26.7.05

[petit ou gros?]

Eh pá, quase que lhe sinto o cheirinho...
Esta é sem dúvida a maior das provações que pode passar um emigra tuga "qu'a quitté son Portugal" como ouvia um dia destes a Linda de Suza a cantar no rádio dum destes cafés belgas "provincio-exóticos", enquanto tomava esta mistela a que teimam chamar café (expresso, ainda por cima).
Qual cremezinho levemente acastanhado, qual quê? Água de lavar a máquina do café, é o que é... Mas o cúmulo é ter que pedir um expresso "petit" porque doutra forma somos presenteados com o chamado balde! Vai um gajo ainda meio a dormir, logo de manhãzinha, pede um expresso, não porque goste (sim, porque a nossa memória ainda não está activa) mas porque lhe é essencial para ver se recupera o mínimo de capacidades, de forma a não parecer demasiado estúpido durante o dia todo, e leva com um gélido "petit ou gros?".
'dasse! Apetece bater-lhes! Bater-lhes não, espancá-los, forte e feio, até que aprendam a fazer um expresso, uma bica e um cimbalino, todos ao mesmo tempo, enquanto fazem o pino, cantando José Cid e sorrindo para a clientela...
E tu vens-me falar de creme, corpo e sabor?!
Até me apetece chorar...

[não resisto a recuperar o comentário ao post sobre as bicas do Pedro Dias, cibertertuliano de outras épocas, emigrado em Bruxelas e comentador (agora) quase diário nesta casa]