31.12.05
[fechado para balanço II]
Não elejo o melhor blogue. Como posso escolher algo tão absoluto quando não conheço tudo? Os blogues de que gosto, mais ou menos, e que leio, com mais ou menos regularidade, estão na coluna da direita. Todos estão premiados.
Mas o que posso escolher é o melhor funeral de um blogue, e esse foi o do Barnabé, que na hora da despedida se disse de coisas bonitas e se fez de posts frenéticos em fim de época. O André pedia, então, que «não havendo cadáver, parece-me que não há razão para enterro. Proponho que se mude a metáfora para carnaval de verão. Temos três dias, disfarçamo-nos uma última vez de barnabés, para tudo se acabar na segunda-feira, sob um sol escandaloso.» No fim, com estertor, ligaram a mira técnica e puseram na grafonola o hino de Trinidad e Tobago. Quando morrer, batam em latas. E dêem-me uma festa à Barnabé.
[fechado para balanço]
No cinema, mais uma vez foi um ano de poucas idas às salas. Mas houve coisas que valeram a pena. Balanços mais exaustivos ficam para a casa do lado. Aqui, algumas das imagens de filmes que valeram a pena. Sem outras pretensões
Uma lutadora (e o melhor filme dos que vi este ano):
Million Dollar Baby/Sonhos vencidos
Um super-herói (a sério):
Batman Begins/Batman - O Início
Uma viagem (e uma vida assim contada):
Broken Flowers/Flores Partidas
Um murro (e uma dança e Natalie):
Closer/Perto demais
Um manifesto (e muitas dúvidas em vez de certezas):
Crash/Colisão
Um amor tardio de Verão (e Emily):
My Summer of Love/Um Amor de Verão
Uma surpresa (e a luz e a cidade e Scarlett):
30.12.05
O consumidor reclama
Um tipo arranca um dente - a idade não perdoa, bem se vê... - e é aconselhado a alimentar-se durante um dia com coisas frias e moles. Pega-se num iogurte e sai piada na tampa: «Tu és puro sorriso». Pois, pois. De lábios cerrados.
29.12.05
«O que me preocupa é o desemprego, que é um drama para cada um dos 430 mil desempregados»
(Cavaco Silva, primeiro-ministro de 1985 a 1995*,
na terça-feira passada)
Taxa de Desemprego (Total) - Homens e Mulheres
Periodicidade Trimestral
1992
4,1 - 3,9 - 4,1 - 4,5
1993
5,1 - 5,3 - 5,6 - 6,2
1994
6,8 - 6,7 - 6,8 - 7,1
1995
7,4 - 7,0 - 6,9 - 7,3
in Séries Cronológicas do INE, Taxa de Desemprego Total
(* - os valores anteriores a 1992 não estão disponíveis online)
na terça-feira passada)
Taxa de Desemprego (Total) - Homens e Mulheres
Periodicidade Trimestral
1992
4,1 - 3,9 - 4,1 - 4,5
1993
5,1 - 5,3 - 5,6 - 6,2
1994
6,8 - 6,7 - 6,8 - 7,1
1995
7,4 - 7,0 - 6,9 - 7,3
in Séries Cronológicas do INE, Taxa de Desemprego Total
(* - os valores anteriores a 1992 não estão disponíveis online)
[arrumar a casa]
Limpeza feita na coluna da direita: blogues novos para visitar, outros desaparecidos limpos da prateleira e outros ainda arrumados em melhor armário. É favor consultar.
Sem saúde (caso prático)
V. teve um acidente, a sair de um banco de 24 horas. Com sono, embateu num camião. Não sei quantos doentes tinha visto, senhor ministro.
Sem saúde
O ministro Correia de Campos parece que quer que os médicos recebam por doente visto nas urgências. Eu, por mim, proponho que o ministro só receba por despacho assinado!
