31.12.05
[fechado para balanço II]
[fechado para balanço]
Uma lutadora (e o melhor filme dos que vi este ano):
Million Dollar Baby/Sonhos vencidos
Um super-herói (a sério):
Batman Begins/Batman - O Início
Uma viagem (e uma vida assim contada):
Broken Flowers/Flores Partidas
Um murro (e uma dança e Natalie):
Closer/Perto demais
Um manifesto (e muitas dúvidas em vez de certezas):
Crash/Colisão
Um amor tardio de Verão (e Emily):
My Summer of Love/Um Amor de Verão
Uma surpresa (e a luz e a cidade e Scarlett):
30.12.05
O consumidor reclama
29.12.05
«O que me preocupa é o desemprego, que é um drama para cada um dos 430 mil desempregados»
na terça-feira passada)
Taxa de Desemprego (Total) - Homens e Mulheres
Periodicidade Trimestral
1992
4,1 - 3,9 - 4,1 - 4,5
1993
5,1 - 5,3 - 5,6 - 6,2
1994
6,8 - 6,7 - 6,8 - 7,1
1995
7,4 - 7,0 - 6,9 - 7,3
in Séries Cronológicas do INE, Taxa de Desemprego Total
(* - os valores anteriores a 1992 não estão disponíveis online)
[arrumar a casa]
Sem saúde (caso prático)
Sem saúde
27.12.05
Dias tranquilos
Dias de viagem
23.12.05
Pressa
22.12.05
É de mim...
21.12.05
Monteiro preveniu-se para as prendas de Natal
A terra, hoje
O debate, ontem
20.12.05
No país de Cavaco
[ou nós temos memória]
Autopalermice
18.12.05
17.12.05
Pequeno contributo para a democratização do Médio Oriente sem guerras
É um deus que não tem barreiras: um por cento dos que passam pela sua casa, vêm da República Islâmica do Irão*. Inch'Allah!
[* - dados do sitemeter, este sábado]
Pequeno contributo para a democratização dos EUA
Sete por cento dos leitores* desta Cibertúlia vêm dos Estados Unidos.
[* - dados do sitemeter, este sábado]
16.12.05
Procura-se [parábola para estes dias]
Um voto a menos?
A candidatura cavaquista é triste: uma certa direita, a do PP, engole-a, com medo que lhe saia a fava. Outra, o PSD do centrão, não lhe perdoa o tabu em silêncio, embora agora regozije com o silêncio de campanha. Uma terceira direita, a do PPD-PSL, não lhe atura rodagens de carros e, menos ainda, a moeda má que atirou a Santana. Agora todos aparecem solícitos a apoiá-lo, sem convicção e sem se porem a seu lado na campanha. Revelador.
E há ainda o tom sebastiânico assumido, que se partirá em pedaços uma vez instalado os pés de barro em Belém. [Aos que criticam a falta de ideias e propostas à esquerda, podem explicar-me uma ideia clara, concisa e concreta do candidato único de direita, que não seja de um ministro das finanças, para o qual ele não concorre nestas eleições?]
À esquerda, que é onde me revejo, para minha pena, a campanha não tem sido mais alegre, ou pelo menos mobilizadora. Depois do debate de ontem, de Mário Soares e Manuel Alegre, mais desiludido fiquei. De Soares continuo a achar mais ideias e substância nos seus correlegionários do que no candidato, frouxo na explicação dos motivos da candidatura (afinal, como se pode lamentar que não haja renovação, se não deixa espaço para ela acontecer?) e quase mitómano na tecla da experiência que só ele terá. Alegre fraqueja no trabalho de casa, o que demonstra a falta de uma máquina mais preparada, valendo-se mais dos afectos. Menos mau, ainda assim que Soares no campo das propostas, falhou ontem redondamente no seu enunciado (o disparate da dissolução fala por si).
Recuso-me a considerar, à esquerda, as candidaturas meramente partidárias, de Louçã e Jerónimo, como também esta noite se pôde ver.
