Nos voos da TAP, os passageiros podem assistir a um breve serviço noticioso da SIC que resume, em quatro ou cinco notícias, algumas das "histórias" do dia. Mas o serviço é mau. Dito de outro modo: é um serviço paroquial, burocrático e que se limita a um "boa viagem" do apresentador de plantão como sinal de que se trata de algo preparado para os aviões da TAP. Para os estrangeiros, será ainda pior: nas duas viagens que fiz tivemos direito a notícias sobre suspeitas de pedofilia (what else?!) de um professor de Évora, Casa Pia, nada de política (excepto o beija-mão que agora todos fazem à Casa Pia), João Vale e Azevedo, uma perseguição policial que acabou mal e o retrato da violência sobre os polícias, as obras do novo túnel das Amoreiras que complicaram ainda mais os acessos a Lisboa e uma única notícia do mundo: um advogado atingido a tiro por um seu alegado ex-cliente nos Estados Unidos.
É este o mundo da SIC, é este o mundo que a companhia aérea estatal portuguesa tem para mostrar aos seus viajantes, portugueses e estrangeiros, com direito a tradução em "canal inglês". Um mundo de vistas curtas, que se resume ao baile da paróquia. Será que Pacheco Pereira não viaja na TAP, para nunca se ter indignado com este serviço público de iniciativa privada?