Extraordinária metáfora para estes dias. Com outros nomes, Haifa, Beirute...
30.7.06
28.7.06
Manifesto pró-Pacheco Pereira
"Amaldiçoado seja o palerma que anda entretido a piratear o Abrupto – ou, se a maleita do blogue é devida a erro informático, maldito seja então esse amontoado defeituoso de zeros e uns. Que arda no Inferno a besta – humana ou cibernética – que ofereceu ao Pacheco Pereira a sua última glória: o martírio. [...]" [Ricardo Araújo Pereira]
Um (quase) acto de contrição*
O álbum é agradável, a presença tem o seu quê, mas.
Mas, ontem à noite, a Ive Mendes pedia-se que fosse menos excessiva,
- nas palavras ditas (longas, por vezes patéticas, entre a psicologia barata e a militância deslocada) entre as músicas;
- em temas que pediam mais discrição em alguns arranjos musicais (falta em palco o dedo de estúdio do produtor Robin Millar);
- na intimidade falhada, de cenário e de relação com o público.
A música soube assim a pouco: por causa do acessório, quase que nos esquecíamos do essencial.
Mas, ontem à noite, a Ive Mendes pedia-se que fosse menos excessiva,
- nas palavras ditas (longas, por vezes patéticas, entre a psicologia barata e a militância deslocada) entre as músicas;
- em temas que pediam mais discrição em alguns arranjos musicais (falta em palco o dedo de estúdio do produtor Robin Millar);
- na intimidade falhada, de cenário e de relação com o público.
A música soube assim a pouco: por causa do acessório, quase que nos esquecíamos do essencial.
* - de um jornalista que elogiou o álbum e que pode ter contribuído para alguém ter ido ali... (Não se espere idêntico acto de contrição com o outro evento de ontem; mesmo a feijões há coisas que não gostamos, mas permanecemos fiéis. Crentes.)
27.7.06
Os meus mortos são melhores do que os teus
Esta estranha mania de achar que civis mortos — que se calhar estão apenas disfarçados —, são bem mortos, arrepia-me. Como me arrepiam os mortos pelos rockets indiscriminados do Hezbollah.
Noite
Em noites assim, em que até as estrelas se mostram no céu da cidade, gosto de ir à janela das traseiras e deixar-me refrescar pela brisa. Há ali um generoso matagal que nos esconde da cidade e serve de amparo à privacidade, até o dia em que o PDM der lugar a um fantástico condomínio fechado. Nesse dia, as noites serão mais quentes.
[a imagem segue dentro de momentos]
Parece que o site onde se aloja a imagem da t-shirt que quero comprar está em baixo. Deve ser um ataque de Matterazzi. [Este post será compreendido com a imagem visível, no preciso momento em que perderá validade. Vicissitudes.]
26.7.06
Meter o pauzinho na engrenagem
Começar o dia, no Largo do Carmo, a conversar com/ouvir Carlos Guerreiro, dos Gaiteiros de Lisboa, a explicar a música, a sua música, que é como quem diz (também) a vida. Meter um pauzinho na engrenagem, diz ele, a certa altura. Ali, naquele lugar, a expressão retomada faz todo o sentido. Dali, para a Cidade. Para ver se isto dá uma volta.
25.7.06
Fundamentalismos
No edifício onde trabalho fuma-se na rua. Ordem recente. E eu até prefiro que não se fume num espaço fechado de trabalho. "Parece Nova Iorque", dizem. A diferença é que não importamos tudo. As beatas acumulam-se no passeio, em Nova Iorque há pequenos caixotes para os fumadores. Fundamentalismos, claro.
24.7.06
Sofrimentos
«Quando me inscrevi num ginásio, o sofrimento físico não tardou. Balofo e imóvel, obrigava subitamente os músculos a um trabalho inusitado, e depois eles doíam o dia inteiro, incluindo em sítios onde eu nem sabia que havia músculo. Era um sofrimento benéfico, mas mesmo assim um sofrimento.» Podia continuar a citar Pedro Mexia. Mas não seria honesto da minha parte: ele desistiu do ginásio sem comprovar vantagens desse esforço. Eu ainda resisto - e sofro. Não há parábola alguma nisto.
