Quase que percebo o dilema do Sirhaiva (aliás, re-bem-vindo!, já há muito que ninguém escrevia neste canto, para além de mim, pá!).
Ontem à noite, discutia-o com quem vive a mesma dúvida: votar neles, três anos depois, porquê? Porque estes que lá estão fizeram pior; porque estes que lá estão também seguiram uma política de radicalização, em matérias essenciais, por dependerem de um partido extremista; porque estes que lá estão enlamearam antes o dia-a-dia dos portugueses e voltam agora a fazê-lo. E porque apesar de tudo, caro amigo, o programa do PS não é a imagem dos mesmos de há três anos. Os políticos, assim dito, têm costas largas. E cabe-nos mudar este discurso derrotista.
Duas opiniões desgarradas sobre o debate:
Primeira: «[...] dentro do figurino definido, o debate permitiu perceber algumas coisas. Os contrastes entre os programas dos dois partidos não são assim tão pronunciados. O problema do PSD, aliás, nem sequer está aí. Das sínteses que já pude ler do programa elaborado por António Mexia, até haveria medidas que poderia subscrever. O problema está em Santana Lopes. Na sua completa incapacidade em se concentrar, na sua propensão para a demagogia e o facilitismo, na sua confrangedora falta de cultura, em suma, na sua completa impreparação para o exercício das funções de primeiro-ministro. Os seus 4 meses de governação já nos deram um vislumbre mais do que suficiente, mas o homem ainda se consegue esmerar nesta campanha com as suas promessas de redução do imposto automóvel e de realização de referendos sobre a fertilização in vitro, a clonagem humana ou a eutanásia. É obra!
Como apoiante de Sócrates, sou naturalmente suspeito para avaliar o seu desempenho. Julgo que esteve bem ao insistir na necessidade de se julgarem estes três anos de governação de direita, bem como nos erros que apontou em matéria de opções económicas e política financeira. Foi hábil a lidar com o tema da co-incineração e razoavelmente sóbrio em matéria de perspectivas de recuperação económica. Na segunda parte poderia talvez ter mudado o ar rígido e severo que adoptou na primeira – mas eu diria que para "político de plástico", Sócrates não esteve nada mal, não senhor. [Pedro Oliveira, in Barnabé]
Segunda: «PSL sobre as matérias "morais" revela como elas foram coladas à última hora para justificar a questão do "casamento dos homossexuais". Ignora o muito que já está decidido e o trabalho já realizado na Assembleia.» [Pacheco Pereira, Abrupto]