O resultado é claro: uma tremenda desilusão. Sobretudo pela esquerda. Sobretudo pela opção suicidária do espaço político do PS, mas também pela opção sectária das candidaturas do BE e do PCP. O meu voto? Por agora, um rotundo branco. Queiram convencer-me do contrário até 22 de Janeiro, detesto não botar uma cruzinha. Coisa de católico.
Saramago e o seu «Ensaio sobre a Lucidez», por António/Expresso
15.12.05
14.12.05
13.12.05
Pregados
Irão ver...
Lutz, amigo, o Irão censurou a Heidi! Todos preocupados com as declarações do presidente iraniano e ninguém se lembrou de criticar este atentado à liberdade de expressão!
12.12.05
100 mil visitas!
Pulo evangélico
E, sim, há fundamentalismos evangélicos, que apregoam uma missionação exclusivista e excluidora... (Como os há entre os católicos - quem não se lembre de César das Neves ou, noutro campeonato, de Lefèvre?!) Soares fala destes evangélicos. O resto é confundir evangélicos sãos (como o Tiago, malgré Cavaco) e evangélicos daninhos (como Buchanan-e-tantos-outros-fundamentalistas).
[Nota final: Tentei deixar este comentário a um post no Pulo do Lobo, o blog de apoio a Cavaco. Não deixaram. Já há dias me aconteceu isso. Das duas, uma: ou os cavaquistas não gostam de macintoshs ou o meu IP já foi detectado pelo spin dos senhores...
Reparos: 1. Afinal, os nossos pulistas têm um sistema de aprovação posterior de comentários; queixei-me sem razão. 2. Na Voz do Deserto, há um texto do Tiago que explica algumas coisas mais sobre isto dos evangélicos [Evangélicos, once again.]
11.12.05
Da série A educação conjugal da menina donzela em mil novecentos e troca o passo*
- in Manual de Civilidade para Meninas, Pierre Louÿs (2ª ed. port. Fenda: 1995).
* - a ler (outr)os originais no bombyx mori
Benfica, 2 - Cavaco, 0
10.12.05
[nota]
7.12.05
Estado geral
6.12.05
Confesso
Hipocrisias
5.12.05
Lisboa perde
A outra derrota maior de Lisboa? Independentemente de Carrilho (ou malgré lui...), termos perdido uma grande primeira-dama. Insisto, eu sei.
Intimidade
[actualização: o JMF tratou de ilustrar o equipamento adequado para sair à rua...; na casa ao lado também já a homenageámos.]
4.12.05
Ideias procuram-se
Estado dos transportes
3.12.05
2.12.05
Corpos de delito
1.12.05
Download (o capitalismo)
A culpa disto tudo?
30.11.05
Despertares, menos
Curas inventadas para estes dias
29.11.05
Filmes Para o Milénio
às quartas, 21h, entrada livre
no Museu República e Resistência da Cidade Universitária - Lisboa
(Rua Alberto de Sousa - Zona B do Rego)
30 de Novembro
The Bottom Line: Privatizing the world (O bem comum)
7 de Dezembro
The Take
14 de Dezembro
The Corporation
28.11.05
Sementes da terra
A partir de agora, a Terra lança sementes mais duradouras. Textos sem tempo, para que o tempo não os apague.
O macaco sábio
27.11.05
Cavaco, insiste - mas nós temos memória
Este é o mesmo senhor que tentou puxar da cartola, em 1995, uma ideia para cativar (algum) eleitorado "católico": o facto de Jorge Sampaio ser divorciado. Na altura, não pegou. Agora, volta a acenar aos católicos... Em questões que não existem, como ele próprio diz. Por isso, não se devem criar divisões onde não existem: retire-se os crucifixos.
