25.3.08

Telemóveis

Resisti ao telemóvel, o primeiro que tive foram os amigos que mo puseram nas mãos, em festa de anos. Agradeci, por poder falar mais facilmente. Mas não percebo o excesso de telemobilização de toda a gente. Se o tenho desligado, sou repreendido, como se não o pudesse ou devesse desligar - no cinema ou mesmo na missa. Os papás querem que os filhos estejam sempre contactáveis, para nada, e telefonam mesmo para a escola, em horário lectivo. Na sala de cinema, a tiazoca atendeu três vezes - eu explodi: "Não conhece o botão do off?!" O que falta então é respeito. Acham(os) que devem(os) estar sempre comunicáveis, mesmo quando não devem(os). Fizemos do telemóvel omnipresente, como se fosse necessário. Os miúdos - devidamente instruídos pelos adultos - fizeram da máquina objecto inseparável e imprescindível, estejam a jantar com família e amigos, estejam na sala de aula. Depois, admiramo-nos todos com a pequena bezerra a gritar pelo seu deus menor, enquanto a professora é humilhada. A autoridade (coisa que não quer dizer nada) chama-se falta de educação, e os papás é que se esqueceram dela.