31.5.08

Acaba-se a choraminguice mas ele promete andar por aí

Voltou a febre

Terrorismo

Uma mala é despachada no check-in. Uma semana depois ninguém sabe onde pára. Se saiu do aeroporto de embarque, se ficou no de escala, se se perdeu à chegada, ou se foi embarcada por engano para outro destino exótico. Felizmente os livros embarcados não são manuais de como bem fazer umas sapatilhas artilhadas e a roupa não esconde instruções de como atingir alvos. A segurança nos aeroportos é fogo-fátuo.

30.5.08

Blogoquê

Os blogues viram nascer os Gatos Fedorentos, alguns dos opinadores mais interessantes que hoje escrevem nos jornais (à direita e à esquerda), gente que escreve muito bem, fotógrafos espantosos, cidadania a rodos. Perante tudo isto, ontem à noite, a SIC fez um debate velho, com gente que não percebe nada disto (Rodrigo Guedes Carvalho, mal preparado; Moita Flores que tem ideias sobre tudo; Rogério Alves que tem direito sobre tudo; e José Gameiro que foi o único a tentar pôr algum travão à coisa): do perigo do anonimato da blogosfera, com fantasmas de pedofilias e crimes à mistura. Com Pacheco Pereira a fazer o discurso de sempre (a blogosfera sou eu, era o seu desejo). Nada de novo, mas sem qualquer fundamento, sem qualquer dado. O exemplo clássico do plágio de Sousa Tavares e a licenciatura de Sócrates (este é aplaudido por PP, curiosamente), são recorrentes - e pouco para cinco anos* de blogues. Mas enfim. A ignorância faz caminho.

[e mais aqui, com uma autoridade ainda maior...]

* - os blogues têm mais tempo; mas foi há cinco anos que o fenómeno deu um salto...

Aviso

29.5.08

Futebol romântico

Vamos levar o Gabriel Alves ao Euro!

Intoxicate me now


Yael Naim, Toxic

Palavras

"Modo de operação: nunca explicar, não pedir desculpa, nunca recuar". O ex-porta-voz da Casa Branca explica assim de forma eloquente a "sofisticada máquina de propaganda" montada pela Administração Bush sobre a guerra do Iraque. Para isto, os meus pais sempre me ensinaram outra palavra: mentira. E mentir é feio.


[dedicado a todos os que defenderam a guerra com estes pressupostos e hoje assobiam para o ar, como se nada fosse...]

Peixeirada

O peixe não vai faltar, garante o ministro. Pois não: vai sobrar nas peixarias.

Chuva (céu de chumbo)


Veneza, Maio/08 (foto MM)

Chuva

Os combustíveis subiram hoje mais uma vez. Os telejornais encheram minutos e minutos de irrelevância sobre (dizem eles) futebol. Há neste desequilíbrio de notícias qualquer coisa que escapa. Lá fora, a cidade é fustigada pela chuva.

28.5.08

Expliquem-nos lá, tudinho!

1. Há uns senhores que, por estes dias, finalmente dão a cara – e mostram contas. São os patrões das petrolíferas, que se desdobram a explicar-nos que a culpa do aumento dos preços não é deles. Eles produzem e têm campos de extracção, mas a culpa não é deles. Deve ser do lobo mau.

2. A Galp anunciou-nos há pouco tempo que tinha sido descoberta uma jazida no Brasil, onde a petrolífera tem uma quota-parte. Parecia que vinha aí um maná: Portugal com petróleo devia baixar os preços. Depois veio o lobo mau...

3. O secretário-geral da Associação das Petrolíferas diz-nos que não há cartelização de preços, que eles não fazem arranjinhos. A culpa, diz-nos, é da margem mínima de comercialização. E admite que é “difícil explicar às pessoas que, não havendo concentração, os preços sejam iguais”. Pois, pois. Mas sabemos que eles, proprietários e produtores, têm lucros milionários. A Galp desculpa-se: os lucros diminuíram nos combustíveis, dispararam no gás natural (isto dava outro debate), mas a verdade é que a empresa continua a ter lucros fabulosos. E por estes dias fazem anúncios milionários à bola. E se os deixássemos fora de jogo?!

(crónica hoje no 24Horas)

Leituras deste mundo

Dois bons amigos fizeram-me chegar esta tremenda lição do cardeal Carlo Martini.
1. no El País: «"Ha habido una época en la que he soñado con una Iglesia en la pobreza y en la humildad, que no depende de las potencias de este mundo. Una Iglesia que da espacio a las personas que piensan más allá. Una Iglesia que transmite valor, en especial a quien se siente pequeño o pecador. Una Iglesia joven. Hoy ya no tengo esos sueños. Después de los 75 años he decidido rogar por la Iglesia".»
2. no Le Monde: «Le premier défi reste pourtant "le conflit de civilisations". Chrétiens et musulmans ont le "devoir" de se comprendre, insiste-t-il. Cela passe par la suppression des stéréotypes faisant de l'autre un "ennemi", par une meilleure connaissance des différences et des actions communes au service de la justice.»


