31.5.05

Olha que não, olha que não

Não é bem assim, meu Amigo... Se também me esqueci do aniversário dela!

Mea culpa

E se um amigo faz anos e nos esquecemos, assoberbados por um dedo que não se endireita e por não olhar para a agenda durante dias a fio e porque a idade já não perdoa, qual será a penitência? Como me perdoará ele? O anúncio público atenuará a coisa? Parabéns, pá!

Interesses

Perguntam-me pelos filmes delas... Afinal o único interesse do post anterior é o dos filmes em que elas me acompanharam no sábado passado. Apenas isso. Ou achavam que isto andava sequinho?

Ah! E os filmes são "Os Sonhadores" e "Mulher Fatal". Vejam(-nas).

30.5.05

Há noites assim!



Sábado passado... na Dois e na SIC. A noite fez-se em boas companhias: Eva Green e Rebecca Romijn-Stamos. E não fiquei, estúpido, a provar uma qualquer ruiva.

Os pais morangos com açúcar

Anda para aí uma agitação com uns supostos manuais escolares que ensinam coisas do sexo às criancinhas deste país. O Expresso deu a "notícia", sem dizer quantas escolas adoptaram aqueles manuais, mas logo uns papás — sob o chapéu do movimento Juntos pela Vida — se atravessaram dizendo aos meus filhos, não e (os opostos atraem-se) na educação dos meus filhos, mandamos nós. Os pais ciosos fizeram um abaixo-assinado, bateram no peito, exigiram explicações à ministra e querem uma escola livre de manuais que "incitam a promiscuidade" (a frase é minha, a tradução é deles).
Os senhores-pais-juntos devem ser os mesmos que depois ouvem animadamente, à mesa de jantar, os comentários dos petizes sobre os "Morangos com Açúcar", a novela que nunca mais acaba da TVI, e cuja educação sexual se resolve entre os vales dos lençóis dos pais ausentes e a marmelada no bar da escola com sms à mistura. Os professores da série também gostam de ter um papel activo na disciplina. Mas aqueles manuais é que devem ser banidos, ah pois é...

[Aos puristas: não quero censurar a novela que os catraios gostam. Não tenho é paciência para pseudo-moralismos destes papás...]

A piada do coxo

"— Não me diga que também jogou ontem?"
Zás! O meu vizinho da drogaria, sportinguista, não perdoou ao ver-me a coxear...

Nova estreia e uma reprise

No sítio do costume. Às segundas.

29.5.05

Poucos festejos (nota editorial)

O Benfica perdeu. Mas ganhou um piqueno.
O "não" francês ganhou. Mas pode ser que os eurocratas agora acordem.
E não quero saber do que disse o reitor do santuário de Fátima. Mas não gosto que estes senhores da Igreja continuem a excluir.

27.5.05

Três dias sem feira

Os meus amigos sabem que, por esta altura, já sa bateu um recorde: três dias sem pôr os pés na feira do livro, sem pedir os catálogos, nem espreitar coisas velhas nas bancas laterais, sem dar de caras com este ou aquele, ver se passas lá em casa. Dizem-me que lá fora esteve calor. E ainda não chegou o Verão.

26.5.05

Registo quase clínico

Nada como ter um pé para o ar para nos manter longe da feira e a carteira a salvo.

25.5.05

Princípios



Parabéns: And this is not the end but the barest beginning.

Dos livros

Hoje começam as feiras do livro no Porto e em Lisboa. Eu, por mim, temo este mês: a estante já não tem espaço e a conta bancária, ao contrário do défice público, não estica. Do questionário que meia blogosfera respondeu, incluindo eu, houve quem aceitasse o meu desafio. São pistas de leitura - e de compras na feira: da Ana Sá Lopes, do Manuel, do timshel...

