28.10.04

A mensagem

À minha diatribe sobre católicos e homossexuais, uma leitora (MAP) reagiu dizendo que eu serei «menos "católico devoto"» e, eventualmente, «mais cristão». Deixo as suas palavras - de um tema a que voltarei, também por causa dos comentários lá "postados".

«Sim, meu caro, você é menos "católico devoto" que Mário Pinto. Graças a Deus, quem sabe, você é mais cristão (admitindo, para não julgar, que Mário Pinto é cristão). Mas qual é a sua "pertença" eclesial, em face da "doutrina" e da "autoridade"?!

Eu também passei por encruzilhadas como as suas . Comprometi no seio da Igreja Católica a minha juventude. Até que percebi que pensando como eu pensava, sentindo como eu sentia, eu, afinal, estava fora da Igreja Católica. Fiquei sem Igreja, até hoje. Infelizmente, desfez-se nesse percurso a minha fé. "Infelizmente", digo, porque me ficou o mesmo sentimento descrito por uma Carmelita, assim:

"Quando perdi a fé, sofri por ter deixado de rezar. Por ter deixado de ter alguém a quem me dirigir. Não vejo nada que se lhe possa equiparar, a não ser o desespero absoluto e sem recurso do fim de um qualquer amor".
(in Outside, de Marguerite Duras)

Gosto muito de o ler. E gostei, apesar de tudo, de o ver reagir e demarcar-se como católico. Com paixão pelo Evangelho...
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