Porque hoje é domingo
2. Os crucifixos devem ser retirados das (poucas) escolas públicas onde estão.
3. A escola deve continuar a ser um espaço de conhecimento - das diferentes religiões, também.
26.11.05
A direita, sempre pela metade
Mas a direita é vezeira nestas coisas da História: a culpa da descolonização não foi do obstinadamente sós do regime fascista de Salazar, foi de Mário Soares; as guerras civis de Angola e Moçambique foram uma vergonha e deixaram muitos portugueses sem nada, esquecendo os que tudo perderam - mesmo a vida - na guerra colonial; a culpa do atraso da economia é das nacionalizações do PREC, não de uma classe empresarial intolerante com justos salários para os seus trabalhadores e indulgente para os seus próprios bolsos. A direita grita muito pela liberdade de Novembro; a direita gosta do Inverno, já se sabe.
25.11.05
Nã posso rir que fique feie
O Blogue de Esquerda acaba hoje, 30 anos depois do 25 de Novembro, dia decisivo para afirmar a liberdade de Abril (também pelas mãos de Eanes, que escolheu na altura o lado certo da luta. Hoje, equivocou-se com os rios que voltam a passar debaixo das pontes para atrapalhação acidental.)
24.11.05
E não se pode julgá-los?
Sexo fora nada (mais preliminares)
Ainda assim: também não concordo absolutamente com a abordagem que fazes do pecado e da homossexualidade, mas a esse tema voltarei depois, com mais tempo e fundamento (espero).
Dos limites da tolerância
[um comentário]
descredibilizar a blogosfera
"ver o Primeiro-ministro a responder aos blogues da micro-causa" (ah ah o parvalhãozeco que caíu no engodo de andar atrás do meu micro-rebanho)
"Ele fá-lo por arrogância, convencido que ganha uns pontinhos, mas está muito enganado." (ele está muito enganado, o arrogante)
O que não se encontra entre aspas e em itálico é, embora não pareça, da minha autoria.» [timshel]
Cartas ao Pai Natal
[de um e-mail]
Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome? Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto?
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.
Assinado: Mário Soares
(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da República. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)
Cartas ao Pai Natal II - Manuel Alegre
Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si? Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
Assinado: Manuel Alegre
Cartas ao Pai Natal III - Francisco Louçã
Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.
Assina: Francisco Louçã
Cartas ao Pai Natal IV - Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas?. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor:
Cavaco Silva
Cartas ao Pai Natal V - Jerónimo de Sousa
Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevaras, não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos!
Viva o Natal dos operários!
Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)
23.11.05
Sexo fora nada
22.11.05
Rogai por nós
[daria um belo post para o dia 8 de Dezembro, dito da imaculada conceição...]
Morreu o Peter*
* - José Azevedo, do Peter Cafe Sport, na Horta. Conhecido pelo gin, porto de abrigo de marinheiros e marujos de férias.
As certezas de Bush
Nestes casos todos, o actual presidente americano só teve certezas: «Bush has said: "I take every death penalty case seriously and review each case carefully.... Each case is major because each case is life or death." In his autobiography, A Charge to Keep (1999), he wrote, "For every death penalty case, [legal counsel] brief[s] me thoroughly, reviews the arguments made by the prosecution and the defense, raises any doubts or problems or questions." Bush called this a "fail-safe" method for ensuring "due process" and certainty of guilt.» [in NY Review of Books]
Confrontando o que ele diz com análises detalhadas às suas condenações, eis o resultado do seu método "seriously" e "carefully": «[...] The Chicago Tribune published a compelling report on an investigation of all 131 death cases in Governor Bush's time. It made chilling reading.
In one-third of those cases, the report showed, the lawyer who represented the death penalty defendant at trial or on appeal had been or was later disbarred or otherwise sanctioned. In 40 cases the lawyers presented no evidence at all or only one witness at the sentencing phase of the trial.
In 29 cases, the prosecution used testimony from a psychiatrist who - based on a hypothetical question about the defendant's past - predicted he would commit future violence. Most of those psychiatrists testified without having examined the defendant: a practice condemned professionally as unethical.
Other witnesses included one who was temporarily released from a psychiatric ward to testify, a pathologist who had admitted faking autopsies and a judge who had been reprimanded for lying about his credentials.