O sim do não ou talvez

Em França referenda-se no domingo a Constituição europeia. Em Portugal, a blogosfera é palco da campanha pelo não, num blogue promovido por Pacheco Pereira. Eu, contra as evidências, talvez fizesse campanha pelo sim - porque a Europa dos povos não me incomoda. Mas pelo sim, pelo não, teria de ler a Constituição... Sim, ainda não li. Mas quantos, que já se colocaram de cada um dos lados da barricada, a leram? Aceitam-se apostas.

Ex-citações

Um livro, duas leituras.

24.5.05

Eu também gostava

António Guterres foi eleito alto comissário para os Refugiados.


Angelina Jolie, representante da Unicef, numa acção num campo de refugiados no Paquistão.

Eu acho que foi o Pedroto

23.5.05

Eu acho que foi o Cavaco

Às vezes

O Francisco desafiava a tia para fazer um blogue há vários meses. Coisa séria: entregou-lhe uma lista de blogues para ela ir estudando — ali se lia e incluía, entre outros, a Bomba Inteligente, a Tradução Simultânea, o Aviz, as Terras do Nunca, a Montanha Mágica. E também um blogue como o Desejo Casar, que já contraiu matrimónio e desapareceu.

A lista de notáveis ainda lá anda por casa, mas o Francisco deixou de esperar e criou o seu blogue, sem ajuda. Aos oito anos, o rapaz quer ir ver o Star Wars e pediu para ver os outros episódios... E chamou ao seu blogue Terra do às vezes, porque "a terra do Nunca é do Peter Pan" (o nosso caro jmf foi salvo pelo rapaz de verde!).

[boicote à festa]

A Photobucket está claramente a fazer o jogo do Dias da Cunha e do Pinto da Costa. Resolveu dizer que excedi — como se os benfiquistas se excedessem, alguma vez! — o espaço dedicado às fotos. Terei de resolver isto, mas entretanto imaginem uns benfiquistas loucos de alegria, aqui em baixo, a festejar como deve ser!

11 anos

A Maria tem 13 anos, o Francisco e o Luís 8, e a Carolina 6... (ó tio, ganhámos!)



[foto Andre Kosters/Lusa]



[actualizado: a coluna de blogues que nos deixam KO! esta semana é "monovermelha". Nela recuperamos alguns dos mais belos textos sobre futebol e sobre o Benfica - escritos muito antes de sermos campeões. Faltou-nos, este ano, aquela lucidez...]

22.5.05

Uma alegria assim

CAMPEÕES, carago!

Enquanto isso...

... discos pedidos na casa do lado. À espera que o Benfica possa cantar ao fim de 11 anos.

19.5.05

A mão de Deus


Scarlett Johansson, em A Love Song for Bobby Long.

Enquanto aguardamos uma certamente deliciosa explicação sobre a «estranha cumplicidade» de JMF «com um certo e determinado número de blogues que veneram tão poderosa dama», remexemos no baú da memória. E depois deste filme, que resultados teria a sondagem antiga (também) de JMF, que agitou nos idos de 2004 a blogosfera?

Sexta, sábado...

... longe daqui. Façam o que vos apetecer! Deixem-se seduzir...

Choque na educação

Eduardo Prado Coelho admitiu hoje no Público não saber qual é o maior rio da Europa e ter graves lacunas na geografia mundial.

De esquerda: socialista, católico, secular, republicano

A confirmação de um anterior teste político. Agora em versão francesa, enquadrando-me no panorama político-partidário gaulês.
[Uma nota: não me importa uma Constituição europeia, ao contrário dos resultados taxativos. Mas talvez com outro texto. A começar pela ideia peregrina das raízes da Europa...]
«Vous vous situez à gauche.
Les partis dont vous êtes le plus proche (dans l'ordre) :
1. les Verts
La tendance des Verts dont vous êtes le plus proche est en général CONTRE la Constitution européenne.
2. le Parti Communiste
Le Parti Communiste est CONTRE la Constitution européenne.
3. le Parti Socialiste (l'aile gauche du Parti Socialiste)
L'aile gauche du Parti Socialiste est en général CONTRE la Constitution européenne.»
[Uma curiosidade final. Sobre a religião, a minha resposta: «"Il est interdit d'interdire !" On doit accepter tout type de pratiques religieuses, même lorsqu'elles paraissent choquantes aux yeux de certains.»]

