18.4.06

Em extinção (reverso)

na Ponte das Correntes, Budapeste, foto MM, Abril de 2006

O Trabant é enganador. Vi apenas uns quantos, a acelerar por entre o trânsito. E uns tantos mais primos, os Lada. O parque automóvel de Budapeste é coisa já deste mundo, feito também de Hummers e bêémes ou Mercedes. Coisas caras. A cidade muda, há obra que se faz, o Parlamento em obras, igrejas, casas de cultura, um sem fim de guindastes, para desespero do turista acidental de máquina fotográfica em punho. Há um estranho (a)criticismo da ditadura comunista, em que se fala muito de 1956 e pouco do que se lhe seguiu. Afinal, lê-se na imprensa inglesa que ali se publica, o Governo dos socialistas (herdeiros - mais de nome que ideologia - do anterior regime, agora aliados aos liberais) é amigo do investimento privado e estrangeiro e a oposição de direita bate no peito perante a invasão de fora, clamando contra a dissolução de costumes juvenis, na poprock (sempre a rock'n'rollar) e nos mcdonalds, numa cidade ainda pouco virada para o franchising. O mundo não é a preto e branco definitivamente. Eu procuro nas estantes de CD os Muzsikás que cantam Bela Bártok e o folclore campesino da Transilvânia. O goulash é um prato muito condimentado que mistura carnes e enchidos e a inevitável paprica. A acompanhar com a excelente Dreher, que escorre bem em garrafas encorpadas de 50 cl, sem publicidade extra. Gosto desta sopa.