Roupas
Escolher entre o pólo castanho, a camisa vermelha ou a t-shirt branca tem poucas implicações no meu dia-a-dia. Aqui é o mesmo, não se enganem. Mudámos de roupa, mas as convicções são as mesmas — e as baralhações de temas. Não nos importamos de falar do tempo, da guerra, de bola, da cidade, dos decotes, da morte e da vida. Mas o tom nunca será leviano. Só a nova roupa do blogue se pretende leve.
23.7.06
Proporções
O que impressiona sempre nos exercícios de estilo sobre a guerra em curso no Médio Oriente, em particular entre os analistas à direita ou que apoiam Israel, é a facilidade com que se contam espingardas: Israel só bombardeia o Líbano porque o Hezbollah lança rockets e, antes, raptou três soldados israelitas e, antes ainda, bombardeava cidades israelitas. Mas ainda ninguém me explicou porque é que o Governo israelita bombardeia civis inocentes libaneses, claramente de forma desproporcional. Hoje, nas notícias lia-se que os bombardeamentos israelitas fizeram pelo menos 11 mortos na cidade de Tiro (não consta que haja "militantes de deus" entre os mortos) e os rockets do Hezbollah mataram dois cidadãos israelitas. É de mim, mas há desproporcionalidade a mais, nesta contabilidade. As mortes deviam ser zero, de parte a parte. Mas a culpa é sempre do outro.
[actualizado: a leitura de Miguel Vale de Almeida é outra possível: «Não devo ser o único a sentir uma enorme dificuldade em escrever sobre (nem sei como lhe chamar) o que se passa no Líbano, na Palestina, em Israel. Tomar partido por um dos "lados", de forma clara, parece-me irresponsável. Identificar quem espoletou o quê (e, portanto, é "responsável") parece-me leviano. [...]»]
[actualizado: a leitura de Miguel Vale de Almeida é outra possível: «Não devo ser o único a sentir uma enorme dificuldade em escrever sobre (nem sei como lhe chamar) o que se passa no Líbano, na Palestina, em Israel. Tomar partido por um dos "lados", de forma clara, parece-me irresponsável. Identificar quem espoletou o quê (e, portanto, é "responsável") parece-me leviano. [...]»]
22.7.06
Tédio: alto soco [ko!]
junto ao posto de controlo da polícia de trânsito, à entrada da província de Gaza]
Tédio (II)
É o que dá não ter manchetes coloridas no Expresso. Pomo-nos a mexer no template desta casa. Manias. [Sim, podem entupir a caixa de comentários a dizer mal, ou enviar e-mails a insultar. Para acabar com o tédio.]
Tédio
A blogosfera anda entediada aos sábados. Faz falta o Expresso do grande arquitecto com as suas manchetes coloridas e todos suspiram pelo Sol de Setembro.
21.7.06
Finais felizes
«[...] E então estavam a casar-se. O padre pede-lhes que repitam alto os votos do casamento, junto a uma igreja cheia, e depois do texto normal "prometo ser-te fiel… excepto uma ou outra vez, porque toda a gente sabe que isso traz nova chama ao casamento. Lá haverá vezes em que te tratarei mal mas toda a gente sabe que o tempo passa e o amor mirra e a vida..." Uma grande conversa que sou incapaz de reproduzir, até que o pai da noiva, depois da perplexidade de toda a audiência (filmada em grandes planos) diz, "Por favor pare com isso!!!". E o padre dá uma gargalhada e diz "Finalmente que alguém me manda calar!". E começa então a dizer percentagens de casamentos que não dão certo ou que têm as tais escapadelas dizendo que não os quer enganar, não lhes quer dizer que isso não acontece e que não lhes poderá acontecer. [...]» [da Inês, que nos enche sempre de futuros]
Insanidades
Querem fazer-me crer que esta guerra, mais esta, era inevitável - e necessária. Como se todas as guerras não fossem evitáveis, ou pelo menos desnecessárias. Há um discurso que não admite, hoje em dia, que se construa a ponte para o outro lado, porque do outro lado não está quem mereça. Pelos vistos, deste lado, também não, mas continuamos a embandeirar, para lá dos futebóis, com os nossos valores, únicos, exclusivistas e verdadeiros. E depois, rematam, que a culpa é das religiões. Pois, pois, sabe bem culpar deus pelas insanidades dos homens.