Bola ao post

Minuto 72.
Aquela bola no poste e depois o contra-ataque mortífero. Mas, ainda assim, a festa foi bonita.

18.5.05

Morte em Cabul


exibição do programa de Rezayee em Cabul


Uma apresentadora afegã de 24 anos, Shaima Rezayee, antiga apresentadora de uma emissão televisiva de sucesso mas criticada pelos responsáveis religiosos, foi morta hoje com um tiro na cabeça, anunciaram a associação Peace Reporter e a polícia afegã.
"Um cirurgião italiano a trabalhar em Cabul, Marco Garatti, telefonou-nos para informar que o corpo sem vida de Shaima Rezayee tinha sido levado hoje para um hospital dirigido pela ONG italiana Emergency", disse Enrico Piovesana, membro da rede de informações italiana Peacereporter.net.
Shaima Rezayee tinha sido demitida em Março do canal de televisão privado afegão Tolo TV, onde apresentava desde Novembro de 2004 o programa musical "Hop".
"A sua personalidade não encaixava nos nossos critérios", indicou um dos responsáveis do Tolo TV, sem precisar quais seriam esses traços de personalidade.
A jovem, com reputação de liberal, nomeadamente em relação às normas da sociedade afegã, tinha sido severamente criticada pelos responsáveis religiosos locais, que consideravam a emissão desrespeitadora dos princípios do Islão.
Desde o seu despedimento que Shaima não voltara a trabalhar.

[teaser]

Números

Eu que nunca gostei da matemática, por causa de uma prof no ciclo, e que devo ter acabado o cubo mágico uma única vez na vida e, eventualmente, com marosca, fiquei preso hoje a ler a última página do Público — com um jogo que é um sucesso no Japão e chegou agora ao Ocidente. Su Doku é mesmo viciante, como nos vendem naquela página. E o que eu lamentei não ter um lápis ou uma esferográfica à mão!

Os Três Duques!


Johnny Knoxville como Luke Duke, Jessica Simpson como Daisy Duke e Seann William Scott como Bo Duke


Esqueçam a Guerra das Estrelas, o Sporting na UEFA ou o défice orçamental. Parece que vem aí o filme dos Três Duques (sim, The Dukes of Hazzard)!

Para os saudosos, há sempre o DVD da série (edição americana), com Catherine Bach e os calções e os tops e os outros e o carro.

A palma de Cannes

Aos argumentos de Sophie Marceau, junta-se a notável interpretação antropo-sociológica de Bruno S. Martins: «porquê tanta avidez por umas poucas frames de seio?»

Aviso a um amigo

A Joana está na blogosfera!, Tiago. Haverá pacto possível pela escrita?

À escuta

A Câmara de Lisboa deve andar a ler este blogue (passe a presunção). Hoje à noite, algumas das lâmpadas davam outra luz ao Viaduto Duarte Pacheco. E que diferença na condução de todos.

17.5.05

Maria Madalena

«"Maria Madalena é [...] uma figura imensamente atraente para as pessoas, que imaginaram todo o tipo de coisas sobre ela: ela teria sido uma prostituta, muito bonita, apaixonada por Jesus, e que fugiu para França à espera de um filho dele. Tanto quanto sabemos, a partir das nossas fontes, ela tinha oitenta e seis anos, não tinha filhos e cultivava instintos maternos para com os jovens desalinhados."
E se assim se elide a Monica Bellucci do ideário cristão. A iconoclastia também é isto.» [E.P. Sanders, A Verdadeira História de Jesus (The Historical Figure of Jesus), comentado por Bruno Sena Martins]

Às escuras


Viaduto Duarte Pacheco, Lisboa (foto CML)

O perigo já foi assinalado muitas vezes em vários jornais: à noite, quem vem de Monsanto em direcção às Amoreiras, em Lisboa, encontra o Viaduto Duarte Pacheco mergulhado na escuridão e um enorme ecrã a passar imagens que ofuscam qualquer condutor na curva de saída do viaduto. É este ecrã publicitário - certamente, fonte de belos rendimentos - que leva a Câmara de Lisboa a manter sem um único candeeiro aceso aquela via. Uma escuridão assassina.

