A partir de segunda-feira recomeço a trabalhar, depois de nove meses (certinhos, numa gestação difícil!) de muita ansiedade, algumas frustrações, muitas esperanças - e sobretudo de um imenso apoio de muitos e bons amigos, ou anónimos que por aqui passaram, que tiveram a paciência de ouvirem a história, de me darem dicas, de levaram ao amigo do amigo o curriculum, de me enviarem links de anúncios de empregos, ou apresentarem propostas mirabolantes de guerrilha suburbana, ou apenas um convite para um cinema, um almoço, um copo. Agora, com outro ritmo, terei menos vida para estas minhas casas, mas continuarei por aqui. Porque, se alguma coisa aprendi com isto, é que há leis neste país injustas e que desconfiam das pessoas. As que permitem os despedimentos fáceis, as que regem o desemprego, como se um desempregado fosse (no mínimo) um criminoso. Mesmo a trabalhar, há coisas que têm de ser denunciadas.