12.8.04

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Sem imaginação, pensar um país menos pobre, o nosso. E sonhar um outro mundo, este. Saltar dez anos e descobrir que Santana Lopes foi devidamente apeado em eleições, que tinha inicialmente evitado. Perceber que os julgamentos dos casos mais mediatizados do início do século XXI estavam, há muito, resolvidos com os culpados condenados e os inocentes absolvidos. Abrir o jornal e ler na secção «Efemérides» um "fait-divers" de 2004 que levou à demissão de um director da PJ e à limpeza do nome de quem tinha sido caluniado, mas também à discussão sobre um jornalismo que terá sempre falhas, mas poderá ser cada vez mais exigente. Apagar a televisão depois da reportagem sobre as comemorações da paz no Iraque, nas fronteiras israelo-palestinianas, no Afeganistão, no interior do Sudão, e da independência do Sara Ocidental e da Tchetchénia, e da vitória da liberdade em Angola, Cuba, Rússia, Zimbabwe, Arábia Saudita, Venezuela, e da vitória da inteligência nos EUA e na União Europeia. Um enjoo este nosso mundo? Talvez, mas tão melhor...