E aqueles, que por obras valerosas, Se vão da lei da morte libertando, recita. Sem nunca ter lido Camões, a olhar as placas da rua. E sem pensar que a frase era uma metáfora para fechar o dia em que Soares se candidatou.
31.8.05
O taxista que gosta de toponimia e nunca leu Camões
E aqueles, que por obras valerosas, Se vão da lei da morte libertando, recita. Sem nunca ter lido Camões, a olhar as placas da rua. E sem pensar que a frase era uma metáfora para fechar o dia em que Soares se candidatou.
[telegrama]
30.8.05
Política classista
Bonjour Tristesse
29.8.05
Natureza classista
Microcausas
28.8.05
Ainda é Agosto
26.8.05
Hábitos
25.8.05
A cartilha Bolton
Conveniência de fundos
24.8.05
Carreira 171
- Vai para onde o carro?
- Para o cemitério...
- Para o cemitério? Não quero. Só quando morrer...
Cantinho do hooligan [a homenagem]
23.8.05
Sem nenhum pretexto
[passageiro frequente]
22.8.05
«Al-Qaeda mata brasileiro»
Mais: o Ivan aponta certeiro, sobre Pacheco e Pulido Valente: «Às vezes quando se está no estrangeiro torna-se quase difícil de acreditar no nível de insanidade em que se processam os debates portugueses.»
Já não há heróis
Intromissões
Salta-pocinhas
Ricky Wilson, dos Kaiser Chiefs
Aos saltos, o tipo aqueceu as bancadas para os U2, há uma semana. Depois, em Paredes de Coura, aos saltos, aleijou-se. Agora, aleijado, continua aos saltos. Os Kaiser Chieks não serão a «segunda melhor banda do mundo», como disse Wilson, mas talvez sejam a banda com o vocalista mais enérgico do mundo. [foto SkyNews]
21.8.05
Manif
Vi há pouco uma reportagem na SIC Notícias sobre uma manifestação da extrema-direita que terá sido, supostamente, dispersa pela polícia. Ora, a tal reportagem que vi durava uns bons minutos e incluía imagens e sons que deixavam perceber gestos e palavras de ordem e até entrevistas aos organizadores da tal manifestação que foi dispersa pela polícia, que eram identificados como membros de uma organização que se intitula "Frente Nacional".
Bom, apesar de se poder questionar se, tecnicamente, a manifestação foi, de facto, dispersa ou não, a verdade é que eu os vi e ouvi, na televisão, em horário nobre. Ou seja, a mensagem passou.
Os manifestantes insistiram sobretudo na ideia de que não existe liberdade de expressão em Portugal, pelo menos para os defensores da ideologia nazi, e que, no nosso país não existem condições para que os nacionalistas de manifestem ordeiramente.
Se isto não é uma ameaça velada, então eu não sei o que será... E se isto não é uma forma de expressão, então eu já não percebo nada de português... E se aquilo não foi uma manifestação, então eu não percebo nada de psicologia de massas...
Deixando de lado a discussão sobre se deveria ou não ser permitido que este tipo de ideologias se possam organizar e manifestar livremente - que é uma discussão séria de mais para se fazer a partir de duas de treta -, o facto é que eu pensava que este tipo de organizações eram de facto proibidas, que este tipo de manifestações não eram de facto permitidas e que existe responsabilidade civil e até eventualmente criminal da parte daquelas pessoas que foram entrevistadas na tal peça televisiva. Ora, a ser assim, talvez a polícia devesse ter feito mais qualquer coisa, para além de dispersar a manifestação.... E talvez os jornalistas devessem ter feito muito mais do que assistir impávidos e apontar atentamente nos seus cadernos aquilo que viram e ouviram fazer e dizer...
No que diz respeito ao papel e à responsabilidade dos jornalistas, parece-me um assunto bem mais interessante do que a discussão sobre a publicidade e a sua relação com o fenómeno desportivo...
Ah, para que conste, a tal manifestação que foi dispersa pela polícia era para homenagear Rudolf Hess, secretário pessoal e colaborador próximo de Hitler, conhecido entre os militantes da extrema-direita como "o mensageiro da paz", devido ao voo que realizou em 1941 com o objectivo de negociar com os britânicos... Churchill mandou-o prender e devolveu-o à Alemanha, em 1945, para ser julgado pelo Tribunal Militar Internacional de Nuremberga. Nunca mostrou arrependimento e, pelo contrário, afirmou em julgamento que se tivesse a oportunidade voltaria a fazer tudo o que tinha feito. Foi condenado a prisão perpétua... Em 1987, aos 92 anos de idade, suicidou-se.
19.8.05
Agosto assassino
18.8.05
Join the big noise
Amaral
Jamelia
Damon Albarn
Thom Yorke
Quatro cantores, de uma lista que inclui outros músicos e actores, juntam-se numa campanha publicitária divertida e certeira, da Oxfam, por um comércio justo: que podemos e devemos apoiar. Junta-te à campanha.
[descoberta via Café Desconcerto]
Betadine
«De novo a seu lado»
17.8.05
[cacofonias]
definitivamente...
