Deus anda na boca de toda a gente, com predilecção para ateus. Tony Blair converteu-se e logo todos se apressaram a comentar (no Renas e Veados, acha-se que o facto de Blair ter uma determinada opinião sobre aborto e orientação sexual é dissonante com a sua conversão e até se preocupam com os números dos que participam nas missas, ámen), Rui Tavares comenta hoje no Público a frase (tonta) do cardeal-patriarca que diz que o ateísmo é o maior drama da humanidade, para explicar que esta europeização do pensamento policarpiano pode levar ainda mais crentes europeus a afastarem-se da Igreja. Duvido disto tudo. Duvido que os católicos se tenham entusiasmado com Blair convertido, assunto que entreteve mais blogues e jornais que paróquias e crentes. Duvido que a frase (tonta) de Policarpo ecoe no coração dos crentes periclitantes para eles se afastarem de vez. O que me espanta sempre é esta preocupação com as coisas de Deus, de quem se diz longe dEle. Apetece brincar, que os caminhos do Senhor são insondáveis. Ou... o Menino travesso tem mil e uma formas de se manifestar.