Veneza, Maio/08 (foto MM)

Realidade-imaginário

- Sire, já te falei de todas as cidades que conheço.
- Falta uma de que nunca falas.
Marco Polo baixou a cabeça.
- Veneza - disse o Kan.
Marco sorriu. - E de qual julgavas que eu te falava?
O imperador nem pestanejou. - Mas nunca te ouvi dizer o seu nome.
E Polo: - Sempre que descrevo uma cidade digo qualquer coisa de Veneza.

Italo Calvino, As Cidades Invisíveis, pág. 90, Ed. Teorema, 1990

Imaginário


Veneza, Maio/08 (foto MM)

27.5.08

Realidade

Vistas daqui de cima, do 5º andar, as barraquinhas dão a resposta colorida aos jacarandás do Parque Eduardo VII. Está aí a feira do Livro. Acho que tenho de ficar em abstinência.

Imaginário


Veneza, Maio/08 (foto MM)

Realidade

Na Itália de Berlusconi, il capo tem três canais seus onde fala muito e de tudo, e mais três públicos, onde a oposição fala em off e il divo tem direito a fazer-se ouvir. A RTP é um canal polifónico, uma orquestra, ao pé da voz única italiana. Mas a nossa direita que grita com a televisão pública, encanta-se com os sorrisos esmaltados do caimão.

Imaginário


Veneza, Maio/08 (foto MM)

26.5.08

Realidade

Leio ainda no jornal que Manuela Ferreira Leite defendeu que "os que mais podem devem passar a pagar" pelos cuidados de saúde, de forma a que "os que menos podem possam ter" um SNS gratuito. Pois, pois: não conhecêssemos nós a história do Pedro e do lobo e não nos lembrássemos nós de uma ex-ministra da Educação que defendeu que uns mais ricos deviam pagar propinas para que os mais pobres tivessem um ensino superior gratuito, e não estaríamos agora a rir com mais esta ideia peregrina e velha. Não podemos reciclar este liberalismo de pacotilha?

Imaginário


Veneza, Maio/08 (foto MM)

Realidade

Da leitura apressada do jornal de hoje reparo que se prepara uma lei que "visa criar um fundo (trust) cujo efeito prático poderá resultar em que grandes fortunas fiquem a salvo de credores privados, bem como do fisco ou Segurança Social". Crise? Qual crise? Os pobres pagam-na, descansem.

Imaginário


Veneza, Maio/08 (foto MM)

Realidade

De pouco nos serve o tumble dry low, quando a TAP nos perde a mala.

25.5.08

Imaginário


Veneza, Maio/08 (foto MM)

Realidade

A TAP combate a crise petrolífera com umas sandes quentes mal-amanhadas de carne e queijo, a que chama jantar, e uma salada de frutas, nome pomposo para um pedaço de laranja, mais um de melão e outro de maçã.

24.5.08

Veneza

Há uma cidade que não existe, mas descobre-se em cada momento mágico - o imaginário existe. As palavras ainda não se encontraram. Voltaremos.

16.5.08

Nos próximos dias, seguir os passos de Corto...
Voltamos já.




[perdoe-se o acompanhamento musical]

15.5.08

[partir]

A cruz deles


Trabalhadores birmaneses reparam uma linha de electricidade nos arredores de Rangum. As Nações Unidas alertaram para a aproximação de novas tempestades. (AP Photo)

Cromos a sério

Cá em casa mora a indecisão. Fazer ou não os 500 e muitos cromos?! A caderneta está ali à espreita.


Sim, Ana, nós ainda temos isto... dos cromos!

Cromos

«Um grupo de deputados sorridentes, - na imagem estava um grupo do PS, mas deve haver dos outros partidos, - fez um beija-mão no parlamento ao Presidente do Futebol Clube do Porto, uns dias depois deste ser condenado por um tribunal desportivo e vindo quase directamente de um outro tribunal onde é acusado de um conjunto de crimes. Não admira que estivesse bem disposto, rei e senhor que é destes deputados que não têm vergonha nenhuma.» [Pacheco cheio de razão]

14.5.08

Em suspenso

Já há jacarandás floridos e barraquinhas - as de sempre, que a APEL não gosta do livro nem da feira, e por isso prefere expositores que não ajudam a expor. Agora não se sabe se há feira. Ter ali pavilhões diferentes chateia a APEL. Mas a APEL ainda não percebeu que os leitores gostam da feira com todos, seja nas barraquinhas ou com pavilhões modernaços.