Só coisas boas


Dois anos de eficazes tratamentos: o Almocreve das Petas. Benfiquista, culto, de esquerda.

16.5.05

Advogados de defesa

Louçã foi infeliz no debate com Portas (lembram-se?). Logo a congregação para a doutrina da fé saiu em defesa do agora líder do Bloco de Esquerda.
Um padre do Porto foi idiota, misturando o impossível e afirmando uma aberração. Terei de sair a terreiro, como católico que não esconde essa condição, demarcar-me da idiotice daquele senhor padre? Não me parece. Nem me parece que todos os católicos que debatem responsavelmente o aborto tenham de o fazer, como pedia ontem Ana Sá Lopes, no Público. Afinal, o que disseram para trás não chega? Ou terão de bater no peito sempre que um católico faz disparates? Afinal, terei de exigir, no futuro, aos bloquistas ou aos pró-despenalização (e já se disse aqui que a minha posição não coincide com um certo discurso da Igreja) que batam no peito e se demarquem das mulheres que berram a barriga é minha e outras idiotices descredibilizando desse lado o debate? O padre do Lordelo do Douro se quiser um advogado de defesa que o arranje. Mas eu não preciso de ser advogado de acusação todos os dias.

[actualizado: já viram o que era confundir o mau jornalismo que também se pratica no Público ou no Diário de Notícias com jornalistas bons daquelas casas? Ou não será assim, cara Fernanda Câncio? E já agora, da Igreja e da doutrina parece que todos sabem falar... Valia a pena os (alguns) jornalistas e bloguistas «informarem-se antes de serem lidos a opinar sobre tudo e mais alguma coisa».]

Bloco de esquerda

No sítio do costume.

15.5.05

Congregação para a Doutrina da Fé


foto Tiago Petinga

Voltar a encher o balão

[actualizado: os sportinguistas acham que o Boavista vai fazer o jogo ao FCPorto; os portistas acham que o Boavista tá feitinho com o Benfica. Prova de que o Benfica não está feito com ninguém - e que um Benfica campeão parece doer muito.]

14.5.05

Podemos não ganhar...

The Gift


... mas, ao menos, garantimos espectáculo: The Gift, às 19h30, apresentam-se no relvado da Luz. Para sonhadores.

[a 13 de Maio]

Houve um grande desassossego que acabou - mas ganhámos o tempo perdido. Que nunca o é, com a Sara.

Ansioterapia

Recebi um papelinho da empresa, só para maiores de 30 anos, para fazer um seguro de vida. E tenho de medir a tensão arterial, é pedido no papel, que é coisa que não me preocupa nem em dia de jogo. Para ver se aprendo - e se aprendemos todos, como nos pede o nosso médico.

13.5.05

Não me perguntem nada...

«Não perdia este jogo por nada deste mundo.
Porque acredito que podemos ganhar.
E porque os meus amigos também lá vão estar.
E os outros, podem ganhar, ser os maiores, ser tudo o que quiserem. Mas nunca vão ser do Benfica.
Nós somos.»

Os motivos todos para ter começado a ansioterapia.

Ao turista distraído

[ou serviço público para tipos aparentemente incultos]

Portugal já costuma informar os seus cidadãos viajantes, ao contrário do soundbyte: nos Emirados Árabes Unidos pune-se «severamente» o consumo de estupefacientes. E não são textos de Fernão Mendes Pinto.

