Hoje almoçámos os dois. E falámos da Istambul que só conheço pelas palavras, imagens e sons que Ela me deu a conhecer, das duas vezes que lá foi. Hoje, aquele mundo de encontros e pontes, aquela «outra Lisboa» (como Ela falava dela) sofreu com a cegueira do Mal (qualquer que ele seja).
Ao fim da tarde, descubro um outro belo pedaço de encontro com Istambul, de quem se sentiu também em casa: «Eu sei que aquelas ruas escondem violências antigas, talvez latentes. Mas também percebo que a cidade poderia ser um começo, um entre tantos outros, para um mundo um pouco melhor. Os atentados desta semana são contra essa possibilidade. Esse esboço. Querem atingir Bush, Blair e companhia, mas o que realmente põem em causa é o outro lado. A parte do outro lado que Istambul representa.»
O horror e a dor ficaram ainda mais próximos.