Ao ministro não interessa que um médico passe 24 horas seguidas a trabalhar (porque 12 horas extraordinárias são obrigatórias ou a urgência fecha) e depois - porque não há médicos suficientes - ainda tenham de ir para as enfermarias, sem descanso.
Ao ministro não interessa que as urgências continuem a receber "aftas" às três da manhã porque é mais fácil pagar a taxa moderadora que aturar as filas dissuasoras dos centros de saúde.
Ao ministro pouca importa se os médicos em formação estão muitas vezes desacompanhados nas enfermarias e nas urgências porque os mais velhos são poucos e não chegam para tudo.
Já sei. Há muitos clínicos que prevaricam, que confundem privada com público, e por aí fora, mas aí aperte-se a sério (que nisto o senhor ministro não mexe): proponha-se a quem está no público um salário justo e sério (e quem não quiser que se dedique à privada), metam-se as pessoas necessárias nos quadros e vai ver que as horas extraordinárias baixam imediatamente.
Escusam de vir aqui os arautos dos médicos-é-que-são-culpados: cá em casa, mora uma, e o que em cima se conta é de quem sofre com um sistema que espezinha as pessoas sob a capa de mudar o que está mal; ela (e eu) preferíamos noites bem dormidas e menos dinheiro das horas extra, sem urgências de 24 horas.
27.12.05
Dias tranquilos
Vantagem séria do Natal: pouca televisão, menos telejornais, quase sem rádio, jornal criteriosamente lido. Assim, as presidenciais são um eco longínquo e o país parece suportável.
Dias de viagem
A CP chama Intercidades a um comboio que pára em Vila Franca de Xira, Santarém, Entroncamento, Fátima (um ermo no meio de nenhures e não a localidade), Caxarias, Pombal, Alfarelos, Coimbra-B, Pampilhosa, Mealhada, Aveiro, Estarreja, Ovar, Espinho, Gaia, Campanhã, e pára ou segue por aí fora, até Braga ou Guimarães. A CP chama Pendular a um comboio que pára naquelas estações excepto Vila Franca de Xira, Fátima, Caxarias, Alfarelos, Pampilhosa, Mealhada e Estarreja. A CP quer o TGV para quê?
23.12.05
Pressa
Demasiada pressa: fechar páginas, despachar amigos ao telefone, dessintonizar a rádio entre o futebol de meia-noite e a música natalícia, zappar sem fim e sem nada na tv. Fazem-me falta o cinema, as conversas, os amigos, a pausa, a festa, o nascimento. Vêm aí. Com a tranquilidade de dias que precisam de ser vividos com outro ritmo.
22.12.05
É de mim...
... ou Pacheco Pereira tem calado, propositadamente, as suas críticas aos alegados desvios esquerdistas da comunicação social, nesta campanha das presidenciais?!
21.12.05
Monteiro preveniu-se para as prendas de Natal
Dina viu o seu sucesso “Amor de Água Fresca” ser vendido no eBay, a 19 de Julho, por 62 euros.
A terra, hoje
Um frio de rachar. Um ou dois graus negativos. Vento. Uma impressão de navalhas a serem lançadas pelo ar. Uma velhota no meio da rua, de joelhos, a pedir. Romena ou moldava talvez, pelo aspecto. Com este briol que corta tudo… - aqui, como dar...
O debate, ontem
Uma síntese entre Vasco Pulido Valente e Augusto Manuel Seabra, hoje no Público [sem links].
