18.1.05

A política que não quero

«A Administração Bush determinou, informalmente, um tecto de 250 mil dólares para cada contributo, inflaccionando em 150 por cento o limite de 100 mil dólares fixado na anterior "inauguration", em 2001.

A entrada em funções de Bush será a mais cara da História, contrariando a tradição que tem prevalecido na América: habitualmente, os presidentes reconduzidos optam por celebrações mais modestas. Entre os principais contribuintes encontram-se grandes companhias, empresas multinacionais, "lobbies" ou executivos de topo, todos eles com interesses directos nas políticas federais decididas em Washington.

Um exemplo: o Instituto de Energia Nuclear, um grupo de pressão que defende a construção de mais equipamentos nucleares, doou 100 mil dólares para a tomada de posse. Todos os grandes contribuintes estão a retribuir os ganhos obtidos com as políticas da primeira Administração Bush, especialmente as grandes empresas que obtiveram cortes fiscais e beneficiaram do aligeiramento na regulação do mercado.

Mas os donativos mais expressivos provêm de empresas que encontram nas promessas eleitorais de Bush uma oportunidade de crescimento do negócio: os bancos de investimento e seguradoras interessados na privatização da Segurança Social e nos cortes fiscais ou a indústria farmacêutica que espera alterações na lei de prescrição de medicamentos.

Também há importantes donativos em nome individual, quase todos assegurados por personalidades que financiaram igualmente as organizações não governamentais que fizeram campanha por Bush.
»
in Público