3.10.05

A minha América


Visitei Nova Orleães, antes do Katrina e sem nunca lá ter ido - pelo pé descalço de Tom Sawyer ou pela luz de Pursy Will. Passeei por uma Mulholand Drive inesquecível (Betty e Rita, lembram-se) sem que nenhum carro me levasse ali. E Nova Iorque pintou-se a preto e branco em Manhattan, quando Woody Allen desvelou a sua beleza.

A minha América é cinéfila - ou se preferirem um palavrão: imagética. Da TV às revistas, dos jornais ao cinema. Mas também é a América da música, de Johnny Cash ou Harold Budd ou... A América das palavras, relatadas por Jon Stewart ou ridiculamente alinhavadas por Kenneth Starr. Ou quase sussurradas numa cantilena como happy birthday, mr. president por Marilyn. A América é isto - mas também a política, por perceber que a defesa da cidadania neste mundo se decide pelos votos do Ohio ou da Florida. E é também odiar uma política como a de Bush, que mata a paz, sem odiar o povo e o legado de liberdade desse povo.

On the road - por um roteiro de afectos vou percorrer essa América. Ou descobrir que afinal, é outra a que existe. Volto já.


[E a vossa América?]
PS - Na casa do lado, desenhou-se um roteiro da viagem.