20.12.05
No país de Cavaco
[ou nós temos memória]
Os agentes da PSP ouvidos hoje no julgamento do caso do jovem baleado durante os protestos na Ponte 25 de Abril, em 1994, recusaram que tivessem sido efectuados disparos por parte dos manifestantes, como foi anteriormente afirmado. O julgamento cível decorre no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, depois de no processo-crime não ter sido provado que foi um polícia quem alvejou a tiro Luís Miguel Figueiredo - que ficou paraplégico - embora fosse provado que houve disparos de balas reais. A defesa do jovem, que tinha 18 anos na altura dos acontecimentos, reclama uma indemnização de 225 mil euros ao Estado. [in Lusa]
Autopalermice
A Volkswagen recebeu benefícios para se instalar em Portugal. Ao longo dos anos, a marca alemã manteve sempre uma situação de privilégio, mas todos os anos aperta os calos aos trabalhadores - ou eles acatam as suas propostas ou os senhores vão montar carros para a Conchinchina. Os trabalhadores aceitaram sempre, com uma responsabilidade social, elogiada pela direita liberal e pelos empresários subsidiodependentes. Este ano, nova prenda no sapato: "ou aceitam ou marchamos". E o inenarrável ministro da Economia adverte que se não for viabilizado o acordo, a culpa é dos funcionários. Não, não é! A culpa é de um Estado (Cavaco, lembram-se?) que aceita as regras de uma multinacional e que todos os anos cede às ameaças, sem nunca negociar claramente com a empresa. Inaceitável.
18.12.05
17.12.05
Pequeno contributo para a democratização do Médio Oriente sem guerras
É um deus que não tem barreiras: um por cento dos que passam pela sua casa, vêm da República Islâmica do Irão*. Inch'Allah!
[* - dados do sitemeter, este sábado]
Pequeno contributo para a democratização dos EUA
Sete por cento dos leitores* desta Cibertúlia vêm dos Estados Unidos.
[* - dados do sitemeter, este sábado]
16.12.05
Procura-se [parábola para estes dias]
A imagem do Menino Jesus foi "raptada" do presépio instalado no Largo Frederico Laranjo, em Portalegre, estando desaparecida desde a madrugada de quinta-feira, informou hoje fonte da Associação Comercial de Portalegre (ACP). Segundo Francisco Silva, presidente da ACP, os autores do roubo romperam a rede que vedava a cabana do presépio e levaram a imagem do Menino Jesus. "É uma brincadeira inaceitável. Espero que o bom senso impere e que a imagem seja devolvida", disse. O dirigente da ACP, responsável pelo presépio, revelou que esta não e a primeira vez que acontece uma situação deste género. "No ano passado roubaram o Pai Natal e as hastes das renas, que mais tarde foram encontradas na Serra de São Mamede", frisou. [in Lusa]
Um voto a menos?
O Cavaco é triste. O Miguel lá de Aveiro veio dizer-me que «tristeza [é] uma esquerda desenraízada das necessidades do país, desagregada e desunida e claramente consciente da sua derrota. Sim é este o verdadeiro nome da tristeza da esquerda!» Claro que o meu homónimo conterrâneo é de direita, o que explica o seu comentário. Mas não iliba Cavaco.
A candidatura cavaquista é triste: uma certa direita, a do PP, engole-a, com medo que lhe saia a fava. Outra, o PSD do centrão, não lhe perdoa o tabu em silêncio, embora agora regozije com o silêncio de campanha. Uma terceira direita, a do PPD-PSL, não lhe atura rodagens de carros e, menos ainda, a moeda má que atirou a Santana. Agora todos aparecem solícitos a apoiá-lo, sem convicção e sem se porem a seu lado na campanha. Revelador.
E há ainda o tom sebastiânico assumido, que se partirá em pedaços uma vez instalado os pés de barro em Belém. [Aos que criticam a falta de ideias e propostas à esquerda, podem explicar-me uma ideia clara, concisa e concreta do candidato único de direita, que não seja de um ministro das finanças, para o qual ele não concorre nestas eleições?]
À esquerda, que é onde me revejo, para minha pena, a campanha não tem sido mais alegre, ou pelo menos mobilizadora. Depois do debate de ontem, de Mário Soares e Manuel Alegre, mais desiludido fiquei. De Soares continuo a achar mais ideias e substância nos seus correlegionários do que no candidato, frouxo na explicação dos motivos da candidatura (afinal, como se pode lamentar que não haja renovação, se não deixa espaço para ela acontecer?) e quase mitómano na tecla da experiência que só ele terá. Alegre fraqueja no trabalho de casa, o que demonstra a falta de uma máquina mais preparada, valendo-se mais dos afectos. Menos mau, ainda assim que Soares no campo das propostas, falhou ontem redondamente no seu enunciado (o disparate da dissolução fala por si).