20.7.06
Nasceram!*
... o Tico e o Teco!
*[post privado para os amigos: a Mãe Sara, o António e o Xavier estão bem, diz o Pai Zé]
[solidariedade: hora di bai]
O CIDAC está desenvolver um projecto em Timor-Leste que, por causa das convulsões políticas e sociais que se verificam no território e das regras apertadas e rigorosas dos financiamentos da UE, teve de ser suspenso. Por esta razão, o CIDAC está a realizar uma campanha de apoio à organização local com que trabalham, a Fundação Haburas. Fica a sugestão: está na hora de ir ajudar.
19.7.06
Só se admite a linguagem de caserna dos deputados de Jardim
"A Assembleia Legislativa da Madeira, onde esta semana seis jornalistas foram impedidos de entrar por estarem vestidos de t-shirt, está a preparar um regulamento de indumentária para os profissionais da informação." [Lusa]
Abrupto pirateado
[Hoje, a esta hora, é esta a imagem que me surge no ecrã.]
Actualização: a explicação agora disponibilizada, pelo próprio Pacheco Pereira — às 12h15: "O problema continua. Quando acrescento uma nota nova ou refresco uma antiga, o falso "abrupto" desaparece, regressando mais tarde. Não penso ser um problema de password, visto que a mudei mal surgiu a pirataria e a anterior só pode ter sido "roubada" electronicamente. O conteúdo no Blogger parece intacto. Muito obrigada a todos que estão a dar-me sugestões para resolver o problema e identificar a origem."
18.7.06
Protocolo de Quioto
Depois de estendida a roupa, sob calor abrasador, hoje corre-se para o estendal para evitar os primeiros pingos sobre a roupa seca. Terminada a tarefa, eis o sol, quente de novo.
17.7.06
Profissão de fé
Não tenho vocação de evangelizador, apesar de me dizerem que essa é condição de crente. Devo por isso corrigir: não tenho vocação para impor aos outros o meu ponto de vista, a minha verdade, no campo da fé. [No campo das ideias e dos gostos, é diferente: o debate e a aprendizagem podem ajudar que o outro se aproxime de nós.] Falha-se-me a teologia, esqueço-me das palavras que podem ser adequadas. Mas o mais difícil é sermos inquiridos por uma vocação que não é nossa. Se o Papa insiste em defender a sua família, diferente da minha, porque tenho de ser chamado a defender ou desculpar ou atacar ou criticar (ou outro qualquer verbo politicamente correcto) a posição da Igreja oficial de Roma? Não tenho. Mas isto, e deixem-me baralhar de novo, também é parte de mim. Ser desta Igreja, viver destas contradições. Não é fácil, já se vê. Mas sabe bem. Não tenho é vocação para pregador.
Boicote GM
Com a saída da General Motors, pede-se boicote, por e-mail e nos blogues: não comprar Opel, Saab, Chevrolet, Isuzu ou Suzuki. A ideia é de fácil cumprimento: o carro é recente e tem marca leonina (só aqui). Num futuro mais ou menos distante será para pôr em prática.
[da série Aniversários da blogosfera
que não podem ser esquecidos, mesmo quando já passaram, II]
«Gosto da escrita em blogue devido à imperfeição que suscita. Gosto desta adulação, própria e alheia ao mesmo tempo. Gosto da incerteza. Gosto da onda que rebenta sem que nela a forma se chegue a moldar. Gosto das minhas ameixas que são líquidas e intensas.» [Luís Carmelo]
15.7.06
14.7.06
O trânsito
O carro tenta a passagem pela esquerda, o condutor grita entredentes impropérios à senhora que insiste em ver a revista enquanto procura lugar. Atrás há quem se ria da cena, quem acene a cabeça com ar de desaprovação, as vozes aumentam de volume. O supermercado é cada vez mais um lugar perigoso.