Asked about the Tribune study, Governor Bush said, "We've adequately answered innocence or guilt" in every case. The defendants, he said, "had full access to a fair trial."» [in commondreams.org]
O homem das certezas mergulhou o mundo numa guerra suja. Como já antes tinha mergulhado o seu governo no Texas na velha máxima de "olho por olho, dente por dente", sem qualquer compaixão.
21.11.05
Só mais este detalhe
Porque sou (sempre) contra a pena de morte
Cativar
20.11.05
[piada por e-mail]
Low cost
Do ar
17.11.05
Os velhos
Crónica de uma morte anunciada
16.11.05
Así habla Grissom
Palavra a um ateu
15.11.05
Quem será o próximo boy?
[adenda: deixei este comentário no blogue "aveirense" do JMO:
"Não percebo porque lamentas, João, as palavras de Paulo Ribeiro na hora da saída. O que me parece de sublinhar é o comunicado do CA do TEMA ao colocar o ónus nos ordenados dos directores demitidos (deixemo-nos de eufemismos). Paulo Ribeiro ataca quem o maltrata, como qualquer um de nós faria se fosse assim despedido. Se o ónus orçamental fosse da programação pedia-lhe para rever essa programação - e pedia-lhe que continuasse com um quadro eventualmente menos ambicioso em programa e actividades. Aí, Paulo Ribeiro podia decidir.
Sobre o novo espaço museológico, só me posso rir: Aveiro tem diferentes espaços museológicos municipais que estão subaproveitados por desinvestimentos passados e presentes, e que deverão continuar (a avaliar por estas medidas de "contenção").
Maria da Luz Nolasco (para dirigir o teatro)? Uma ex-vereadora do CDS? Cá está: saia uma girl for the job. Eu sei: é competente, é isto e aquilo, mas não deixa de ser alguém politicamente vinculada, longe do trabalho profissional que Paulo Ribeiro (ou outro) faria. Ficarei a aguardar, também, o seu ordenado. Que o novo executivo o divulgue se tiver coragem."]
Barbear (upgrade)
[* - a empresa não me pagou nada, mas os pequenos prazeres da vida devem ser sublinhados]
14.11.05
No feminino
Em bom português
De resto, não sei para onde me isto levará...»
Começou assim, há dois anos. E só tem ido por bons caminhos, como se vê e lê, todos os dias.
13.11.05
Cavaco é 'deus'?
Luís Delgado, a 5 de Janeiro de 2005 [sim, é verdade; se não acreditam, leiam aqui; há outros exemplos delgados que se encontram ali]
11.11.05
Cavaco, não. Portugal já deu para esse peditório
Em 1995 e 1996, os eleitores portugueses despacharam Cavaco Silva. Primeiro, nas ruas e nas buzinas, para o autismo ouvir. Depois, nas urnas, para o tabu acabar. Durante estes quase dez anos, o Professor (como ele prefere) acumulou reformas e declarações monstruosas. Não se lhe ouviu uma frase sobre as verdadeiras questões civilizacionais que atravessaram o Ocidente (a esfinge é a imagem adequada), uma ideia genuína sobre este país e o mundo, descontando os bitaites de um economista sobre números e números e números. Atrás da porta dos números, o político profissional - que geriu as suas intervenções para sempre queimar o PSD e alimentar um qualquer sebastianismo sobre a sua personagem - nunca viu pessoas. Nem nos dez anos em que governou, como provou a anedota do Carnaval.
Na fraca memória, agora cozinhada por quem tinha responsabilidade de fazer mais, esquecem-se outras marcas dos seus tempos de governação. Falam-me das profundas reformas que o país teve, e a da comunicação social é particularmente acolhida. Esquecem-se que os negócios (o da TV, mas também os da rádio e imprensa) foram estranhos e hoje muito do mal que se vive na comunicação social resulta de uma liberalização mal conduzida (a taxa da televisão que afundou a RTP, a crescente concentração dos grupos proprietários, nomeadamente na imprensa escrita, o segundo canal entregue à Igreja por capricho e sem sustentação financeira). Na banca, a venda do Totta nunca foi esclarecida. Nos transportes, abriu-se um país de auto-estradas que apagou do mapa estradas secundárias e ferrovias.