Recuso-me a considerar, à esquerda, as candidaturas meramente partidárias, de Louçã e Jerónimo, como também esta noite se pôde ver.
O resultado é claro: uma tremenda desilusão. Sobretudo pela esquerda. Sobretudo pela opção suicidária do espaço político do PS, mas também pela opção sectária das candidaturas do BE e do PCP. O meu voto? Por agora, um rotundo branco. Queiram convencer-me do contrário até 22 de Janeiro, detesto não botar uma cruzinha. Coisa de católico.
A candidatura cavaquista é triste: uma certa direita, a do PP, engole-a, com medo que lhe saia a fava. Outra, o PSD do centrão, não lhe perdoa o tabu em silêncio, embora agora regozije com o silêncio de campanha. Uma terceira direita, a do PPD-PSL, não lhe atura rodagens de carros e, menos ainda, a moeda má que atirou a Santana. Agora todos aparecem solícitos a apoiá-lo, sem convicção e sem se porem a seu lado na campanha. Revelador.
E há ainda o tom sebastiânico assumido, que se partirá em pedaços uma vez instalado os pés de barro em Belém. [Aos que criticam a falta de ideias e propostas à esquerda, podem explicar-me uma ideia clara, concisa e concreta do candidato único de direita, que não seja de um ministro das finanças, para o qual ele não concorre nestas eleições?]
À esquerda, que é onde me revejo, para minha pena, a campanha não tem sido mais alegre, ou pelo menos mobilizadora. Depois do debate de ontem, de Mário Soares e Manuel Alegre, mais desiludido fiquei. De Soares continuo a achar mais ideias e substância nos seus correlegionários do que no candidato, frouxo na explicação dos motivos da candidatura (afinal, como se pode lamentar que não haja renovação, se não deixa espaço para ela acontecer?) e quase mitómano na tecla da experiência que só ele terá. Alegre fraqueja no trabalho de casa, o que demonstra a falta de uma máquina mais preparada, valendo-se mais dos afectos. Menos mau, ainda assim que Soares no campo das propostas, falhou ontem redondamente no seu enunciado (o disparate da dissolução fala por si).
Recuso-me a considerar, à esquerda, as candidaturas meramente partidárias, de Louçã e Jerónimo, como também esta noite se pôde ver.
O resultado é claro: uma tremenda desilusão. Sobretudo pela esquerda. Sobretudo pela opção suicidária do espaço político do PS, mas também pela opção sectária das candidaturas do BE e do PCP. O meu voto? Por agora, um rotundo branco. Queiram convencer-me do contrário até 22 de Janeiro, detesto não botar uma cruzinha. Coisa de católico.
Saramago e o seu «Ensaio sobre a Lucidez», por António/Expresso
15.12.05
14.12.05
13.12.05
Pregados
Para desespero de uns (que esperavam para afiar as garras contra o "mundo") e outros (que se iam lançar aos "sucessores inquisitoriais"), os bispos portugueses reagiram sensatamente. Venha a próxima questiúncula.
Irão ver...
Lutz, amigo, o Irão censurou a Heidi! Todos preocupados com as declarações do presidente iraniano e ninguém se lembrou de criticar este atentado à liberdade de expressão!
12.12.05
100 mil visitas!
A casa do lado louva as mulheres todos os dias. Elas apareciam aqui de quando em vez, mas os amigos insistiam. "Faz um blogue só para elas". Ele nasceu e ganhou vida (quase) própria. Hoje, às 18:07, chegou às 100 mil visitas - e mais de 200 mil páginas visitadas. Desde 20 de Março (os arquivos enganam, ao recuperar as datas de publicação aqui na Cibertúlia), E Deus Criou a Mulher gerou a sua legião de adoradores. Eu, mero sacerdote da casa, resigno-me a louvá-las todos os dias. Hoje, com bênção a preceito.