[a partir de um post virulento e certeiro do amigo Lutz]

O feriado antes do 13 de Maio

Em Aveiro, a 12 de Maio fecha-se a loja, a tabacaria, o restaurante, a escola. Continua aberto o shopping (alguma vez fecha?), a loja do chinês, o café - e da Sé sai procissão por uma Santa Princesa que não é santa, apenas beata e, sim, foi princesa e hoje é "feriado municipal".
Nesta noite de 12, ecoa na televisão entre a novela e outra procissão - das velas, em Fátima -, o rurality peepshow e CSI em versão Miami tão imperdível como Las Vegas e Nova Iorque. Hoje, 13 de Maio, ali naquela imensa espalanada vai insistir-se numa certa religiosidade, apesar de se começar a cultivar outra, ecuménica qb que assusta fundamentalistas. E apetece fugir de outros fundamentalismos que abortam palavras sobre homicídios e remetê-los ao canto das vozes cada vez mais minoritárias (ou não?) mas paradoxalmente mais mediatizadas.
Há um ano, nesta data, longe da terra (é assim que se diz), esquecidos do feriado, falávamos de Durão que preparava as eleições europeias, de Arly Cravo que (nos) cantava para Paulo Portas e, ainda, de Scarlett (sim, já então). Tudo mudou muito. Menos Scarlett.

Concretismo pós-estadonovista

JARC JEC JOC JUC ACR LIC LOC MCE.

12.5.05

"Intelectualidade" pífara

Carmona apresentou esta tarde a sua candidatura à Câmara de Lisboa. De acordo com o repórter da SIC-Notícias, com muitos artistas e intelectuais à sua volta. Cito de memória: "Esta intelectualidade é uma resposta à candidatura de Manuel Maria Carrilho" — pfff! mas que intelectualidade?!

Nada que chegue ao verdadeiro movimento de intelectuais que se colocou a meu lado. Eça é que Eça!

Do estado dos jornais

1. «Uma notícia sobre eventual ilegalidade de um negócio, envolvendo um banco, um empreendimento turístico, financiamento de partidos e uma série de questões conexas é a manchete de hoje em todos os jornais portugueses. Todos não. Nos de economia, há apenas uma breve referência nas últimas páginas, sem qualquer referência nas primeiras. Muito sintomático.» [jmf, in Terras do Nunca].

2. A Bola resolveu portar-se bem esta semana, não falar mal dos árbitros, em nome do futebol. Domingo já se pode voltar aos insultos e ao agarra que é ladrão.

Sucesso de palmo e meio

Foi ontem ou anteontem, não me recordo, mas pela manhã, a RTPN "mostrava" casos de gente de palmo e meio com sucesso aos 4 ou 7 anos de idade, na tv, na publicidade e nas "passerelles". Retive frases soltas, ouvidas quase distraidamente...

Primeira miúda - Quero ser famosa para ser conhecida, aparecer na televisão e nas revistas, ser bonita...
Segunda miúda - Não, não quero. Depois vou na rua e fazem-me perguntas... Metem-se comigo.
A mãe de um miúdo - Claro que me sinto orgulhosa. Às vezes, até mais do que ele.

11.5.05

Nobre tarefa

Uma certa direita trauliteira gosta de dizer que a esquerda (o PS, no caso) é uma desgraça e que, cada vez que sai do poder, aquela tem de endireitar o país. Vendo os pormenores da história de Benavente, em que o Governo de Cavaco e, agora, o de Santana despacharam "serviço" (o abate de sobreiros) no fim do seu mandato, tem sido a esquerda (o PS, claro) a endireitar o ambiente. E o país, também. Os mitos de direita abatem-se mais depressa que as árvores.

Extra! Extra! Extra!

10.5.05

Psssst!

Continuo a ler Steinbeck. Aqui em baixo no regaço...

9.5.05

Leituras em dia



Ler Steinbeck. Pela mão de timshel. E nas mãos de Scarlett.

Leituras obrigatórias

Uma estreia, dois regressos: aprender com Buchenwald, dar a quem pede e o Dezembro em que não houve Natal.

