Em Aveiro, a 12 de Maio fecha-se a loja, a tabacaria, o restaurante, a escola. Continua aberto o shopping (alguma vez fecha?), a loja do chinês, o café - e da Sé sai procissão por uma Santa Princesa que não é santa, apenas beata e, sim, foi princesa e hoje é "feriado municipal".
Nesta noite de 12, ecoa na televisão entre a novela e outra procissão - das velas, em Fátima -, o rurality peepshow e CSI em versão Miami tão imperdível como Las Vegas e Nova Iorque. Hoje, 13 de Maio, ali naquela imensa espalanada vai insistir-se numa certa religiosidade, apesar de se começar a cultivar outra, ecuménica qb que assusta fundamentalistas. E apetece fugir de outros fundamentalismos que abortam palavras sobre homicídios e remetê-los ao canto das vozes cada vez mais minoritárias (ou não?) mas paradoxalmente mais mediatizadas.
Há um ano, nesta data, longe da terra (é assim que se diz), esquecidos do feriado, falávamos de Durão que preparava as eleições europeias, de Arly Cravo que (nos) cantava para Paulo Portas e, ainda, de Scarlett (sim, já então). Tudo mudou muito. Menos Scarlett.