Cavaco, não. Portugal já deu para esse peditório. Parece é ter-se esquecido. Demasiado depressa. Mas por aqui preza-se a memória.
[Ainda não decidi em quem voto à esquerda. Se Soares ou Alegre. Num dos dois, claro. Porque as candidaturas de Louçã e Jerónimo são meras jogadas partidárias, que esquecem o carácter supra-partidário da eleição.]
10.11.05
Um mil folhas de ontem*...
[Declaração de interesses: sim, sim, trabalho no Metro — e irritam-me estas críticas balofas!]
* - daqueles que se pede numa pastelaria e se percebe logo que não é fresco.
9.11.05
Zoogle
A democracia (efeito de bola-de-neve)
Ainda Paris
A ler, sem dúvida, no sítio do costume.
8.11.05
[aviso à navegação]
Leonor
7.11.05
2005
[actualizado: sobre Paris e o fogo, uma carta de André Belo (via A Praia); sobre i(e)migrantes e racismo e Paris, Francisco José Viegas nA Origem das Espécies]
Jaquinzinhos
Futebol americano
5.11.05
Breves retratos de um país
[working in progress]
Tamanho. Os americanos só gostam deles grandes. Dos carros, claro. Porque a gasolina tem preços pequenos.
Empire State Building. Não há cinefilia que resista a hordas de turistas, lamenta o turista.
A gaja da tocha. A.k.a. Estátua da Liberdade.
Chrysler. Faz-se bem às fotos.
Cafés. Starbucks e afins não sabem de facto o que é um espresso. Nicho de mercado potencial: bica com pastel de nata.
ONU. Nicole Kidman was here.
Livraria da ONU. Alguma direita estremeceria entre estas prateleiras.
WC, no edifício da ONU. Necessidades universais.
NY Public Library. Pesquise-se "Marujo", por brincadeira, e D. Manuel I com a sua comenda de Soure surge em destaque. SMS para Portugal: João, you're famous.
Para o alto. Assim se caminha e olha em Nova Iorque.
4.11.05
3.11.05
Boys assim
2.11.05
Look who's back
À bola
À bolsa
My blog is worth $63,228.48.
How much is your blog worth?
E Deus Criou a Mulher
My blog is worth $57,583.08.
How much is your blog worth?
À vista
O pequeno blogue do grande terramoto. Muito para saber. Tudo para ler.
[imagem do blogue do Rui Tavares]
1.11.05
Vidro duplo
A ler, sempre, como sempre. A Sara não desapareceu.
30.10.05
Horas trocadas
17.10.05
Washington DC
[actualizado (a 30 de Outubro, no regresso a Portugal): duas notas aos comentários aqui deixados. Ao Nuno Guerreiro, que comemorou dois anos da sua bela rua - o post tem a ver com uma referência que falta, na frase final: Bush só conhece o Velho Testamento do "olho por olho, dente por dente"... Do reparo do anónimo, só apetece rir. Eu sei que Bush diz ler (sublinho: diz) a Bíblia todas as noites (de manhã está entretido com o jogging ou a despachar guerras). Duvido é que perceba alguma coisa do que lê.]
Sob ameaca
em Nova Iorque, a 9 de Dezembro
3.10.05
A minha América
A minha América é cinéfila - ou se preferirem um palavrão: imagética. Da TV às revistas, dos jornais ao cinema. Mas também é a América da música, de Johnny Cash ou Harold Budd ou... A América das palavras, relatadas por Jon Stewart ou ridiculamente alinhavadas por Kenneth Starr. Ou quase sussurradas numa cantilena como happy birthday, mr. president por Marilyn. A América é isto - mas também a política, por perceber que a defesa da cidadania neste mundo se decide pelos votos do Ohio ou da Florida. E é também odiar uma política como a de Bush, que mata a paz, sem odiar o povo e o legado de liberdade desse povo.
On the road - por um roteiro de afectos vou percorrer essa América. Ou descobrir que afinal, é outra a que existe. Volto já.
[E a vossa América?]