Assobiem comigo

Está a chegar a série completa em DVD de Verão Azul... Assobiemos todos com Chanquete, Bea, Pancho, Julia Desi, Tito e Piraña!

8.5.05

Assim seja

Já lá vai uma semana. O Tejo estava fantástico. A pizza da Casa Nostra também. Vejo-o a vasculhar discos na discoteca junto à Bica do Sapato. E o blogue dele e dos outros também continua imprescindível: entrem e deixem a música arrancar. Ámen.

[para anunciar que continuamos todos os fins-de-semana a mudar os discos e os blogues que nos deixam KO!]

VE Day - 8 de Maio de 1945

[intervalo]

Benfiquista desde que me conheço, vejo-me obrigado a esperar por milagres. Melhor ainda: a decisão fica para a semana, na Luz, para não dizerem que o árbitro do Estoril (esquecendo-se dos árbitros deles) ajudou a conquistar o título. É o que dá um gajo acreditar que a nossa vida se deve guiar pela opção preferencial pelos mais pobres...

7.5.05

Lost in eternity

Jorge Perestrelo

O Sporting marca e há um brevíssimo momento de silêncio: os outros já berram golo, ele ficou atordoado e reage depois com um eu te amo Sporting. Era assim. Já não se gritarão mais golos assim.

6.5.05

Uma prenda assim


Statler e Waldorf


Chegar a casa e ter uma prenda destas à espera. Pode lá haver melhor! Obrigado, Nuno! I love it! I hate it! More! Buh!

5.5.05

Pode ser Vidago?



"Ao fim de dois anos, cerca de 2300 notas publicadas, milhão e meio de visitantes, usando os contadores mais avaros (na verdade bastante mais, porque o contador esteve inactivo várias vezes e não conta desde o início), dois milhões e meio de “Page Views” (idem), com ligações a mais de dois mil blogues e milhares e milhares de citações, um pouco por todo o lado na rede e fora dela, o Abrupto é uma “empresa de sucesso” e devia agradar ao yuppie que há em mim. Infelizmente, se tal existe em mim, e o Dr. Freud preveniu-nos para que todos os demónios existem, tenho dificuldade em encontrá-lo. O Abrupto contenta-me, e estes números contentam-me, mas o que me contenta mais não é bem isso. Já o disse e repito: o Abrupto é o “jornal” que, desde que me conheço, gostaria de ter tido, parte da minha voz. Não a minha voz, mas parte da minha voz. Feita do ruído do mundo, do meu ruído, da fala incessante, dos quadros, dos versos, da música, das palavras, que nos faz o que somos. O Abrupto é sobre isso, o Abrupto é isso."
— Pacheco Pereira, aka jpp, faz dois anos de Abrupto, com festa a preceito, traje de gala e muito para se ver e ouvir. E ali se explica a razão de ser do título deste post.

Teatro acabado

«Os Últimos Dias de Sócrates» estiveram no palco da Tapada das Necessidades. Ao cima da rua, na Presidência do Conselho de Ministros não houve quem desmentisse. Não foi preciso: a peça saiu de cena, Sócrates não.

Dias assim

«Login Failed [2]»: há quem chegue aqui assim. Às vezes, é um pouco como a vida.

4.5.05

Reconhecimento intelectual

[em versão revista e inchada]

Anda um gajo a escrever aqui umas banalidades há um ror de tempo. De quando em vez alguns citam a chafarica, a malta fica contente e anima-se — quem não gosta que atire a primeira pedra. Mas foi preciso abrir um blogue de miúdas, giras, muito giras, para explodirem audiências, exaltações, aclamações e louvores. Deus é grande, é o que vos digo.

[actualizado: E o guru da direita blogosférica brasileira resume o essencial do nosso modesto blogue: Adorarlas y no tocarlas!
E depois há uma mulher que faz o maior elogio de todos: "Uma mulher que se aborreça com isto, é uma criatura muito mal resolvida. Aconselho visitas salivadas a ambos os sexos de todas as tendências."]