... fora do mundo,
a equipa que imaginou, escreveu e levou até nós um blogue para além deste mundo e do outro
Contemplar o invisível
[em primeira mão]
Apagados fogos
16.8.05
19, Paul Hymans
José Ribeiro e casto
Transporte (sem) Garantir Viagem
Ordem da Liberdade (encore)
(Rui Costa Pinto, in Visão)
15.8.05
A valsa das medalhas
[ADENDA: o texto de jmf, regressado - e bem -, é outro exemplo desta valsinha das medalhas]
14.8.05
13.8.05
contagem decrescente
It you tear yourself in two again.
If I could, yes I would
If I could, I would let it go.
Surrender, dislocate.
If I could throw this lifeless life-line to the wind.
Leave this heart of clay, see you walk, walk away
Into the night, and through the rain
Into the half light and through the flame.
If I could, through myself, set your spirit free
I'd lead your heart away, see you break, break away
Into the light and to the day.
To let it go and so to find away.
To let it go and so find away.
I'm wide awake.
I'm wide awake, wide awake.
I'm not sleeping.
If you should ask, then maybe
They'd tell you what I would say
True colours fly in blue and black
Blue silken sky and burning flag.
Colours crash, collide in blood-shot eyes.
If I could, you know I would
If I could, I would let it go.
This desperation, dislocation
Separation, condemnation
Revelation, in temptation
Isolation, desolation
Let it go and so to find away
To let it go and so to find away
To let it go and so to find away
I'm wide awake, I'm wide awake, wide awake
I'm not sleeping
Oh no, no, no.
U2, Bad [The Unforgettable Fire, 1984]
12.8.05
Obsceno
[actualizado às 21:50: termina o programa. Imaginem que anúncio passa imediatamente a seguir? Sim, bingo! «BPI. Ganhe como eu!»]
Fenómenos de Verão
Sempre alerta
11.8.05
Foi você que pediu um aeroporto?
10.8.05
a erradicação
9.8.05
a erradicação de deus
o papa bento xvi veio depois pedir aos terroristas que "parassem, por Deus", numa formulação sábia. mas houve quem dissesse que não valia a pena – eles não o ouviriam porque o deus dos terroristas não aceita qualquer outro deus, sobretudo pela voz do representante de uma religião que é aquela que os terroristas também dizem combater ao falarem em cruzados, como se a idade das trevas fosse hoje. e é, argumentam iluminárias clarividentes, que nos dizem que "é a guerra, é a guerra e só assim podemos defender a nossa civilização". vã glória.
eu por mim também acho que deus não é para aqui chamado. em nenhum destes atentados está deus, um qualquer deus. nem Deus pode ser invocado por quem não entende qualquer linguagem de deus. desconhecer deus não é mau, o que é mau é refugiar-se num deus de morte, que não existe. o que existe é um ódio pretensamente "traduzido" para nos manter vigilantes e, pior, para nos meter medo. a esse ódio não se responde com mais ódio. também escusamos de dar a outra face, literalmente. podemos dá-la evangelicamente: construindo com o outro um outro mundo.
pragmáticos, muitos crentes e não crentes, crêem que sou lírico ou, como insultava um jornalista desta praça, um "falso pacifista que se quer render aos inimigos". nem uma coisa nem outra: apenas continuo a entender que o terror de dresden e hiroxima e londres (na segunda guerra) não deve ser repetido – aniquilar o já aniquilado, ou, no caso dos ataques actuais, cair numa espiral de violência que rapidamente nos levaria à orgia sanguinária daquela grande guerra.
erradicar deus, não é erradicar o divino – nem Deus, claro. é erradicar o discurso que insiste na justificação hedionda de um qualquer deus pequeno que torna menores todas aquelas vidas – de quem se alimenta e vive pelo terror.
este texto pode perder-se na espuma dos dias de férias ou na letra propositadamente pequena. não me importa, se a nossa atitude for outra, ao encontro do outro, para que nunca mais nenhum outro invoque o nome de deus em vão ou em socorro do horror. ámen: assim seja.
[originalmente publicado na Terra, que tem um best of imperdível, para estas férias.]
Divórcio ao telefone
«- Tenho pouca vontade de falar contigo...
- ...
- ... pelas mesmas razões do outro dia.»
[fim de chamada, autocarro em silêncio]
Levantar o ego
Literatura de Verão
A Sky News é um bom canal de informação. O seu site é dinâmico qb. Mas as notícias de entretenimento têm uma qualquer obsessão. Depois de ontem darem conta do problema de Ewan McGregor em fixar-se nos olhos de Scarlett, hoje conta-nos mais uma história relevante sobre boobs - neste caso de Jessica Simpson. Caso para se dizer: a fleuma britânica pode traduzir-se por fixação em mamas. Um pouco como o nosso conhecido Avatares de um desejo. Coisas saudáveis, portanto.
[mms 2]
Outro amigo, enviou-me há uns tempos estoutra mms: tripas à moda de Aveiro. De comer e chorar por mais, acreditem-me. [Procurem no Fórum Aveiro, na foto, ou na barraquinha do Zé da Tripa, na praia da Costa Nova.]
