4.3.08

Este tempo, estes dias

Morreu Maria Gabriela Llansol. Inibo-me de qualquer comentário, nunca a li, nem sei se haverá algum livro dela por cá que aguarde vez e tempo. Haverá (há) quem dela nos conte as histórias, nos deixe o perfume das páginas. Um dia, a tempo, com tempo irei lá. Não foi ainda o dia.

O tempo amarrou-me este fim-de-semana aos amigos, grupo desalmadamente grande, num reencontro delicioso que obliterou o relato do mundo. Parece que a liberdade foi celebrada por quem dela pouco quer saber no resto do mundo, que os professores continuaram espontaneamente a manifestar-se (e os sindicatos morrem mais um pouco ao dedilhar de um SMS), que a polícia precisou de proteger vândalos que em Inglaterra há muito não entrariam num estádio, que em Sacavém tínhamos a morte à solta porque a polícia prefere o tráfego das multas ao combate ao tráfico de armas e drogas. Este tempo passa depressa. O tempo dos amigos, dos nossos, dos que estão e dos que partiram, é muito mais presente.