Terras santas
Líbano, Israel, Hezbollah, Síria, rockets, bombardeamentos, mortos. O cenário de sempre agrava-se. Agora valia a pena uma parada de esforços pela paz.
Águas livres
Há meses pediam-nos para poupar água. A seca era manchete de jornais, abertura de noticiários. Agora que a canícula aperta, os espaços ajardinados de Santo Condestável eram regados a belo desperdício. Daqui a meses vão dizer-nos que precisamos de poupar e vão aumentar a factura.
13.7.06
Rapidinha
O calor atrapalha o que os decotes compensam. Este blogue continua a destilar em serviços mínimos.
12.7.06
O português da Presidência da República
"Divulgamos em anexo mensagem de condolências enviada pelo Presidente da República ao seu homólogo indiano referente aos atentados ocorridos na rede ferroviária em Mumbai." Bombaim passa a ter novo nome, em português também, com a caução da Presidência da República (em comunicado de imprensa).
[arte]
An image showing two urinals, shaped in form a woman's mouth, at the McDonalds restaurant in Heerlen, the Netherlands, Wednesday, 12 July 2006. The restaurant will remove its urinals after complaints by a tourist, declared the owner, Giel Pijpers, on Wednesday. Pijpers regards the urinals as art, but now plans to sell them.
Literatura para todas as épocas
Anda comigo na mochila, o livro essencial para estes dias de calor e decotes: "99 cervejas + 1", de Francisco José Viegas.
Tupperware
Cuidado ao abrir o armário. Parece que as reuniões de tupperwares deram lugar a vibradores e kits orgásmicos.
Insensatez
Estranho ecumenismo o que junta em Jerusalém rabis, xeques e arcebispos: todos juntos contra a parada gay. Mas nunca os vi juntos contra a violência entre facções religiosas.
11.7.06
Dogmas
Syd Barrett, fundador dos Pink Floyd, morreu há dois dias, foi hoje anunciado. "Morreu muito tranquilamente".
10.7.06
Família e famílias
Todos têm uma família. Mesmo um solitário na cidade deve sentar-se no esconso de uma qualquer tasca a espreitar o seu Benfica. Já o Papa tem a mais fácil das famílias: enorme, gigante, um mar de gente que tem um lar, a que chama a Casa do Pai, mas que acaba por não arreliar muito. Não deixa a louça por lavar, não chega tarde a casa, não grita nem amua, não acorda com remela. Quer dizer: faz isto tudo, mas longe das janelas do Vaticano.
A família de todos os dias, do quotidiano, das arreliações e dos aconchegos, essa, por opção o Papa deixou-a para trás. Mas ainda bem que assim é: se todos gostassem do amarelo, o que seria do azul?! O que me incomoda é que Bento XVI venha do púlpito da sua casa serena defender a família, que é um-pai-uma-mãe-e-filhos-quantos-forem. Indissolúvel. Também acho, mas acho para mim. Quando casei, assumi que é assim que quero viver. Com ela, para ter filhos, queremos ter filhos, os que conseguirmos, e a vivermos todos os dias para sermos felizes. Mas não quero impor esta vida assim a quem não for feliz assim. O Papa ao falar daquela família esquece muitas outras famílias. E nestas, muitas famílias de cristãos. O Papa ao falar assim esquece que devemos incluir antes de excluir. Mais: a família, núcleo essencial das nossas comunidades, deve ser também espaço de inclusão. E se nela persistir a violência, que sentido fará mantê-la indissolúvel?