Pulo evangélico
Soares confunde evangélicos com evangélicos. Mas o meu amigo Tiago oblitera o essencial: Soares foi reconhecido pelo seu empenho no diálogo interreligioso pela Comunidade de Santo Egídio (católica).
E, sim, há fundamentalismos evangélicos, que apregoam uma missionação exclusivista e excluidora... (Como os há entre os católicos - quem não se lembre de César das Neves ou, noutro campeonato, de Lefèvre?!) Soares fala destes evangélicos. O resto é confundir evangélicos sãos (como o Tiago, malgré Cavaco) e evangélicos daninhos (como Buchanan-e-tantos-outros-fundamentalistas).
[Nota final: Tentei deixar este comentário a um post no Pulo do Lobo, o blog de apoio a Cavaco. Não deixaram. Já há dias me aconteceu isso. Das duas, uma: ou os cavaquistas não gostam de macintoshs ou o meu IP já foi detectado pelo spin dos senhores...
Reparos: 1. Afinal, os nossos pulistas têm um sistema de aprovação posterior de comentários; queixei-me sem razão. 2. Na Voz do Deserto, há um texto do Tiago que explica algumas coisas mais sobre isto dos evangélicos [Evangélicos, once again.]
E, sim, há fundamentalismos evangélicos, que apregoam uma missionação exclusivista e excluidora... (Como os há entre os católicos - quem não se lembre de César das Neves ou, noutro campeonato, de Lefèvre?!) Soares fala destes evangélicos. O resto é confundir evangélicos sãos (como o Tiago, malgré Cavaco) e evangélicos daninhos (como Buchanan-e-tantos-outros-fundamentalistas).
[Nota final: Tentei deixar este comentário a um post no Pulo do Lobo, o blog de apoio a Cavaco. Não deixaram. Já há dias me aconteceu isso. Das duas, uma: ou os cavaquistas não gostam de macintoshs ou o meu IP já foi detectado pelo spin dos senhores...
Reparos: 1. Afinal, os nossos pulistas têm um sistema de aprovação posterior de comentários; queixei-me sem razão. 2. Na Voz do Deserto, há um texto do Tiago que explica algumas coisas mais sobre isto dos evangélicos [Evangélicos, once again.]
11.12.05
Da série A educação conjugal da menina donzela em mil novecentos e troca o passo*
«Não digais: "Os romances honestos chateiam-me." Dizei: "Gostaria de algo interessante para ler."»
- in Manual de Civilidade para Meninas, Pierre Louÿs (2ª ed. port. Fenda: 1995).
* - a ler (outr)os originais no bombyx mori
- in Manual de Civilidade para Meninas, Pierre Louÿs (2ª ed. port. Fenda: 1995).
* - a ler (outr)os originais no bombyx mori
Benfica, 2 - Cavaco, 0
1. O Benfica ganhou - e nem um e-mail ou SMS recebi de parabéns dos meus amigos sportinguistas e portistas, sempre tão lestos noutras horas.
2. Os sportinguistas e portistas gostam do Cristiano Ronaldo.
3. Não vi os dois debates deste fim-de-semana longo. Parece que continuam a ser posts com direito a réplica nos comentários.
4. À direita, Cavaco foi melhor. À esquerda, Louçã. Ao centro, os moderadores, claro.
5. Há uma pequena parte da geração de 70 que escreve no DN. Lá, Pedro Lomba faz campanha por Cavaco, sem nunca denunciar interesses em causa própria. Maneiras de estar. (Também no Público, Pacheco nunca é apresentado como «historiador/apoiante de Cavaco» ao contrário do simulacro intelectual que é Eduardo Prado Coelho, professor universitário e membro da comissão de Alegre).