PS - Na casa do lado, desenhou-se um roteiro da viagem.
1.10.05
...
30.9.05
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
[à M., nos seus 29 assombrosos anos
— com Alexandre O'Neill]
29.9.05
Classificados
Pedido de desculpas
28.9.05
É p'ra já!
Sem acesso ao seu outdoor de campanha na net (ó Rui, fotografa lá isso!), imaginem a figura aqui posta olhando para o infinito, sobre um fundo azul-céu e umas nuvens... A frase, o slogan, a grande ideia de campanha? "Miguel Paiva, é p'ra já!"
New skin for an old ceremony
27.9.05
A agência
26.9.05
Tão amigos que eles eram
Quem desdenha...
25.9.05
O mundo como Nova Orleães
Alegrete
23.9.05
Semana negra
Campanhas e encomendas II
22.9.05
Campanhas e encomendas
Alguém nos ouviu
A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) considerou, de acordo com uma deliberação hoje divulgada, que o documentário sobre José Mourinho, tr ansmitido pela RTP 1 a 12 de Agosto, contém "graves indícios de infracção [ao artigo do] Código da Publicidade que regula os patrocínios em televisão".
O documentário, produzido pela BBC com o título original "The Special One", foi transmitido em Portugal com o título "Ganhe Como Eu", frase que é também o slogan da campanha publicitária que o técnico português protagoniza para o banco BPI e que patrocinou o programa. [da Lusa]
Universo Futebol II
This is Major Tom to ground control
Defendermo-nos
21.9.05
O costume
20.9.05
Universo Futebol
Respigador III
PS - O Público agora custa entre 1 e 1,40 euros. Apenas às terças, quartas e quintas tem desconto...
Respigador
19.9.05
17.9.05
O Sebastião do costume
16.9.05
Não és nada: a televisão cretina
[Amanhã, parece que a extrema-direita (eufemismo para fascistas e nazis) vai protestar contra a coisa (mais uma vez autorizados pelo Governo Civil, contra a Constituição). Os cretinos são assim: gostam uns dos outros.]
"O 'Esquadrão G - Não és homem, não és nada' é apenas mais um programa cretino duma televisão cretina. A única razão porque merece alguma atenção é por ter ser sido propagandeado como programa cujos protagonistas são gay. No deserto da homofobia é razão que baste para despertar interesse. Ontem juntámo-nos uns tantos e umas tantas aqui em casa para ver a estreia da coisa. Confirma-se: é um programa cretino para uma televisão cretina. Embora sem grande drama (não me parece que o programa faça mossa, assim como não contribuirá para a famigerada "mudança de mentalidades"), perpetua estereótipos de género e sexualidade: os homens (hetero) serão broncos insensíveis; as mulheres (hetero) vêem os seus homens como Barbies para vestir; e os gays (homens) gostam de trapos, amaciadores e comidas com nomes franceses. Programa cretino para televisão cretina num sistema de género e sexualidade cretino. Tudo bem. Mas o mais curioso da noite foi isto: nem no programa propriamente dito, nem no stunt publicitário com a presença do Esquadrão no programa de Herman José, logo a seguir, alguma vez se referiu sequer que os rapazes são gay. Isto é, a sua gayness desapareceu depois do anúncio do programa nas últimas semanas. A sua gayness surge apenas confirmada nos sinais exteriores de... gayness - coisa que só pode acontecer se esses sinais forem os de um estereótipo*. Circularidade absoluta. O silêncio foi tal que quase suspeito que fosse combinado.
Bocejo.
* Um estereótipo não é uma imagem horrenda que deve ser combatida em nome de uma imagem belíssima, definida sabe-se lá por quem e com que autoridade. Um estereótipo é apenas uma forma de pobreza. Não de quem o transporta em si, mas sim de quem o promove/incita nos outros.[...]"
O aperto
Já agora: podiam antecipar o referendo sobre o aborto para Outubro... Evitava ouvir os dislates pró e contra.
