outros. Vamos todos pendurar bandeiras - de luto.
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