20.8.03

A morte? A vida

É a reacção mais «surpreendente» dos blogues à morte de Vieira de Mello. Não que eu esteja de acordo, com muitas coisas que diz esta praia, mas pelas perplexidades que encerra. E porque fala sobretudo da morte - e de Deus, que bate sempre à porta de quem não crê - na hora da morte.
Lê-se ali: «Sou, convictamente, profundamente, cada vez mais, ateu. A ideia de Deus, da alma imortal e todas essas coisas parece-me absurdamente estúpida. Estúpida, é o que me parece - e não peço por isso desculpa a quem crê. Mas tenho nostalgia de Deus, quer dizer: sei que não existe mas tenho pena. O caso é que não me conformo com a morte.»
A almofada seria melhor se, qual «Truman Show», fosse mostrada a vida como ela pode ser: «Que realmente a vida existe para sempre, etc. - eu estaria disposto a aceitar. Seria espantoso e absurdo, mas a morte não o é menos.»
Não é da morte que ali se fala, então. É da vida.