A Volkswagen recebeu benefícios para se instalar em Portugal. Ao longo dos anos, a marca alemã manteve sempre uma situação de privilégio, mas todos os anos aperta os calos aos trabalhadores - ou eles acatam as suas propostas ou os senhores vão montar carros para a Conchinchina. Os trabalhadores aceitaram sempre, com uma responsabilidade social, elogiada pela direita liberal e pelos empresários subsidiodependentes. Este ano, nova prenda no sapato: "ou aceitam ou marchamos". E o inenarrável ministro da Economia adverte que se não for viabilizado o acordo, a culpa é dos funcionários. Não, não é! A culpa é de um Estado (Cavaco, lembram-se?) que aceita as regras de uma multinacional e que todos os anos cede às ameaças, sem nunca negociar claramente com a empresa. Inaceitável.