Não fumarás

Velha lição de moral: não imporás aos outros o que não fazes, sobretudo em público.

Jovens

«[...] será que «no seu tempo» o jovem Aníbal António se interessava pela política? Se sim, folgo muito, pois não fazia a menor ideia de que tal pudesse ter ocorrido.» [Rui Bebiano]

Um ano

um ano deixava o desemprego, recomeçava a trabalhar. Um ano depois continuo convencido da iniquidade da legislação sobre o desemprego, em que o desempregado é tratado como o perigoso skinhead, que tem em casa armas ilegais e propaga o ódio: têm as mesmas apresentações periódicas, só muda o local. Mas isto não parece preocupar sindicatos, partidos, nem o bastonário da Ordem dos Advogados.

13.5.08

Muros

Falta de prática

«O casamento estável entre um homem e uma mulher é um dos "princípios não negociáveis" para uma "correcta convivência civil e cristã", defendeu hoje o cardeal Saraiva Martins no Santuário de Fátima.» [Lusa]

Há uma defesa tão intransigente de um sacramento que data da Idade Média que isto acaba por afastar. Cuidasse o cardeal Saraiva das famílias, como cuida dos seus santos, e isto era um mar de beatificações. Só que a família de todos os dias é coisa mais difícil de viver e construir, mas isto é coisa que muitos cardeais, bispos e padres desconhecem por falta de prática.

Rufar de tambores

Lembram-se dos Galarzas?! A banda mais espectacular da blogosfera nos seus idos de Março, acaba de se revelar sentada ao sofá.

12.5.08

Criminosos

O Jornal de Angola (leia-se: o Pravda angolano, bem soviético no estilo e calúnia) comenta e critica jornalistas portugueses invocando a liberdade de imprensa, o que não deixa de ser um paradoxo vindo da voz do papagaio que é este pasquim (que não compreende que os patrões não metem o bedelho nos assuntos editoriais). Ali todos os que ousam dizer um ai sobre Angola são logo corridos a insultos, de José Eduardo Agualusa a Bob Geldof. Chamar criminosos à clique de mafiosos que desgoverna o país, como fez Geldof, é pouco. A liberdade das coisas simples, como criticar quem compra mercedes-topo-de-gama enquanto o povo morre de fome, custa a aprender. A democracia nunca foi coisa que se ensine assim. Vive-se e pratica-se. O editorialista do jornal nunca o entenderá.

Obrigado Rui

[foto Manuel de Almeida/Lusa]

Censura

José Sócrates terá dito que havia motivos para censurar o seu Governo. Há muitos, já o escrevemos aqui. Mas o instrumento da moção de censura deve ser usado com parcimónia. Foi por causa de uma coisa dessas que gramámos com o Cavaco Silva por dez anos - e agora, claro. Maior motivo de censura merece no entanto este meu Benfica do 4º lugar. Por deixar que, para o ano, Portugal seja despachado da Champions depressa e bem.

[reparo agora que me falta o Hector Zazou]

10.5.08

[A mais bela dança]

Dias na cidade

Quando a morte nos atropela, a cidade fica em suspenso. Lá fora, os carros seguem velozes, indiferentes. Cá dentro mora a incredulidade. De um tempo que é de vida.

7.5.08

Lavrador

O novo bispo auxiliar do Porto tem no seu currículo «a reactivação do Centro Académico de Democracia Cristã (CADC)», do qual foi assistente eclesiástico. Should I say more?

Igreja velada

Prepara-se a nomeação de um novo bispo auxiliar para o Porto. O nome é péssimo, não augura nada de bom, e só faz pensar em como a Igreja insiste dar tiros nos pés. Ámen.

[a notícia]

Liberdade de BESpressão

O BES não gostou de ouvir Bob Geldof, o seu convidado, dizer que Angola é gerida por criminosos. Se calhar, porque o BES terá negócios com esses criminosos. Que é o que o Governo de Luanda é. Mas já temos um padrão: o BES gosta de negócios estranhos, como em Benavente, e detesta a liberdade de expressão, como quando retirou os anúncios do Expresso.

[actualizado: «O BES, vertente financeira do Grupo Espírito Santo, está presente em Angola através do BESA, que conta com 20 por cento de capital angolano. Entre os accionistas locais está a filha do presidente, Isabel dos Santos.» - lido no Público de hoje.]

Lembrar de novo (ilustrado)


Porque não há fotos de mortos de um ciclone que matou mais de 22 mil?

