23.1.05

Sócrates, forças e fraquezas

[ou como se pode votar no PS, sem demagogias]

«[...] Numa leitura superficial, o [programa do PS] ontem apresentado parece-me traduzir uma combinação equilibrada de ambição e realismo. Os tempos são de austeridade e seria irresponsável prometer aquilo que o Estado não está em condições de oferecer – expansão dos serviços públicos, abatimentos fiscais para as classes médias, etc. No entanto, fazer do saneamento das finanças públicas uma das prioridades máximas dum futuro governo PS sem referir medidas concretas de combate à evasão fiscal e à "informalidade económica", não deixa de ser decepcionante. Para um Partido comprometido com o ideal da justiça e da coesão social, essa deveria ser uma questão absolutamente prioritária – e muito importante para fidelizar votos que correm o risco de migrar para o Bloco de Esquerda. Enfim, espero que seja apenas uma distracção minha e que em breve tenhamos notícias animadoras sobre esta matéria.

Um apontamento final: a convocação de eleições antecipadas apanhou o PS desprevenido em relação às propostas governativas. De forma injusta, Sócrates viu ser-lhe colada a imagem do político de plástico, vazio de ideias. Injusta, desde logo, porque a sua eleição para secretário-geral teve lugar em Julho e a dissolução da AR foi decretada em Novembro, graças às trapalhadas indecorosas de Santana.
[...]». Pedro Oliveira, in Barnabé.