Na coutada no macho ibérico

«É um clássico. Mas as gerações de mais jovens juristas já não lêem o Boletim do Ministério da Justiça - o mítico BMJ -, agora extinto. Por isso, não conhecem este igualmente mítico acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que se pronunciou sobre uma decisão de primeira instância que condenava dois jovens pela violação de duas estrangeiras que lhes tinham pedido boleia.
A história do caso não tem muito mais que contar: os dois rapazes deram boleia no carro de um deles a duas estrangeiras que viajavam pelo Algarve. Decidiram sair da estrada, para um campo de alfarrobeiras, num local deserto e sem casas. O resto da cena, violenta, já se prevê.
A história ficou conhecida porque o STJ, embora confirmando a condenação, desculpabilizou os dois rapazes. Depois de todos estes anos, não é menor o respeito pelo horrível episódio vivido por Svetlana e Dubrova. Sem conceder quanto à indignação que este tipo de actos suscita, citam-se de seguida trechos do acórdão (de 18 de Outubro de 1989, publicado no BMJ nº 390, de Novembro de 1989).

"... Se é certo que se trata de crimes repugnantes que não têm qualquer justificação, a verdade é que, no caso concreto, as duas ofendidas muito contribuíram para a sua realização. Na verdade, não podemos esquecer que as duas ofendidas, raparigas novas, mas mulheres feitas, não hesitaram em vir para a estrada pedir boleia a quem passava, em plena coutada do chamado «macho ibérico». É impossível que não tenham previsto o risco que corriam; pois aqui, tal como no seu país natal, a atracção pelo sexo oposto é um dado indesmentível e, por vezes, não é fácil dominá-la. Ora, ao meterem-se as duas num automóvel justamente com dois rapazes, fizeram-no, a nosso ver, conscientes do perigo que corriam, até mesmo por estarem numa zona de turismo de fama internacional, onde abundam as turistas estrangeiras habitualmente com comportamento sexual muito mais liberal e descontraído do que a maioria das nativas."»

[de um e-mail que anda por aí...]

Monica no deserto


[actualização: E há pregadores, talvez no deserto, todas as quartas-feiras, no sítio do costume.]

Quando o blogue derrota o jornal

No modesto álbum onde se arrumam os retratos desta casa, as coisas estavam postas em sossego, quase desde os primeiros dias, quando o Tal&Qual descobria a vantagem da contemplação. Nesse dia, uns quantos leitores deste semanário contribuíram para umas 90 visitas, mais coisa menos coisa. Mas, esta semana, o sitemeter trepou pelas paredes: não que haja grandes novidades, mas apenas porque a Voz do Deserto (na segunda-feira) e A Memória Inventada (ontem) por ali pararam até a vista lhes doer. E que bem sabe ter sempre Monica Bellucci como argumento teológico, amigo Tiago.

3.5.05

Aborto-ices

Agora que Sampaio não convoca o referendo, deve o Parlamento votar a alteração legislativa, fazendo valer a maioria de esquerda. Não precisa o PS de desculpas, nem o Bloco de se zangar com Sampaio. Só não percebo porque bate palmas a direita - afinal, perde assim uma ocasião de votar "não" e manter tudo hipocritamente como está e como sempre preferiu que deve estar (continuo a achar que, em referendo, o "não" pode ganhar de novo, por demissão abstencionista). No Parlamento, a maioria de esquerda mudará a lei e a direita não poderá agitar um papão que não existe na sociedade portuguesa.

Cortina de fumo

Ford Cortina



Eu que não sou dado a grandes automobilites, descubro-me animado a discutir com o taxista a chapa e a potência do Ford Cortina 1300 Deluxe (1969), que o meu Pai guiava na minha infância. O embate surge, já perto de casa, quando Salazar conduz as habituais teses sobre isto já não é como era dantes. É impossível falar ao taxista de poesia.