10.12.05
[nota]
Agradeço mézinhas e melhoras. Mas o pior já lá vai. Agora só quantidades inenarráveis de «muco mais ou menos viscoso segregado pelas fossas nasais». A ausência deve-se a causas bem mais amenas. Dois dias de descanso num Alentejo soalheiro e outonal. O blogue segue dentro de momentos. Como o país.
7.12.05
Estado geral
Corpo moído, ligeiramente febril, muita expectoração, tosse qb. Mal, portanto. Como o país.
6.12.05
Confesso
Ontem com o debate, voltei a recordar a repugnância cultivada pelo modo de fazer política do político Cavaco. Aquele ar salvífico, aquele tom de mestre, arrepia... Porque nos lembramos do que foram os seus dez anos de Governo.
Hipocrisias
Ao ouvir Cavaco falar que se preocupa com o desemprego e a pobreza, é impossível não recordarmos o fosso que cresceu sob o seu mandato entre ricos e pobres e o emprego precário e o desemprego, depois dos anos dourados dos fundos comunitários.
5.12.05
Lisboa perde
Carrilho ao que parece perde protagonismo na Câmara de Lisboa. Mal ou bem, quem votou nele, votou em Carrilho para a Câmara. Não me lembro na campanha de nenhum Dias Baptista, que agora assume as dores de quem quer que seja, sem que os votantes socialistas sejam tidos e achados (insisto). O PS de Lisboa tem tendência para a autofagia, como se vê, e como se viu antes.
A outra derrota maior de Lisboa? Independentemente de Carrilho (ou malgré lui...), termos perdido uma grande primeira-dama. Insisto, eu sei.
A outra derrota maior de Lisboa? Independentemente de Carrilho (ou malgré lui...), termos perdido uma grande primeira-dama. Insisto, eu sei.
Intimidade
Ela desafia o frio nas ruas da cidade.
[actualização: o JMF tratou de ilustrar o equipamento adequado para sair à rua...; na casa ao lado também já a homenageámos.]
[actualização: o JMF tratou de ilustrar o equipamento adequado para sair à rua...; na casa ao lado também já a homenageámos.]
4.12.05
Ideias procuram-se
A direita que batia em Sócrates à procura de ideias (que as havia), não só não atiça agora os dentes sem açaime para Cavaco - que não diz nada, a não ser que está acima da populaça e não vai em intrigas - como ainda faz gala do estilo do seu sebastiãozinho.
Estado dos transportes
A Carris vai fechando os seus postos de venda. Comprar um passe, que não seja o de cidade, é cada vez mais difícil. Alguém falou em Ota ou TGV?
3.12.05
2.12.05
Corpos de delito
Falar do corpo sem tabus ou escolhos. Ter prazer, nisso. E falar do prazer. Os católicos também o fazem. Mas há uma semana, o Mil Folhas do Público só conseguia dizer que um grupo de estudantes dos ensinos secundário e superior o fazia, omitindo que era o MCE, Movimento Católico de Estudantes, que o promove numa revista, publicação oficial do movimento. Fosse um qualquer grupo obscuro católico a dizer que o corpo é pecado e o adjectivo estaria lá para não se ter dúvidas.
1.12.05
Download (o capitalismo)
Nos EUA, comprei o primeiro EP dos Arcade Fire por sete dólares (menos de seis euros). Na FNAC, há dias, vendia-se por 15,95. É por estas e por outras que ando sempre desfasado no que se ouve cá por casa. Dessa visita à loja do Chiado trouxe o «16 Lovers Lane» (1988) dos Go-Betweens, o «Hips and Makers» (1994) da Kristin Hersh e o «Macaréu» (2002) dos Gaiteiros de Lisboa. Total: um pouco menos de 25 euros, por três discos.
A culpa disto tudo?
Há 365 anos houve uns tipos que atiraram outro pela janela abaixo e isto nunca mais foi o mesmo.
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