8.8.05
Fleuma britânica
Scarlett, Her Boobs and Ewan. Scarlett Johansson proved just how valuable a good bit of corsetry is as she arrived for the premiere of her new movie The Island.
Posing with co-star Ewan McGregor, Scarlett showed off an impressively hoisted up pair of boobs...
[e na legenda de uma foto]
[Ewan] Still keeping eye contact rather than talking to Scarlett's chest. Phew! It's been a tough evening for Ewan.
[in Sky News. Galeria completa.]
Melancómico
adj.,
relativo a melancolia e a comédia;
descobrir fotos adolescentes de um blogger num álbum de fotografias e ver como o tempo passou;
[burlesco + abatimento];
[ridículo + doença mental, caracterizada por uma tristeza profunda];
[engraçado + hipocondria].
7.8.05
Um post que custa 1,40 euros
Indispensável: «Para me acalmarem os últimos soluços, puseram-me a ouvir telefonia.» - por João Bénard da Costa.
A ciência comprova o óbvio: «Cientistas descobrem que rio Pó está cheio de cocaína».
A novela neoliberal: «Um fim inesperado» para o caso do menor em risco que Maria Filomena Mónica adoptou como seu. Espera-se a nomeação da socióloga para provedora da Casa Pia.
Sossego prorrogado: «Falar ao telemóvel no Metro só no próximo ano».
Pois, não, limitou-se a escrever uma coisa escorreita: «Dan Brown não cometeu plágio em O Código Da Vinci».
BD e jornalismo: nova série nas páginas de media.
«Marilyn Monroe não gostou muito de uma noite de sexo com Joan Crawford.»
O mapa possível? Todos os dias, no «especial férias» apresenta-se um roteiro de actividades culturais para o Verão. O interior (quase) não existe - ficou lá atrás nos incêndios.
Na última página, há Calvin and Hobbes. Mas há também a azia e o mau fígado. Hoje, sobre «a bomba de Hiroxima», acrescente-se o vómito. Vasco Pulido Valente é um imbecilóide inimputável.
Overdose
6.8.05
[apelo]
Precisamos da colaboração de todos para que esta mensagem possa chegar ao maior número possível de famílias que possam ter interesse nesta experiência. A seleccção do estudante é feita pela família, que poderá acolher como Família de Boas Vindas durante o mês de Setembro.»
Informações: 2132404070 (telefone), 213247079 (fax), Cláudia.Soares@afs.org
5.8.05
Micro-causas [teaser em causa própria]
Populismo sobre rodas
«-Eu se apanhasse um a botar fogo meti-o lá no meio, na fogueira.»
[o céu não se fez negro, já estava.]
4.8.05
Da inveja pop [à flor da pele]
Pop Dell'Arte, Fórum Lisboa (foto CC)
Como invejo CC, por ter ido ao concerto dos Pop Dell'Arte! Aquele que foi o meu primeiro concerto sem tutela familiar, algures em 87, nas Catacumbas, um espaço semi-construído da Universidade de Aveiro. Os Pop entraram de carrinha em palco!, duas horas depois da hora marcada... Ao meu lado, o prof de Antropologia, podre de bêbado, abanava o capacete ao som de esborr.... e a malta cresceu mais um bocadinho! Jurámos sem bandeira, chegámos a casa muito tarde (para hábitos de meninos de cidade pequena) e de manhã exibíamos orgulhosas olheiras de «free pop»!
Micro-causas
Afinal, eles também querem ter um nome
3.8.05
Frases que impõem respeito
[diálogo ouvido - sem possibilidade de não se ouvir - no autocarro]
2.8.05
Desacerto presidencial
[actualizado: o comentário à direita é aplaudir a discrição de Cavaco ou a procura em salvaguardar a independência por Sampaio. A direita gosta sempre de fazer as coisas pela calada e aplaudir Sampaio, depois de o criticar violentamente sobre o mesmo tema (recordar a dissolução do Governo de Santana).]
E ela não faz uma revolução
No fundo da praia, sem beber qualquer capilé, quarenta graus à sombra, nas mesas do café, e aquela rapariga eu já nem sei o que dizer e o que fazer. Mediterrâneo, Agosto, é pleno Verão, o sol a pino, mas ela não faz uma revolução. Não passa um navio, desce a maré, vejo o vestido vermelho, tomara que estivesse a arder, e aquela rapariga eu já nem sei o que dizer e o que fazer...
[in PD. livremente inspirado nos Radar Kadafi]
1.8.05
Mortos no deserto
[ou o liberalismo (baralhar e dar de novo)]
- A falência dos dois jornais foi, ontem, associada (pelo pivô da TVI), ao fim do Ballet Gulbenkian. Por ser cóltura?
- A RTP fez ontem um directo no telejornal no final do espectáculo dos bailarinos "ex-gulbenkianos". Quantas vezes foi a RTP acompanhar os bailados daquela companhia? [O mesmo para a TVI e para SIC.]
A violar a lei, também eu*
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