2.5.05

Uma questão de método

Estão dois portugas no deserto:
- Olha que pedra mais esquisita. Parece uma pirâmide!
Começam a escavar, sem ferramentas, e desenterram uma pirâmide enorme.
- E agora?
- Avisamos a equipa arqueológica americana. Essa malta é profissional.
- OK!
Avisam a equipa americana, que vem com os seus jeeps, trailers, caravanas e helicópteros, cheios de aparelhos científicos. Entram na pirâmide e reaparecem... dois anos depois.
- Fogo, tanto tempo. O que averiguaram?
- É assim, responde o porta-voz dos americanos: após laboriosas investigações, averiguámos que esta pirâmide foi construída entre 1500 e 2500 antes de Cristo.
- Só?! Ao fim de dois anos, apenas averiguaram isso?
Chateados, decidem ligar aos alemães. Esses sim, são muito metódicos. Vêm os alemães, entram na pirâmide, e aparecem dois anos depois.
- Atão?
- Esta pirâmide foi construída no ano 2000 antes de Cristo.
- E mais?
- Bom, mais nada. Estes hieroglifos são muito complicados.
Muito chateados, os dois portugas tomam uma decisão:
- Bom, só nos resta comunicar à GNR.
Chegam dois GNR, entram na pirâmide e saem duas horas depois.
- Pronto. Já está.
- E averiguaram alguma coisa?...
O GNR saca do bloco dos autos e diz:
- Averiguámos que a pirâmide foi construída entre 12 de Fevereiro de 1858 e 22 de Julho de 1857 antes de Cristo, por ordem do faraó Ankhetop IV, e segundo projecto do arquitecto Tutmosis o Jovem. No dia da inauguração, chovia e um grupo de sacerdotes opunha-se ao acto, por considerar que, na noite anterior, tendo havido um eclipse parcial da lua, que estava em Capricórnio ... bla bla bla... e participaram 2118 escravos não qualificados, que tentaram uma revolta contra as lamentáveis condições laborais, que foi controlada no dia 5 de Setembro, com o resultado de 42 mortos e... bla bla bla... o custo total da obra foi de 48 milhões de libras de ouro puro e 13 libras de diamantes... bla bla bla... a esposa do faraó vestia um fato azul-turquesa de Perfilotes e... bla bla bla... a influência na língua pode ser comprovada no sotaque das terras altas que representavam a nobreza... bla bla bla...
- Ena! E como é que conseguiram saber tudo isto?
- Bom, não foi fácil, até foi bastante difícil. Custou bastante, mas depois de uma hora de porrada, a múmia falou!

Profano, como gosto

Este blogue baralha e confunde os mais incautos (há um senhor de direita e ateu que todos os dias se pergunta sobre eu ser tão visceralmente de esquerda e provocadoramente católico). Desde que os meus amigos de tertúlia me deixaram sozinho a falar aos peixes, que por aqui se faz o que me dá na real gana. Festeja-se Abril ou o sorriso das mães. Pensa-se Deus e o Papa, a seguir espeta-se uma miúda gira, uma frase tonta, malha-se nos políticos (de direita, sim, sou um pouco egoísta). Este blogue não tem agenda. Talvez por isso, não me apeteça criticar os padres de Díli, como acho que devem ser criticados, porque agora há uma certa cruzada blogosférica de esquerda contra tudo o que mexa ou cheire a Igreja Católica. Mas, para os exemplos caseiros, eles não olham. Os intolerantes, já se sabe, são os católicos - dos moderados aos fundamentalistas. Só porque são católicos.

Pistas para mais debates

"A Igreja não é só o Papa, nem deveria ser tanto o Papa". Hoje, na Terra da Alegria.

1.5.05

No sorriso louco das mães — a imagem



Duas jovens mães amamentam os seus bebés em público, em Las Palmas, nas Canárias, num evento para promover as vantagens da amamentação e para comemorar o dia da Mãe.

No sorriso louco das mães

No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo.
São silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos. Porque
os filhos são como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado
por dentro do amor.

Herberto Helder