6.5.08

Lembrar de novo

Portugueses com fome

Há quem não queira ver, prefira olhar para o lado, assobiar. Há portugueses com fome. Podemos desconfiar das estatísticas, dos alertas que nos chegam, mas quem está no terreno, e sabe melhor, diz-nos que há mais gente, mais portugueses com fome. Só isto devia fazer-nos parar para pensar – e agir. Só isto devia acautelar o discurso sempre confiante, optimista, de amanhãs que nunca derrapam do Governo.

A mim pouco me importa que o défice baixe duas décimas, que o desemprego caia zero-vírgula-qualquer-coisa por cento. Enquanto houver um português que seja a passar fome (e a morrer de fome, saberemos quantos são?), o Governo não devia sorrir, muito menos assobiar para o lado ou reclamar que assim é que continuamos bem.

Não continuamos nada bem. Anos e anos de combate ao défice, de sacrifícios para lutar contra este papão não nos melhoraram a vida, nem a carteira. Agora, a fome! – sim, há portugueses que não têm dinheiro para o pão. E as mais de mil toneladas recolhidas pelo Banco Alimentar não nos deviam satisfazer. O bom era, ano após ano, ser cada vez mais pequena a necessidade de uma organização assim.

[a minha crónica hoje no 24 Horas]

Falar de tanque cheio

Os preços dos combustíveis atingiram um novo recorde nos EUA (nada que se compare ao que pagamos cá, mas que faz muita mossa num país onde os carros são quase todos XL-glutões). Bush naquele seu jeito idiota com que fala das coisas graves, não pediu outras soluções de transportes ou combustíveis. Preferiu pedir cortes permanentes dos impostos e um aumento da produção de... petróleo.

5.5.08

Falar com a boca cheia

«O capitalismo sem falência é como o cristianismo sem inferno», comentou Warren Buffett. Mas o inferno, devia saber o suposto homem mais rico do mundo, não existe. Existe o mal. Como a riqueza obscena de tão poucos buffetts para a pobreza de tantos.

Menezes tinha prometido ficar em silêncio no próximo ano e meio. Mas, sabíamos, era uma questão de dias

"Às críticas de Rui Rio feitas nos últimos dias, Luís Filipe Menezes responde com declarações sobre o carácter do autarca do Porto. A entrevista de domingo ao JN terá sido a gota de água que levou o ainda líder do PSD a quebrar o silêncio: Foi «um acto espúrio de má educação e mau carácter de Rui Rio. Se não fosse por isso, não faria qualquer comentário»." [in PD]
Teremos, certamente, muitas outras gotas de água.

4.5.08

No sorriso louco das mães

No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo.
São silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos. Porque
os filhos são como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado
por dentro do amor.

Herberto Helder

O largo sorriso

A Rita traz-nos sempre um largo sorriso nos olhos. Ontem maior ainda, no baptismo.

2.5.08

Samba de várias notas

Policiais da 17ª DP (São Cristóvão) descobriram que Francisco do Pagode não abandonou o apelido de Tuchinha, ganho nos anos 80 quando chefiou pela primeira vez o tráfico de drogas no morro. [dica do Hugo]

Ineficiências

Dizem-nos hoje que os programas para desempregados são quase ineficazes. Não fui, quando estive nessa condição, abrangido por nenhum deles, mas sobre a eficácia do IEFP e seus centros de emprego fiquei muito habilitado. Quando se fala de apoios destes, vejamos na prática o que eles fazem por quem está aflito: chamam-nos para uma entrevista, onde sem privacidade (não imaginam as histórias canalhas ou miseráveis que ouvi enquanto eu era atendido) debitamos habilitações e competências para um formulário que os ajudará a chamar-nos para entrevistas. Nunca fui chamado. Deram-me uma pastinha muito gira, cheia de folhinhas, para arquivar o CV e cartas e e-mails e papéis que utilizasse durante o processo... Ganhei mais um arquivo. E teria de me humilhar, sob termo de identidade e residência, a comunicar saídas da cidade. Nunca comuniquei, não sou criminoso. Posto isto. O que o Banco de Portugal descobriu não é novidade. O desempregado desenrasca-se sozinho ou... lixa-se.

Ir à luta


Balla, O fim da luta

1.5.08

Primeiro de Maio

Os bombos e as palavras de ordem já desceram a Avenida. A luta continua algures nos comícios, ao longe na cidade. Aqui trabalha-se. Há contentamento pois, ao fim de um ano. Mas a luta continua.

Peço desculpa, mas insisto


Scarlett Johansson, Falling Down
[do novo álbum, a editar este mês]


e os seus antecedentes, adequadamente ilustrados:


Scarlett Johansson, Summertime (com imagens de Lost in Translation)