20.4.04
Ter, ter, não tenho...
Pedro Mexia escreveu há algum tempo (na «Grande Reportagem», sem edição "online") um artigo fantástico sobre a sua condição de «auto-mobilizado», alguém que se faz transportar a pé ou com a ajuda de autocarros, metro, táxis e "à pendura" nos carros de amigos. Revi-me no texto, também por partilhar essa condição de auto-mobilizado - ou de «extraterrestre», na expressão de um amigo. Agora, descubro-me ainda mais alienígena: é que Mexia reconhece que tem a carta de condução. «Mas não [pratica]. Há anos e anos. Até gozam [com ele] por causa disso. Ocupa espaço, mas não serve para nada. Nunca [vai] dar uso à geringonça. Preferia nem ter tal coisa. Mas lá fica, murcha, patética. É assim, a [sua] carta de condução». Obviamente que isto também é motivo de desordem doméstica.