15.9.05
Deus escreve
14.9.05
Serviços mínimos
13.9.05
En portugués, por supuesto
12.9.05
Posto em sossego
11.9.05
10.9.05
Nova Orleães, Portugal
[ver também este post]
Jornalistas, esses anti-americanos
Apresentado as vítimas como refugiados, fizeram deles estranhos indignos de socorro.
«Os brancos não vivem em Nova Orleães»
Há muito que os negros eram os únicos habitantes das zonas mais vulneráveis da cidade. Além disso, 35 por cento da população negra não tinha automóvel para poder fugir do Katrina.
«George W., incapaz e insensível».
Quando milhares dos seus concidadãos sofriam e morriam diante das câmaras, Bush esteve abbaixo de tudo.
«O Estado é a civilização!»
O caos que se espalhou em Nova Orleães relançou o debate sobre a importância do Estado.
«Onde está a segurança interna?»
Se Nova Orleães tivesse sido atingida por terroristas, as autoridades também não teriam sido capazes de organizar as acções de socorro. Triste lição, quatro anos após o 11 de Setembro.
Acalme-se Pacheco Pereira. Os títulos e entradas que se reproduzem não são da perigosa e anti-americana imprensa portuguesa. São artigos, reproduzidos no Courrier desta semana, com origem nas publicações americanas The Lexigton Herald Leader, The New York Times, Salon, Slate. Tudo gente primária, já se sabe.
9.9.05
Hilariante EDP
[e-mail]
8.9.05
De uma vez por todas
7.9.05
A prioridade de Pacheco Pereira*
* - o título é provocador. Mas o autor do Abrupto prefere a guerra à paz. Digo-o de modo simplista — mas aqui, a opção é simples.
Terra concebida com pecado
6.9.05
Identificação de estilos
5.9.05
A produtividade, ora aí está!
Forum Lisboa
4.9.05
Van Zelo
Onde esteve este senhor no caso Rui Gomes da Silva? Não me lembro. Não consta que ele se tenha preocupado com as interferências políticas, que as houve, na TVI. Agora, antes de qualquer mexida na Media Capital, acena-se um espantalho que não existe. Quer-nos dizer o PSD, o CDS e até Pacheco Pereira, que o El País é pressionável, que nunca ali se denunciaram escândalos do PSOE?
O país das autárquicas II
O país das autárquicas
1.9.05
O exemplo irlandês
Mofo
Carta aberta à Câmara Municipal de Lisboa e à Assembleia Municipal de Lisboa
Foi com profunda consternação e grande preocupação que a associação Cultural Zero em Comportamento, responsável pela organização do IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa, tomou hoje conhecimento da decisão da Câmara Municipal de Lisboa onde foi aprovada a transferência da gestão do Fórum Lisboa - sede da assembleia municipal - para a autarquia, pondo assim fim à tutela até aqui exercida pela EGEAC.
Lamentamos ainda mais esta decisão quando os motivos que a ela presidiram se prenderam com uma programação que "desagradava aos deputados municipais por ser demasiado festiva", segundo notícia publicada hoje no diário "Público".
A deliberação do executivo camarário afigura-se-nos de extrema gravidade. Em primeiro lugar, a limitação do acesso a um equipamento que pertence à cidade parece-nos muitíssimo redutora naquilo que diz respeito à desejável diversidade da oferta cultural da capital. Sob o argumento da programação do Fórum Lisboa ser "demasiado festiva" e deste espaço ser a casa da assembleia municipal, Lisboa poderá ficar impedida de um sem número de actividades que ali encontraram o seu público e um espaço privilegiado para serem desenvolvidas, nalguns casos com assinalável sucesso.