Hoje, numa realidade em que as famílias se constituem de formas tão diversas (pais divorciados, filhos que convivem com padrastos e madrastas e irmãos do "outro lado", pais solteiros, famílias homossexuais com filhos naturais e adoptivos,...), mais valia fazer o discurso onde se falha tantas vezes. Mesmo nas melhores famílias, nas famílias de todos os dias. O discurso da inclusão, do amor. Tenho ideia que há dois mil anos um tipo que incomodou consciências e se deu com os pecadores lhes disse precisamente isto. Sem defesas dogmáticas. Essas, deixo para o Buffon.
A família de todos os dias, do quotidiano, das arreliações e dos aconchegos, essa, por opção o Papa deixou-a para trás. Mas ainda bem que assim é: se todos gostassem do amarelo, o que seria do azul?! O que me incomoda é que Bento XVI venha do púlpito da sua casa serena defender a família, que é um-pai-uma-mãe-e-filhos-quantos-forem. Indissolúvel. Também acho, mas acho para mim. Quando casei, assumi que é assim que quero viver. Com ela, para ter filhos, queremos ter filhos, os que conseguirmos, e a vivermos todos os dias para sermos felizes. Mas não quero impor esta vida assim a quem não for feliz assim. O Papa ao falar daquela família esquece muitas outras famílias. E nestas, muitas famílias de cristãos. O Papa ao falar assim esquece que devemos incluir antes de excluir. Mais: a família, núcleo essencial das nossas comunidades, deve ser também espaço de inclusão. E se nela persistir a violência, que sentido fará mantê-la indissolúvel?
Hoje, numa realidade em que as famílias se constituem de formas tão diversas (pais divorciados, filhos que convivem com padrastos e madrastas e irmãos do "outro lado", pais solteiros, famílias homossexuais com filhos naturais e adoptivos,...), mais valia fazer o discurso onde se falha tantas vezes. Mesmo nas melhores famílias, nas famílias de todos os dias. O discurso da inclusão, do amor. Tenho ideia que há dois mil anos um tipo que incomodou consciências e se deu com os pecadores lhes disse precisamente isto. Sem defesas dogmáticas. Essas, deixo para o Buffon.
[Declaração escusada de interesses: sim, tenho familiares e amigos divorciados, recasados, pais e mães solteiros, pais homossexuais, filhos e filhas que têm "meios irmãos" e os consideram irmãos de sangue.]
9.7.06
[modas]
"Este ano de 2006, a moda para as meninas, será o biquíni de três peças: chapéu, óculos de Sol e chinelo de pé."
[comentário de um leitor do PortugalDiário sobre os 60 anos do biquíni]
[comentário de um leitor do PortugalDiário sobre os 60 anos do biquíni]
Com uma força
Há festa no Jamor com a Selecção. Canta Roberto Leal o hino nacional e ninguém se revolta. Canta a seguir "Uma Casa Portuguesa". E nós temos saudades, de repente, da Nelly Furtado a cantar "come-me à força"...
8.7.06
Se...
Se isto, se aquilo. É um desporto nacional, a que também me dedico, mais do que devia. Mas aquele voo do Nuno Gomes a três minutos da humilhação fez-me pensar como teria sido se...
[actualizado: perguntar não ofende: porque é que nenhum dos muitos jornalistas portugueses presentes na Alemanha perguntou uma vez que fosse por Nuno Gomes, durante todo o campeonato?]
[actualizado: perguntar não ofende: porque é que nenhum dos muitos jornalistas portugueses presentes na Alemanha perguntou uma vez que fosse por Nuno Gomes, durante todo o campeonato?]
7.7.06
[da série Aniversários da blogosfera
que não podem ser esquecidos, mesmo quando já passaram]
Há sempre uma praia a que apetece voltar.
Para cantar, para pensar.
[actualizado: depois de colocar esta bela imagem, vi um post idêntico do Bruno, a parabenizar outros seis blogues (que merecem as felicitações) de uma maneira arrebatadoramente casta. Sem contemplações.]