Por outro lado, a transferência das competências da gestão e programação do Fórum Lisboa da EGEAC para a Câmara Municipal de Lisboa põe em causa todos os compromissos assumidos por aquela entidade. A acreditar no artigo publicado na secção Local do jornal "Público", esta proposta subscrita pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Pedro Santana Lopes, teve a unanimidade dos vereadores, com a adenda que fosse criado um gabinete de programação de actividades para o Fórum Lisboa. Tudo isto nos leva a crer que, por exemplo, as conversações que a Zero em Comportamento manteve com a Dra. Maria Louro, administradora da EGEAC, desde o final da 2ª edição do IndieLisboa (que, como é sabido, decorreu no final do mês de Abril no Fórum Lisboa, e com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa), para que o antigo cinema Roma fosse novamente em 2006 o centro das actividades do certame, poderão neste momento ficar sem efeito, na medida em que o plano de actividades do Fórum poderá vir a ser revisto, senão mesmo re-equacionado.
Estas deliberações, tomadas à revelia dos compromissos assumidos pela EGEAC, revelam um enorme desrespeito e uma profunda incúria com as actividades desenvolvidas pelos agentes culturais da cidade, podendo mesmo pôr em causa o bom prosseguimento dos planos por estes delineados.
O que é facto é que este é apenas mais um episódio da inconsequência da acção camarária. Se agora quer abrandar o ritmo da programação cultural do Fórum Lisboa (voltamos a sublinhar, "por ser demasiado festiva"), já antes demonstrou incapacidade para lidar com o S. Jorge (onde a Zero em Comportamento realizou a 1ª edição do IndieLisboa em Setembro de 2004), outra sala da capital que prometia alternativa cultural. Quase um ano após fecho para obras de remodelação, não existem nem previsões do modelo de gestão a adoptar nem mesmo de data para reabertura.
Fica a questão: estará esta presidência da Câmara a tentar deixar Lisboa sem espaços culturais que se dediquem a algo mais do que festas populares? E o que pretende a Assembleia Municipal ao exigir a tutela de um auditório de 800 lugares, onde se reúne uma vez por semana, e que tem sido desde o encerramento do São Jorge o único local para a realização de festivais e mostras de cinema na Cidade? Que Cidade moderna pretendem?
Gostaríamos ainda de acrescentar a tudo isto, e porque a gravidade da situação assim o exige, que a Câmara Municipal de Lisboa se encontra em situação de dívida para com a Zero em Comportamento. Tendo aceite apoiar financeiramente o IndieLisboa, concedeu à associação um subsídio que pressupunha o pagamento da verba acordada (35.000 euros) antes do início do evento, conforme protocolo assinado 28 de Fevereiro de 2005. Passaram já quatro (4) meses desde o final do festival e seis (6) desde a data combinada e essa verba ainda não foi liquidada.
Sendo a Zero em Comportamento uma associação cultural sem fins lucrativos, não dispõe, por isso mesmo, de meios próprios de resposta aos compromissos e responsabilidades assumidos, compromissos esses que não teriam sido assumidos se não houvesse garantia de apoio financeiro por parte da Câmara Municipal de Lisboa.
Dado o carácter de urgência deste problema, os contactos com a Câmara sucederam-se, mas sem quaisquer frutos: não só não se efectivou nenhum resultado, como não nos foram dadas quaisquer previsões de pagamento, apesar de variadíssimas vezes termos alertado para o carácter da urgência da situação.
A tudo isto, soma-se ainda o facto de desde há dois meses, termos vindo a tentar marcar uma reunião com a Srª. Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Drª. Maria Manuel Pinto Barbosa, reunião essa que serviria não só para apresentar a 3ª edição do IndieLisboa, mas também para fazer o balanço da edição transacta, de onde, obviamente, se salientaria o facto da verba de apoio concedido pela Câmara ainda não ter sido liquidada. Para nossa grande perplexidade, a reunião não só não teve lugar, como ainda nem sequer conseguimos que fosse marcada.
Por todas estas razões, não podemos deixar de lamentar a situação absolutamente inadmissível que a Câmara Municipal de Lisboa criou, e muito gostaríamos que todos os sectores, políticos e civis, se pronunciassem acerca de uma decisão tomada apenas a pouco mais de um mês das próximas eleições autárquicas, mas que deixará marcas negativas da vida cultural da cidade a muito mais longo prazo.
A Direcção da Zero em Comportamento e do IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente
Miguel Valverde
Nuno Sena
Rui Pereira