40 anos [de conspirações]
O meu Pai conta-me sempre a história (pelo menos de quatro em quatro anos, quando há Mundial). Há 40 anos, o jogo era em Liverpool e foi mudado para Londres, obrigando a selecção portuguesa a uma viagem de comboio em vésperas de jogo decisivo com a Inglaterra. Perdemos - e ainda hoje o meu Pai aponta o dedo à viagem de última hora e ao cansaço dos magriços. Fomos relegados para a discussão do 3º e 4º lugar. Hoje, parece repetir-se parte da história, de novo com o anfitrião: o alegado mau tempo em Estugarda (nas imagens não se vê intempérie nenhuma na cidade) fez desviar o avião para Frankfurt, obrigando a eventual viagem de autocarro. Se perdermos, podemos sempre apontar o dedo ao mau tempo. Sempre se varia da desculpa esfarrapada do árbitro e da conspiração sul-americana.
Tabard
Para África vamos protegidos como deve ser e não há mosquito que se aproxime com o Chanel nº 5 dos repelentes. Aqui, às primeiras horas de calor, eles passeiam-se tranquilamente à nossa volta. Tenho de comprar Tabard.
6.7.06
Ao contrário do futebol [alegrias da casa]
Hoje, pelas 18h30, o jornalista do "Público", António Marujo, recebe na Catedral da Igreja Lusitana (a Santos-o-Velho), o prémio europeu de “jornalista religioso do ano”, atribuído pela fundação americana John Templeton.
5.7.06
Bandeira vermelha
Julho é o mês de praia. Hoje, pela fresquinha das 8h30, o trânsito à volta dos Salesianos era pior que em dia de aulas: aos carros dos papás que querem deixar os filhos dentro da escola, juntavam-se os autocarros para levar os catraios para a praia. Agora que o sol já abriu (anda tímido o rapaz), só me recordo que, em tempos, o meu mês de Julho de praia dava direito a uso de t-shirt pelo menos até às 11 da manhã. Na Praia da Barra ou na Costa Nova, manhã que se prezasse tinha nevoeiro ou neblina até essas horas. Depois abria-se um dia fantástico. A única coisa que estragava a manhã era a bandeira vermelha. E não eram precisas multas.
4.7.06
Fronteiras
Nos últimos 15 dias cruzei seis vezes fronteiras, das quais duas terrestres. Em Ressano Garcia, porta moçambicana a caminho da África do Sul, dei por mim a agradecer o fim das fronteiras na Europa. E recordei a ida aos caramelos a Espanha. No fim dos papéis e dinheiros e guichês, ganhou a UE, perderam os caramelos.
Jornalistas idiotas
Eis o título que O Jogo adoptará para os seus jornalistas quando se enganarem num qualquer artiguinho.
3.7.06
[território livre de futebol]
Território livre de futebol
Gosto de futebol. Mas quase que apetece fugir dele. Hoje ouvi a empregada do andar de cima a discorrer sobre o jogo de quarta-feira com a França, enquando eu estendia a roupa.
[estatuto editorial, ponto de ordem]
Não vale a pena: tento recuperar 15 dias longe de blogues. Leio os mais assíduos, espreito os amigos, visito na diagonal os outros. Impossível. O melhor mesmo é fazer de conta que nada se passou. E, de facto, passou-se alguma coisa?
2.7.06
(do Índico, fora de tudo)
Estive mesmo fora do mundo. Descobri hoje, para meu espanto, que há um ex-ministro por causa de uma dor na coluna. E que parece que há novo referendo ao aborto, por falta de coluna. E que estalou mais uma perigosa guerra no Médio Oriente, por ninguém querer vergar a coluna. No meio disto, rejubilei por escapar à febre da bandeirinha (apesar de bater palmas à vitória nos penaltis a 11900 metros de altitude) e entristeci-me com a morte de um excelente repórter, às portas do Índico. Mesmo no mar mais azul que se conhece, a vida pinta-se sempre de muitas tonalidades.
(do Índico, parte 2)
Não houve mais actualizações (não houve mais comunicações). Mas há um bloco-notas a espreitar.
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